O NOVO TESTAMENTO DOS ESPÍRITAS - João Capítulo 8
134 - “O que de vós outros está sem pecado, seja o primeiro que a apedreje” – João, cap. 8.
Não importa, aqui, a mulher apanhada em adultério; o que
importa é o tema em si, porque escribas e fariseus presunçosos
todos podem ser, e errados como ela a mesma coisa, porque
faltas são sempre faltas. O mais certo é perdoar e ensinar o bom
caminho; mas para isso é preciso conhecer a Excelsa Doutrina.
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135 - “Eu sou a luz do mundo” – João, cap. 8.
Um espírito cristificado é colocado diante da Governadoria de um mundo; é o seu Guia Planetário e Divino Modelo; é a Lâmpada que a todos um dia iluminará, porque através Dele todos virão a conhecer a Excelsa Doutrina. A Excelsa Doutrina é acima de simulações e discursozinhos falazes. Quem sabe o que sejam a Moral, o Amor, a Revelação, o Saber e a Virtude, esse sabe o que ela é e porque encaminha à perfeição. A luz do mundo é realidade e não fingimentos e conversas!
136 - “Eu a ninguém julgo” – João, cap. 8.
Não importam as contradições que as letras comportam; o que
importa é pingar os “ii”. Qualquer espírito lúcido pode considerar
os atos dos outros, mas a Justiça a Deus é que pertence. Tudo se
movimenta por lei; e lei sempre parte de Deus!
137 - “Eu sou o princípio, o mesmo que vos falo” – João, cap. 8.
Há sempre um espírito cristificado e uma legião de imediatos na
feitura de um Planeta; o espírito cristificado representa o Pai, é o
Seu Verbo ou Vontade. O povo não poderia entender isso, por mais
que Jesus falasse. E os escribas e fariseus, sacerdotes e saduceus
menos ainda, porque sempre foram fazedores de simulações e
engodos, com que pudessem ludibriar reis e povos ignaros.
138 - “Deus era seu Pai” – João, cap. 8.
Deus não é Pai especial de ninguém e ninguém é filho especial
de Deus; tudo é questão de evoluir e atingir a perfeição ou unidade
vibratória com o Pai. Mas estas verdades não são para espíritos
infantis, por isso achavam ruim ouvir dizer que Deus era o Pai de
Jesus. E não é de todos?
139 - “E conhecereis a verdade, e a verdade vos livrará” – João, cap. 8.
Antes disso, tomando a mentira por Verdade, esfolarão Profetas e crucificarão Cristos. É a história de todas as humanidades. Porque
a evolução é lenta, e lentamente irão conhecendo a Verdade.
140 - “O que comete pecado é escravo do pecado” – João, cap. 8.
E alguém perdoa pecados? Se perdoasse, para que a advertência? Para que tantas exclamações lembrando a responsabilidade
pelos atos?
141 - “Antes que Abraão fosse feito, sou eu” – João, cap. 8.
Dura coisa para ser entendida, por aqueles que não conhecem a
Verdade através da Ciência dos Mistérios, que quer dizer da Iniciação.
Quanto aos essênios, nunca alguém lê que tenham feito inter- rogação a Jesus; porque Ele do meio deles saiu, sendo que cerraram as portas com o triunfo de Jesus, incorporando-se ao Caminho
do Senhor. Escola de Profetas que era, o essenismo tornou-se de
portas abertas com o derrame de Espírito Santo que Jesus trouxe
para toda a carne.
Quanto a Jesus, usou da lei natural e simples da encarnação, cuja
repetição é a reencarnação, para fins evolutivos. Jesus já era um
espírito cristificado, antes mesmo que a Terra fosse, como Planeta
existente. Demais, todos os mundos têm seus Cristos construtores
e diretores. A verdadeira Iniciação conduz a tais conhecimentos,
mas as clerezias só ensinam erros e corrupções.
142 - “Então pegaram os judeus em pedra para lhe atirarem” – João, cap. 8.
E quando foi que a ignorância deixou de atirar pedras na
Verdade? Que é que tem feito e fazem ainda, os religiosismos?
Convém saber, entretanto, que os judeus acima mencionados
não eram elementos do povo; eram escribas, fariseus, saduceus,
sinedristas e sacerdotes. A nata dos conchavismos e chicanismos,
tudo aquilo que por fora é bem caiado e por dentro é fedorento.
SEGUNDA PARTE
“Aquele
que chegou a conhecer a Verdade no exterior, esse chegou a conhecê-la
no seu íntimo; e aquele que realmente chegou a conhecer a Verdade no
seu íntimo, e fez questão de se tornar Puro e Sábio, esse
tornou-se acima de formas e de sujeições inferiores; tornou-se UNO
e sua esfera de vida é com aqueles que constituem o Verbo de Deus.
Eles administram os mundos e suas humanidades”- Dos ensinos
essênicos.
Nossa
pretensão é falar de um deles, do Verbo da Terra, que é o seu
Cristo Planetário. Não Dele em si, que era desde antes que a Terra
existisse; mas falar alguma coisa de seus ensinos. Usaremos os textos
conhecidos, embora sabendo que Jesus não os escreveu e que foram
passados por mãos humanas, tornando-se portanto eivados de falhas
interpretativas e compilativas. Vamos aos textos:
“No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era
Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas
por ele...” – João, cap. 1.
No
princípio tudo é ESSÊNCIA DIVINA. A centelha espiritual, uma vez
emanada, é preposta à evolução. Quando chega ao grau crístico,
ou de UNIDADE, entra na esfera do Verbo, dos espíritos
administradores de mundos e de Humanidades. Antes que a Terra
existisse, Jesus já era pertencente ao plano crístico, já fazia
parte do Verbo, Daqueles que filtram ou executam a Vontade de Deus. A
Terra foi criada sob o plano administrativo de Jesus; e sua
Humanidade é por Ele guiada. Acima dos Administradores o que paira é
Lei Geral, é a Vontade de Deus. Existem questões que somente a Deus
cumprem, existindo outras que são da alçada dos Cristos ou Verbos.
