ESTÃO DE PÉ OS GRANDES INICIADOS
“Cristo é Grau, não é nome, portanto é
IMPESSOAL. Jesus representou o Grau Crístico diante do mundo, para revelar o MODELO,
o Grau que todos devem atingir.
Os Grandes Iniciados foram enviados do Verbo
Planetário, e nunca ficará bonito, a alguém, menosprezar o trabalho dos
missionários da VERDADE e da VIRTUDE.
Também, com diferentes nomes e em diferentes
épocas, voltaram à carne e forçaram a evolução da humanidade. O Espiritismo
lhes deve o trabalho, quase todo, embora os fanáticos sectaristas assim não
possam admitir.”
Uma questão que devia ser bastante
apreciada pelos encarnados, pelo fato de todos terem vivido nos mais diferentes
continentes e países, é a das Antigas Revelações; porque além de haver uma
unidade prevalecendo na Revelação Total, que é o Cristo, cuja Doutrina é o
Caminho da Verdade ou da Libertação, essa unidade é formada de todas as Antigas
Revelações, acrescida daquilo que elas não tinham, que é o caráter
generalizado.
Os reinos espirituais sempre existiram,
mas o conhecimento deles nunca foi revelado, como nestes últimos tempos, com a
restauração da Doutrina do Caminho; entretanto, se nunca tivesse havido Antigas
Revelações, primeiros informes, como teríamos tido as Modernas Revelações, as
informações complementares?
As raças e os povos sempre se estenderam
pelos continentes, muitos deles já desaparecidos e esquecidos, porém as
conquistas evolutivas ficaram nos espíritos, que era onde deviam ficar, para
florescerem em futuras civilizações, em outros continentes, e marcando
importância em outras raças.
E se hoje a humanidade se encontra neste
estado evolutivo, sofrendo tamanhas convulsões pelo fato de Roma ter adulterado
a Doutrina do Caminho; se o materialismo cresceu, afogou o espiritualismo,
principalmente no continente europeu, a realidade que é premente, no caso,
ressalta de bem poucos espíritos terem subido, desde muitos séculos, às regiões
superiores. Tudo foi truncado, tudo brutalizado, tudo sensualizado. Além de a
Excelsa Doutrina não ter invadido o mundo, como foi anunciado pelo Senhor no
primeiro capítulo do Livro dos Atos, ainda mesmo no Ocidente a sua produção
caiu, fez pouco e muito errado.
Também devemos considerar que nos ciclos
antigos, após alguma Revelação Maior trazida por algum emissário do Cristo
Planetário, as coisas tomavam rumo menos interessante, enveredavam para
mercantilismos, fanatismos sectários, politiquismos truculentos, monopólios
imensamente criminosos. Roma não inaugurou coisa alguma ao adulterar a Doutrina
do Caminho; ela repetiu, a seu tempo, antigos crimes perpetrados contra a
essência doutrinária. E se o fez piormente, foi porque truncou a generalização
doutrinária, trazida pelo próprio Cristo Planetário.
Foi um convite por nós recebido, para
subir a reino um pouco superior, que motivou alguns comentários entre a gente
do nosso reino, por dias e dias após; é que as coisas passadas na crosta
imediatamente repercutem aqui, influem para melhor ou para pior, conforme aí
aconteçam.
Deviam falar vários mestres, como de fato
falaram; e tudo girou em torno das Revelações Fundamentais, atingindo o Cristo,
com o Seu Batismo de Revelação, passando depois para a corrupção romana, tornando
a surgir fulgurante com o advento da restauração, com o nome de Espiritismo.
Porém não começou com Kardec, o
Codificador, mas sim lá bem atrás, na Europa do século quatorze, com a ordem do
Cristo Planetário, de serem iniciados os trabalhos restauradores, de onde
surgiram no plano carnal aqueles vultos que se chamaram Wicliff, Huss, Joana
D’Arc, Savonarola, Lutero, Giordano Bruno, etc. E dos frutos daí derivados, em
liberdade e traduções de livros, houve a possibilidade de vir Kardec,
acompanhado de muitos companheiros, trazendo de novo o Pentecoste, a grande
eclosão mediúnica dos meados do século dezenove. Era apenas o retorno do
Batismo de Revelação ou Espírito, tal como se acha exposto no segundo capítulo
dos Atos, que fora a Graça trazida para toda a carne por Jesus Cristo.
Tudo ouvimos, debaixo de um silêncio
profundo, naquele dia que correspondia, na crosta, ao lançamento de O LIVRO DOS
ESPÍRITOS; porque os encarnados festejavam o retorno da Excelsa Doutrina do
Caminho, e o plano espiritual festejava a data comemorativa da renovação
intelecto-moral da humanidade, pelo conhecimento das verdades básicas.
