Capítulo
XVII
Todos
os estudiosos das questões espirituais ficam a imaginar sobre as
eras e os ciclos transcorridos, desde o período Búdico-Védico, que
remonta a mais de duzentos e quarenta mil anos antes da vinda do
Cristo Modelo. Porque, desde que a pessoa seja honesta, mesmo
dispensando atenção ao fato de ser menos inteligente, salienta-se o
fator Unidade Doutrinária, à revelia de todo e qualquer sentimento
divisionista, por injunção de preconceitos continentais, raciais,
nacionais e derivados, de onde surtem os de ordem sectária,
verdadeiras fábricas de fanatismos degradantes, cujos reflexos dão
trabalho às trevas interiores e exteriores, à subcrosta e aos
umbrais.
Encarando
a questão das Revelações Sucessivas, qualquer indivíduo honesto
terá que fazê-lo através da vida humana sobre o Planeta, a contar
do tempo em que pode assimilar lições avançadas. E isso, então,
obriga a considerar Adão, a Raça Advinda, os migrados por força de
Justiça, de mundo melhor que, sobre isso, passava a melhor ainda,
devendo desfazer-se dos seus cabritos... E o período migratório
começou quatrocentos e tantos mil anos antes da vinda de Jesus, pois
nunca se processa um movimento dessa envergadura, repentinamente. As
purgações antecedem as migrações, pois ninguém é nem será
transferido para outro Planeta, sem purgar as rebeldias que
determinam a migração ou banimento. Primeiro a descida ao pranto e
ranger dos dentes, e a cada um segundo o seu nível culposo, e depois
a trasladação feita por grupos e etapas, com a ingerência integral
da Justiça Divina, que a tudo preside através de Altos Mentores e
legiões de serviçais executores de ordens. Vieram, sim, os
adamitas, mas no curso de milênios, depois de purgar longamente nas
trevas, depois de irem sendo socorridos, tratados e devidamente
encaminhados ao Planeta destinatário.
Um
dos grandes males dos fanatismos religiosistas, disso em que a
Humanidade terrícola é riquíssima, é a idéia de milagrismo, de
tudo feito em termos de passes de mágica, quando não seja o recurso
aos repugnantes conceitos misteriosos. Em lugar de raciocinar em
termos de Leis, de Justiça, de Inteligência e de Programas de
Trabalho, ficam se revolvendo nos famigerados conceitos de mistério
e de milagre, esses catastróficos fabricantes de atrasos e torturas.
Quando começarão a pensar que em Deus tudo é questão de Leis,
Elementos e Fatos, e que para o devido trabalho a ser feito, do
máximo ao mínimo, tem que funcionar a Providência Divina,
constituída ela pelos Cristos Condutores de mundos e humanidades?
Quando compreenderão que tudo funciona em termos de peso e de
medida, de cima para baixo, ou com o Organismo Providencial a
movimentar Cristos e imediatos, vindo a movimentação até atingir
os mais distantes serviçais da hierarquia serviçal?
Muito
fácil seria acertar com a Justiça Divina, se em lugar de
religiosismos a humanidade quisesse pensar em termos de
verdadeirismo, isto é, fora e acima de todo e qualquer movimento
sectário, cingindo-se, nas obras, ao cultivo da Lei de Deus, segundo
a Divina Modelagem do Cristo e tendo como Instrumento Consolador a
Revelação que Adverte, Ilustra e Consola. Isto é, o cultivo da
Doutrina Verdadeirista, que por ser de Verdade, Amor e Virtude, nunca
foi, não é nem jamais será de fabricação humana, mas sim do Pai
Divino, do Senhor Absoluto!
E
essa Doutrina Verdadeirista, saiba quem tenha vontade de saber,
sempre esteve nos fundamentos de todas as Revelações, desde que
elas foram possíveis, apenas variando o grau de exposição, por
circunstâncias várias. Depois, como sempre aconteceu e está sempre
acontecendo, foram aparecendo os donos de religiões, as
politicalhas, as petulâncias individuais, as prepotências de grupos
que, pretextando organizar e divulgar, nada mais fizeram do que
atraiçoar o Ideal.