De qualquer forma e em qualquer caso, a autoridade dos filhos deriva
de poderes delegados pelo Pai. Ser ungido ou selado significa estar
empossado na autoridade. Quando Jesus veio, os homens não o
reconheceram; se O tivessem reconhecido como sendo o Diretor
Planetário, por certo não O matariam.
“Houve
um homem enviado por Deus, que se chamava João.” – João, cap.
1.
O
Velho Testamento refere-se muitas vezes à vinda do Cristo e do Seu
Precursor ou preparador do caminho. Elias deveria cumprir essa missão
de preparador, bem assim como vir mais tarde, na hora dos trabalhos
restauradores. Os serviços de esclarecimento demandam
alicerçamentos, edificação e conservação. Para isso devem
trabalhar os Cristos e Seus imediatos. Naquela ocasião, cumpria a
João dar testemunho da encarnação do Verbo e da Sua função
missionária. Foi o que fez.
“Mas
a todos os que o receberam deu ele poder de se tornarem filhos de
Deus...” – João, cap. 1.
Nada
existe que não derive de Deus; tudo é filho de Deus; o que importa
é sintonizar com o Pai por evolvimento vibratório. João
Evangelista, que também era da Fraternidade dos Essênios, e votado
ao Senhor ou Nazareno, jamais escreveria tal absurdo. Jesus veio
viver a Lei, exemplificar o Amor e derramar o espírito sobre a
carne, conforme estava nos Profetas, e não para fazer aquilo que não
era preciso fazer, por ser feito de sempre. E se de fato assim
escreveu, cometeu apenas um absurdo. Todavia, cumpre saber, de
oitenta e sete livros escritos sobre Jesus, Jerônimo, o que fez a
Vulgata Latina, escolheu vinte e oito, tendo resumido estes vinte e
oito nos quatro conhecidos. O Evangelho de Jesus, por todos os modos
puro e verdadeiro, foi a Sua vida, foram os Seus feitos. De resto,
andaram metendo na boca de Jesus o que Ele não disse, assim como
tirando o que Ele disse, por causa das corrupções e das maquinações
que interessavam ao Império e a seus senhores.
“Que
não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do
varão, mas de Deus” – João, cap. 1.
A
lei das reencarnações é fundamental e comum; portanto, o
nascimento e a morte fazem o fenômeno dialético, a complementação
cíclica, nada mais. O mundo material fornece o que deve, no quadro
das leis, pura e simplesmente. O espírito nasce para três
objetivos: ou para expiar faltas, ou para provar condições, ou para
cumprir missão. Em muitos casos, misturam-se os fatores.
“E
o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua
glória, glória como de Filho unigênito do Pai...” – João cap.
1.
Não
é unigênito e sim UNGIDO ou SELADO, conforme a linguagem esotérica,
usada pelos Kabalistas, Essênicos, Órficos e Sibilinos. Espírito
de alçada hierárquica Crística, sempre reencarna para fins
messiânicos superiores – Verbo ou filtração em grau altíssimo
da Vontade do Pai.
“Por
que a Lei foi dada por Moisés, a Graça e a Verdade foram trazidas
por Jesus Cristo.” – João, cap. 1.
As
Fraternidades Esotéricas chamavam o culto da Revelação de Graça e
de Verdade; Jesus tinha por função messiânica derramar do espírito
sobre toda a carne; isto é, escancarar as portas dos Cenáculos
Iniciáticos.
“Eis
aqui o Cordeiro de Deus, eis aqui o que tira o pecado do mundo.” –
João, cap. 1.
Maior
erro não poderia ser proferido. A cada um será dado segundo as suas
obras; cada qual é em hierarquia, aquilo que se fez por evolvimento.
Todos temos o Reino do Céu dentro de nós mesmos e devemos
desabrochá-lo à custa de trabalhos e de conquistas íntimas,
amorosas e sábias. Jesus veio ensinar o Caminho Redentor, a Doutrina
Certa. De resto, como Ele ensinou, quem errar terá que pagar até o
último ceitil. Quem disse que João Batista, um Essênio e Nazareno,
iria proferir tais palavras?
“Aquele
sobre que tu vires descer o Espírito, e repousar sobre ele, esse é
o que batiza no Espírito Santo.” – João, cap. 1.
O
Velho Testamento está repleto de tais anunciações. Jesus receberia
do Pai a promessa do espírito e o derramaria sobre a carne. Lede o
livro dos Atos e as Epístolas, que tais escritos dão fartos
testemunhos da missão cumprida por Jesus.
“Então
os dois discípulos, quando isto lhe ouviram dizer, foram logo
seguindo a Jesus.” – João, cap. 1.
João
Batista foi enviado, quando menino ainda, ao Cenáculo Essênio que
estava situado nas fronteiras do Egito. Porque fora o reencarne de
Elias anunciado e as ordens cumpridas. Quando saiu anunciando a
chegada do UNGIDO e a sua função messiânica, fê-lo com vários
elementos Essênios e alguns outros que se viram atraídos pela sua
personalidade, conduta e propósitos. Quando apareceu Jesus, vindo
daquele Cenáculo que se achava às margens do Mar Morto, onde também
João Batista estivera algum tempo, tendo João anunciado e apontado
o UNGIDO, os seus discípulos foram-no abandonando e seguindo a
Jesus.
“Na
verdade, na verdade vos digo que vereis o céu aberto, e os anjos de
Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem.” – João, cap. 1.