Como nossos reinos são belos, límpidos,
perfumosos, floridos e musicais, por muitos motivos as grandes festividades são
comemoradas em lugares amplos, campinas ou vales, de modo que possam abrigar
multidões de seres. Sobre como acomodar as multidões, disso não tratamos,
porque aqui nada molha e nada suja, desde que a matéria é dominada, não domina.
E para mais alto tanto mais belo, tanto mais dominável pela força do pensamento
ou das disposições ambientais.
As disposições ambientais são aquelas que
pertencem ao todo, ao reino, sendo as individuais aquelas que ficam
subordinadas ao gosto de cada um, no seio da ordem geral. Isto, que saibamos,
prevalece em todos os reinos; porque o todo pertence a todos, mas os matizes
são de ordem pessoal.
Assim é que foi erigido um palanque, de
onde deveriam falar os mestres vindos de reinos superiores. Como foi
construído? Como poderia ser construído? É natural que se pergunte, pois os
elementos materiais variam muito, de acordo com os reinos ou suas respectivas
hierarquias. Pode-se falar em pedreiros e carpinteiros que trabalhem os
materiais densos, como na crosta, como pode-se falar em técnicos que movimentam
os elementos astrais, materializando casas, templos, escolas, hospitais, etc.
Mas, fica saliente, tudo segundo os
merecimentos, nada fora dos direitos adquiridos pelas obras. O todo pertence a
um nível geral, ao padrão, enquanto as partes, os gostos individuais, dependem
dos méritos também individuais. No seio do plano geral é que cada um poderá ter
o que deseje, se merecer.
O palanque foi construído pelos técnicos
mentais, mestres da arte e competentes em força mental, e fora construído sobre
uma elevação. A multidão ficou sentada na relva macia e cheirosa, disposta em
porções, repartida no painel florido e perfumado, perfeitamente à vontade.
Não foram as sentenças do livro que
motivaram as falas, mas sim o motivo histórico, o fato cíclico, a razão moral
que determinou a reposição das coisas no lugar, conforme as palavras do Cristo,
no tempo certo e por quem deveria fazê-lo com a devida autoridade. O
Espiritismo é o Evangelho, o Divino Exemplo de Jesus, em plena continuação.
Repetimos que é a EXEMPLIFICAÇÃO da Lei de Deus vivida, e não a escravização aos textos, à letra, que foi escrita por quem entendeu como pôde e depois
sofreu corrupções, por conta de quem quis corromper.
Portanto, como realidade
histórico-profética, Kardec remontou a Jesus, Jesus sucedeu a Moisés, Moisés
sucedeu aos Patriarcas, estes remontaram em linhas gerais a Henoch, tendo este,
por sua vez, remontado ao longuíssimo período Búdico-Védico, somando tudo um
tempo que vai além de duzentos e quarenta mil anos. E se fôssemos falar dos
vultos intermediários, quantos teríamos que lembrar? Todavia, sem colocar no
meio deles o Cristo Inconfundível, repetimos que os Grandes Reveladores não
foram dez, sendo os demais, figuras altamente colocadas na hierarquia
planetária, porém de menos categoria.
É um absurdo considerar o Espiritismo uma
Revelação Distinta, à margem de todos os demais ciclos evolutivos ou das
Antigas Revelações; porque a humanidade é a mesma, que vem subindo na escala,
embora considerando os fatores migratórios, e os trabalhadores da Seara do Senhor,
eles mesmos têm vindo, de tempos a tempos, em falanges ou grupos, trabalhar
pela movimentação dos valores doutrinários. Um maior que encarne, para cumprir
função mais elevada, certamente força o acompanhamento de legiões, que fazem o
movimento se estender pela humanidade.
Foi isso o que falaram mestres de reinos
superiores, recomendando não tomar o Espiritismo como uma nova seita ou
religião, por ser ele a reposição no lugar da Excelsa Doutrina do Senhor, que é
a Verdade, a simples Verdade Fundamental em exposição. Se houver quem erre,
quem menos entenda, quem corrompa, quem faça dele comércio ou instrumento de
suas sanhas egoístas ou vaidosas, assim como fizeram com o Caminho do Senhor,
de quem é a restauração, isso é com quem assim agir e não cabe culpa à Doutrina
em si.
Nenhum Grande Revelador, e menos ainda o
Cristo Inconfundível, jamais pretenderam fabricar verdades básicas; eles foram
reveladores e nada mais, tendo Jesus Cristo sido, como Divino Exemplo, uma
representação da Síntese Geral. Vede bem que viveu a Lei, batizou em Revelação
e deu exemplo definitivo da Ressurreição Final do espírito.
Essa foi a festa comemorativa do livro
básico que, embora tendo muito em que ser estendido ou completado, contém as
matrizes doutrinárias. Jesus disse tudo quanto sabia? Kardec completou a sua
obra? Há na Terra alguma coisa perfeita?
