DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

NOS PLANOS DA MORTE - Capítulo IX







 

Capítulo IX

Uma das características que manifesta a estultice humana, em matéria de religião, é a sem-cerimônia com que alguns grupos sectários, pretendendo foros de autoridade, arquiteta, planeja e aplica conceitos menos respeitáveis à Verdade. O sectarismo é, sem dúvida, uma das expressões da involução, do atraso espiritual; é por ele que, em nome de Deus, se cometem todas as faltas contra as leis de Deus, obrigando as criaturas à prática de erros crassos.

Talvez que menos faltas houvesse, a engrossar o farnel das culpas, se a questão espiritual não estivesse tão ligada aos imperativos do bolso, do estômago e de outros interesses mundanos e fisiológicos. Porque, uma vez tornado o homem sujeito às necessidades inadiáveis e intransferíveis, e estas necessidades funcionando como primaciais, acima dos deveres de máximo respeito à Verdade, tudo faz compreender que o homem, necessitado e fraco que é, baqueia em face da Verdade e proclama os interesses mundanos e fisiológicos. Posterga a Deus em benefício da pança e de outros misteres realmente subalternos!

De todos os erros considerados como produtos da falibilidade humana, ou derivados da incapacidade de conceber melhor aos fundamentos e planos da Verdade, a grande maioria tem alicerce nos reclamos do mundo e de suas paixões. Quem faz da religião o seu meio de vida, nunca poderá ser realmente sincero para com a Verdade. Chega a hora em que, embora reconhecendo algumas verdades melhores, tenha de calar ou até negar, em virtude dos reclamos inferiores. Convida o Céu a calar, para que o mundo animal possa clamar!

Esse foi o tema que envolveu a questão tratada naquela noite, o primeiro trabalho ao qual nos demos a resolver.

Temos – disse meu pai – um pequeno serviço a realizar. Há uma criança, que está agora com cinco anos, e que vem sofrendo de ataques desde os seis meses de idade. Como tenha sido examinada e tratada pelos melhores médicos, nada resultando em seu benefício, deram os pais em recorrer ao Espiritismo. Como sabe, todo e qualquer pedido feito em base de seriedade, movimenta nestes lados todo o mecanismo para isso disposto.

Sem dúvida, papai, temos conhecimento dessa verdade. Aliás, sempre nos disseram os guias, da necessidade total de atenção aos pedidos feitos, uma vez que os espíritos têm muito o que fazer, não podendo empatar tempo naqueles rogos menos respeitáveis, ou que não mereçam dos encarnados a melhor atenção.

Ele explicou:

Exatamente e por dois motivos primordiais; um é por causa da eficiência, visto como as atenções humanas são veículos de elementos energéticos. São forças mentais de ligação, forças que lastreiam fluidos eletromagnéticos, com os quais podemos contar. A fé reclamada por Jesus, lembremos, nunca foi em caráter contemplativo, mas sim mecânico ou eficiente, como instrumento de ação direta. O segundo motivo, Teodoro, talvez tenha razão ainda mais justa, pois se prende ao plano moral-religioso do suplicante ou dos impetrantes. Temos por dever encarecer as razões educativas, muito mais do que as puramente imediatistas. Se fosse para tratar apenas de curar os corpos e beneficiar os interesses imediatos ou temporais, nenhum merecimento teriam os nossos trabalhos intercessórios. Visamos o bem geral, honesto ou segundo a Lei, mas temos em mente, acima de tudo, a edificação espiritual. Quem procurar o mundo espiritual, para efeito de intercessões, lembre-se de que lhe cumpre atender aos deveres de melhora espiritual, antes de mais nada.

Como lhe aguardasse o pronunciamento específico, atinente ao caso em foco, atendeu, esclarecendo:

No caso presente, o primeiro a ser tratado, temos uma família de oito elementos, todos envolvidos numa questão ruidosa e criminosa, vivida há mais de duzentos anos, na Espanha. É apenas um caso, como o são tantos outros milhares de casos, em que famílias de prol se liquidavam, em lutas de vida e morte, ora tomando feição ostensiva, ora deslizando para o terreno das brenhas tenebrosas da traição. Como, porém, todos estamos por natureza endereçados ao Reino do Céu, devendo realizar o serviço da harmonia, porque fora da Lei ninguém pode vencer, eis que retornam alguns dos implicados ao plantel da carne, a fim de que sejam postos em função os primeiros recursos conciliatórios. E como não existem mistérios nem milagres na Ordem Emanada, eis também que os mesmos interesses de famílias os terão que reunir e tornar realmente amigos. Por questões de famílias, desavieram-se e por questões de família far-se-ão de novo amigos. Antes estavam em lados opostos, motivo por que se chocaram, criando carma doloroso; agora estão ligados por laços de sangue, razão por que lutarão pela harmonização. E nas bases está a lei reencarnacionista, o instrumento de evolução e de redenção, lei até odiada pelos que se dizem ministros de Deus!...

