A
MENTE E AS SUAS FUNÇÕES
Deus, a Essência Divina Onipresente,
Onisciente e Onipotente, que em Si mesmo tudo engendra, sustenta e determina, é
por nós indefinível. Em Deus a condição essencial, e as de espaço e tempo,
jamais poderiam ser por nós analisáveis, se é que tem cabimento, ao pensar em
Deus, cogitar de origem, espaço e tempo.
O Ilimitado é o Ilimitado! Os seres
relativos, Seus filhos, uma vez evoluindo a ponto de ingressar cada vez mais na
Divina Ubiqüidade, na Virtude Divina que Lhe caracteriza o poder de ser
Infinito e Eterno, vão também, cada vez mais, conhecendo e refletindo as
infinitas virtudes do Pai Divino.
As iniciações antigas repetiam que Deus,
o Ser Total, Estático em Si mesmo, Se revelava Dinâmico em Seus filhos ou na
Sua Manifestação ou Emanação. Os Excelsos Espíritos, diziam, são os Respiros de
Deus.
Como age Deus, em Si mesmo, para
Manifestar ou Emanar? Também para isto há explicação iniciática, pois havia e
há o conceito de uma parcela descendente, ou de uma descida de Deus em Si
mesmo, para Se tornar a chamada Criação. E temos aqui um conceito honesto,
inteligente e digno, pois pretender fazer ou criar, do Nada, é um simples apelo
à infantilidade. Para afirmar o conceito de Emanação por Manifestação, e
Manifestação por auto-elaboração, Jesus reafirmou o conceito Védico-Hermético
que afirma - “Vós sois deuses!”
Qual o processo usado, para Emanar? Se a
Essência em Si mesma tudo contém, há que haver um começo de ação, de
pronunciação inteligente, para que, conseqüentemente, haja movimento e daí a
elaboração, a obra feita ou apresentada.
MENTE é a palavra usada! Mente foi,
Mente é e Mente será sempre! Todavia, não se conhece uma palavra ou conjunto
delas, que possa definir o que é a MENTE DIVINA, a NATUREZA INTRÍNSECA de ser
inteligente. O que é fato, entretanto, é que essa Natureza Intrínseca de ser
inteligente é um dos Divinos Atributos de Deus, ou da Essência Divina que assim
designamos, na ausência de palavra própria. Porque nenhuma palavra há que possa
definir Deus, o Princípio Sagrado.
Considerando porém a MENTE DIVINA, temos
que considerar a Mente Humana, ou das centelhas emanadas de Deus. Os filhos
contêm, em potencial a princípio, mais ou menos a quantia dos Divinos Atributos
de Deus? Esta pergunta é conseqüente, desde que haja a necessária condição de
Manifestação ou da chamada Criação da parte de Deus.
E aqui afirmamos que sim,
categoricamente; porque deuses somos, como dizia o Védico-Hermetismo e como
Jesus o reafirmara. Aquela Glória manifestada por alguns dos Grandes Iniciados,
aquela Glória manifestada pelo Cristo Inconfundível, não eram mais nem menos do
que as Glórias de Deus, que eles veiculavam, porque podiam veiculá-la, pelo
fato de haverem, por evolução, sintonizado com o Princípio Sagrado. Mera
questão de entrosamento na Divina Ubiqüidade! Mera questão de participação nas
Virtudes Divinas!
Ora, se assim se passa com referência a
uns Divinos Atributos, por certo há que se passar com outros, inclusive a MENTE
DIVINA. A MENTE DIVINA é nos filhos, é nas centelhas manifestadas, a Mente
Humana. E quem poderia dizer de sua montante, de seu alcance, ao atingir o
filho de Deus o Grau Crístico, e ao estar um tal filho de Deus livre das peias
carnais? Qual é, por exemplo, o Raio de Ação de um espírito como Jesus, fora da
carne, livre das restrições que caracterizam o espírito encarnado?
Quem O tem visto, sabe que Ele é um Sol
Divino, um Sol que ultrapassa a tudo quanto é imaginável, comparando com a luz
do nosso sol material. E como tudo quanto os filhos possuem, deriva do Sagrado
Princípio, aí temos uma palidíssima idéia do Esplendor de Deus, ao mesmo tempo
que aí temos, uma demonstração do que viremos a ser, pois todos devemos, por
evolução, atingir o Grau Crístico.
Como poderíamos figurar a Mente Humana?
Como diremos alguma coisa do Pensamento Humano?
No centro de cada ser humano, figuremos,
está a centelha de Deus. Ao redor e de modo ou forma concêntrica, estão as
coroas ou faixas de energias altamente intensas, diremos potentemente luminosas
e vibrantes. Estas vão diminuindo de luz e de intensidade, até atingir os
elementos mais grosseiros do corpo astral. E para os encarnados, até atingir as
células mais densas ou sólidas do corpo físico. E como comprovante, fica
ressaltado que não existe corpo algum sem o seu respectivo organismo
fluído-eletromagnético. Este organismo funciona bem ou mal, melhor ou
piormente, conforme lá no centro a Mente Humana funcione.
Como a Mente Humana seja, melhor ou
pior, assim irradiará em forma ou sob a denominação de Pensamento, assim
impondo ordens em forma de ondas ou correntes, e ondas ou correntes que
influirão normalmente, que normalmente causarão efeitos, benignos ou malignos,
e também segundo o vigor ou a intensidade com que sejam aplicadas. É a chamada
lei de ideoplastia, de forjamento pela força do pensamento. Apenas, é de bom
alvitre considerar que o pensamento jamais seria, se a Mente Humana não fosse.
E que a Mente Humana também jamais seria, se não fosse a MENTE DIVINA, a Sua
Divina Origem.
Como é sabido que temos, os encarnados,
uma Aura Etérica, que se estende mais ou menos para fora do corpo denso, cumpre
dizer que esta será o retrato fiel da Mente Humana que a está emitindo. É a
Aura Etérica de cada um, para todos os efeitos, o espelho onde suas idéias
estejam sendo projetadas, em forma ou sob a condição de pensamento plasmado.
Isto é - da Mente Central parte a onda, atravessa as zonas primeiras de luz,
penetra as partículas já grosseiras do perispírito, vindo a se mostrar fora, na
Aura Etérica, depois de se veicular pelo corpo físico.
A um encarnado menos afeito às coisas do
espírito, e sem faculdades que lhe possibilitem ver tais coisas e seus
reflexos, isto parece imaginação. Entretanto, a vidência, a clarividência e a
psicometria, principalmente esta, irão demonstrar cada vez mais o vastíssimo
campo de verdades sublimes, que se encontra ainda muito longe da imensa
maioria. Viver é movimentar, movimentar é evoluir, e evolução significa
participação na Ordem Divina.
Aqui, agora, cumpre lembrar a exposição
já feita, sobre a evolução do corpo astral ou do perispírito, até vir a ser Luz
Divina, ou igual ao Segundo Estado de Deus. Sabeis como funciona a Mente
Humana, uma vez tenha atingido o Grau Crístico? Sabeis o que seja um Espírito
Harmônico, dito antigamente Integral ou sem a forma humana; porque tendo a
forma de um Sol Divino? Sabeis o que é uma centelha cristificada, unida à
Divina Ubiqüidade, irradiando Sua Mente através da Luz Divina, sem encontrar
impedimento algum, em corpo grosseiro algum, nem mesmo etérico?
Todos os estudiosos da antigüidade, e os
modernos, consideram muito sobre os centros energéticos chamados Chacras no
perispírito e Plexos no físico. Não padecem dúvidas de que tais centros
funcionam normalmente, enquanto o espírito faz a sua escalada evolutiva. Antes
de entrar na espécie humana eles se vão formando e caracterizando. Milhões de
anos concorrem para isso. O principal, entretanto, é o seu gradativo, o seu
lentíssimo metamorfoseamento, o seu desaparecimento na Harmonização Psíquica.