Jesus,
que tinha o Espírito sem medida, que era médium completo, Verbo ou
filtro perfeito da Vontade de Deus, iria dar provas de tudo quanto
fosse atinente à Revelação ostensiva, que lhe cumpria deixar como
base da Igreja. Os Essênios tinham pleno conhecimento de tudo isso;
mas Jesus veio para tornar essa Verdade ao alcance de todos. Fazia
então, três mil e duzentos anos que o Povo chamado Escolhido
esperava o Cristo, Aquele que executaria a celeste promessa. Anjo e
espírito, na linguagem bíblica, são termos equivalentes.
“O
que é nascido da carne, é carne; e o que é nascido do Espírito, é
espírito. Não te maravilhes de eu te dizer: importa-vos nascer
outra vez.” – João, cap. 3.
Exposição
em síntese, da lei das vidas sucessivas; a dialética Espírito e
Matéria, agindo em processo ambivalente, como era do conhecimento
das Fraternidades Esotéricas. Hoje, como naqueles dias, aceitam a
melhor verdade aqueles que evoluíram a ponto de poderem fazê-lo.
Ninguém pode ser condenado, pelo fato de ser involuído e incapaz de
compreender as leis fundamentais.
“Em
verdade, em verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e que
damos testemunho do que vimos, e vós, contudo isso, não recebeis o
nosso testemunho.” – João, cap. 3.
Nunca
deixará de haver choque entre a Grande Verdade e as verdades
pequeninas ou mentirosas que são do rol humano. Por isso mesmo, quem
tiver melhores verdades para expor, que se prepare para ser até
mesmo martirizado. Antes foi assim; naqueles dias foi assim;
posteriormente continuou assim. Até quando continuará assim?
“Porque
aquele, a quem Deus enviou, esse fala palavras de Deus; porque não
lhe dá Deus o espírito por medida.” – João, cap. 3.
Ter
o espírito de Deus, para os membros da Fraternidade Essênia, era
ter dons mediúnicos ou ter faculdades proféticas. No velho
testamento estava escrito que o Messias viria com o Espírito de
Deus, sem medida. Nem poderia ser de menos, na Sua função de Verbo
Divino ou Executor da Vontade de Deus.
Ninguém estranhe o fato de
fazermos referências a certos textos; existem muitas contradições
e afirmações absurdas, coisas que nunca teriam saído da boca de
Jesus ou da escrita de alguns discípulos.
“Mas
a água que eu lhe der, virá a ser nele uma fonte de água, que
salte para a vida eterna.” – João, cap. 4.
A
água de que Jesus foi o divino portador é a Excelsa Doutrina,
constituída, como temos repetido, de Lei, de Amor e de Revelação.
Quem seguir Seu Exemplo, certamente colherá seus frutos. Depois de
entregar o que Lhe cumpria, Jesus espera que cada qual cumpra com o
seu dever. Ele não é responsável pelas liberdades de quem quer que
seja. Não veio remir pecados e sim ensinar o Caminho da Libertação.
Não se façam confusões, pois ninguém abalará jamais os
fundamentos da Verdade.
“Deus
é Espírito: e em espírito e verdade é que o devem adorar os que o
adoram.” – João, cap. 4.
Esse
preceito encerra todas as verdades já conhecidas e por conhecer; é
a chave geral, é a medida que abrange todas as medidas. Entretanto,
ninguém de um salto irá a semelhante grau de adoração, de
perfeição sintônica. Infelizes, porém, aqueles que se propuseram
ao retardamento, próprio ou alheio, ou por fazerem da fé meio de
vida e coisas piores.
“A
minha comida é fazer eu a vontade Daquele que me enviou, para
cumprir a sua obra.” – João, cap. 4.
Podemos
compreender a ORDEM ADMINISTRATIVA DO COSMO, pensando assim:
1. Deus ou Essência Divina:
Ponto de Partida de tudo e de todos e Lei Geral do Cosmo;
2. Os Cristos ou Verbos:
espíritos de elevada hierarquia, cumpridores ou executores da
Soberana Vontade;
3. Imediatos dos Cristos ou
Verbos: os auxiliares dos Diretores de meta-galáxias, de galáxias,
de sistemas planetários e de planetas, cuja gradação decrescente é
vastíssima.
4. As humanidades planetárias
em geral, cuja obrigação máxima é obedecer às leis e às
Autoridades, a fim de se tornarem cada vez mais próximas da
perfeição. Nos Cristos encontrarão os Modelos de conduta, e, de
modo geral, a noção da UNIDADE EMANADORA E DETERMINADORA.
Com um pouco de bom senso e
alguma prudência, fácil será reconhecer a posição dos Verbos e
dos seus tutelados; o mais tudo é questão de viver o conhecimento.
“Vós,
se não vedes milagres e prodígios, não credes.” – João, cap.
4.
A
brutalidade da matéria empece o espírito; somente a evolução o
fará capaz de saber e sentir as verdades sublimes e, por isso mesmo,
torná-lo naturalmente afim com a UNIDADE. Sem crescer no íntimo,
onde se deve dar o fenômeno de Celeste Conexão, ninguém poderá
gostar das Verdades Divinas. O espírito bruto pede e deseja provas
brutas.
“Foi
este o segundo milagre que Jesus obrou, tendo vindo da Judéia para
Galiléia.” – João, cap.4.
Na
Ordem Divina não existem milagres e nem mistérios; existem poderes
Divinos e ações espirituais que se estribam em leis fundamentais.
Os fenômenos mediúnicos sempre foram tidos por milagrosos pelos
indivíduos ignaros. Jesus tinha ao redor as falanges angélicas ou
espirituais e fora o médium mais completo, O Sem Medida, como estava
escrito nos profetas. Além disso, os Apóstolos e muitos outros
forneciam fartos elementos de valor mediúnico, para a produção de
tais fenômenos.
