“Importa-vos nascer outra vez” – João, cap. 3.
Basta saber que João Batista e Jesus eram de antes dos
novos corpos, e que se sujeitaram ao processo de encarnação, para se saber que a encarnação é lei geral e simples,
sendo a reencarnação apenas a repetição da encarnação.
Os clericalistas em geral, aqueles que fazem da fé errada
meio de vida, e os seus seguidores, pelo fato de serem inimigos
da Moral, do Amor e da Revelação, fazem-se inimigos da
Sabedoria e da Virtude. Não bastando ouvir o que Jesus disse
naqueles dias, importa ouvir as lições do Batismo de Espírito
ou Revelação, para completar os conhecimentos. Quando
entenderão isso? E se não fizerem questão de entender isso,
como entenderão lições ainda mais profundas, sobre as realizações
anímicas e cósmicas?
Todavia, o Cristo Planetário ampliará o campo das faculdades,
vindo a vidência, a psicometria, o desdobramento
consciente e outras faculdades, a forçar outros rincões da
Sabedoria. O que importa saber e cuidar bem, é reconhecer
que Deus não é escravo de tacanhismos humanos!
Aqueles que vivem clamando “Senhor! Senhor!”, e fanatizados
pelos seus fanatismos pensam estar certos, negando
leis de Deus, que se lembrem de que em outros dias, outros
tantos fanáticos esfolaram os Profetas, degolaram João
Batista, crucificaram o Cristo e perseguiram de morte aos
Apóstolos. Boas intenções, apenas, não resolvem os problemas
da Verdade e não livram a quem quer que seja de seus
crimes.
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“Tu és mestre em Israel e não sabes estas coisas? Em verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e que damos testemunho do que vimos, e vós, com tudo isso, não recebeis o nosso testemunho” - João, cap. 3.
As revelações se sucedem, os ensinos avançam com as Eras, as
lições devem ir sendo recebidas normalmente. Assim deve ser? Assim
deveria ser? Muito bem, é assim que o bom senso indica. Porém não
é assim que acontece, porque depois de um Grande Revelador, sempre
aparecem os fazedores de religiões ou engodos, os negocistas da fé,
fabricantes de dogmas, rituais, sacramentos, etc.
Os odres velhos de um tempo cedem lugar aos odres velhos de outros
tempos; os panos velhos de um tempo cedem lugar aos panos velhos de
outros tempos; os fanatismos sectários vão se sucedendo, e os
Caifases e Anases, os Herodes e os Pilatos, os Sinédrios e os
Conselhos Farisaicos, vão se alongando. Em nome do Profeta anterior,
ou da Revelação anterior, tudo fazem para crucificar o Profeta ou a
Revelação posterior.
Falando a um dos essênios, Jesus não precisaria falar da
reencarnação, nem de lei simples alguma, porque ele saberia disso,
pelo cultivo do mediunismo ou profetismo; porém, falando a um
Nicodemos, sinedrista e fariseu, seria o mesmo que falar hoje a um
católico ou protestante, apóstolo da corrupção, discípulo de
vestes fingidas, idolatrias, discursos falazes e blasfêmias contra o
Batismo de Revelação.
Porque alguns fizeram primeiro a corrupção da Excelsa Doutrina,
sendo que outros a foram aceitando pelos séculos afora; e assim
acontece que a mentira toma o lugar da Verdade, mas em nome da
Verdade! O anticristo toma o lugar do Cristo, mas em nome do Cristo!
Tudo isso porque não tomam a Jesus por Divino Modelo, mas apenas
vivem falando em Jesus, através daquilo que uns escreveram como
puderam, outros adulteram como quiseram, e que eles, os Nicodemos
modernos, interpretam através de seus fanatismos sectários. Quando
lembrarem que o Evangelho não é a obra escrita, e sim os atos que
Jesus praticou, então entenderão o que quer dizer a Lei de Deus,
então saberão o que significam a Moral, o Amor, a Revelação, a
Sabedoria e a Virtude. Mas, antes disso, terão feito a obra da
traição e da blasfêmia, assim como aqueles outros fizeram com os
Profetas, com o Cristo, etc.
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“Porque assim amou Deus ao mundo, que lhe deu seu filho unigênito; para que todo o que crê nele não pereça, mas tenha a vida eterna” - João, cap. 3.
Alguns absurdos foram incrustados no texto acima, para os quais
chamamos a atenção do bom senso, da lógica pura e simples:
Primeiro, que trocaram Ungido por “unigênito.”
Segundo, que os santos desígnios de Deus não voltam atrás, sendo a
vida naturalmente eterna. Quem erra paga, até o último ceitil! Quem
com ferro fere, com ferro será ferido, na justa oportunidade que a
Lei de Equilíbrio oferecerá.
Terceiro, que antes do Cristo e depois do Cristo, grandes porções
da humanidade terrestre não eram e não são cristãs, sendo que
Deus não foi e não é menos Pai delas, do que o é dos cristãos. E
Deus teria que ser ignorante, por serem ignorantes os homens
sectários?!
Quarto, que a chamada Criação, que são para nós os mundos e as
humanidades, é infinita e de toda a Eternidade, sendo que Jesus veio
ao plano carnal faz apenas dois mil anos, sem ter estado sequer em
toda a Terra, sem ter ainda o Seu Divino Exemplo atingido os extremos
da Terra. Deus teria que ser tão ignorante quanto os homens
sectários, para condenar as humanidades de outros mundos, de outros
tempos, de outras convicções?
Que se lembrem todos, portanto, de que aqueles que em todos os tempos
foram dogmáticos, fanáticos sectários, eles mesmos, pensando serem
os donos da Verdade, foram apenas os esfoladores de Profetas e de
Cristos, na Terra e nos infindos mundos.
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“Passado isto, veio Jesus com os seus discípulos, para a Judéia, e ali se demorava com eles, e batizava” - João, cap. 3.
O batismo de Jesus foi feito no Pentecoste, foi o de espírito ou
Revelação, foi deixar o Consolador. Jesus nunca batizou ninguém em
água ou com água. É um dos grandes insultos atirado a Jesus, dizer
que tenha sido formalista ou fazedor de simulações. Para curar os
corpos, Ele usou de elementos da Natureza, como é comum; mas para o
espírito vir a ser PURO e SÁBIO, recomendou a Moral, o Amor, a
Revelação, a Sabedoria e a Virtude, porque assim a Lei de Deus o
determina.
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“O que recebeu o seu testemunho confirmou que Deus é verdadeiro” - João, cap. 3.
Deus é a Eterna Verdade, a Perfeição Infinita, sem o testemunho de
quem quer que seja. E por ser assim, como era sabido dos Essênios,
da Escola de Profetas de Israel, João Batista nunca diria isso que
acima foi transcrito, e muito menos algumas afirmações que se
encontram no verso trinta e seis, o último do terceiro capítulo.
Toda a vida é eterna e nunca existiu a ira de Deus! Velharias
absurdas precisam acabar neste mundo; é para frente e para o alto a
direção da vida, não é para trás!
Cumpre notar, em análise perital, se João Evangelista colocou na
boca de João Batista os tais absurdos, segundo como se lê. E cumpre
dizer, então, que se os escritos de Mateus, Marcos e Lucas, são
agora, ou depois da feitura da Vulgata, o resumo de mais de duzentos
documentos, também o livro de João, que poderia ser imensamente
verdadeiro, foi “arranjado” segundo os outros e para facilitar o
mercantilismo clerical, que por sua vez devia subordinar tudo ao
Império Romano.
Extraído do livro: O NOVO TESTAMENTO DOS ESPÍRITAS