PELA
ORDEM CRONOLÓGICA
Amados
amigos, pela ordem cronológica das sucessivas Revelações, o
Espiritismo significa o ponto mais avançado. No entanto, não é por
esse crivo que deveis considerá-lo. É pela sua essência realista,
pelo seu fundo moral, científico e filosófico, e, acima de tudo,
por ser prático, por ser experimental. Deveis, tendo em vista tais
fatores, compenetrar-vos do seu imenso poder de influência social em
geral.
Quantos
milhares de anos vos separam dos Vedas? Para cima de oitenta mil,
segundo bons amigos destas regiões. Em seguida, os Budas, Rama,
Krisna, Hermes, Zoroastro, Moisés etc., etc. No entanto, amados
amigos, quem derramou sobre a carne um ESPÍRITO INFORMANTE? Quem
precisou de ser primeiramente martirizado, para depois cumprir tão
grata promessa?
Não
vos perturbeis com o que dizem os filhos da corrupção doutrinária!
Aquele Espírito Santo de cujo batismo fala bem o segundo capítulo
do Livro dos Atos, não será detido pelo muito de falta de brio que
comportam as religiões humanas, idólatras, fetichistas, rotineiras,
exploradoras e politiqueiras! Um Poder Supremo ordena em contrário,
e, só resta que o cultiveis em Pureza e Sabedoria.
Rememorando
tal dia, crescida a Jerusalém das raças e dos povos, e fundindo em
um só amplexo divinal, o Consolador vai abrangendo a terra inteira,
por falar a todos a linguagem de confraternização. Naquele dia, não
houve acepção de raças, de credos, de cores, de bandeiras, de
nacionalidades etc. Uma só VERDADE para uma só HUMANIDADE!
Compreendeis, pois, a significação do Pentecostes?
Considero
sobremodo o tempo presente, época de transição, de violentos
choques, onde os menos avisados perdem a noção dos fatores e, não
raro, lançam-se pelos abismos, segundo a voragem dos vícios, das
corrupções em geral. Quero, por isso, lançar meu apelo,
precisamente quando um novo marco a terra está transpondo, rumo aos
seus melhores dias.
Quis
falar aos velhos, aos moços, às crianças. E falei, mercê de Deus.
Já disse que não adiantam negações e nem fanatismos. O que vale é
saber e praticar ainda melhor. A Suprema Lei, que é íntima a tudo e
todos, não se move por pieguismos que tais. Nem se nega com a
negação de quem quer que seja. Dei-vos, pois, o exemplo vivo,
tangente e imortal. Este lado da vida está abarrotado de tais
testemunhos! Não formeis, portanto, na fila dos proscritos!
Deus
é em tudo e todos o CENTRO GERADOR, onipresente e onipenetrante.
Amai a tudo e todos, com inteligência e bondade, para poderdes
aplicar bem a vossa liberdade pessoal. Eis aqui, amigos, a grande
questão.
Quem
sabe aplicar bem a sua liberdade pessoal? É preciso que o espírito
cresça o suficiente, em Pureza e Sabedoria, para fazer de si mesmo a
melhor aplicação. Depois disso, classificará bem os elementos em
geral, a fim de utilizá-los. Só assim não praticará asneiras. Só
assim fará uso decente de tudo e todos. Só assim honrará bem ao
que é igual em Origem, em Plano e em Finalidade.
Quero,
pois, terminar. Mas quero fazê-lo à custa de um trecho da mensagem:
“CONSOLADOR, O UNIFICADOR RELIGIOSO”. Quero reproduzir um grande
aviso, quero passar avante uma prece que vale por um programa de
vida, na terra e em nossas regiões, onde humanidades vibram, lutam,
anseiam, evoluem e oram o cântico da UNIDADE entre Deus e o que é
Seu – a chamada Criação, que para nós é Emanação Divina. Eis
o trecho:
“Como
vês, espírito amigo, um outro impulso move o mundo humano, desde
Joana D’Arc no sentido de restauração do Cristianismo e
unificação dos credos. É a idade cíclica quem pede contas aos
fatores históricos, sendo que estes reclamam ao homem, melhores e
mais avançados conhecimentos. A terra, meu irmão, carece de
reformas profundas, de revigoramentos de períodos em períodos. E os
últimos cinco séculos distinguem-se pelo conteúdo evolucionário
mais potente jamais vivido ou imaginado. Tudo o que era só local
toma caráter universal. Tudo o que os grandes vultos, os Vedas,
Rama, os Budas, Moisés, o Cristo, disseram empiricamente, deve ser
dito e provado de modo prático.
