- 11 -
“Eis aqui o Cordeiro de Deus, eis aqui o que tira o pecado do mundo” - João, cap. 1.
Ninguém nasceu ainda, nem jamais nascerá, para tirar o pecado do
mundo, como parece dizer o texto, a quem pretenda assim interpretar.
Servir de Divino Modelo e derramador do espírito sobre a carne, e
também para testemunhar a ressurreição final do espírito, isso
foi para o que Jesus veio. De resto, a cada um será dado segundo as
obras que praticar. Quando chegarem os textos, faremos os devidos
comentários, fazendo ver que as adulterações dos textos fizeram
Jesus cair em contradição muitas vezes. Como, porém, em Jesus não
houve contradição, descubram os estudiosos quem os fabricou e
distribuiu ao mundo religiosista.
- 12 -
“Aquele sobre que tu vires descer o Espírito, e repousar sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo” - João, cap. 1.
Trazer a Graça da Revelação para toda a carne, tal fora a função
missionária de Jesus. Claro que Jesus não iria generalizar a
comunicabilidade do espírito imundo. Porém, cumpre saber, usaram os
corruptores da Excelsa Doutrina do adjetivo “Santo”, para
significar uma terça parte de Deus, que é absurdo, além de
eliminar o cultivo da Revelação. Na hora daremos as explicações,
concitando também à leitura de outros livros nossos, que bem
estudam esta questão.
- 13 -
“E eu o vi, e dei testemunho de que ele é o Filho de Deus” - João, cap. 1.
Tudo isso foi arranjado depois, porque nenhum iniciado essênio
cometeria o absurdo de dizer que Deus tenha filhos especiais. A
Unidade paira nos fundamentos de tudo, sendo todos iguais perante as
leis de Origem, Processo Evolutivo e Sagrada Finalidade. O problema é
de evolução, para efeito de função, nada mais.
Os ronceirismos religiosistas precisam terminar, de um modo para que
falsos mestres deixem de burlar os simplórios, e de outro modo para
que se respeite como é devido a tudo quanto é de Deus. Em Deus não
existem favores ou desaforos de modo algum, para filho algum. Quem se
apresentar melhor, ou cheio de Graça e de Verdade, é porque isso
conseguiu normalmente por evolução.
Resta saber, ainda, que o evangelista João era um profundo
pitagórico. E o pitagorismo sabia de tudo isso muito bem, jamais
fazendo confusão ou pondo em dúvida a integridade da Justiça
Divina.
João Batista, ao ver Jesus, reconheceu Nele o Ungido ou Messias que
devia vir. Entretanto, saiba quem tenha vontade de saber, eles eram
primos e suas respectivas famílias cultivavam a Revelação, porque
pertenciam ao essenismo ou profetismo hebreu.
- 14 -
“Ao outro dia ainda João lá estava, e dois de seus discípulos” - João, cap. 1.
O tempo que João Batista e Jesus estiveram ausentes, ou que pensam
os menos conhecedores que tenham estado ausentes, foi o preparativo
feito na Escola de Profetas de Israel, a Ordem dos Nazireus ou Ordem
Essênia. Tanto João como Jesus dela saíram com setenta e dois
discípulos - dizem outros setenta -, formando estes discípulos,
versados em doutrina e bons profetas ou médiuns, a coroa vibratória
indispensável. Com a morte do Batista, seus discípulos passaram a
acompanhar Jesus, tendo assim feito também o restante da Escola
Essênia, com o triunfo de Jesus, ao ser crucificado. Houve corrupção
do texto, pois um dos discípulos citados era o mesmo Pedro, que
antes de ser acompanhante de Jesus o fora de João.
- 15 -
“Os primeiros apóstolos de Jesus.” - Evangelho.
Nenhum deles foi encontrado na rua ou coisa que o valha; no quarto
século fizeram toda sorte de adulterações nos textos, dando aos
fatos uma feição falsa, para garantir os interesses subalternos de
Roma. Todos saíram do essenismo ou profetismo hebreu. E se Roma não
tivesse adulterado os textos e a doutrina, o Caminho do Senhor nunca
se chamaria Cristianismo e seria apenas o essenismo ou profetismo de
portas abertas.
- 16 -
“Na verdade, na verdade vos digo, que vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” - João, cap. 1.
Poderia ser de menos, que o Celeste Ungido, vindo para batizar em
Revelação, deixasse de ter os anjos, almas ou espíritos santos,
subindo e descendo sobre Sua cabeça? Ele, que vinha para abrir as
portas dos Cenáculos Iniciáticos, não havia de ser o Príncipe da
Revelação, da infusão entre os dois planos da vida? Como Divino
Molde, não deveria deixar as marcas patentes do profetismo
generalizado, a tirar a orfandade, a estender pela Terra
advertências, ilustrações e consolações?
- 17 -
“A genealogia de Jesus Cristo” - Evangelho, segundo Mateus.
