“Primeira Carta de Paulo a Timóteo, cap. 4.”
A Revelação, a comunicação dos anjos, espíritos ou almas, anunciara o que se daria nos últimos dias da Doutrina do Caminho, que foi com o ato de Constantino, fundando o catolicismo e decretando a blasfêmia contra o Sagrado Ministério da Revelação. Quem ler o capítulo encontrará o motivo da corrupção; que por imposição de legiões espirituais maléficas, tudo encaminhou às clerezias fazedoras de simulações, com proibição do matrimônio e muitos outros erros daí derivantes.
É necessário ter cuidado com o emprego da palavra DEMÔNIO, que é grega e só quer dizer ESPÍRITO, não querendo dizer bom nem ruim, de Deus ou contra Deus; isto é, bem ou mal propositado. Esta palavra é usada pelos capciosos, que fazem da letra morta e da blasfêmia contra a Revelação o seu sectarismo, pelo fato de saberem que o povo, ignorante como é em sua maioria, nada sabe em matéria de discernimento, fazendo uma confusão muito grande, da qual confusão os bispos, pastores e reverendos tiram seus proveitos subalternos e capciosos.
“Satanás” – I Timóteo, cap. 5.
O último Zoroastro, que bem se saiba, foi o inventor do
diabo ou Satanás, com o fito de amedrontar e pretender
separar os pólos Bem e Mal. Do Bem, o Pai é Deus; e do mal,
o pai é Satanás. Por mais que façam vasculha, nas tradições,
tudo se resume nisso.
No capítulo quatorze, de Isaías, Lúcifer é alegoria, é
parábola, não é realidade. Como se um anjo ou espírito de
Deus se revoltasse, e quisesse chegar a ser mais do que Deus,
assim estava fazendo Nabucodonosor, querendo assaltar
mundos e fundos, para os sujeitar debaixo de seus tacões;
e um espírito, um anjo do Senhor, comunicando-se pelo
Médium ou Profeta Isaías, assim o admoestou, contando-lhe
aquela parábola.
Deus não tem contendor! Ninguém é coisa alguma contra
Deus! Existem apenas espíritos que, por ignorância, se
rebelam, negam e fazem relativos males. Mas a hora de liberdade
relativa chega, sendo que serão punidos, sendo que
terão que pagar as dívidas, ceitil por ceitil. Somente Deus é
Senhor e Seus Santos Desígnios não voltarão atrás.
Todavia, a tradição do Satanás é ainda uma tremendíssima
fonte de rendas, uma armadilha com a qual certos homens
espertalhões, abusando da ignorância das gentes, muito bem
se locupletam.
Dizer que Paulo andou acreditando em Adão, Eva, Satanás
e outras xaropadas é avançar demais no campo do ridículo.
O Bem e o Mal colocam-se diante dos filhos de Deus,
como as iniciações antigas ensinavam, para que estes fossem
vencendo, triunfando, divinizando seus caracteres. A Lei de
Deus, os Dez Mandamentos, bem que dizem o que é necessário
fazer, para jogar bem com o sagrado relativo direito de
livre arbítrio, para triunfar contra o Mal à custa de praticar o
Bem.
Satanás é a ignorância, a mentira, o orgulho, a inveja, o
ódio, a vaidade, a luxúria; Satanás é o símbolo da contradição, da perversão; Satanás é aquilo que sai das consciências
mal formadas, porque é de dentro das pessoas que saem as
coisas ruins. Quanto a espíritos sofredores, como Jesus os
andou expelindo, é normal que todos venham a expeli-los.
São criaturas desencarnadas, ou espíritos mal intencionados,
que deverão ser doutrinados. Quem prestar obediência
a Jesus, reconhecerá que andou expelindo os ruins e andou
tendo contato com os Moisés e Elias. Evangelho foi, e é, a
vida vivida por Jesus.
Cuidado, pois, com o Satanás de dentro, que o de fora é
de invenção humana, sendo que ainda vive muito bem usado
pelos donos de clerezias. Satanás, se de fato existisse, não
mandaria a ninguém ser blasfemo do Sagrado Ministério
da Revelação, como o fazem os pseudo ministros de Deus;
porque, por mais satânico que fosse, teria um pouco mais
de inteligência e decência de conduta, para não cometer
tamanho crime.
Satanases são aqueles que fazem das coisas do espírito um
meio de vida, e por isso inventam mentiras e simulações para
se prevalecerem. E se quiserem bem entender, onde quer
que não haja o bom profetismo, não pode haver Cristianismo
de modo algum. E o profetismo indicará, eternamente, o
caminho da Lei de Deus
Osvaldo Polidoro
O Novo Testamento dos Espíritas
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