“Porque
um anjo do Senhor descia em certo tempo ao tanque, e movia-se a
água.” – João, cap.5.
A
Bíblia inteira é uma seqüência de fenômenos mediúnicos, de
testemunhos sobre as manifestações dos anjos ou espíritos. Somente
os cegos propositais é que nunca enxergam coisa alguma. Resistir
contra a comunicabilidade dos espíritos sempre foi o forte das
clerezias idólatras e mercantilistas.
“Hoje
é Sábado, não te é lícito levar a tua cama.” – João, cap.
5.
Para
Deus e para os Verbos não existem dias e nem horas, porque tudo
sabem e procedem à base de eternidade, de infinidade. Os espíritos
medíocres é que vivem para formalismos e ronceirismos pagãos,
sendo por isso capazes das maiores aberrações, até de crueldades,
para satisfazer aos caprichos sectários e idólatras.
“Olha
que já estás são; não peques mais, para que te não suceda alguma
coisa pior.” – João, cap.5.
Testemunho
dado por Jesus, sobre a lei da Causa e Efeito. Não existe o perdão,
mas a paga até o último ceitil e a continuação no rumo da Pureza
e da Sabedoria. Também não existe quem perdoe pecados por conta da
Lei ou da Justiça de Deus. O Cristo veio trazer a Graça e a Verdade
para toda a carne, e não para derrogar as leis fundamentais do
Cosmo. Jesus não é o responsável de muita coisa que Lhe pretendem
atribuir. Ele veio para Exemplo de Ordem e para cumprir a promessa do
batismo de espírito. É Despenseiro Fiel e Prudente e não detrator
de leis.
“Eu
não recebo dos homens a minha glória.” – João, cap. 5 .
Ai
de quem se fia nas glórias humanas! Ai daqueles que confiam nas
benesses que findam no túmulo! E os Verbos, mais do que ninguém,
sabem que só é verdadeira glória a que vem de Deus pelos canais
evolutivos; isto é, o Reino de Deus que está dentro de cada um de
nós, Reino que cumpre ser exposto por evolução. Quanto ao ser
UNGIDO, ou armado de PODERES DELEGADOS, não Lhe deu crédito o
mundo, mas não o abandonou o Pai. Importa é ter de Deus o apoio.
“Porque
se vós crêsseis a Moisés, certamente me creríeis a mim, porque
ele escreveu de mim.” – João, cap. 5.
Jesus
foi anunciado a começar de Abraão; Moisés e os Profetas anunciaram
a Jesus; e quando Jesus veio, em nome dos Patriarcas, de Moisés e
dos Profetas, foi que O cravaram na cruz. Por que? Porque veio
cumprir a vontade de Deus!... E quantos pretensos ministros de Deus
ainda pensam em termos de Caifaz e Anaz?!...
“E
entendendo Jesus que o viriam arrebatar para o fazerem rei, tornou a
retirar-se para o monte, ele só.” – João, cap. 6.
Jamais
um espírito, em função de Cristo ou Verbo, toma corpo carnal para
executar funções terrenas; a função de tais espíritos é
trabalhar, no Plano da Lei Geral, pela reintegração cósmica de
Seus irmãos tutelados. Das coisas do reino deste mundo, espíritos
inferiores é que tratam. Tudo é relativo.
“Porque
ele é Aquele em quem Deus Pai imprimiu o seu selo.” – João,
cap. 6.
Cristo,
Verbo ou Ungido, quer dizer SELADO ou investido de função
Altíssima. A Escritura, por causa dos erros interpostos, confunde
entre UNGIDO e unigênito. A verdadeira vantagem está na verdade e
não nos títulos inexatos e estultos, tanto mais estultos pelo fato
de pretenderem encobrir verdades fundamentais, verdades que devem ser
respeitadas. Adular é próprio de espíritos tacanhos, é comum nas
pessoas inconscientes, que assim pensam iludir e fugir à Lei e à
Justiça. Tende cuidado com aqueles que, por ganância e outras
fraquezas, inventam dogmas e rituais, simulacros e práticas formais,
cuidando que com isso alteram a ORDEM CÓSMICA ou subornam a Vontade
de Deus, para receberem de favor aquilo que por justiça não
merecem.
“Por
isso eu vos tenho dito, que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai
lhe não for isso concedido.” – João, cap.7.
É
lição comum das Fraternidades Esotéricas; ninguém chegará a ser
da hierarquia dos Cristos, Delegados, Ungidos ou Verbos, sem crescer
no Plano das Leis Gerais. Sem Lei ninguém desabrocha o Céu Íntimo
e sem isso ninguém poderá ser jamais Excelsa Autoridade. Aos
Cristos cumpre testemunhar as leis fundamentais, nunca porém
derrogá-las, por isso mesmo que são os Exemplos Vivos do Amor e da
Verdade, da Lei e da Revelação. Fora das leis de Deus, como haver
elevação?
“A
minha doutrina não é minha, mas é Daquele que me enviou” –
João, cap.7.
Já
dissemos que Jesus viveu a Doutrina que Deus Lhe deu o encargo de
deixar no mundo; Ele foi, em verdade, o Divino Transmissor da Excelsa
Doutrina. É muito fácil de compreender, porque a Lei, o Amor e a
Revelação, derivam de leis de Deus e Senhor Total; o restante,
quando pode ser, é Servo de Deus. Tais são os Cristos ou Verbos.
“Não
julgueis segundo a aparência, mas julgai segundo a reta justiça.”
– João, cap.7.
Para
julgar segundo a reta justiça é necessário crescer e estar a par
da RETA JUSTIÇA; no mundo, por enquanto, e sabe Deus até quando, a
melhor justiça é apenas facciosa, sectária, idólatra, formalista
e mercantilista. Quanto aos que já aprenderam a harmonizar com a
Lei, com o Amor e com a Revelação, esses já tomaram as devidas
providências, julgando com piedade, com tolerância e perdão.