Considerando o quanto é ridícula a conduta humana, quando para atender a seus mesquinhos interesses se esbate contra as leis de Deus, anuí:

Dentre muitos outros erros, esse é um dos piores, porque atenta contra o princípio de Justiça, de maneira direta e violenta.

Bastante contrariado, meu pai comentou:

Os que negam as leis de Deus são quase sempre aqueles mesmos que jamais procuram as investigações de modo acima de sectarismos e parcialidades. Fazem em nome do fanatismo que esposam, fanatismo que, infelizmente, tem nas bases alguns ou vários interesses temporais e mesquinhos. E como por princípio nenhum outro bem é de tão magna importância, como sói ser a libertação espiritual, entristece muito reconhecer que os bens mundanos constringem as verdades de Deus. Todavia, antes de mais nada, vamos movimentar os primeiros recursos, conforme os rogos de que fomos objeto, rogos aliás feitos com rigorosa atenção, porque movidos pelos mais vigorosos sentimentos, como costumam ser os sentimentos paternais.

Tomando a direção de modesta casa operária, num subúrbio de grande cidade, fomos deparar com a família reunida, comentando a questão. O relógio de parede estava assinalando o nadir, quando ali demos entrada.

Vamos deitar – disse a senhora da família, tomando no colo a menina, aquela que meu pai dissera ser, agora, a vítima de cruel perseguição.

Vamos ver em que dará mais este tratamento – considerou o pai de família, não muito seguro das possibilidades, consoante as radiações emitidas.

Quando nada seja a eles possível – disse a mulher – tudo fazem gratuitamente, sem objetivos de lucro. Confiemos, portanto.

Meu pai explicou-me:

Por intermédio de pessoa amiga, fizeram consulta em um Centro Espírita; e havendo feito alguns servidores as devidas investigações, encontraram os tristes acontecimentos do pretérito, ligados aos imperativos da lei ressarcitiva; isto é, em tempo de ser iniciada a movimentação dos recursos conciliatórios. Descobriram, enfim, que a Justiça os colocou em face da questão, em fase recuperativa, ocultando-lhes o conhecimento de causa. Todos estão sofrendo com o mal da criança, nem de leve supondo que são entre si velhos devedores, verdadeiros cúmplices de faltas gravíssimas. Temos aí, defronte a nós, os pais e cinco filhos, sendo a caçulinha a que sofre de ataques, aquela que traz a família toda em dolorosa apreensão.

Apesar de reconhecer a lei de Causa e Efeito, ou de Absoluta Justiça, dói na alma a tristeza que os domina. Sente-se que sofrem tremendamente.

Sem dúvida! Aí estão, no entanto, grandes senhores do passado, grandes endividados perante a consciência. O pai e a mãe pertenceram a uma das famílias beligerantes, enquanto os filhos pertenceram à outra. A criança que sofre o assédio cruel, hoje uma linda menina, foi naqueles dias um ardiloso matador traiçoeiro, homem que, mais tarde, também veio a morrer violentamente. Os dois espíritos monstruosos que a castigam, foram recrutados pelos adversários desencarnados, quando se deu o desligamento. Andaram trocando violentas perseguições, até poucos dias antes de renascer o grande matador, nesse corpozinho feminino. Mais tarde, sem o saberem, foram colocados frente a frente, continuando a perseguição, a fim de, pelo sofrimento, não só irem resgatando um pouco mais, como criando clima para o rompimento dos vincos odiosos, além de se irem engrenando as peças do processo intercessório.

Então – intervim – o ponto em que chegaram agora, depois de tantos recursos baldados, estava no programa judiciário?

Simplesmente. Fora elaborado programa, pelos servidores da Lei e da Justiça. Como são todos entre si devedores, e de modo geral perante a Lei, foram traçados os planos e colocados os indivíduos nos respectivos lugares. Alguns outros elementos estão no rol da família, como tios e primos, que também têm sofrido, embora sob outras condições e situações, além de tomarem parte nesta chaga viva e cruciante.

Como iremos agir? – perguntei, sequioso de ação, desejoso de saber como iriam reagir aqueles dois monstruosos elementos que envolviam a menina com os seus infernais propósitos.

Iremos agir – disse-me ele – de maneira a que sintam as influências de suas próprias atenções para com as verdades espirituais; importa mais o reconhecimento, por parte de todos, das realidades imortais e responsáveis, do que mesmo o caso em si. Tudo isso teve uma causa, que foi a inconsciência religiosa; e, por isso mesmo, importa mais a causa do que o efeito. O efeito, como deve compreender, será apenas o pretexto, visto como a grande questão é a confraternização pela educação.

Teremos a cooperação de outros servidores da Lei?

