Capítulo XV
Estávamos, dias
depois daquela gloriosa manifestação do Céu, conversando e tecendo
considerações em torno de vários assuntos. Primeiro foram comentados os lugares
de treva densa e terríveis sofrimentos, depois as zonas menos densas e de menos
sofrimentos, depois as faixas ensombradas ou já de primeiros socorros. E como
de costume, o final é reconhecer a Sabedoria Divina, que tudo dispõe e faz
funcionar, para que cada um vá recebendo segundo os seus merecimentos.
Depois
vieram as conversas sofríveis, porque cada um começou a fazer comparações entre
as mentiras ensinadas pelas religiões e as Verdades que todos vêm a encontrar
por aqui. E os dois antigos protestantes (porque aquele reverendo já estava
formando na comitiva de aprendizes da Verdade sem rótulos e acima de
manobrismos comercialistas terrenos) lastimavam o tempo perdido, e o tempo que
milhares de outros perdiam, no mundo, ouvindo ignorâncias, erros e absurdos,
como se fossem palavras de Deus e decretos eternos. Realmente, a mania de
inventarem rituais e escapulários, absolvições e perdão de culpas,
sacramentismos e outras tantas formalidades, e impô-las como se fossem essas
artimanhas as que libertam o espírito, e através de uma única vida, é uma
falsidade muito grande, vale por traição escabrosa praticada contra legiões de
filhos de Deus. E o protestantismo, com as suas manias de pretender lavar os
pecados no sangue de Jesus, e com isso adquirir o direito de blasfemar contra as
Leis Divinas, o que representa, a não ser uma arapuca desalentadora, obrigando
a viver e a desencarnar ignorante?
Porque uns e
outros, errados de variantes modos, comparecem diante da vida espiritual, e no
seu seio, mal informados e mal colocados, cheios de falsas esperanças e de
terríveis desilusões, quando poderiam compreender a realidade, a Origem Divina,
o Processo Evolutivo lento e seguro, e a Sagrada Finalidade a ser aos poucos
atingida, com o espírito gozando as vantagens palmo a palmo conseguidas, pois
muito antes de atingir a Unidade Crística, gloriosas alegrias celestiais se lhe
fazem merecidas.
Extraído do Livro: O Céu Maravilhoso
Extraído do Livro: O Céu Maravilhoso
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