“Quando
vier o Cristo , fará ele mais prodígios do que este?” – João,
cap.7.
O
povo assim julgava e com sombras de razão. Realmente, além de ser
AQUELE QUE TERIA O ESPÍRITO SEM MEDIDA, como diziam os Profetas, era
o mais categorizado espírito planetário e investido da maior função
de todos os tempos. As legiões de Deus O rodeavam, para Lhe executar
a vontade, no âmbito da Lei.
“Nunca
homem algum falou como este homem.” – João, cap. 7.
Todavia,
Jesus veio ao mundo para trazer a todos as verdades conhecidas pelos
Cenáculos Esotéricos, com os acréscimos de Seus Poderes
Espirituais, daquela parte que decorria de sua Alta Hierarquia e
função missionária. Se tivessem deixado tudo como Ele disse, nunca
haveria lugar para clerezias político-econômicas e outras farsas no
seio do Cristianismo. Porque a Lei, o Amor e a Revelação eram dos
cultos esotéricos, e , para serem vividas, não são necessários os
cleros; estes, pelo contrário, a tudo corrompem e desonram, com suas
falsas aparências de culto.
“Eu
sou a luz do mundo; o que me segue não anda em trevas, mas terá o
lume da vida.” – João, cap. 8.
Nem
poderia ser de menos, visto como os Cristos ou Verbos, Ungidos ou
Selados, nascem para serem os Exemplos da Verdade, do Caminho e da
Vida. Não existe planeta que não tenha o seu Cristo ou Verbo, e
todos eles representam a Verdade.
“Eu
sou o princípio, o mesmo que vos falo.” – João, cap. 8.
O
mesmo que, por determinação da ESSÊNCIA DIVINA ou Deus, contando
com Suas legiões de Imediatos, presidiu à formação da Terra; O
mesmo que, nas mesmas condições, é o Diretor Planetário, sem ser
o perdoador dos pecados e sem ser o responsável pelas liberdades
individuais. Porque, no Espaço e no Tempo, a Lei prevalece e a cada
um será dado segundo as suas obras. E a quem mais conhecer, é certo
que mais será pedido.
“E
conhecereis a Verdade, e a Verdade vos livrará” – João, cap. 8.
A
Verdade a ser conhecida está fundamentada nas seguintes bases: o
Emanador, a Emanação, o Espírito, a Matéria, a Imortalidade, a
Responsabilidade, a Evolução, a Reencarnação, a Revelação, a
Pluralidade dos Mundos, a Lei Equilibradora e a Virtude. Quem chega a
conhecer a Verdade, pelos canais da Evolução, é aquele que se
libertou. Ele formará com os Cristos ou Verbos, tomando parte na
Administração do Cosmo. A lição de Jesus foi para todos os
tempos; quando a Terra for aquela Jerusalém sem portas, então
vereis até onde as palavras de Jesus foram completas e por demais
extensas para aqueles dias em que foram proferidas. Porque uma coisa
é conhecer em teoria e outra coisa é realizar no íntimo.
“Em
verdade, em verdade vos digo que se alguém guarda as minhas
palavras, não verá a morte eternamente.” – João, cap. 8.
Sentença
de integral sentido esotérico; ficar com as palavras é ficar com as
leis, que os Cristos ou Verbos representam. É ficar igual, é ser
UNO COM O PAI, é ultrapassar os limites da lei de Reencarnação. Se
nascer, como Jesus o fez, será por vontade própria e para ter
integral certeza de tudo. Será Divino o Ato de Renúncia. Todavia,
falar no Cristo não é guardar a Sua Doutrina... Muitos dirão
Senhor! Senhor! e irão para as trevas exteriores... Por um Cristo
que veio ao mundo e foi crucificado pelo mundo, milhões de
negociatas e de malabarismos criminosos já se levantaram. Em nome da
Verdade, a mentira faz livremente e endossada pelas ditas religiões
clericais, toda praça de erros e de absurdos. Como, pois, não irem
parar nas trevas os mesmos que exclamam Senhor! Senhor!?
“Este
homem, que não guarda o sábado, não é de Deus.” – João,
cap.9.
Tudo
quanto é material e formal é para servir o espírito e não para
ser senhor do espírito. Entretanto, isto não é do entendimento dos
espíritos medíocres. Nem dos medíocres espontâneos e nem dos
propositais; porque aqueles que inventam dogmas e idolatrias,
formalismos e rituais, para disso fazerem mercado ou meio de vida,
são medíocres propositais. Para a Lei de Deus, para o Amor dos
Cristos e para a Revelação Consoladora, não existem sábados e nem
formalismos.
“Dá
glória a Deus; nós sabemos que esse homem é pecador.” – João,
cap. 9.
A
presunção dos proprietários de religiões é fonte de atos
ridículos; a Verdade é para eles mentira e a mentira é posta no
lugar da Verdade. Saíram do Templo os assassinos de Jesus, como
continuam a sair dos Templos as perseguições contra a Verdade. Para
haver Religião Pura, não se a pratique em benefício de orgulhos,
de vaidades, de posições mundanas, do bolso e do estômago. Ainda
assim, muito zelo pela Lei, porque vastos são os caminhos do erro e
da mentira, quando querem mesmo arrastar o homem pelas suas
fraquezas. Quanto aos crédulos em geral, melhor é que procurem
conhecer por si mesmos, do que se entregarem às lábias e às
maquinações daqueles que de tudo fazem comércio, pretendendo
passar por aquilo que não são.
“Eu
sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas...” –
João, cap. 10.