Teremos tudo quanto venha a ser necessário, uma vez que os familiares se prontifiquem a agir com consciência e vigorosa certeza. De um modo, porque sofrendo pela causa própria, muito já têm os seus elementos sofrido torturas tremendas; e de outro, porque hão de ser grandes servidores da Causa do Senhor. Desde que venham a ter bons conhecimentos, serão encaminhados a servir, porque desejarão expandir as verdades conhecidas. É isto, saiba, um vasto programa, que tenderá a se desenvolver, tendo por base apenas algumas sanguinárias inimizades do passado. É a Lei que se imporá, transformando perseguições em obras de renúncia, ódios de morte em trabalhos de amor, aversão à Lei em programas ideais. É sempre, Teodoro, a Verdade a se radicar nas almas, lastreando nas penas impostas as bênçãos do feliz aprendizado.

E para dar-me resposta direta, completou:

Assim que a menina esteja a dormir, quando os trevosos elementos começarem a persegui-la fora do corpo, faremos o devido. Porque assim tem sido, de alguns tempos a esta parte. Quando o espírito deixa o corpo, embalado pelos pensamentos de criança, pensando em seus amiguinhos e brinquedos, os dois monstrengos aparecem, causando terrível pânico. É quando a menina acorda, às vezes com gritos e gemidos profundos. Às vezes com ataques que duram alguns minutos.

Meu pai estava assim falando, quando chegaram alguns espíritos servidores, homens e mulheres, equipados de aparelhos esquisitos, como se fossem lança-chamas.

São trabalhadores do Centro de que lhe falei, desempenhando o rotineiro serviço de ronda. Atendem os casos possíveis, pois os serviços especiais ficam subordinados a outros. Neste caso, enquanto tivermos que lidar apenas com os dois monstros, isto bastará. Logo mais, teremos aqui médicos e passistas competentes, para reparar no corpozinho os estragos que já se evidenciam, pois a pressão contínua faz tender para as alterações patológicas.

Entrando no quarto, vimos que os dois vultos negros estavam a dois metros de distância da menina, porém ligados a ela por um tênue fio, um cordão que oferecia coloração distinta nos extremos, sendo azulado perto da menina e preto junto deles dois. Notava-se, também, que os dois estavam parece que ligados, como se fossem xifópagos.

Por que não nos vêem? – perguntei.

Por que estão brutalizados a ponto de estarem em piores condições de inibição do que os encarnados, do que aqueles que sofrem as restrições do corpo denso. O cordão que os une é por via das trocas contínuas de fluidos, é o vício ou trauma fisiológico. E como cada qual quer aproveitar mais o ato vampiro, pois a menina oferece vasto campo de energias para eles agradáveis, acomodam-se de comum acordo, evitando brigas e contendas que os prejudicariam mutuamente.

O chefe daquele grupo chegou-se à menina, aplicou-lhe passe, tendo ela ameaçado deixar o corpo. Quando olhou para o lado e viu os dois, soltou um grito e retornou ao corpo, continuando a gritar. Foi um alvoroço na família toda, pois foram vindo, um por um, para atender a pequena.

Vamos orar – disse a mãe – conforme nos ensinaram no Centro.

Por que não lhe dar água fluida? – acrescentou o filho mais velho, um menino de uns quinze anos, que se mostrava torturado.

Façamos tudo – aventou o pai, condoído.

A mãe colocou a mão direita sobre a cabeça da menina, que olhava para o local onde vira os dois vultos negros, mas sem dizer palavra. Vimos que orava com fervor, emitindo ondas de luz que variavam de cor e de intensidade. E como o seu trabalho estava sendo intensamente auxiliado, a menina sossegou e dentro em pouco adormeceu.

Procurem atuar sobre todos os familiares – disse o chefe do grupo – para que sintam o auxílio rogado.

Todos os servidores começaram a trabalhar, aplicando mãos e orando. O chefe do grupo veio a mim, dizendo:

Teodoro, eu o conheço bem, embora você não tenha lembranças de mim. Venha emprestar o seu apoio de espírito encarnado, de quem age como fonte de fluido animal eletro-magnetizado; venha colocar sua mão sobre a cabeça deste homem, o pai da menina, o menos esperançoso de todos, aquele que mais necessita de amparo moral. Faça-o como se fosse a um seu filho doente; faça-o como se a menina fosse sua filhinha.

Compreendendo suas intenções, falei-lhe:

Eu sei que o Amor é a grande arma de combate. Pode estar certo de que saberei ter piedade, pois embora sejam antigos inimigos e grandes devedores, também me reconheço humano, falho e pai de muitos filhos...

Auxiliado pelo chefe do grupo, meus fluidos foram canalizados para um ponto certo – o plexo solar. E de tal modo intenso fora o jato, que o homem sentiu a tangência, demonstrando admiração e algum receio primeiro, para depois serenar e enviar a Deus um pensamento de gratidão, pois se julgara de fato atendido.

Quando todos os familiares se haviam acomodado, o chefe do grupo falou:

Vamos retirar o espírito da menina, sem que vejam os infelizes. Eles irão seguindo, conduzidos pelo cordão, até certo ponto. Quando chegar a hora de vê-la, hão de querer atacá-la, como de hábito. Nessa hora, fiquem alerta, a menina será amparada por mim, e dois de vocês descarreguem os aparelhos sobre eles. É muito provável que procurem o corpozinho da menina, refúgio de longos anos e fonte de elementos energéticos. Se assim for, eu ficarei com o espírito da pequenina, onde quer que esteja, perseguindo vocês, os dois. Tenham cuidado, não descarreguem os aparelhos contra o corpo da menina, a fim de atingir os dois infelizes irmãos. Devemos agir com toda a prudência, para poupar à menina qualquer dano.

