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“Consultai as escrituras.” - Jesus.
O Velho Testamento foi queimado por Saul, e foi
restaurado no tempo de Esdra, sobre lendas e ditos do povo. Só de Davi para
diante é que os livros do Velho Testamento são de próprio punho, nos originais
hebreus.
O Novo Testamento se compunha de duzentos e
cinqüenta e sete manuscritos. A primeira seleção reduziu-os a oitenta e sete, a
segunda a vinte e oito e a Vulgata constitui o resumo, segundo os interesses do
imperialismo despótico e sanguinário de Roma. No quarto século foram feitas
coisas escabrosas com os escritos apostolares; foram cometidas adulterações
tremendas, além de terem sido mortos os cultivadores do Batismo de Espírito, e
de terem sido destruídos os Cenáculos Iniciáticos de todos os recantos do
Império Romano.
Jesus
foi crucificado duas vezes - uma vez em nome de Moisés, pelo Sinédrio e pela
súcia farisáico-saducéia, e outra vez por ordem de Constantino ou do Império
Romano.
O Batismo de Espírito voltou através de Elias,
com o nome de Espiritismo, precisamente por ser a restauração do Batismo de
Espírito, que a Jesus custou a vida.
A verdadeira Escritura é a Revelação, é a
Palavra de Deus, sempre viva e servindo assim - advertindo, ilustrando e
consolando.
E o Profeta ou Médium é muito responsável,
porque ele é o intermediário, o servo da Mensageiria Divina. Quando o Médium ou
Profeta se desequilibra, os santos espíritos afastam-se e os espíritos
ignorantes e capciosos interferem, ensinando a trair a Lei de Deus.
Para quem quiser atender, isto é fundamental:
O Documento Fundamental é a Lei de Deus.
O Evangelho foi a vida que Jesus viveu.
Jesus é a Lei Viva, é Moral, é Amor e é
Revelação.
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“E havendo entrado em casa do
fariseu, se sentou à mesa.” - Evangelho.
Jesus sentou à mesa e conheceu mais um capítulo
da hipocrisia. Porque o fariseu tudo observava por fora, e nada podia
considerar do que havia por dentro. Para o fariseu, a Madalena devia ser
expulsa, enquanto que ele, todo formalista e exterior, devia ser glorificado.
Jesus, entretanto, repetiu muitas vezes que uma tal mulher pode valer mais do
que uma multidão de fariseus...
O ignorante simples é digno de toda
consideração.
O ignorante presunçoso é digno de admoestação.
Nenhum erro deve ser justificado, mas ao
pecador penitente sempre se deverá a obrigação de tolerância e de ajuda na
redenção.
Observai isto: enquanto, logo mais, Jesus era
crucificado pelos sinedristas e fariseus, Maria Madalena chorava ao pé da cruz
e viria a ser a primeira pessoa a ter contato com o Cristo-Redivivo.
O Espiritismo é a Restauração do Batismo de
Espírito; que ninguém o transforme num cenário farisáico.
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“Marcos, cap. 10.”
Este livro foi feito para servir de
“ponto-de-partida” a meditações. Como a Lei de Deus foi ordenada como Centro de
Gravidade - porque em torno dela é que gravitaram e gravitam Moisés e
Jesus-Cristo - este livro é todo à base da Lei de Deus, o documento
inderrogável.
O capítulo dez, do Evangelho segundo Marcos,
contém três pontos principais de Doutrina: o Divórcio, a Riqueza e o Céu
Exterior.
Sobre o divórcio - Quando duas almas se tenham
divorciado, o que é pior, melhor seria o divórcio de corpos, para evitar erros
maiores. Porque o adultério será sempre desequilíbrio, infração para com a Lei
de Harmonia. Se puderem viver os dois em boa amizade, tanto melhor; caso
contrário, convém divorciar. Porque é bom evitar males eventualmente maiores.
Porque o casamento é ato de muita responsabilidade, sendo a sua destruição, ou
da Família, ação altamente comprometedora.
Sobre a riqueza - Como só Deus é Senhor, não
havendo César algum que tenha sido recomendado, porque todos passarão e
prestarão contas, convém fazer da riqueza a Árvore Frondosa, que dê madeiras,
sombras, flores e frutos. Desde que o Cristo falou isso, muitos ricos puseram
as barbas de molho e muitos pobres começaram a caluniar... Ninguém desabrochará
o Céu Interior, mais ou menos, pelo simples fato de ser rico ou pobre, mas sim
pela conduta, como pobre ou rico. Porque tudo são experiências e provas.
Sobre o Céu Exterior - Convém dizer que ninguém
o herdará e gozará, a menos que desabroche o Céu Interior. O Pedido de Tiago e
de João, portanto, foi um pedido absurdo. Nunca haverá um Redentor Gratuito.
Nunca o Reino do Céu será dado por um terceiro. Ninguém nasceu jamais para ser
um fazedor mágico de santos ou perfeitos. Cada um, filho de Deus, deverá
desabrochar normalmente, cursando os mundos, as vidas, as condições e
situações.
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“E que amá-lo cada um de todo o seu
coração, e de todo o seu entendimento, e de toda a sua alma, e de todas as suas
forças, e o amar ao próximo como a si mesmo, é uma coisa que excede a todos os
holocaustos e sacrifícios.” - Marcos, cap. 12.
O coração cheio de Amor é cheio de paz.
O entendimento farto de Conhecimento é farto de
Autoridade.
Toda a alma unida a Deus é alma situada no
Trabalho.