Ao findar sua palestra, o último orador
lembrou perante o Cristo Planetário a todos os Grandes Reveladores da
antigüidade, agradecendo a todos e endereçando ao Verbo de Deus uma comovente
saudação. Num ímpeto, a multidão levantou-se, ficou estática, com os olhos
pregados no orador. Ele olhava para o Alto, mas para o Alto no sentido
Celestial e não geográfico, tendo se transfigurado diante de todos,
revelando-se um pequeno sol multicor.
A sua glória foi aumentando, todos
entraram a orar com muito fervor, pelo que começou a subir do meio da multidão
uma tênue fumacinha, que foi variando em colorações, até que tudo ficou
iluminado de modo estranho, muito diferente do que o comum; e foi então que das
alturas, do imenso azul puríssimo, foi surgindo uma multidão gloriosa, luminosa
e cantante. Tudo aquilo descia, parece que o Céu vinha ao nosso encontro, todo
transformado em luzes e espíritos gloriosos, sons divinais e maravilhas incontáveis.
Ao chegar a uns quinhentos metros, de
vossa medida, aquele Céu rumou para o lado das montanhas, que ficava atrás do
palanque, tendo-se ali postado. Fez um silêncio profundo, como se os mundos
todos dormissem, por um minuto, pelo menos, do vosso tempo. E começou, a
seguir, o mais lindo cântico que até então tinha eu ouvido, um hino endereçado
a Jesus, o Verbo Divino.
Do Céu dos Céus, direi assim, envolto em
multidões gloriosas, porém banhadas de infinita simplicidade, vinha o Cordeiro
de Deus, o Modelo da Ressurreição Final do espírito, também feito como a imagem
da Divina Simplicidade. Não sei como dizer isto, mas sei que Ele estava muito
mais simples do que as Suas legiões, e tanto assim era, que chegou perto de
todos nós, imenso na Sua Glória, porém meigo, igual, acessível, participante de
tudo em nós, como se estivesse dentro de nós, sentindo o que nós sentimos,
vivendo o que nós vivemos.
Depois de volitar ao redor da multidão,
sempre rodeado de multidões gloriosas, foi também ficar atrás do palanque, indo
todos os Seus maravilhosos acompanhantes para trás d’Ele, formando um arco-íris
inenarrável. E como podemos ver longe ou perto, até certo ponto, sem sair do
local, com a Sua Glória essa faculdade aumentou, porque a gente se sentia estar
no Seu colo, nos Seus braços, no Seu carinhoso amplexo.
Pensei tudo, menos que Ele fosse falar;
mas falou, umas palavras musicais, e tão simples, tão natural, que me pareceu
ter sempre ouvido aquela voz, aquelas palavras, aqueles conselhos, aquele
convite ao Supremo Amor. Se quiserem saber o que disse, digo apenas que repetiu
aquelas palavras do Livro dos Atos. Porque afirmou que esteve, está e estará
sempre com todos os filhos do Pai Divino, desde que os filhos do Pai Divino
queiram ficar com a Lei. Depois disse algumas palavras, sempre divinamente
simples, sobre a festividade, dizendo de Sua felicidade pelo fato de retornar
ao meio de Seus comandados o Batismo de Revelação. E com um firme tom de voz
numa entonação diferente, como que se uma lei falasse ou decretasse, lembrou
que no Seu Batismo de Espírito estava a
Sua nova vinda, o Seu perene regresso para junto da humanidade. Ouvi-O
dizer perfeitamente que muitos
encarnados O veriam em espírito, por intermédio de suas faculdades, fazendo
isso lembrar as antigas promessas, fazendo reconhecer que o Pai prometera e que
Ele, o Seu Verbo, cumprira em verdade a tudo quanto fora prometido.
Seria estultice de minha parte, sequer
pretender passar ao papel tudo quanto de glorioso foi visto e ouvido, naquela
manifestação do Nosso Senhor Jesus, o Cristo Planetário. Isto que digo,
portanto, é apenas o muito mínimo.
As Suas legiões gloriosas entoaram outro
hino, de Graças ao Eterno, e nós vimos que Ele, inclinando a lucilante cabeça,
entrou a orar ou aquilo que eu creio tenha feito. Todos fechamos os olhos do
espírito, num outro ímpeto, entrando em fervorosa oração de Graças ao Eterno.
Quando abrimos os olhos, o Céu estava se recolhendo, toda aquela multidão
estava subindo, estando Ele no meio, agora convertido numa Fonte de Luzes, num
Divino Chuveiro de Luzes.
Tentei descrever o que vi e senti,
compreendi e vivi, naqueles instantes em que participei da Sua Glória, estando
certa que Ele, o Nosso Divino Mestre, participou de minha humílima vida. Acima
de tudo, sei que Ele sempre nos transmite a Sua Mensagem Mental, conclamando à
Moral e ao Amor, à Verdade e à Virtude. Se quisermos ouvir a Sua Mensagem,
podemos fazê-lo, porque Ele fala a todos e de maneira muito simples, através de
tudo quanto a Verdade encerra, através de tudo quanto o Amor contém, à margem,
porém, de qualquer sentido sectário.