CARTA AO IRMÃO PAULO VI
Li, prezado Irmão Paulo VI, na imprensa do dia 25-4-1968, as tuas palavras decididamente aflitas, em virtude dos desmandos intelecto-morais de alguns nossos irmãos, inventando o triste conceito da morte de Deus, e tanto mais de profundo significado bestial, em virtude de serem, tais irmãos, representantes da infecciosa flora teologal, quer católica, quer protestante. Gente que, de algum modo, aparece perante as gentes menos cultas, como dominadora dos assuntos ligados às verdades Divinas. Segundo os jornais, estas foram e são as tuas palavras:
CIDADE DO VATICANO, 25 (UPI) – O Papa Paulo VI fez hoje um dos seus mais pessimistas discursos dos últimos tempos ao falar, numa audiência coletiva na Basílica de São Pedro, atacando a afirmativa de que Deus não tem mais lugar na vida moderna.
Essa afirmativa, declarou o Santo Padre, mostra “um pensamento ateu e afastado de toda a realidade”. O movimento chamado “Deus está morto” surgiu entre vários líderes protestantes, especialmente dos Estados Unidos.
“O momento espiritual e histórico que está vivendo a Igreja, especialmente em alguns países, não é tranquilo. Nós e os pastores sentimos profunda preocupação e às vezes grande angústia”, afirmou o Papa em seu discurso.
Paulo VI afirmou não estar preocupado apenas porque “todo o mundo moderno se está separando do sentido de Deus”, numa ideia teológica que “impõe a morte de Deus, como disse alguém numa expressão infeliz”.
Aparentemente, Irmão Paulo VI, a razão é tua; o direito de criticar os falsos mestres em Israel é teu, de direito e domínio; mas, realmente, se a culpa não é tua de modo direto ou pessoal, é tua em virtude da tradição, dos motivos que dão origem e validade relativa aos destrambelhados irmãos que se excedem no direito de saber, pensar, sentir e agir estupidamente. Vamos, prezado Irmão Paulo VI, em busca dos testemunhos da Verdade Revelada, através dos seguintes itens:
1 – Os testemunhos sobre o Princípio ou Deus, datam de muitas centenas de anos antes de Moisés e de Jesus; datam do período Búdico-Védico atravessando os milênios onde pontilharam cintilantemente Hermes, Zoroastro, Crisna, Orfeu, etc. E o mesmo Moisés reporta-se, no Gênese, aos Patriarcas de antes e de após Dilúvio, que de modo algum foi Universal, mas parcial. E não padece dúvida qualquer, Irmão Paulo VI, de que a Revelação, a comunicabilidade dos anjos, espíritos ou almas, sempre foi presente, na vida de tais Grandes Reveladores. Não nos esqueçamos de anotar os grandiosos feitos de Rama e de Pitágoras, um lá muito longe na poeira dos milênios, outro pouco antes de Jesus, porém os dois, como todos os demais da gloriosa Ordem dos Grandes Reveladores, ostentando o lábaro luminoso da Revelação.
E dos Profetas hebreus, imensos filtros da comunicabilidade dos anjos, espíritos ou almas, é preciso dizer alguma coisa? A Bíblia inteira não é, dos tratados teofânicos, carismáticos ou mediúnicos, o maior de todos?
2 – E não apenas o maior de todos, Irmão Paulo VI, mas também o verdadeiro clamor profético, o anúncio de Deus ou do Princípio, revelando a todos os Seus filhos, que um dia viria um alguém, para tornar a Graça da Revelação Generalizada, a verdadeira herança consoladora. Como a Lei de Deus ou Código Moral já estava no mundo, definindo de uma vez para sempre a necessidade fundamental de conduta moral entre os irmãos, para haver harmonia em todos os sentidos, importava que viesse o Filho Exemplar, ou Modelo, e que a Revelação fosse generalizada. O maior dos documentos, que é a Lei, aqui o damos resumido:
1 – EU SOU O SENHOR TEU DEUS, NÃO HÁ OUTRO DEUS.
2 – NÃO FARÁS IMAGENS QUAISQUER, PARA AS ADORAR.
3 – NÃO PRONUNCIARÁS EM VÃO O NOME DE DEUS.
4 – TERÁS UM DIA, NA SEMANA, PARA DESCANSO E RECOLHIMENTO.
5 – HONRARÁS PAI E MÃE.
6 – NÃO MATARÁS.
7 – NÃO COMETERÁS ADULTÉRIO.
8 – NÃO FURTARÁS.
9 – NÃO DARÁS FALSO TESTEMUNHO.
10 – NÃO DESEJARÁS O QUE É DO TEU PRÓXIMO.
3 – Se Moisés recebeu a Lei por via mediúnica ou carismática, ou através da comunicação dos anjos ou espíritos, devemos compreender, Irmão Paulo VI, que na vida de Jesus, tudo foi, antes, durante e depois, comunicação de anjos, espíritos ou almas, anunciando, guiando, produzindo grandes fenômenos mediúnicos, etc. Quem não sabe de Gabriel, sobre o que anunciou? E dos sonhos de José? E das afirmações de Jesus, de que teria as legiões de anjos ou espíritos ao Seu redor? E no Tabor, com Moisés e Elias? E as expulsões de maus espíritos?