De fato, ele envolveu a menina em sua aura luminosa, forçou a saída e, conservando o cordão, foi se afastando devagarzinho, sendo acompanhado pelos dois. Nós também fomos atrás, pouco distante, observando o movimento dos dois. Quando em determinado lugar, o chefe tornou a menina exposta, adensando a sua própria aura e a da menina; ao invés deles dois atacarem a pequena espiritual, voltaram e foram agarrar-se ao corpozinho. Não falavam, mas emitiam rugidos longos e cavernosos, como se fossem uivos de feras ou queixas dolorosas.

Nós voltamos ao corpo da pequena, a fim de pôr em prática a ordem do chefe, conforme fora dada, sem atingir o corpo. Em vista, porém, de se acharem eles interpenetrados, isto é, os três formando um bloco, não pudemos agir, pois os jatos iriam prejudicá-la. Fomos ao chefe, seguindo o liame que unia a pequenina ao corpo, informando-o do ocorrido:

Não é possível atacá-los, porque estão interpenetrados os três!

O chefe voltou, com a pequena sob a sua proteção, tendo visto como as coisas se estavam passando. Foi então que entregou a pequena espiritual a um dos comandados, dizendo-me:

Você, que lastreia e pode fornecer elementos energéticos potentes, visto ser encarnado, ponha a mão na cabeça do corpozinho, procurando orar com todas as forças da mente e do coração. Eu farei o restante.

Volveu aos demais comandados, ordenando:

Não deixem que se escapem, ainda que seja necessário feri-los bastante. É bom que se adensem ao máximo, para agirem com toda a eficiência e rigor.

E a operação foi executada a rigor, pois as mentes e as consciências foram empregadas a todo fervor, reforçadas ainda pelos impulsos da piedade que a todos dominava. Depois de desligados e afastados, quando grunhiam como se fossem feras acuadas, nada mais foi preciso fazer, porque estavam como que atrofiados, sem poderem locomover-se. Pareciam dois monstros patetas, sonambulizados.

Que monstros! – exclamei, horrorizado.

O chefe do grupo socorrista, condoído, esclareceu:

A isso conduz a maldade. São muitas dezenas de anos que vivem perseguindo, malfazendo, brutalizando. Quando foram encostados a ela, para efeito de Justiça e cumprimento de programa, passaram a usufruir das vantagens que a encarnação oferece, com os seus imensos recursos fluídicos. Quanto mais foram descendo na escala vibratória, pela continuação do erro, tanto mais foram sentindo necessidade dos benefícios fluídicos. Por isso, foram cada vez mais se unindo e penetrando, invadindo a seara física da menina. Se não fosse de Justiça a interferência da obra socorrista, dentro em pouco a menina iria perdendo a noção de si, e, aos poucos, o fenômeno patológico ir-se-ia pronunciando, alterando-a anatomicamente.

Quer dizer – perguntei-lhe – que agora a menina ficará logo boa?

Atencioso, respondeu-me:

Não deve, segundo o programa traçado, ficar boa assim tão depressa. Este caso se apresenta como efeito, vindo na trilha de causas graves do passado; traz, porém, em seu bojo e mecanismo, elementos de causas e efeitos, como quase sempre acontece, devendo produzir benéficos efeitos para seus implicados, no porvir. Os grandes inimigos hão de se tornar amigos, além de virem a trabalhar nas hostes do Consolador. Iremos, segundo as atenções que os encarnados nos forem oferecendo, atendendo aos poucos, até a cura radical. Devem reconhecer a intervenção do plano espiritual, segundo a Vontade de Deus; devem estudar; devem chegar ao conhecimento de grandes verdades e devem desejar cooperar nas obras luminosas do Consolador em processo de avançamento. Isto, em resumo, quer dizer o seguinte: os grandes inimigos e errados do passado, por necessidade, devem procurar o Céu, colher seus benefícios e tudo consertar, além de se fazerem servidores da Lei.

Quem irá prejudicar a menina, de ora em diante, com o afastamento desses dois? – tornei a perguntar.

Simplesmente respondeu-me:

Os fluidos por eles deixados ainda farão muito mal por algum tempo. Não os retiraremos, para que a cura vá ocorrendo aos poucos. Caso contrário, levaríamos a menina-espírito para os nossos laboratórios, onde seria tratada em seu corpo perispirital, e cujos efeitos repercutiriam normalmente no físico. Poderíamos, também, se houvesse ordem, tratar de tudo no próprio corpo físico. Porque, afinal, tudo se pode quando as leis e as ordens estão a favor.

Obrigado pelas explicações – disse-lhe eu, satisfeito.