Contrariando
os padres, ou senhores do Templo, Jesus marchava em linha reta na
direção do Seu messianato. Daria mesmo a Sua vida pelo cumprimento
do dever. Como porém o Seu pastorado não teria e não tem fim, (
enquanto a Terra não for o mundo perfeito que deverá vir a ser )
eis que voltaria como espírito, para dar início à Igreja Viva,
edificada sobre a Revelação. Vide o livro intitulado“ LEI, GRAÇA
E VERDADE”.
“Eu
e o Pai somos uma mesma coisa.” – João, cap. 10.
Jesus
nunca falou que era igual individualmente, e sim como REPRESENTANTE;
é a função dos Cristos ou Verbos, Ungidos ou Selados. Em Doutrina,
fora o Divino Transmissor, afirmando que nada fazia de si mesmo.
Todos viremos a ser assim.
“Eu
disse: vós sois deuses.” – João, cap. 10.
Jesus
reportou-se ao que se acha escrito nos Salmos. A Sabedoria das
Fraternidades Esotéricas ensinava perfeitamente. Um Emanador e uma
Emanação; o que vem de Deus é semi-deus. Sem perder a
individualidade, o espírito passa a ser filtro da Soberana Vontade.
Tais são os Cristos e Verbos; isto é, UNIDOS COM O PAI. A única
importância é a evolutiva, porque ninguém chega a ser UNO sem
progredir. Não existem favores e nem desaforos em Deus e Suas leis
regentes.
“O
Pai está em mim e eu no Pai.” – João, cap. 10.
Sendo
Cristo a Síntese Geral, simboliza a Emanação ou tudo que é filho
ou derivado da ESSÊNCIA ORIGINÁRIA ou Deus. Portanto, o Emanador
está na Emanação e vice-versa. Aliás, tudo é parte e relação,
o Emanador, a Emanação, as leis e as virtudes. Nada é separado,
tudo forma o TODO. Apenas, na vastidão incomensurável das
manifestações, fracionam-se as mesmas manifestações,
especificam-se os elementos e tudo revela suas valências,
movimentações e finalidades. No Apocalipse está escrito que o
Filho é figura de toda a Obra de Deus. Nem todas as verdades, no
entanto, podem ser assimiladas por qualquer espírito; as crianças
precisam comer mingauzinhos aguados...
Verdade
simples o quanto justíssima. Síntese da Verdade e Reflexo do Divino
Poder, o Cristo ou Verbo significa a emancipação realizada, a
colimação espiritual ou a chegada evolutiva. Crer é viver e não
apenas ter a certeza teórica; que se entregue o espírito trevoso ao
Programa do Cristo, e verá que se plantará das trevas para a Luz
Divina. Jesus salientou, porém o seguimento em obras e não em
conversa fiada ou simulacros idólatras. O mundo está cheio de bodes
que se fingem de ovelhas... Aquela gente de tiaras largas, de vestes
fingidas e pomposas, e que aparenta muita autoridade espiritual,
cópia exata dos Caifaz e Anaz, ainda vive crucificando a Verdade;
isto é, crucificando a Verdade e passando por autoridade, recebendo
festejos do mundo.
“Que
fazemos nós, que este homem faz muitos milagres?” – João, cap.
11.
Assim
ainda pensam todos os tribofeiros religiosos do mundo; se alguém faz
alguma coisa, com os recursos do mediunismo e dos espíritos, esse
alguém tem o diabo no corpo. Se nada faz e acompanha a cantilena da
mentira e da ignorância, então é muito bom cidadão e filho de
Deus, no entender deles.
“Nem
considerais que vos convém que morra um homem pelo povo, e que não
pereça toda a nação.” – João, cap. 11.
A
mais vergonhosa das alterações feitas nos textos, ou corrupções,
foi dizerem isso que segue ao texto transcrito, que Jesus morreria a
bem do povo, e que Caifaz assim profetizou, por ser o pontífice do
tempo. Muito ao contrário, ele e os demais achavam que se Jesus não
fosse morto, poria a perder o que convinha a eles. Eles crucificaram
a Jesus como feiticeiro, como está escrito no Talmud, livro de leis
dos rabinos israelitas. A falsificação do texto deu para
transformar a palavra assassina de Caifaz em profecia. É vergonhoso,
mas é assim mesmo.
“O
que ama a sua vida perdê-la-á, e o que aborrece a sua vida neste
mundo, conservá-la-á para a vida eterna.” – João, cap. 12.
Em primeiro lugar, Jesus não falava assim sobre a vida de
aquém-túmulo. As referências sobre a eternidade da vida são uma
coisa; as referências sobre merecer a paz e as vantagens decorrentes
do bem fazer, são outra coisa. A vida é sempre eterna, mas cada
qual vai recebendo sempre segundo as obras, não tendo jamais uma só
encarnação o mérito de emancipar totalmente o espírito. Amar a
vida é dever de todos, é por lei de Deus natural, justo e
necessário. Viver porém para o bolso, o estômago, o sexo, o
orgulho, a mentira, etc., isso não é amar a vida, é isso tripudiar
sobre a vida. Jesus ensinava a aborrecer os vícios nefandos e a
cultivar as virtudes emancipadoras. O resto é das falsas
traduções!...
“Mas
sendo tantos os milagres que fizera em sua presença, não criam
nele.” – João, cap. 12.
Ninguém
confunda, ao ler, entre o povo e os clérigos; estes é que viam em
Jesus o fim das mercâncias vergonhosas, dos abusos que praticavam em
concordância com os governantes. Tudo fazia Jesus na rua, no meio do
povo, para onde traria o Batismo do Espírito, a Revelação para
toda a carne; e os clérigos viam nisso fim de suas gordas mamatas,
nada mais. O povo estava com Jesus; mas os donos do povo não podiam
estar. É por isso que o caminho do Senhor viveu perseguido até o
quarto século, tendo afinal sido corrompido de uma vez.
