“Caríssimos, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de Deus...” - I Ep. de João, cap. 4.
Aqui está certíssimo, porque espírito de Deus reflete a perfeita interpretação, no consenso popular. De Deus, Santo, Bom, de Verdade, etc. Tudo aquilo que signifique qualificação por discernimento.
Como os Atos e as Epístolas provam, o prato do dia, em seguida ao Pentecostes, era a comunicabilidade dos espíritos, almas ou anjos; e o Apóstolo João cuidou de alertar os cultivadores do Consolador, para o devido discernimento dos espíritos comunicantes.
“As coisas ocultas do seu coração se fazem manifestas, e, assim, prostrado com a face em terra, adorará a Deus, declarando que Deus verdadeiramente está entre vós.” - I Ep. Coríntios, cap. 14.
Assim eram os Santos Espíritos que ensinavam naqueles dias, dando provas do Batismo de Revelação, convencendo a todos através de fatos mediúnicos. Neste capítulo, onde Paulo ensina a fazer sessões mediúnicas, pode-se dizer que se concentra o Néctar do Profetismo, porque este capítulo concretiza a Promessa feita através dos Profetas, demonstra a Graça da Revelação trazida a toda a carne por Jesus e ensina o Molde das Sessões, cópia exata do Pentecostes.
A Igreja de Deus, como diz Paulo no capítulo quinze, de quem fora ferrenho perseguidor, era a expressão dos três sentidos da Lei de Deus; era o cultivo simples da Moral, do Amor e da Revelação totalmente anticlerical, totalmente antiidólatra, totalmente a favor da Linha Mestra, feita à base do Saber e da Virtude.
Havendo Roma atraiçoado o Batismo de Espírito, o Saber, a Virtude e a Revelação desapareceram da Terra, chafurdando a Humanidade na negação, no materialismo e na brutalidade.
O protestantismo, não sendo catolicismo nem a Igreja Restaurada, é, entretanto, fábrica de discursozinhos falazes e de blasfêmias contra o Batismo de Espírito. Isto se explica muito facilmente, pois tendo havido necessidade de preparar os alicerces da Restauração, antes de vir Elias como Kardec, para trazer de novo o Consolador, foi preciso que viessem Wicliff, Huss, Joana D'Arc, Lutero e Giordano Bruno. E aqueles que não têm conhecimento de causa, tomam os primeiros passos pela caminhada toda... Se fosse para não haver a grande eclosão mediúnica do Pentecostes, a grande sessão pública de Espiritismo, também não precisaria vir Jesus à carne.
E, portanto, se não fosse para ser arrastado de novo o Consolador para o seio da Humanidade, também não havia necessidade de virem os Missionários da Restauração. Para ficar em letras e discursozinhos falazes, que nada provam das verdades fundamentais do Profetismo, poderia ficar sossegada a besta apocalíptica... Saiba, quem tenha vontade de saber, que por PALAVRA DE DEUS sempre foi tida a Revelação, o Instrumento Divino de Informação, conforme disse Jesus no capítulo dezesseis de João: “E quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos ensinará todas as coisas....”
Os modernos Nicodemos, que querem ser Mestres quando nem sequer servem para bons discípulos, por isso mesmo fazem berreiros sobre a pessoa de Jesus, enquanto blasfemam contra o Espírito de Verdade, nome das Falanges Mensageiras do Senhor.
A Humanidade terrícola ainda é apenas um capítulo da História do Ridículo, pois não existe nela erro algum que se não queira impor em nome do Acerto, nem ignorância alguma que se não queira impor em nome do Conhecimento. Seus arautos querem mais ensinar a Deus do que aprender com Deus...
“Voltou o cão ao que havia vomitado, e a porca lavada tornou a revolver-se no lodaçal.” - Segunda Ep. de Pedro, cap. 2.
O humilde pescador, que tantos testemunhos dera do Batismo de Revelação, como se encontram registrados nos capítulos um, dois, sete, dez e outros, dos Atos, bem fizera em dizer que isso aconteceria. O Caminho do Senhor, nome da Doutrina Excelsa deixada pelo Cristo, durou até trezentos e vinte e cinco, tendo a seguir sofrido corrupção, até mesmo completa liquidação. Para cúmulo da aberração, falsificaram os documentos e fizeram questão de impor a blasfêmia contra a Revelação em nome de Pedro, ele que em Atos, capítulo dois, fora o primeiro a proclamar Jesus como sendo o derramador do Espírito sobre toda a carne, como sendo o Celeste Executor daquela Promessa feita em Joel, capítulo também dois, e de outras dezenove afirmações do Velho Testamento.
Pobre Pedro! Há dezessete séculos que, montada a besta apocalíptica sobre a cidade dos sete montes, conspurca a Excelsa Doutrina do teu Amado Jesus, fundamentada nos três sentidos da Lei, e o faz em teu nome.
Pobre Pedro! Tu que te fizeste crucificar de cabeça para baixo, por te julgares indigno de o ser como Jesus, por quanto tempo ainda verás que homens apalhaçados, vergados ao peso de mil e uma idolatrias e blasfêmias, em teu nome cometem todos esses crimes, induzindo a Humanidade a cometê-los também?
Humilde servidor de Jesus! Equipa as tuas legiões amigas e batalha contra o monstro corruptor. Proclama à Humanidade que a Doutrina do Mestre é um misto de Sabedoria, Virtude e Revelação. Brada aos homens, teus irmãos, que a libertação das almas deriva de uma inteligência lúcida e de um coração referto de bondade. Exclama que jamais foste um traidor do Batismo de Espírito, um fabricante de paredes frias, paus e pedras surdos e mudos, porque foste, no dia de Pentecostes, o primeiro a levantar a voz como testemunha da Graça da Revelação, trazida a toda a carne por Jesus-Cristo.