4 – Pois foi essa Graça da Revelação, Irmão Paulo VI, que Jesus veio tornar para toda a carne. Leia os textos bíblicos alinhados abaixo, e observe bem o que foi o Cristianismo deixado por Jesus, que nenhuma parecença tinha com a caricatura que vive pelo mundo, forjado a partir de 325, por Constantino, para dar cobertura aos interesses de Roma, do seu então decadente Império.
“Porque havendo Jesus recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, ao ser levantado, derramou a este sobre nós, como agora estais vendo e ouvindo” – Atos, 2, 33.
“Quem dera que o Senhor desse o Seu Espírito Santo e que toda a carne profetizasse” – Números, 11, 29.
“Derramarei o Meu Espírito Santo sobre a tua semente, e a Minha Bênção sobre a tua descendência” – Isaías, 44, 3.
“Derramarei o Meu Espírito Santo sobre toda a carne, e vossos filhos e filhas profetizarão, vossos velhos terão sonhos e vossos jovens terão visões” – Joel, 2, 28.
“Sobre aquele que vires descer o Espírito Santo, esse é que em Espírito Santo batizará” – João, 1, 33.
“Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, Ele vos ensinará todas as coisas, e vos lembrará tudo quanto vos tenho dito” – João, 14, 26.
“Porém quando vier o Espírito da Verdade, Ele vos guiará em toda a verdade...” – João, 16, 13.
“Mas recebereis a Virtude do Espírito Santo que virá sobre vós, e ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, Judeia e Samaria e até os confins da Terra” – Atos, cap. 1.
“E foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” – Atos, cap. 2.
“Porque, sendo exaltado por Deus, e, tendo recebido de Deus a promessa do Espírito Santo, derramou a este sobre vós, como agora o estais vendo e ouvindo” – Atos, 2, 33.
“Porque para vós é a promessa, e para quantos estiverem longe, quantos o Senhor a si quiser chamar” – Atos, cap. 2.
“Porque a um pelo Espírito Santo é dada a palavra de sabedoria, a outro de ciência, a outro a fé, a outro o dom de curar, a outro a produção de maravilhas, a outro a profecia, a outro o discernimento dos espíritos, a outro as línguas diversas, e a outro as interpretações” – I Ep. Coríntios, cap. 12.
“Daqui em diante vereis o céu aberto, e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” – João, 1, 51.
“Deus não é de mortos, mas de vivos, porque aqueles que forem dignos da ressurreição, serão como os Anjos do Céu” – Mateus, cap. 22, 30.
“Caríssimos, não creiais a todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque muitos já foram os falsos profetas que se levantaram no Mundo” – I Ep. de João, cap. 4.
“Eis que estava falando com ele dois varões, que eram Moisés e Elias” – Lucas, cap. 9.
“Quem tiver ouvidos, ouça o que diz o Espírito Santo às igrejas” – Apocalipse, cap. 2.
“Porque o testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia” – Apocalipse, cap. 19.
“Duros de cerviz, e vazios de coração, vós sempre resistis ao Espírito Santo, sois como vossos pais” – Atos, cap. 7.
“Vós que recebestes a Lei por meio dos anjos, e entretanto não a guardais” – Atos, cap. 7.
“Então lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo” – Atos, cap. 8.
“Pela mão do anjo que lhe aparecera no sarçal” – Atos, cap. 7.
“Faz dos seus anjos espíritos e dos seus ministros fogo abrasador” – Salmos, 104. (Cuidado com certas Bíblias adulteradas).
“E os discípulos estavam cheios de alegria e do Espírito Santo” – Atos, cap. 13.
“Viu claramente, em visão, um anjo de Deus” – Atos, cap. 10.
“E disse-me o Espírito Santo que fosse com eles” – Atos, cap. 11.
“Porque esta noite, o anjo de Deus, de quem sou e a quem sirvo, esteve comigo” – Atos, cap. 27.
“E disse o Senhor em visão a Paulo” – Atos, cap. 18.
“Estendendo a tua mão para curar, e para que se façam sinais e prodígios pelo nome de Teu santo filho Jesus” – Atos, cap. 4.
Aos errados propositais, Irmão Paulo VI, cabe o direito criminoso de pretender que o Cristianismo deixado por Jesus seja clerical, de rótulos ou títulos forjados por homens, vestes fingidas, liturgias, sacramentos ou formalismos, imagens ou culto de ídolos, ou mesmo o culto dos discursozinhos histéricos, tão do gosto do clero protestante, filho do clero romano, e com o que também espoliam gordos rebanhos. Cristianismo é o cultivo sadio e intenso da Lei de Deus, do Divino Exemplo de Jesus Cristo, e, simplesmente, da Revelação por Ele generalizada, no Glorioso Pentecostes.