A
seguir vem a ministração do pão e do vinho, que deviam ser
tragados em igualdade de condições, pois os Essênios tinham nessa
festa, a festa da Reconciliação ou da Amizade. Brigas e alterações,
nessa festa deviam ter fim. Em sinal de fraternidade, deviam comer do
mesmo pão e beber do mesmo vinho. O restante, que anda pelo mundo,
foi inventado para ajoelhar o mundo diante dos beleguins de Roma.
Demais, o que se come é para ser largado em lugar escuso... Ninguém
deve pretender engolir o Cristo, para depois largá-lo na privada...
O Cristo, o que deseja de nós, é que saibamos viver a Lei, o Amor e
a Revelação. O resto é asneira. É sujeição a erros, crimes e
escravizações.
Os
capítulos quatorze, quinze e dezesseis, de João, estão muito
referidos em quase todos os livros que constituem A SÉRIE DO CÉU.
São fartos em palavras de Jesus sobre o derrame de espírito; isto
é, edificação da Igreja Viva, sobre a Revelação tornada pública.
O fim das Fraternidades Esotéricas. Tanto que, com o triunfo do
Cristo, os Essênios integraram o Caminho do Senhor, guardando fartos
documentos em lugares bastante seguros, para testemunhos no porvir.
“Eu
estou neles, e tu estás em mim, para que eles sejam consumados na
Unidade, e para que o mundo saiba que me enviaste, e que tu os
amaste, como amaste também a mim.” – João, cap. 17.
Nenhum
dos Grandes Reveladores, ou Precursores do Cristo, deixou de ensinar
a LEI FUNDAMENTAL DE UNIDADE; não estamos falando em monoteísmo e
sim na VERDADE UNITÁRIA. Não basta ser Monoteísta; é preciso
saber que somos emanações da UNIDADE, que na UNIDADE nos
movimentamos, evoluímos e viremos a ser plenamente conscientes.
Viremos a ser Cristos ou Ungidos, chegaremos a refletir os
Divinos Poderes e as Glórias de Deus. Jesus falou em tudo isso e
muito mais do que Crisna, Hermes ou Pitágoras e Orfeu; apenas, quem
tinha interesse na continuação das corrupções fez o serviço de
alteração nas letras ou documentos. E quanto a Jesus, sabendo a
Doutrina que deixaria, fundamentada na Revelação, não escreveu; à
Revelação cumpriria dizer aquilo que, no tempo, não era possível
a Ele ensinar. Roma retardou a expansão dos ensinos que deveriam
vir, mas nunca poderia liquidar para sempre a fonte informativa
mediúnica. No tempo, como se deu, tudo volveria a ser reposto no
lugar. O Espiritismo, bem o sabeis, é o Caminho do Senhor; as bases
continuam as mesmas – Lei, Amor e Revelação.
“E
primeiramente o levaram à casa de Anaz, por ser sogro de Caifaz, que
era o pontífice daquele ano.” – João, cap. 18.
Jesus
já havia dito, que debaixo das tiras largas, das pompas exteriores e
das aparências religiosas, estes tais escondiam os roubos, as
corrupções e os assassinatos. Repetimos, o Céu quer que o homem se
livre de toda e qualquer forma de idolatria; para isso lhe enviou o
Divino Emissário, para viver a Lei, exemplificar o Amor e trazer
para toda a carne a Graça da Revelação.
“Tu
não terias sobre mim poder algum, se lá de cima te não fora dado.
Por isso, o que me entregou a ti tem maior pecado.” – João,
cap. 19.
Não
existe autoridade sem responsabilidade. Quem alcança um posto de
mando, seja lá de que ordem ou alçada for, na administração do
mundo, que tenha muito e muito cuidado com as disposições que
tomar. Anaz, Caifaz, Pilatos e muitos outros daqueles dias, como
tantos outros de agora, não tiveram tempo, talvez, de pensar em tão
grave problema. Poderão, os errados contra o Céu, ludibriar a si
mesmos e ao mundo, porém jamais ao próprio Céu.
“Tira-o,
tira-o, crucifica-o” – João, cap. 19.
Eis
como exclamaram, aqueles que foram pagos pelo Sinédrio, para
exigirem a crucificação do Maior Missionário que a Terra conheceu,
o Portador da Graça e da Verdade para toda a carne.
“E
baixando a cabeça, rendeu o espírito.” – João, cap. 19.
Não
convém pensar no nascimento, sem ser para aquilatar dos deveres que
cumpre levar a termo; e não convém pensar na chamada morte, sem ser
para aquilatar das condições em que o espírito o faça. As
falanges ou legiões luminosas envolveram a Jesus, indo Ele passar
pelo sono reparador, para como espírito retornar a seguir e
prosseguir nos trabalhos, pois Lhe cumpria ainda providenciar o
batismo do espírito.
“Não
me toques, porque ainda não subi a meu Pai, mas vai a meus irmãos,
e dize-lhes que vou para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus.”
– João, cap. 20.
Como
diz o capítulo acima, Jesus retornou fazendo-se acompanhar de outros
espíritos. Salientou a Sua condição de irmão de todos eles, de
igual em ORIGEM, PLANO EVOLUTIVO e FINALIDADE. Sua condição de
Cristo ou Verbo é pura questão de evolução e de capacidade
funcional. Tratemos de crescer, para merecermos as mais altas funções
dentro da Lei; nunca porém para perdoar pecados ou para derrogar o
Princípio Fundamental de Equilíbrio. Jesus nunca proferiu certas
palavras ou cometeu atos que Lhe atribuem. Ele veio para cumprir
Ordens Divinas e não para alterá-las a Seu bel prazer.