A
era do falar na Verdade já foi; a era nova reclama o ver, o viver a
Verdade. O tempo que compreende de cinco séculos para cá, no seu
espírito de renovo, nada mais faz que preparar campo para as
sortidas mais grandiosas, para a grande unificação religiosa, que
se processará nos milênios próximos. E é por isso que te dizemos,
para que compreendas o porquê
de tantas e sucessivas manifestações do plano astral, baldeando
para o recesso humano, conhecimentos profundos, práticos, vigentes,
reais. É por isso que se diz ao homem encarnado, que em qualquer
plano de vida, na carne ou no além carne, a função de viver é
parte integrante da própria Verdade. Que se processa em condições
normais. Que não deve imaginar em planos milagrosos, misteriosos,
porque o céu ou o inferno jamais estiveram fora do próprio homem,
jamais foram alheios ao homem.
Queremos,
espírito amigo, que o homem se compreenda como funcionário de Deus
em Deus, onde quer esteja, honrando a função, para o único serviço
imortal, que é a autoglorificação. Basta de viver na terra como se
fosse um degradado! Chega de querer comprar o céu externo por meio
de fraudes, de sacramentos mentirosos! Levanta-te em ti mesmo, nas
ações sociais diuturnas e, forja o céu com o vigor da Verdade
expressa, através de obras dignificantes.
A
Verdade é Deus. O homem é Verdade, por ser emanação divina. Viva
o homem a Verdade em si, no culto de si em Deus e de Deus em si, que
tal é a norma redentora. Fora da CONSCIÊNCIA DA UNIDADE tudo é
falso, entenda quem puder! E o que transmito é recado de miríades
de grandes e insignes vultos, numa conclamação unitária e feliz,
num convite à elaboração do céu interno. E todo e qualquer ato
humano, que concorra para a emancipação interna do próximo, será
tido como a maior oferta a Deus, no Santuário de Sua Essência, que
é o íntimo de tudo. Ama-te, pois, no teu irmão! Deus é AMOR e a
lei é amar.
A
tua prece, portanto, deverá ser prática, precisa, vigorosamente
realista, tal como o é Deus em ti, a Vida em si, o céu interno, a
mais premente e augusta necessidade; a tua oração deve ser o
pensamento do trabalhador, do artista, do cientista, do verdadeiro
crente, que é ação local e necessária, no âmbito do infinito e
eterno movimentar. Porque, em triste mister labuta, todo aquele que
desconhece a necessidade de ação presente, imediata e necessária.
Um elétron ou um grão de areia, um homem ou um planeta, um sistema
ou uma galáxia, todos o que devem fazer é desempenhar a função
devida. Nada mais. E para isso fazer, meu amigo, preciso é te
compenetres dos fatores locais e da própria função. Se o que é
matéria o não faz, por ser inconsciente, por qual razão poderá
deixar de o fazer o homem?
O
homem está tão incrustado no céu, o quanto o céu o está no
homem. Basta de antropomorfismos! Basta de mentiras teologais! E por
isso, quero que ores no plano real da vida de relações. Tu, o teu
próximo, tudo o que te for essencial à vida e à edificação, são
presentes e locais. O espírito sofredor, o atuado, o órfão, a
viúva, o doente, o nu, o faminto, são lições de vida. Por que
queres ficar nas sala de aulas e pensares no estudo, na lição que
ali não seja ministrada, que ali não venha a ser ensinada, coisa
ficciosa e alheia ao meio e às tuas necessidades? Amigo, aprende na
vida a ser prático. Aproveita o tempo de estadia na sala de aula,
que é o viver onde a Divina Providência julgou acertado e
necessário. Não te furtes ao dever, pensando em céus estranhos e
longínquos, milagrosos ou misteriosos, vindos por meio de
formalismos dos homens!
Tantas
vezes volverás à carne, quantas vezes traíres o mandato para com
os irmãos em geral e necessitados em particular. Porque a
Providência te colocou no lugar preciso e devido. Um espírito é um
aluno; uma condição é um ensino necessário. Que importa vás
a um culto religioso qualquer, se não atenderes primeiro e acima de
tudo ao irmão que geme, que precisa de tua solidariedade? Que é
religião, afinal de contas? É fingir diante de Deus e dos homens?
Pois se és templo de Deus, como tudo o é, adora a Deus no bem fazer
aos teus irmãos. Essa é a norma que te ensinou o Divino Modelo.
Quero
que vivas esta oração, no envio de ondas mentais, no raciocínio,
no trato com os semelhantes. E ela te fará iluminado, feliz,
triunfante, porque é a própria vida em execução, é a função
maravilhosamente exposta. Em outros tempos, outros missionários
ensinaram grandes orações, modos de aplicação do poder mental.
Mas isolaram o homem de Deus, como isolaram Deus de Sua Obra. Um
crime, um grande crime, portanto. Eles ordenam, eles querem, que
deixes tais ensinos, tais erros, tais crimes. Querem que vivas em
Deus do mesmo modo que Deus vive em tudo que é Seu. Ora, pois,
assim, compreendendo o espírito da prece, e não a forma material: