Introdução
“Se fôsseis bons, teríeis sempre
convosco a palavra de Deus” – Jesus
Por
palavra de Deus tinham, nos tempos proféticos, a comunicabilidade dos anjos,
espíritos ou almas, cujo ministério é advertir, ilustrar e consolar. Confundir
a ação dos Santos Espíritos Mensageiros, com o Espírito Santo terça parte de
Deus, produto das adulterações clérico-religiosistas, isso é obra de muita
ignorância ou recalcada má-fé.
“Vós que recebestes a Lei por
ministério dos anjos e não a guardastes” – Atos,
cap.7
Moisés
recebeu a Lei de Deus, o Código de Conduta, por cima do qual ninguém jamais
passará, por via mediúnica. Não existem milagres nem mistérios na Ordem Divina,
e sim o trabalho da Mensageiria Divina, dos Santos Espíritos, que obedecem ao
comando das Direções Planetárias, dos Cristos e Seus Imediatos.
“Daqui em diante vereis o céu aberto
e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do homem” – Jesus
Os grandiosos fenômenos mediúnicos
produzidos por Jesus, pelos que foram antes de Jesus e contemporâneos, e os que
serão produzidos em todos os tempos e locais, nunca serão misteriosos ou
milagrosos, e sim apenas o trabalho dos espíritos comunicantes. Entretanto, os
que mentem em nome da VERDADE, os religiosistas, dizem que a Revelação é coisa
de Belzebu, etc.
“Duros de cerviz e incircuncisos de
coração e ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo: sois como vossos
pais” – Atos, cap.7
Aqueles
mesmos que afirmam os avisos de Gabriel, a ida de Jesus e três apóstolos ao
Tabor, para confabular com Moisés e Elias, e os que dizem que Jesus tinha os
espíritos ao Seu redor, e que afiançam todos os fenômenos revelacionistas da
Escritura, esses mesmos são os que se contradizem, dizendo que o Espiritismo
não é menos do que coisa de Belzebu. Se soubessem que os ignorantes, covardes e
hipócritas jamais herdarão os reinos superiores, certamente fariam outras
coisas, dariam o devido testemunho da VERDADE.
Quando Jesus, o que deixaria a Divina
Modelagem e batizaria em Espírito ou Revelação, veio ao mundo carnal, já orçava
por mais de duzentos e quarenta mil anos que a comunicabilidade dos espíritos
era cultivada, porém em termos secretos ou esotéricos, como testemunham os mais
antigos documentos. Por isso Moisés, versado nas duas kabalas, ou no
Zoroastrismo, que por sua vez descendia diretamente do Búdico-Vedismo, assim se
expressou:
“Quem dera que o Senhor desse do Seu
Espírito a todo o povo, e que todo o povo fosse profeta”.
E como por evolução
tudo tende a se unir, as humanidades encarnada e desencarnada tendem a se
infusar ou comunicar, eis que o Senhor manda o aviso:
“E há de ser que, nos últimos tempos,
derramarei o meu Espírito sobre toda carne, e vossos filhos e vossas filhas
profetizarão, vossos velhos sonharão sonhos e vossos mancebos terão visões” – Joel, 2, 28
Só restava que isso acontecesse, que
alguém fosse o Celeste Enviado, e vede como Dele falou o Precursor:
“Aquele sobre quem vires descer o
Espírito, e repousar sobre ele, esse é o que batizará em Espírito” – João Batista
E
o Celeste Enviado, que tinha as Legiões Espirituais com Ele, e nisso batizaria,
assim foi dizendo, enquanto esteve na carne:
“Mas o Consolador, o Espírito Santo a
quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará
lembrar do que vos tenho dito” – Jesus
No
dia do Batismo de Espírito, no Pentecostes, como o Livro dos Atos dos Apóstolos
trata perfeitamente, no capítulo dois, eis como Pedro testemunhou:
“De sorte que, exaltado por Deus,
havendo recebido do Pai a promessa do Espírito, a este derramou sobre nós, como
vedes e ouvis” – Atos, cap.2
Estava
sendo cumprida a promessa de Deus, aquela desejada por Moisés, para que todo o
povo fosse profeta, medianeiro do Céu, e observemos como Pedro dá testemunho de
Jesus, como o transmissor da Graça da Revelação Generalizada:
“Porque a promessa a vós pertence, e
a vossos filhos, e a todos os que estão longe, quantos chamar a si o Senhor
nosso Deus” – Atos, cap.2
Sim, essa foi a Graça trazida e
deixada por Jesus, a Revelação Generalizada, e que, com a Sua Divina Modelagem,
havia de ficar para sempre, como disse o Mensageiro Gabriel, quando avisou a
Maria sobre ter que vir a ser a Sua Mãe material. A Graça da salvação de graça,
que as falsas interpretações pregam, bem como as liturgias, os simulacros, as
vestes fingidas e as nobiliarquias clericais, ou tudo que seja formal, não
pertence ao Evangelho Aplicado de Jesus Cristo. Ele vivera no meio do povo e
ali mesmo cultivara o trato com os anjos ou espíritos comunicantes, produzindo
aqueles grandiosos fenômenos de cura e outros, e se Roma, com o seu Império em
decadência, não tivesse aparecido, para forjar sua igrejinha idólatra e
sanguinária, atraiçoando a Excelsa Doutrina do Caminho, vinte séculos depois
nós não precisaríamos estar aqui a dizer isto, nem a Humanidade estaria à beira
do Dilúvio de Fogo, isso tudo de materialismo e brutalidade que por aí está,
filho da ignorância das coisas do espírito, filho da traição romana contra a
Revelação generalizada pelo Cristo.