A genealogia do corpo pertence à humanidade cósmica. Também a do
espírito tem origem na Divina Essência ou Deus. Tudo é UM no
princípio, tudo começa em Deus, movimenta em Deus e atinge a
finalidade em Deus. Já é hora de irem abandonando os relativismos
tacanhos, para se irem somando no cosmicismo e no divinismo. Ademais,
quem contaria, na história dos mundos, a real genealogia de Jesus?
Embora considerando que em Deus prevalece o Eterno Presente, em que
mundos e tempos fez Jesus a Sua escalada biológica?
- 18 -
“O nascimento de Jesus Cristo” - Evangelho, segundo Mateus.
Aquele que vinha e veio com o Espírito Sem Medida, ou como Profeta
ou Médium Completo, nasceu por efeito mediúnico e não ficou no
túmulo também por efeito mediúnico.
- 19 -
“E José seu esposo, como era justo, e não queria infamá-la, resolveu deixá-la secretamente. Mas andando ele com isto no pensamento, eis que lhe apareceu em sonhos um anjo do Senhor...” - Mateus, cap. 1.
O fenômeno mediúnico da gravidez importa muito; mas uma vez
reconhecido este, o que importa é reconhecer, também, a
comunicabilidade dos anjos, espíritos ou almas, por sonhos e outros
meios ou faculdades. O essenismo ou profetismo hebreu, embora sempre
perseguido pelo clero levita, mantinha aceso o lume da Revelação.
Basta um pouco de conhecimento de causa e até um mínimo de
honestidade mental, para respeitar na Bíblia inteira o
revelacionismo, o aviso pelos espíritos comunicantes. A
comunicabilidade dos espíritos sempre foi a matriz dos ensinos
bíblicos. Todas as Bíblias da humanidade tratam do mediunismo, do
contato entre os dois planos da vida.
- 20 -
“E ele não a conheceu enquanto ela não deu à luz o seu primogênito; e foi-lhe posto o nome de Jesus” - Mateus, cap. 1.
Depois de assim ter nascido Jesus, Maria foi mãe de mais quatro
filhos. É um absurdo pensar que a maternidade natural tire à mulher
o que quer que seja de seus méritos espirituais. Se nos tempos
remotos, por causa da brutalidade dos entendimentos, foram
necessários os grandes ou fortes fenômenos mediúnicos, assim foi
feito. Se fossem necessários agora, também aconteceriam; mas a
realidade é a seguinte - que cada um vá conhecendo as coisas
sublimes e deixando as grosseiras de uma vez para sempre. Os
fenômenos mediúnicos também são naturais, apenas situados noutra
escala vibratória, nada mais. O Plano Crístico ou Diretor, por
certo que usa de recursos, conforme as épocas e as necessidades.
- 21 -
“Os magos do oriente” - Evangelho, segundo Mateus.
Iniciados de Escolas Ocultistas, que sabendo por Revelação do
nascimento do Messias, vieram prestar-Lhe honras. Sempre a
comunicabilidade dos espíritos a guiar os homens bem intencionados e
inteligentes, nada mais.
- 22 -
“E saía concorrendo a ele toda a terra da Judéia e todos os de Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados” - Marcos, cap. 1.
Foi promulgado pela Ordem dos Nazireus, fazer do batismo de água o
substituto do antigo batismo, que era e é bem indecente. Embora tudo
quanto seja formal seja também simples paliativo ou engodo clerical,
nada representando perante a Lei e a Justiça de Deus, cumpre
considerar que gente medíocre não aceita fatores de elevado teor
espiritual. A Terra ainda é um mundo espiritualmente analfabeto,
bruto, idólatra e capcioso; tudo quanto sejam manobrismos e engodos
encontrarão nela guarida.
Dizer que o batismo de água simbolize arrependimento é o mesmo que
dizer que o vinho ruim passe a ser bom, por causa de um rótulo
diferente. É absurdo e dos grandes, pois os que clamam “Senhor!
Senhor!” através de sacramentismos também vão para os lugares de
trevas, prantos e ranger dos dentes, porque as suas obras são
contrárias à Lei de Deus.
A Lei de Deus lembra a Moral, o Amor, a Revelação, a Sabedoria e a
Virtude. Fora disso, tudo são formalismos e quando muito engordam os
bolsos e as panças de agrupamentos parasitas.
O essenismo convidava a praticar atos que, confessados em público,
não envergonhassem os seus autores. Nada mais do que isso pregava
João Batista, convidando assim ao cultivo da decência social. O
romanismo transformou isso, por corrupção, na repugnante e
criminosa confissão auricular, fonte de vergonheiras e de sujeições
ao Império.
O que é certo, sendo Deus e Jesus testemunhas disto, é que muita
gente encarnada e desencarnada habita nas trevas, não só pelo fato
de ter comprado ou vendido formalismos, mas pelo fato de não
cultivar a Verdade que livra, cujas bases aquelas cinco palavras bem
fazem compreender.
- 23 -
“E ouviu-se do céu esta voz: Tu és aquele meu Filho singularmente amado, em ti tenho posto toda a minha complacência” - Marcos, cap. 1.