5 – Irmão Paulo VI, em Deus ou Princípio não há mistérios, milagres ou enigmas, porque é Onipresente, Onisciente e Onipotente, ou o Divino Centro Manifestador, Sustentador e Destinador. Todos os descobrimentos, feitos pelos filhos do Princípio, ou Deus, Espírito e Verdade, provam que existem LEIS FUNDAMENTAIS a determiná-los, a dirigi-los, queiram ou não os mesmos filhos de Deus. Jamais descobrirá o homem alguma coisa, Irmão Paulo VI, que seja fora de ORDEM FUNDAMENTAL, ou que não prove a existência de UMA CAUSA PRIMÁRIA DETERMINANTE. Deus, ou o Princípio, jamais deve ser procurado fora e longe, do Cosmo ou do homem, mas sim na ORIGEM, NA ESSÊNCIA, NO MOVIMENTO E NA FINALIDADE DE TUDO E DE TODOS. No Sagrado Princípio tudo tem origem e tudo é parte e relação, e a VERDADEIRA INICIAÇÃO assim ensina, desde os primórdios da Revelação, desde o Período Búdico-Védico.
6 – Irmão Paulo VI, aqui está o problema: Jesus veio ao mundo no tempo certo, para deixar Exemplificação de paciência, perdão e renúncia até à morte física, e para generalizar a comunicabilidade dos anjos ou espíritos, a fim de Seus irmãos menores terem certeza da Origem Divina, da Evolução Gradativa, da Responsabilidade Moral, da Comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, e, acima de tudo, que há UMA SAGRADA FINALIDADE A SER ATINGIDA. E saiba, Irmão Paulo VI, todas as ignorâncias, todos os erros, todas as falsas ciências ou falsas bondades, postos em prática pelos filhos do Princípio ainda INCONSCIENTES DISSO, jamais tirarão a VERDADE do seu lugar. Se Roma não tivesse chamado COISA DE BELZEBU, ou diabólica, ao Batismo de Revelação, trazido por Jesus para toda a carne, a Humanidade agora não estaria sofrendo de tamanha ignorância, materialismo e brutalidade, procurando resolver os seus mais prementes problemas com violências e com morticínios clamorosos.
7 – Deus o abençoe, Irmão Paulo VI, e a todos os Seus filhos, para que, de uma vez para sempre, entendam isto: Ninguém triunfará fora da Lei de Deus, da Divina Modelagem de Jesus e do Cultivo Sadio da Revelação. Com isso todas as VERDADES INICIÁTICAS farão unidade, e, com isso todas as conquistas científicas darão os mais grandiosos resultados. Porque todos tereis de desencarnar, mais tarde ou mais cedo, e prestareis contas absolutas à DIVINA ORDEM MORAL QUE TUDO REGE, isto é, à JUSTIÇA DO PRINCÍPIO.
Quanto aos que pretendem a importância de matar Deus, vamos deixá-los entregues à própria imbecilidade, pois o deus que eles querem matar nunca existiu, é o conceito antropomórfico que morre, para que DEUS, DIVINA ESSÊNCIA GERADORA, SUSTENTADORA E DESTINADORA, venha a ser reconhecido para sempre, e, acima de tudo, para que cada um saiba e viva, a certeza de ser uma CENTELHA DIVINA em processo de autocristificação. Mas, lembre-se: Sem Lei, sem Cristo e sem Revelação, tudo dará em trevas e dores, ou pranto e ranger dos dentes. E se você, prezado Irmão Paulo VI, quiser ouvir mais uma voz honesta e tristonha, lastimando os erros cometidos pelos fundadores do catolicismo, ou inimigos do Consolador Generalizado por Jesus, leia o seguinte, da revista Seleções, mês de maio, 1968, pág. 66:
“Seria proveitoso se pudéssemos ter uma sarça ardente, como Moisés, ou uma Estrada de Damasco, como Paulo. Mas não tenho notícia de nenhum sacerdote a quem tais coisas tivessem acontecido. Pensa a maior parte das pessoas que todo sacerdote deverá ter percebido uma visão ou ouvido um apelo. Mas os sacerdotes são quase todos tão cegos e surdos como as demais pessoas.”
Porque as páginas evangélicas provam, que Jesus veio batizar em Espírito Santo, ou generalizar a Revelação, ou derramar do Espírito Santo sobre toda a carne, precisamente para que todo o filho de Deus tenha o seu Monte Tabor, a sua Sarça Ardente, a sua Estrada de Damasco... e muito mais ainda, porque a Revelação, ou comunicabilidade dos anjos, espíritos ou almas, de tudo irá dando cumprimento e contas, consoante as palavras do mesmo Divino Molde.
Ao ministro Robert K. Hudnut, autor do artigo intitulado SURPREENDIDOS POR DEUS, aqui deixamos o nosso louvor, pela coragem de dizer o que disse, da surdez e da cegueira dos sacerdotes... Surdez e cegueira que, como provam os séculos que sucederam à fundação do catolicismo romano, vêm prejudicando a Humanidade, tornando-a materialista e bruta, cavando seu próprio túmulo no vale da imoralidade e dos destrambelhos sensuais.
Extraído do Livro: CRISTIANISMO VERDADEIRO E ORAÇÕES 
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