quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

AS MARGENS DO MAR MORTO

Manuscrito do mar morto, extraído da publicação da revista Veja de 06/09/1989 - Acervo Digital Veja — em http://veja.abril.com.br/acervodigital/






CAPÍTULOS DA VIDA

O homem vive entre "porquês". O "porquê" da vida, por exemplo, interessa a todos e freqüentemente nos interrogamos sobre fatos com que deparamos e que nos deixam perplexos. A Filosofia incumbe, sem dúvida, senão explicar cabalmente esses fatos, ao menos apresentar possíveis explicações, hipóteses racionais, teorias razoáveis, etc. Mas a Vida zomba desses esforços e os "porquês?" continuam a desafiar respostas exatas. Nenhuma ciência pôde ainda informar convenientemente o homem. O homem é o que é; mas, disso, conhecimento perfeito não tem. Tudo quanto lhe é dado saber, por ora, tendo por acréscimo o soberbo contingente das revelações espiríticas, não vai até poder afirmar estar de posse dos principais e indiscutíveis conhecimentos.
Vejamos: que se poderia dizer de justo, de insofismável, ao se ver um homem, jovem ou velho, sábio ou ignorante, são ou doente, rico ou pobre, à margem de um regato, empunhando uma vara de pesca? De onde vem, ao certo, aquela criatura? Que é em si, no rol das coisas e dos seres? Qual o seu grau perante a infinita escala hierárquica das personalidades? Em que ponto da escalada estará fadado a estacar? Existirá um possível termo na senda dos escalões sem fim e sem número, desse turbilhão de turbilhões de mundos e agrupamentos demográficos do infinito?

Extraído do Livro:  AS MARGENS DO MAR MORTO ebook adobe






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