Sorrindo com bondade, redargüiu:

As lições pertencem à própria vida, e as explicações devêmo-las a quem deseja saber, para bem aproveitá-las.

Depois de se irem, levando prisioneiros os dois, perguntei a meu pai:

Então, papai, esses dois irmãos malfeitores não pertenceram ao grupo das famílias em luta?

Enquanto vagávamos a caminho do outro serviço, explicou-me:

Não pertenciam a nenhuma das famílias, havendo sido recrutados. Acontece freqüentemente que espíritos inteligentes e malsãos, principalmente entre os elementos feiticeiros, recrutam pobres criaturas que, por falta de valores adquiridos e ligações com os planos melhores, são forçadas a servi-los. Trabalham como escravos, porque escravos de fato o são, ficando sujeitos a castigos, se não quiserem atender aos chefes das falanges maldosas. Lembre-se de que isso é comum na Terra e por estes planos. Quem não faz questão de ser melhor, adquirindo o direito de amparo feliz, pode vir a ser presa de empreitadas criminosas, forçado por elementos maldosos da mais variada espécie.

Considero – aventei – que a passagem pela Terra, como encarnado, representa coeficiente enorme de direitos adquiridos, representando, mais ainda, grandiosa soma de obrigações. Assim considerando, penso que a grande maioria dos encarnados vive ao acaso, a esmo, fazendo transcorrer os dias sem aquilatar as tremendas responsabilidades daí decorrentes.

Com grave entonação, meu pai comentou:

Atacou, meu filho, o ponto crucial de uma grave questão de ordem espiritual. Ninguém nasce na Terra, para viver por acaso ou a esmo; a encarnação significa sagrado compromisso perante as leis de Causa e Efeito, visando a libertação final, a glorificação pelo desabrochamento dos valores internos. Infelizmente, porém, a grande maioria esquece os sagrados compromissos assumidos, relegando para planos inferiores os deveres de ordem moral. A criatura chafurda na carne, escraviza-se aos vícios, entrega-se aos domínios temporais. Pensa que o espírito seja coisa ulterior, diferente, estranha, adventícia... Considera os problemas do Céu como sendo problemas dignos de poetas e sonhadores, quando não de utopistas e quiméricos pensadores. No entanto, um dia encontrar-se-ão vivos depois da Morte, apenas sem a casca mais grossa, e desprovidos de qualquer categoria, realmente pobres de tudo! Saem do mundo como criaturas de sobrado, acostumados aos galardões sociais, e aqui virão a ser elementos de sarjeta, duendes e choramingões dos abismos! Isto é, serão tratados pelos problemas do espírito, assim como trataram dos problemas do espírito.

Realmente, papai, observo que bem pouca gente, no mundo, sabe tratar dos problemas do espírito.

Muito grave, parece que sentindo angústia na alma, anuiu:

Está com a razão, meu filho. Apesar de ser a Terra um compartimento do Céu, bem pouca gente lhe confere o devido respeito, usando-a como instrumento de ascensão íntima. O bolso e o estômago, as vaidades e o sexo, costumam poder mais, muito mais do que o bom senso, imensamente mais do que as virtudes exemplificadas por Jesus Cristo. A seguir, portanto, as trevas imperam e a criatura chora e geme inutilmente, sem ter para quem apelar, pois as dores e agravos representam apenas o produto de suas obras malsãs.

Estávamos entrando por um recinto a dentro, com o respeito que se deve ao ambiente familiar, quando fomos abordados por um senhor, um espírito raivoso, que nos interpelou:

Mais dois intrusos?! Quem os convidou aqui?!...

Encarando-o com autoridade, meu pai respondeu-lhe:

Convidar, alguém já convidou, pois do contrário não saberíamos do seu caso. Todavia, aqui viemos a serviço da Lei, pouco importando a sua opinião! É do Céu que nos vem a autoridade, compreendeu?

Furioso, gaguejando a valer, o homem ralhou:

Isto é uma farsa! É um canalhismo! Todo mundo, agora, faz patifarias em nome do Céu!... Onde está o Céu?!...

O Céu – respondeu-lhe meu pai – está dentro de cada um de nós. Porque somos todos herdeiros de glórias em potencial, glórias que devemos despertar, a fim de nos tornarmos livres e poderosos. Acontece, porém, que vivemos por acaso, cogitando de coisas mundanas, esquecidos de que, chegando a hora da morte, o panorama fatalmente mudará, terá que se defrontar com diferentes espécies de situações, quer interna, quer externamente...

Abanando a cabeça com acendrado amargor, ele nos advertiu:

E os senhores ainda acreditam nessas coisas?!... Deus, leis, espíritos, imortalidade!... Ainda há quem se dê a isso?!... Ora, façam outras coisas!...

Por que, então, não pode a morte contra a vida? Faz vários meses que você desencarnou, que deixou o seu corpo denso... E vive a molestar a uns e a outros, sem ser compreendido, sem ser ouvido sequer... Perambula de um lado para outro, fala com todos e ninguém fala consigo...

Esta noite falei com o meu filho! – interveio, triunfante.

Para causar-lhe um sonho infeliz – redargüiu meu pai, consciente.

O pobre homem ficou entre pasmo e revoltado:

Que situação!... Estarei louco? Será isto um manicômio?!...

Cheio de brandura, falou-lhe meu pai:

Jamil, ninguém está louco; apenas aconteceu que você desencarnou. Todos morrem um dia para o mundo, continuando a viver em espírito, com o corpo que lhe é próprio, segundo o grau de evolução. Você, Jamil, que viveu muito animalmente, que pensou muito nos interesses do mundo, nada fez pela melhora espiritual, vindo a desencarnar em estado de grande atrofia psíquica...

Atrofia psíquica?!... Isso é doença?!... – interrompeu ele, assustado.

Rimos, porque o caso era de rir, embora fosse também de lastimar; entretanto, passado o riso, disse-lhe meu pai:

É doença, Jamil, e das piores; porque é mal do espírito!

Do espírito!... – bramiu ele, acabrunhado.

Sim, do espírito... Quem gosta muito do reino do mundo, atrofia as virtudes do espírito, embrutece-o, torna-o pesado, chumbado ao mundo. É por isso que você desencarnou e ficou rondando a casa, molestando a uns e a outros, feito um fantasma malcriado...

Eu?!... E vocês o que são?... Também são fantasmas?...

Somos – explicou-lhe meu pai – espíritos servidores da Lei de Deus; aqui viemos para libertá-lo da tristeza em que se acha, porque, afinal, é mais ignorante e menos maldoso. Errou, cogitou apenas do mundo e dos seus quitutes, mas não cometeu males de maior gravidade.

Quem os avisou?

Meu pai informou-o:

Um seu familiar, que teve alguns contatos consigo, e por isso andou sofrendo perturbações, foi a um Centro Espírita e pediu auxílio. E como os pedidos sinceros movimentam os servidores deste lado, aqui estamos para o bem de todos. É uma questão de conhecer, não é uma questão de acreditar. Os tolos dizem que não acreditam, enquanto os inteligentes procuram aprender, procuram saber. Creio que você, Jamil, devia entrar para o lado daqueles que usam melhor a inteligência e o coração. Que me diz?

O homem que pouco antes estava raivoso, que nos interrompera o caminho com a brutalidade própria do estado em que se achava, agora estava atônito, desconfiado e medindo-se todo, procurando reconhecer se de fato estava morto ou vivo.

Mas eu estou inteiro!... Inteiro!... – gemeu, tristemente.

Nós também – disse-lhe meu pai – estamos inteiros; mas estamos vivendo no corpo perispirital...

Que é isso? – perguntou, enigmático.

É aquilo – disse-lhe meu pai – que a descrença jamais conseguiria destruir. Assim como a negação humana jamais poderia destruir a Deus e Sua Emanação. Porque são acima dos conceitos e preconceitos humanos, assim também o corpo perispirital é acima de cogitações. Um espírito, Jamil, nunca deixa de ter um corpo, nem que seja de gloriosa luz! Aqueles, no entretanto, que vivem para as verdades inferiores, mesmo depois da morte continuam a ter corpos densos e pesados. Você, Jamil, bem poderia melhorar depressa, pois não fez coisas muito erradas, a não ser que procurou gozar bem a vida, chegando a negar a existência de Deus, com o que mais se brutalizou.

Também fiz alguns bens, dei muitas esmolas! – alegou, justificando-se.

Exato. Por isso estamos a convidá-lo para melhores rumos, desde que se arrependa e proponha a reparar as faltas em serviços de fraternidade.

Abanando a cabeça, murmurou, em tom de lástima:

A questão é saber se morri de verdade!...

Isso – informou-o meu pai – cumpre a nós. Estamos autorizados a lhe dar as provas, desde que se compenetre das verdades de Deus.

Provas... Eu saberei que provas pedir?

Apiedado, propôs-lhe meu pai:

Para andar pela casa e não ser visto nem atendido, bastará que se acredite adoentado, enlouquecido, etc. Se nós quisermos, poderemos demonstrar que somos espíritos, com toda a facilidade e de muitas maneiras. Você, no entanto, não merece coisas assim... Nada fez para merecer avisos importantes nem alertas dignos de criaturas melhores. Porque, afinal, até para as razões mínimas, cada qual recebe segundo os merecimentos. Podemos, todavia, dar-lhe uma prova à altura de seus direitos. Quer aceitá-la?

Olhou-nos com a máxima desconfiança, perguntando-nos:

Devo confiar em sua palavra?

Mais do que Deus pôde confiar na sua conduta, Jamil – respondi-lhe.

