DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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sexta-feira, 14 de abril de 2017

UMA VISÃO DO CRISTO

Durante o dia, por algumas horas, mantivemos boa conversação, eu, minha mãe e Salmo. E antes de saírem deixaram patente, que durante a noite eu teria um sonho instrutivo. Embora dentro de mim fermentasse o desejo de sair do leito, e de forçar a cura, ou de reparar o aleijão, fiz o possível de nada deixar transparecer. Eles costumavam descobrir meus pensamentos, até os mínimos detalhes. Eu sabia que eles me analisavam, e que deviam conhecer minhas intenções. Mas, como tudo em mim era espontâneo, e eles nada diziam, eu me calava. A hora devia soar, e minha mãe já havia dito que não mais falasse sobre a questão. Obedecer às leis é fazer boa religião. E eu fazia, não porque o campo sentimental assim desejasse, mas porque a razão assim determinava. Cérebro e coração estavam bem distanciados, porém se mantinham em mútua política de tolerância e expectativa. Um mundo esperançoso me acenava pela frente, e isso me fazia de certo modo cordato e feliz. A leitura do relatório me informara de que o pior já havia passado. Devia, portanto, saber aguardar os acontecimentos. Demais, desde o desencarne, que dia havia passado sem o que fazer, sem uma novidade, sem uma lição aprendida?

Durante a noite tive uma deslumbrante visão. Todos aqueles, que comigo haviam trocado idéias, eram concordes em que as mais sublimes visões eram aquelas em que o Cristo tomasse parte. Isto, porque a Sua presença marcava de modo superior a significação moral da mesma — valia por uma revelação da própria Lei, de quem o Cristo é a representação inteligente. Isto aprendi, então, de um modo integral: que o Cristo é a síntese de todas as verdades, por ser a representação inteligente das leis básicas. Logo, não vale apenas por um espírito e sim pela própria Lei. É o símbolo da vigência legislativa universal no planeta; isto é, desde o que é material até o que seja mais espiritual. A começar do centro do planeta sólido até os páramos interestelares.

Não vi o Cristo resplendente de luz e glória, como diziam que de quando em quando alguns O viam; eu O vi como um homem, encarnado, passando por entre multidões, falando a uns, atendendo a outros, aplicando passes em outros, acompanhado de um pugilo de homens.

Quando Ele tomou certo rumo, por uma estrada poeirenta, alguém disse, ao meu lado, que iria certamente descansar um pouco, despedindo as gentes. Pouco depois a previsão tinha-se realizado, pois Ele dissera estar cansado e ter que fazer orações a sós, para readquirir forças. A turba afastou-se e Ele deixou a estrada, entrando por um bosque. Não sei porque, mas tive incontrolável vontade de dar a volta pelo valezinho à direita e ir esperá-Lo à saída, se porventura fosse Seu intento sair.

Não venci o desejo e fui. Corri e sentei-me na beira do bosque, aguardando o que desse e viesse. Fez-se noite e uma lua em quarto crescente começou a diluir-se pela paisagem desértica. Era um encanto. Tudo era sonho e gozo. O Céu e a terra, parece, se haviam consorciado, a fim de que uma paz sem limites atingisse aquele local e suas criaturas.

Pouco depois ouvi vozes. Elas se aproximavam cada vez mais e por fim o Mestre apareceu, marchando à frente de Seus discípulos. Cumprimentei-O, explicando-Lhe o motivo de minha desobediência à Sua ordem, para que cada um fosse rumo a seu domicílio.

— Eu sei, — disse Ele, falando com uma brandura absorvente; — eu sei e assim o desejei. Necessitava falar-te, porque não foi para mim que vim ao mundo, e sim pelos meus irmãos e comandados. Trago um mandato que encerra uma lição, uma advertência e uma oferta.

— Mestre, serei todo ouvidos e respeito.

— A lição, — continuou Ele, — constitui-se de informar aos homens a respeito do Cristo interno, do Cristo esquecido, do Cristo desconhecido. Poucos fazem caso desse dever, que é o dever de fato. Os cultos tradicionais deturparam nos homens o sentido inato de respeito a um Deus que é Amor e Justiça, levantando em seu lugar os mais contraditórios e chocantes conceitos, de onde se originam preconceitos os mais deprimentes à criatura. Afirmam Deus para assim poderem afastar de Deus. Eu venho dizer aos homens que Deus não quer sacrifícios e sim amor; que em Deus não há acepção de pessoas, de raças, de cores, de castas, de posses, de fronteiras. E que a adoração deve ser feita no templo interior, sendo as ofertas, as únicas aceitáveis, aquelas que se estribam no amor e na sabedoria. Eu, o que sou, é aquilo mesmo que tendes obrigação de procurar ser. Não vim procurar, não vim buscar o amor das criaturas para mim. Não necessito disso. Quero que vos ameis uns aos outros, porque esse é o caminho da glorificação interna. Aqueles que dizem, e são muitos, que eu procuro ser amado como Deus, enganam-se; eu não tenho necessidade disso, porque o Pai sabe como sou e como Lhe obedeço. Do homem quero a compreensão para os deveres íntimos, a iluminação interna, o desabrochamento do Cristo. Porque cada um encerra um Cristo a despertar, e, infelizmente, esquece-o.

Quando Sua voz cessou, a natureza parecia repeti-la. Depois de um pouco, continuou:

— A advertência é esta: a humanidade está às portas de uma Nova Era, e, isso coloca seus indivíduos em dura expectativa. É lastimável que haja tanta inconsciência do homem a respeito do destino do mundo e do seu próprio destino. As religiões têm desvirtuado o sentido da fé, que é, em natureza, encaminhar o homem para o conhecimento das leis da vida. Sem saber, como pode o homem aplicar-se bem? É urgente que se compenetre do dever de amar a Deus com toda a força do coração e de toda a inteligência. Ai de quem olvidar esta obrigação. Infeliz daquele que não atender a esta minha advertência.

Fez um brevíssimo silêncio e acrescentou:

— A oferta é o cumprimento da promessa antiga, o derrame de Espírito sobre a carne. O mundo ir-me-á supliciar e tirar a vida. Mas eu voltarei, como espírito, e completarei minha obra. Essa autoridade eu a tenho, delegada por meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus. Assim se dará, porque aquilo que é de Deus não cessa em virtude dos erros e desmandos de homens. Para Deus não existe um agora ou nunca, porque para Deus tudo é sempre e presente, e Sua Lei é imutável e eterna. Os homens, quando souberem o que vim fazer, compreenderão que lhes vim lembrar os mais sagrados deveres — amarem-se mutuamente e procurarem saber o quanto possível das leis da vida.

Cessando a fala, pôs-me a destra sobre o ombro e disse-me:

— Vai e não te esqueças disto. Vive esta lição, que é do Céu, e procura passá-la aos irmãos. O mundo precisa de verdadeiros apóstolos, a humanidade necessita de obreiros do bem. Procura dar dignos frutos pelo exemplo, e um dia, quando menos pensares, estaremos juntos no regaço de Deus. Vai. . . Vai. . .

Ele ia dizendo vai, e eu me afastava, olhando para trás e derramando copiosas lágrimas.
Que misto vivi, de dor e alegria! Que estado de mágoa, meu Deus!

Quando acordei, tinha as minhas faces de espírito banhadas e os olhos num ardor delicioso, bem aventurado. Eu, todo, fremia de uma intensa alegria


Extraído do Livro:  UMA VISÃO DO CRISTO










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PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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