Quando o corpo astral se vai aproximando do Segundo Estado de Deus, ou da Luz
Divina, é porque os tais Chacras e Plexos se vão paralelamente sublimando,
eterizando, até perderem suas características anteriores de todo.
Quem é, porém, que governa esse
movimento, nas centelhas, nos filhos de Deus? Qual o agente que contém o poder
de acionar tudo, a começar das coroas energéticas? Se já dissemos que a
condição da Mente Humana deriva da sua Filiação Divina, ou por ser derivança da
MENTE DIVINA, é porque a Mente Humana ou Central é o Centro Motriz, é a
Alavanca que tudo pode movimentar e deve movimentar.
Segundo, pois, o grau evolutivo do
indivíduo; segundo, pois, o momento ou a razão circunstancial, assim o filho de
Deus estará acionando de dentro para fora, agindo em seu benefício ou para seu
malefício. Por isso mesmo que a divisa iniciática antiga dizia e a moderna
repete - “Não basta fazer o Bem, o que importa é ser Bom.”
Qual a inteligência desta assertiva
impassável e intransferível para todos os filhos de Deus? Jesus sentenciou que
é preciso perseverar até o fim. E quem duvida de que a dúvida seja a mãe dos
fracassos? Como atingir o autofazimento, o desabrochamento do Cristo Interno,
sem haver pertinácia na Verdade, no Bem e no Bom?
Terminando este capítulo, assinalamos a
necessidade de lembrar aquilo que somos, derivança da Essência Divina, por
força do Poder Emanador da mesma Essência Divina, pelo Seu auto-emprego,
através da MENTE DIVINA. Como foi da MENTE DIVINA que surgimos, aprendamos a
nos valer de Sua mesma derivança, que é a Mente Humana, que é a nossa Herança
Maior. É por esta razão que Jesus repetiu, milhares de vezes durante o curso da
vida, que o filho tem em si o decorrente Poder Criador. Assim como o Pai Divino
agenciou em Si e Emanou ou Manifestou a chamada Criação, assim é que nós temos,
que Seus filhos têm, o poder de acionar dentro e fora, engendrando o Reino de
Deus.
Não somos mais aqueles espíritos
inferiores que eram conduzidos pelas forças telúricas, ou cedendo aos
automatismos naturais do meio-ambiente. Não mais estamos agindo, também,
segundo os imperativos dos instintos apenas animais. Já somos a herança de um
vastíssimo passado, o produto de uma prolongadíssima caminhada evolutiva. Não é
favor, portanto, colocar a Mente Humana em justaposta condição com a MENTE
DIVINA, para operarmos em nós e fora de nós aquelas melhoras que nos cumprem,
até que tenhamos atingido o Reino do Céu interior, único modo de se transformar
a Terra naquela Jerusalém Eterna de que trata o Apocalipse.
Fica dito, entretanto, que a cada um irá
sendo dado segundo as suas obras; que ninguém espere pelo seu próximo, para
fazer o máximo de Bem e de Bom, porque a cada um cumpre o seu dever de
autofazimento. O Divino Molde, que é Jesus, não tomou conselho senão na Lei de
Deus. Veio para vivê-la e não para derrogá-la, o que importa que todos saibam e
respeitem.
Fora da Lei de Deus não há Mente Humana
que funcione bem. Quem lembra a Lei de Deus lembra a Moral, o Amor, a
Revelação, o Saber e a Virtude. Sendo exato e normal que a parte de Deus é
Eterna, Perfeita e Imutável, que cada um faça o devido, a respeito de sua
parte, que é apenas o que lhe cumpre. Em lugar de tratar de Teodicéia, trate de
ser decente na sua conduta social.
O Espiritismo, a Súmula Profética, assim
o dirá eternamente. Porque estas verdades são acima de espaço e de tempo.