Nada havendo dito nem comentado, ficara em silêncio a meditar. Visto sua incerteza, meu pai apanhou-o pela mão, dizendo-lhe:

Afianço que em tudo haverá sinceridade, a mais intensa sinceridade. Venha conosco e confie em Deus, que já é hora de fazer alguma coisa certa. Não observa que sua vida é infernal? Não vê que dormem todos os familiares? Não repara que os espíritos abandonam os corpos, e vão por aí em fora, sem lhe darem a menor atenção? Por que, afinal, deve apenas julgar-se um louco varrido? Ou todos aqui estariam com febres delirantes?

Conturbado ao extremo, balbuciou:

Não sei o que pensar... Não basta a vida para fazer sofrer?...

Não esqueça as bênçãos que o Senhor espargiu no seu caminho, Jamil. Tudo quanto chegamos a ter, bens e males, devem servir de lição edificadora. Você, que procurou gozar a vida, e gozou-a em larga escala, tem o direito de pensar assim? E aqueles, então, que nascem alijados de quase todos os bens, que atravessam a vida cheios de torturas, de aleijumes horríveis, ou que findam seus dias no fundo das piores condições e situações, quer seja como prisioneiros, quer seja como doentes incuráveis, ou ainda nas guerras, perdendo tudo, bens e famílias? Por que, não pensar naqueles que têm por casa as sarjetas, por regalia a esmola merecida e por graça alguma palavra afetuosa? Ademais, que lhe estamos oferecendo? Não é o direito de ter paz e trabalho?

Algum tanto animado, ofereceu-se:

Façam como julgarem melhor... Eu não sei o que desejar.

Eu também não sabia em que as coisas iriam dar, pois meu pai nada me havia dito. Assim que vi meu pai apanhá-lo pela mão direita, procurando sair para fora, fui colocar-me a seu lado, pensando auxiliá-lo. A questão é que fomos andando, até que depressa atingimos um bem conhecido cemitério, cujo portão se abriu à nossa passagem, assim como se abriam as portas, comumente, à nossa vontade.

O pobre Jamil estava estupefato, mas não ousava dizer coisa alguma; quando porém enveredamos pelo cemitério a dentro, teve um impulso de reação. Meu pai, que vinha mantendo oculto sorriso, perguntou-lhe:

Já está com medo, Jamil? Isto é apenas um depósito de matéria usada, nada mais, e que costuma cheirar mal.

Que temos com isto?! – perguntou ele, horrorizado.

Meu pai olhou bem, pensou e depois perguntou-lhe:

Permite que lhe faça a mesma pergunta dentro de dois minutos?

Jamil, sem poder pronunciar uma só palavra, emitiu um som ininteligível e fez sinal de sim com a cabeça; bem se via que estava transido de medo.

Venha, então, e confie em Deus – recomendou-lhe meu pai.

Quando chegamos defronte a um riquíssimo túmulo, perguntou-lhe:

Conhece?

Jamil respondeu, muito mal:

Conheço... É... É nosso... É da fa... família...

Meu pai ordenou-me colocar a mão direita na cabeça do pobre Jamil, fazendo a concentração costumeira. Por tudo quanto foi feito, eu sei que em dado momento estávamos os três junto a um defunto em adiantadíssimo estado de putrefação, exalando o pior dos fedores. Com aquilo tudo acontecendo assim de repente, sem aviso de espécie alguma, repeli com tanta violência a situação, que me vi num repente acordado, assustadíssimo e sentindo o fedor inaturável. Devo dizer que passei dias e dias sentindo aquele cheiro horrível, saindo não sabia de onde.

Uma noite, quando realizando a sessão costumeira, meu pai anunciou:

Como já lhe disse, Jamil vive atarantado, clamando a Deus por um recurso qualquer. Se não fosse aquele trabalho, quem o faria pensar nos destinos da alma? Quem lhe lembraria as finalidades sagradas da vida? As muitas riquezas e o grande apego ao mundo, fizeram-no escravo ferrenho da Terra, chumbado ao solo e aos gozos temporais. Dizia, em vida, que a Terra é para ser aproveitada, sugada para todos os efeitos. Embora não sendo ruim, nem maldoso, tantas pequenas faltas cometera, que de vergonha passara a não pronunciar o nome de Deus, vindo a, dentro de pouco, dar-se a comentários negativos. Foi aí que piorou, porque mentalmente forjou a separação vibratória. E como tudo quanto é de Deus, para ser e vigorar não precisa do beneplácito humano, eis que a morte o pilhou de improviso, como o tal ladrão da parábola evangélica. E nós, meu filho, fomos acordá-lo para a verdadezinha que mais lhe toca...

Logo estará melhor? – perguntei, interessado.

Hoje mesmo se comunicará aqui... E o fedor desaparecerá...

Por que, papai, tenho sentido o fedor horrível?

Meu pai sorriu, explicando-me:

Ele é devedor, sem dúvida; mas eu lhe tenho piedade, porque também o sou, e por ter encontrado quem usou para comigo de grande piedade, quando precisei. Eu é que o andei levando e trazendo, sem ele perceber, para que os seus pensamentos o beneficiassem. E tudo saiu bem, graças a Deus. Afinal, meu filho, muita gente há que não atende aos belos e bons conselhos, mas que sente a importância do próprio defunto, mormente quando putrefato e mal cheiroso, capaz de a um tempo ser nojento e pavoroso.