Por que, não se repetem nas igrejas
clericalizadas e idólatras, aqueles fenômenos de que tratam os capítulos um,
dois, quatro, sete, dez e dezenove, do Livro dos Atos dos Apóstolos?
Por que, nessas igrejas formulistas e
formalistas, não se repetem aqueles acontecimentos de que Paulo trata, nos
capítulos doze, treze e quatorze, da Primeira Carta aos Coríntios?
Não percebem, os deturpadores ou
mistificadores, romanos e derivados, que fabricando e impondo a blasfêmia
contra a Revelação Generalizada pelo Cristo, tudo encaminham à ignorância e à
brutalidade? Não percebem que as coisas estariam em condições divinamente boas,
se tivessem deixado tudo como Jesus deixou, com a Revelação em pleno
funcionamento, advertindo, ilustrando e consolando as gentes?
Vamos dizer, então, que tudo isso
está consumado, que as profecias apocalípticas sobre a Besta Corruptora deviam
ser cumpridas e foram. Vamos assim dizer, por ser verdadeiro, como verdadeiro é
que a Restauração devia vir, através do Profeta Elias. E vamos dizer que, assim
como no tempo dos Profetas e do Cristo, os donos da maquinola clerical, com
suas mentiras e seus interesses criados, suas articulações político-econômicas,
de Livro Sagrado em punho saíam a campo a fim de perseguir, judiar, massacrar,
degolar e crucificar os Arautos da Verdade, assim mesmo o fazem agora.
É
o imperativo da ignorância e da má-fé, muito mais de má-fé do que de
ignorância, isso tudo que vai pelos rincões da clerezia e dos seus derivados,
porque estão em jogo o bolso, o estômago, o sexo, o orgulho, o egoísmo e uma
terrível filiação conseqüente.
Sim, é muito fácil
viver falando no Céu, e em nome do Céu, enquanto vão trilhando e fazendo
trilhar os caminhos do inferno, da blasfêmia contra as leis de Deus e o
testemunho dos Arautos da Verdade, testemunhos dados através de obras e não de
formalismos idólatras ou discursozinhos histéricos e mentirosos, desses que
gozam de fartura nos ambientes ditos reformistas, onde tudo é conversa, muita
conversa, porque dizem que os Arautos da Verdade faziam, produziam atos que os
testemunhavam como delegados do Céu na Terra, enquanto eles mesmos, os
fabricantes de discursos histéricos, com seus discursos vazios vão ganhando a
vida material e complicando a vida espiritual, deles mesmos e dos infelizes que
os acreditam, e os acreditam porque são enganados em nome de Deus.
Capítulo I
Estas minhas palavras iniciais,
apontando os textos bíblicos que comprovam estar as igrejinhas clericalizadas e
transformadas em comércios idólatras em tempo de falência, aqui ficam como
medidas de confissão de culpas, porque eu sabia estar praticando o erro, quando
aí peregrinando. Perambulei por muitos ambientes e observei muitos fatos,
comparei com os textos bíblicos e soube que a comunicabilidade dos espíritos é
fenômeno comum e recomendável, bem assim como me capacitei de que não existe a
salvação de graça nem a importância libertadora dos atos sacramentais, das
liturgias e de todo e qualquer ato formal.
Capacitei-me disso para mim, porém
não tive a suficiente dose de força moral para tomar a atitude que seria a
compatível, abandonando o erro e ensinando aos semelhantes a fazerem-no também.
Embora sentindo, de quando em quando, um repelão de consciência, uma como que
acusação terrível, o fato é que continuei na mesma, escondendo a Verdade e
vivendo à custa da mentira que impingia aos semelhantes. E para maior vergonha
ainda, ao ser inquirido por alguns sobre o Espiritismo, sobre o Batismo de
Espírito ou Herança de Jesus Cristo, continuava a dizer as mesmas e culposas
palavras, que aquilo era coisa de Belzebu, etc. Mas a vida continuou, e embora
fosse um bom padre ou um bom homem a outros respeitos, pois vivia simplesmente,
exclusivamente para os deveres formais de um agente da igreja romana, com o
passar dos dias a morte veio. Com a doença, uma pneumonia dupla, senti crescer
em mim a responsabilidade do que conhecia, pois muitas vezes já me houvera
perguntado, sobre quem daria testemunho da Verdade, se todos fizessem como eu.
Sempre tive uma derivativa, alegando que houvera prestado juramento para com a
igreja romana, que estava sendo sincero ao juramento. Porém agora, nos portais
da vida espiritual, parecia crescer uma onda interna que dizia ser perante a
Justiça Divina, e mais ninguém, que tinha contas a ajustar.
Extraído do livro: O CÉU MARAVILHOSO