Os
outros narradores constituintes da SÉRIE DO CÉU, de uma vastíssima
obra de esclarecimentos, fizeram completa exposição das verdades
que deviam ser apresentadas, através do Consolador. Assim como eu,
alguns foram grandes errados, havendo também narrativas de
elevadíssimos vultos, que se ocultaram atrás de nomes sem as
auréolas históricas. Quem ler a SÉRIE alcançará o conhecimento
de muitas e interessantes verdades, além de algumas graças que se
hão de revelar, pois foi-nos ordenado assim dizer, sendo exato que
assim será feito, porque atrás das centenas de grandes vultos
servidores, está a Palavra Impassável de Jesus Cristo.
É
muito fácil reconhecer o grau de superioridade do Cristo sobre as
Grandes Revelações anteriores:
1
– Ninguém foi tão anunciado como Ele, desde que a Terra existe,
desde que Grandes Revelações foram enviadas à Humanidade
terrícola. As Revelações vinham em caráter esotérico e em
caráter esotérico permaneciam. Ele, entretanto, que foi anunciado
desde remotos dias, e no seio dos mais diferentes povos, quando veio
foi para trazer a Graça e a Verdade para todos e de maneira toda
especial.
2 – Nenhum Emissário vindo, em qualquer tempo, teve um Preparador do Caminho nas condições em que Jesus o teve. Elias, também anunciado desde séculos antes, ( e os dois últimos versículos do Velho Testamento cabem a estas promessas do Céu ) fez-lhe o serviço de Assessor Messiânico, abalando as mentes de toda Israel em favor do Celeste Prometido.
3 – O Precursor e o Precursado surgiram da Escola de Profetas de Israel, a Fraternidade dos Essênios integrou-se no movimento denominado o Caminho do Senhor, vindo seus vultos a se tornarem os baluartes do movimento, enfrentando ódios e perseguições, prisões e martírios.
4
– Ao contrário dos demais e anteriores Reveladores, Jesus Cristo
anunciou a Sua volta como espírito, pois somente como espírito é
que selaria o cumprimento da promessa do Céu, de batizar toda a
carne em Revelação. O acidente da morte foi ultrapassado na função
Messiânica do Cristo, pois o Seu testemunho de batizador em
espírito, começaria com a Sua própria volta depois da morte.
5 – O Pentecostes resume, a
um tempo, a Lei, o Amor e a Revelação; resume a promessa cumprida,
a Igreja Viva, instrutiva e consoladora, entregue à Humanidade
através de algumas centenas de discípulos. Era a palavra de Jesus
que se cumpriria, pois o testemunho da Graça e da Verdade aos poucos
atingiria até às extremidades da Terra.
6
– O Espiritismo é, por ser a restauração do Caminho do Senhor,
testemunha das verdades proféticas. É Jesus que volta, sobre as
nuvens do Céu, para o serviço de espiritualização da Humanidade,
antes que chegue a grande hora de separação entre cabritos e
ovelhas. Porque haverá essa hora e muitos não herdarão a Terra do
Porvir.
7
– Quem quiser prestar atenção verá, como dois fatos históricos
se acham em tudo ligados. Em seguida à crucificação do Cristo,
deram-se aqueles fenômenos e acontecimentos relatados no Livro dos
Atos, pormenorizando os trabalhos iniciais, sendo a comunicabilidade
dos espíritos o motivo essencial do movimento. A manifestação
mediúnica alertava cérebros e consciências, fazendo avançar a
Excelsa Doutrina, convencendo a ponto de fazer mártires, sobrepondo
à perseguição e à morte as verdades eternas. E com o Espiritismo
dá-se o mesmo, pois embora não mais sejam necessários os
martírios, a comunicabilidade dos espíritos é a chave-mestra do
renovo espiritual da Humanidade.
Eis
alguns dados doutrinários e históricos, que fazem reconhecer em
Jesus a Soberania Planetária, a Centralização Diretora, sem termos
que fazer comparações de caráter individual, onde Ele teria a
dianteira em todos os sentidos, pois ninguém veio autorizado a fazer
aquilo que a Ele cumpriu – ser o Divino Portador da Graça e da
Verdade para todos, vindo a ser, também, na hora da reposição das
coisas no lugar, o Divino Distribuidor de Serviços, em concordância
com a Lei, sempre a par com a lei de Causa e Efeito, reflexo pleno da
Justiça Integral.
Há
um sentido de plenitude, em Graça e em Verdade, que emana forte e
sublime da personalidade de Jesus Cristo; é que, contrariando os
antigos Grandes Reveladores, foi por Deus devolvido ao seio dos
discípulos, para, vencida a morte estabelecer entre os dois planos,
contato consolador e instrutivo. A linfa cristalina e pura verte
maravilhosa da palavra imortal; em que outro se soube de semelhante
estado de Graça e de Verdade? A quem foi conferida semelhante
autoridade? Eis a palavra estuante de esplendor, cheia de consolo,
que por tantas gerações fora esperada:
“Assim
que, exaltado pela destra de Deus, e havendo recebido do Pai a
promessa do Espírito Santo, derramou sobre nós e a este, a quem vós
vedes e ouvis.” – Atos, cap. 2.
E
para que não houvesse dúvidas, ou para que ficasse patente que a
Doutrina Excelsa vinha para superar e ultrapassar a tudo quanto fosse
de todos os tempos oferecido à Humanidade, porque vinha proclamar
abertamente as verdades fundamentais, sem mistérios e sem portas
fechadas, sem rituais e sem mercantilismos, sem clerezias
interruptoras e corruptoras, eis que diz o texto:
“Porque
para vós é a promessa, e para vossos filhos, e para todos os que
estão longe, quantos chamar a si o Senhor nosso Deus.” – Atos,
cap. 2.