Pouco depois, Jamil estava comunicando, encarecendo as finalidades da vida, os objetivos do trabalho e as lutas do porvir. Não o fazia de acordo com a melhor ética, sentindo a importância natural das boas obras, através das quais se harmoniza com a Lei Geral de Harmonia, cuja resultante é a felicidade maior. Ele estava terrificado, e por isso procurava uma saída para a dificultosa e repelente situação. A sua boa vontade era de indústria, era sobreposta, cheirava a recurso de última hora. Por isso mesmo, falando-lhe por outro médium, avisou-o meu pai:

Suas credenciais, Jamil, perderam algum tanto de merecimento, em virtude da pouca ou nenhuma vontade em favor da Verdade; além das faltazinhas acumuladas, a demonstração de má vontade desfavoreceu algumas oportunidades, por isso mesmo vindo a sofrer a compressão da Lei. Tivesse feito bom uso de nossos conselhos, ao lhe falarmos pela primeira vez, e teria sido melhor tratado; isto é, seria encaminhado em melhores condições, sem o tremendo impacto que sofreu, e que vem mantendo sua mente em sobressalto desde aquele dia.

Humildemente, anuiu:

Reconheço minhas faltas e meu descaso para com o Senhor... Não posso, entretanto, prosseguir assim, cheio de dores e de tormentas de variada ordem. Bem sei que estão a par de minha tristíssima situação; quero lembrar, todavia, que o mau cheiro me fez revirar o estômago, pondo-me a vida infernada! Peço a sua atenção, a sua clemência...

Eu sei – interrompeu-o meu pai – que agora pensa assim, todo reverência aos Poderes Superiores; é lamentável que só agora assim o faça. Por que, não pensou antes, dessa maneira? Por que, não nos ouviu em tempo?

Tenho sofrido tanto!... – gemeu, contrito.

Bastante fez sofrer, diga assim. E se não fossem as caridades que andou fazendo, sabe por ventura em que plagas estaria e como? Quem erra, Jamil, sempre espalha o sofrimento ao seu redor, além de insinuar para que outros também o façam. Observe que, nestes últimos dias, sofrendo horrores por causa do mau cheiro que andou arrastando consigo, foi também passando aos outros o mal-estar, as náuseas e ânsias de vômito, inclusive os desesperos. Se tivesse ouvido as nossas palavras, teria poupado a si grandes males e aos outros infelizes influências. Os familiares e alguns outros, inclusive meu filho que aí está ao seu lado, todos se viram atingidos pelo seu sofrimento. Onde passava, e conseguia atingir com as pestilentes radiações, ali deixava o mal. Observe, para efeito de aprendizado; porque as lições decorrem da vida comum e amanhã terá que ensinar a terceiros. Terá que dizer, pelo menos, que as nossas glórias dependem de nossas realizações nos domínios do Amor e da Sabedoria; isto é, que somos juízes em causa própria. E que, acima de tudo, é mais prudente atender a um bom conselho do que tremer e berrar à frente de uma grande tortura. Terá que dizer, enfim, que aos filhos rebeldes cabe a dor, enquanto que os inteligentes se acomodam ao bom senso, poupando-se de erros e de torturas.

Ato contínuo mandou-o pensar em Jesus Cristo, lembrando-lhe:

Uma personalidade significa um tom vibratório na escala dos valores universais. Pensar em alguém, e fazê-lo com o melhor sentimento possível, é forçar a sua aura individual através do grau geral. Quem consegue atingir elevado grau de concentração, naturalmente atinge o ponto ideal de realização. Queremos que pense em Jesus, eficientemente, equipando os recursos de sintonia de que é possuidor.

Ao cabo de pouco, à custa de muito esforço, conseguia algumas vantagens, sem o auxílio alheio. Foi então que, por ordem de meu pai, apliquei-lhe a mão sobre a cabeça, procurando beneficiá-lo. E o foi, porque ele dera de si a boa vontade que devera dar. Isto é, agira bem na função de religar.

Quando passara a render graças a Deus, pelas melhoras obtidas, foi meu pai quem comentou:

Eis aí como temos andado em caminhos errados, e como temos pensado mal a respeito de Deus. Agora deu de pensar bem e conseguiu o bem; quando, porém, Deus o proibiu de fazer antes? Estas melhoras estavam ao seu dispor desde quando? É bom, portanto, irmos aprendendo as lições melhores, reconhecendo que temos vivido a julgar a Deus e Sua Justiça, quando as questões dependem de nós mesmos. Em Deus tudo é questão de leis regentes, e isso data da Eternidade! Quem força as portas do conhecimento e procura agir bem, esse é que faz a Vontade de Deus. E a Vontade de Deus, saibamos, é de sempre e para sempre!

Quando se foram, encerramos os trabalhos, rendendo graças pela feliz oportunidade; mais uma vez, desejando servir, fôramos grandemente servidos.



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PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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