O
Pai Divino, que emana, sustenta e destina, através das Comunidades
Crísticas ou Providenciais, tudo faz para que Seus filhos, que Dele
partiram, voltem o mais breve a ser Espírito e Verdade,
participantes de Suas Glórias e Poderes; mas os desvios conceptivos,
por culpa dos tacanhismos religiosistas, ou das explorações de uns
sobre os outros, também em matéria de lides espirituais, faz com
que tenham muito que fazer os abismos purgatoriais e as encarnações
dolorosas.
Quem
observa a Terra, como encarnado, faz de suas dimensões geográficas
um elevado conceito, achando que tremendas distâncias separam
Continentes, Raças, Povos, Religiões, etc. Mas quem a observar de
fora, e não precisa ser muito de fora, poderá vê-la diminuta,
marcada de pontículos infinitesimais, com as diferentes
características conceptivas reduzidas quase a zero. Quem se
pronuncia de modo infinitamente marcante é a Unidade Moral que rege
a chamada Criação, e que o faz através das Comunidades
Providenciais, dos Cristos e dos Seus subcomandos. Os mundos
movimentam-se por força das leis eletromagnéticas, e as humanidades
por força de Lei Moral. O mais tudo é questão de particularidades,
nada mais.
Foi
o que vimos e soubemos, quando a comitiva teve que visitar a crosta
terrestre, para ver ao seu redor tudo quanto tinha, em virtude do que
teve no curso de eras e mais eras acumuladas. E como não podia ser
de menos, o Fator Categórico a ser sempre estimado era o processo
evolutivo espiritual, para a devida chegada ao píncaro crístico, ao
grau de Unidade Vibratória com o Divino Centro Gerador, ao qual
chamamos Deus! E Deus é, Infinito em Inteligência, Luz, Glória,
Poder, Lei, Justiça, Amor e Virtude. Sendo assim, Seus filhos são
deuses, refletem tudo quanto Ele é, desde que atinjam o fim do
processo evolutivo.
Vimos
depois, nos quadros psicométricos, a movimentação dos Grandes
Mestres da Verdade, arrastando após, as legiões humanas, sem deixar
de ver, com muito pesar, as corrupções conseqüentes. Estas, então,
fomentando divisionismos, rancores, invejas, falsidades, traições,
mortes, danos e mais danos a todos, salvo aos mártires reais, que
nunca foram muitos. E vimos a descida do Cristo Planetário que,
depois de enviar a muitos de Seus imediatos, veio para deixar a
Divina Modelagem e derramar o Espírito sobre a carne. Também vimos
a corrupção da Doutrina Verdadeirista, como conseqüência de erros
cármicos de caráter coletivo, e tudo isso muito pesado e muito
medido, para efeito de movimentos restauradores e altas conquistas
hierárquicas para legiões de trabalhadores.
Vimos
a transição de idade, ao findar dos primeiros vinte séculos de
Cristianismo, com todos os cataclismos antevistos no Apocalipse, para
que ocorra também a grande seleção, o afastamento dos cabritos e a
entrada do Planeta, muito lentamente, na idade madura. Vimos o porvir
glorioso, de eras em eras havendo seleções e migrações, pois quem
não for merecendo as melhorias, aqui não permanecerá. Vimos a
Terra atingir, por desmaterialização no curso dos milhões de anos,
o Ideal Sagrado, a paridade vibratória com a Jerusalém Celestial, o
chamado Oitavo Céu. E vimos que, antes disso, muitas seleções
houve, porque o Reino do Puro Espírito é para quem se fizer Puro
Espírito. Vimos a Direção Planetária transitar por alguns
espíritos, porque os anteriores foram galgando mais Divinos Postos,
no Plano das Galáxias e Metagaláxias, intensificando a Sagrada
União com o Princípio.