Tudo isso está contido em duas palavras - o
Saber e a Virtude.
Holocaustos e sacrifícios são idolatrias
pecaminosas, que só se desculpam em povos primitivos, embrionários em evolução.
Nos povos superiores acentua-se a adoração em Espírito e Verdade, sendo que nos
Mundos Perfeitos cessa a adoração, para haver a compenetração cooperadora. Por
isso disse Jesus, que Deus é Espírito e Verdade, assim querendo que Suas
centelhas manifestadas, ou filhos, venham a ser.
A quem assim respondeu a Jesus – o tal escriba
– afirmou o Divino Molde:
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“Não estás longe do Reino de Deus.”
Compreendendo assim as coisas do Reino de Deus
e cultivando a Revelação, o Batismo de Espírito, aonde não teria chegado a
humanidade, em espiritualidade? Se Roma não tivesse liquidado o Consolador, em
dezenove séculos, a que grau de civilização realmente cristã não teria atingido
a Humanidade?
Infelizmente, neste meado do século vinte, os
que se dizem cristãos vivem mergulhados em holocaustos, sacrifícios, dogmas,
simulações, mercâncias ditas religiosas.
Através de Constantino, o cão volveu ao vômito;
a porca lavada, de novo se revolveu no lodaçal e a Humanidade atrasou-se muito,
caindo na incredulidade, na materialidade e no sensualismo. Preparou-se para guerras,
pestes, fomes e o dilúvio de fogo, ateado pelo próprio homem, que presto virá.
Na Era Nova, o sistema de culto será aquele
relatado por Paulo no capítulo quatorze da Primeira Epístola aos Coríntios. A
Revelação que adverte, ilustra e consola, lembrará ao homem a necessidade de
fugir de toda e qualquer idolatria.
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“Passarão o céu e a terra, mas não
passarão as minhas palavras.” - Marcos, cap. 13.
Sem
considerar a relatividade dos eventos humanos, ou cíclico-históricos, pois
Jesus Se referia ao primeiro ciclo do Cristianismo, a findar aos dois mil anos
de Sua passagem pela carne, devemos encarecer que tudo em Jesus, por ser Ele o
Cristo ou Molde, era a vivência do Saber e da Virtude, da Moral, do Amor e da
Revelação.
Jamais isso tudo passará, pois o chamado
Criador e a chamada Criação nunca passarão. Como a Humanidade irá entrar agora
na Era Cósmica, irá também entender as palavras de Jesus.
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“Então, desamparando-o, os seus
discípulos fugiram todos” - Marcos, cap. 14.
Se Jesus tivesse que edificar a Doutrina do Pai
sobre um homem, faria sobre ele mesmo, que nunca fora em vida ignorante,
covarde e fujão.
A ordem do Pai era fazê-lo sobre a Revelação,
sobre o Batismo de Espírito, que foi o que se deu no Pentecostes. Dali em
diante é que houve uma Doutrina Edificada. Vide Atos, capítulos um, dois, sete,
dez e dezenove. Tereis a Revelação, em pleno curso, convencendo a todos,
constituindo o testemunho do Cristo.
Convém colocar os devidos pingos nos “ii”...
Colocá-los sempre que necessário, custe o que custar. Porque os impérios
sanguinários passam, passam também os homens, sejam lá quais forem, Apóstolos
ou antiapóstolos, mas a Ordem Divina continuará, porque a parte de Deus é
Eterna, Perfeita e Imutável.
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“E levaram Jesus à casa do sumo
sacerdote; e se juntaram todos os sacerdotes, e os escribas, e os anciãos.” -
Marcos, cap. 14.
Aqueles mesmos que foram os esfoladores dos
Profetas, foram os crucificadores do Cristo e estão sendo os inimigos da Moral,
do Amor e da Revelação. Não é que sejam eles ignorantes das Verdades de Deus,
mas é que neles o bolso e o estômago, o mundanismo e as vaidades, podem mais do
que a Virtude e o Saber.
Contando já um século o trabalho de Reposição
das Coisas no Lugar, encabeçado por Elias e feito pelas Legiões do Senhor com o
nome de Espiritismo, todos os clericalismos ditos cristãos sabem que estão fora
da Lei de Deus. Sabem que o Espiritismo é a Doutrina do Pai deixada por Jesus e
reposta no lugar. Mas não fazem caso, porque seus donos têm a consciência cauterizada.
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“A doutrina esotérica não é só uma
ciência, uma filosofia, uma moral, uma religião. Ela é a ciência, a filosofia,
a moral e a religião, das quais todas as outras não passam de preliminares ou
degenerescências, expressões parciais ou falsas, segundo para elas se
encaminham ou delas se afastam.” - G. I.
Exatamente como diz o Autor de OS GRANDES
INICIADOS. Porque a Ciência Secreta - como era chamada a Sabedoria de
Portas Fechadas que o Cristo, a preço de Sua vida, veio transformar em Verdade
para toda a carne - era, é e será sempre o fundamento de toda a Ciência. Ela
começa com o Princípio Criador, daí derivando tudo, Nele tudo se movimentando e
Nele mesmo tudo tendo a sua finalidade.
A Excelsa Doutrina, como é melhor chamá-la,
contém tudo em si mesma. Ao Espiritismo cumpre fazê-la conhecida na Terra
inteira, porque sendo ele a Restauração do Cristianismo, que por sua vez é a
Síntese das Revelações, tudo contém das antigas iniciações, dos antigos
esoterismos.