Primeiro consideremos o fenômeno mediúnico ou espírita, de voz
direta; a seguir, que amados de Deus todos são, mas cada um recebe
segundo as obras. Consideremos os fatores Origem Divina, Processo
Evolutivo e Finalidade, para termos em mente os fatores Hierarquia e
Função, bastante evidentes na vida dos espíritos. Em Jesus, uma
vez encarnado, compreendamos tais fatores, pois nunca poderia dar
cumprimento à Sua função missionária, a menos que Deus o
amparasse, com as legiões de anjos, espíritos ou almas, que
estariam sempre sobre Ele.
- 24 -
“A tentação de Jesus” - Marcos, cap. 1.
Não queremos transcrever o texto por causa das falhas que encerra,
que chegam a causar horror.
Primeiro, porque o assunto já pertencia a outros dos antigos Grandes
Iniciados!
Segundo, porque as provas pelas quais tinham de passar os Nazireus,
eram no começo da iniciação e não no fim, sendo que Jesus passou
por elas como se nada fossem.
Terceiro, que diabo ou Satanás são significações simbólicas,
querem dizer o Mal, a contradição da Lei de Deus!
Quarto, que de um Satanás pessoal que se apresentasse daquele jeito,
qualquer um se livraria, ainda que fosse um tolo!
Quinto, que o Divino Molde apresentado por Deus a Seus outros filhos,
nunca seria fora de ordem normal; Ele teria os dotes mediúnicos SEM
MEDIDA, e disso daria exemplo, pelo fato de vir batizar em
mediunismo; Ele apresentaria fenômenos mediúnicos potentes e
sublimes, porque deixaria a Doutrina edificada sobre o mesmo
mediunismo, para à custa dele a humanidade ir crescendo, atingir um
dia o mesmo mediunismo, SEM MEDIDA. Ele demonstrou e deixou o que
tinha, para servir de Divino Modelo, nada mais. Tudo em Jesus é
Divina Modelagem, porque Suas realidades, então avançadas, virão a
ser as de todos os filhos de Deus.
Quem quiser encontrar o Satanás que Jesus encontrou, procure no
Bolso, no Estômago, no Sexo, no Orgulho, no Egoísmo, etc. Enquanto
um filho de Deus estiver sujeito a tudo isso, como provas, que tenha
muito cuidado. Vencer o mundo é muito importante, mas de um salto
não é possível. Os mundos e as vidas farão o serviço de
contribuição; e a responsabilidade varia com o grau de conhecimento
de causa. A Doutrina Espírita, essencialmente profética que é,
ensinará tudo e muito certo, no curso dos tempos.
Jesus nunca esteve em deserto algum habitando com feras; esteve no
Cenáculo das margens do Mar Morto, como Nazireu que era, esperando o
tempo chegar, para receber a devida ordem e sair em cumprimento de
Sua missão crística. A ordem viria do Espaço e não de homens.
- 25 -
“Mas depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para Galiléia, pregando o Evangelho do reino de Deus” - Marcos, cap. 1.
A Doutrina, que Jesus sempre disse ser do Pai e não Dele, era a
Verdade Iniciática, aquilo que sabiam os Nazireus todos; quanto ao
mais, por ação mediúnica viria ao mundo e por ação mediúnica
sairia, porque a um Cristo cumpre dar testemunho das leis superiores
da vida. O Espírito terá que ser acima de mundos, formas e
transições, e Jesus, o Cristo Planetário, disso deu o devido
testemunho, e eterno testemunho, porque nunca passará. Quem se
lembrar da Moral, do Amor, da Revelação, da Sabedoria e da Virtude,
saberá o que é a Excelsa Doutrina, que Jesus viveu diante do mundo.
- 26 -
“Os Apóstolos” - Evangelho.
Os quatro livros, no que dizem respeito aos doze, caem em terríveis
contradições. Cumpre saber que Jesus saiu das margens do Mar Morto
com setenta e dois discípulos, tendo dentre eles escolhido doze,
para lembrar e honrar as Doze Tribos de Israel. Com a generalização
da Revelação, do Pentecoste em diante, pensava Ele unir as Tribos e
estender o Conhecimento da Verdade aos extremos da Terra.
Como Roma traiu o Cristo e o Seu batismo de Revelação, cumpria que
tudo fosse restaurado; o Espiritismo é a Restauração. Não houve
corrupção, em Roma, de práticas apenas; houve dos textos, para
facilitar a corrupção das práticas.
- 27 -
“E apareceu a Zacarias um anjo do Senhor, posto em pé da parte direita do altar...” - Lucas, cap. 1.
Anjo, espírito e alma, tudo quer dizer o mesmo na linguagem bíblica;
e como diz o texto, um espírito chamado Gabriel, por mediunismo se
comunicou e avisou a Zacarias, sobre o nascimento ou a reencarnação
de Elias, para servir de precursor, como estava anunciado em
Malaquias, cap. 4.
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