DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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domingo, 13 de outubro de 2019

Lei, Graça e Verdade - Capítulo VIII


Capítulo VIII


Chegara o tempo de ser feita a quinta exposição.

O discípulo havia lido quanto possível sobre as profecias. Compreendera vir, de muito longe, a promessa de um derrame de Espírito, para servir de roteiro luminoso, e consolador de portas abertas, livre de esoterismos quaisquer.

Na última reunião feita, juntamente com o jovem sírio, que passara a tomar parte nos estudos e trabalhos, com vigorosa força de vontade, disse o Mensageiro ao discípulo:

— Por estes dias será feita a quinta exposição e última, nesse sentido. Que a vossa conduta seja boa, exemplares os vossos atos, a fim de que o equilíbrio espiritual concorra para a melhor lembrança dos acontecimentos. Sugiro que leiam regularmente bons livros, para que vossas mentes permaneçam em perene contato vibratório com o mundo espiritual, e assim possam colher benefícios vários. Se é certo que as boas obras redundam em boas recompensas, também é certo que primeiro vem o conhecimento e depois a realização. Procurai, pois, conhecer, a fim de que possais realizar. As boas leituras fazem as grandes almas, porque preparam mentes superiores, inteligências cultivadas e caráteres nobres.

Realmente, o pequeno grupo espargia sua atividade, contribuía para a iluminação de quantos ali aportavam, tangidos pela dor ou movidos pela natural vontade de conhecimentos.

Aos que vinham pela dor, o Mensageiro ordenava estudos e reforma íntima. Deviam deixar os vícios e as más palavras; a inveja, o ódio, a mentira, a calúnia, o ciúme, o adultério, o alcoolismo, o jogo, o egoísmo. Que se dedicassem às obras de auxílios mútuos, de paz, de tolerância, de perdão, a fim de que o equilíbrio psíquico forçasse a cura carnal e o saneamento dos envolvimentos espirituais.

Dera-lhes, para ser lida e meditada, a seguinte Oração, que vale por um portento de compreensão das leis de origem, de plano evolutivo e de finalidades a serem atingidas:

“Sagrado Princípio do Universo, Origem de tudo e de todos. Na Divina Luz que Tu és, como filho Teu que sou, desejo espelhar-me, cultivando o AMOR e a SABEDORIA.

Sei, Divina Luz Fundamental, que sou herdeiro de Tuas Glórias Inefáveis; compreendo, Senhor do Infinito, que devo despertar-me no Teu Seio de Luz e de Poderes, a fim de vir a ser, consoante Teus santos desígnios, reflexo perfeito das graças e das verdades eternas.

Ampara-me, ó Luz Divina, para que eu possa vencer as lutas deste mundo! Faze, Sagrado Princípio, com que Teus Mensageiros guiem meus passos sobre a Terra! Dá-me, Senhor das vidas e dos destinos, o conhecimento de Tuas leis, a fim de que eu possa ser útil aos meus irmãos de jornada!

Pai Nosso, Fundamento Sagrado, apelo a Jesus Cristo, Diretor Planetário, a quem enviaste como derramador do Espírito sobre toda a carne, para merecer a cooperação de Suas legiões iluminadas! Necessitamos, Senhor, das graças da Revelação, da assistência dos espíritos misericordiosos. Faze, Jesus, Emissário Divino, que nossos pensamentos sejam puros, que nossos sentimentos sejam nobres, que nossas obras sejam dignas exemplificações de Teus ensinos.

Ampara-nos, Jesus, em nossos anseios de santidade e de sabedoria, a fim de que possamos viver a paz e a tolerância, o perdão e a solidariedade.

A dor estende-se pela Humanidade, ó Luzeiro Divino, por falta de iluminação nas almas! As lágrimas inundam as faces, Divino Medianeiro, porque os erros habitam os corações e as práticas humanas!

A Ti, Jesus, que vieste trazer a toda a carne a Graça e a Verdade, rogamos o auxílio das lições evangélicas, a palavra e a orientação dos Mensageiros do Amor!

Atende, Senhor, aos que rogam a assistência dos instrutores espirituais. Envia, Senhor, espíritos curadores aos que se acham enfermos e rogam auxílio. Envolve a Terra, Jesus, com as Tuas falanges de espíritos piedosos e sábios.

Senhor Jesus! Que as orações não fiquem sem resposta; que sejam consolados os aflitos; que os apelos dirigidos ao Céu encontrem guarida no Teu Imenso Coração!

Vem, Senhor, e torna a verter lágrimas piedosas sobre as dores da Humanidade!

Põe as virtudes curativas, Jesus, nas águas e nas almas, nos cérebros e nos corações!”

Aos que vinham tangidos pelo gosto de saber, impulsionados pela chama interna dos anseios emancipadores, aconselhava continuarem firmes na senda investigadora, a par dos melhores exemplos na conduta social. Ressaltava, sempre, que a marca do homem está exposta na sua conduta, no seu comportamento junto aos irmãos de origem e destino, mormente aqueles que têm menos, que mais carecem de solicitude e contribuições edificantes.

Apontava a necessidade premente dos melhores conhecimentos básicos, pelo menos em questões doutrinárias, evidenciando que o CRISTO veio depois das Escolas Esotéricas, por efeito de normas evolutivas necessárias havendo, por isso mesmo, obrigação de estudos gerais, de conhecimentos fundamentais, para que se assimilem as verdades doutrinárias, segundo as linhas ascensionais, progressivas, culminando no Batismo de Espírito, na REVELAÇÃO ao alcance de todos.

E quando alguém lhe fazia alguma pergunta referente ao zelo que punha no cultivo da REVELAÇÃO, respondia o Mensageiro com inteireza de exatidão, lembrando a tremenda responsabilidade do uso mediúnico. O próprio DEUS, dizia ele, para colocar a REVELAÇÃO ao alcance de toda a carne, enviou o Seu Máximo Representante Planetário, a fim de realçar a questão no plano das responsabilidades. E afirmava, de modo radical, que seria melhor nada fazer, do que aplicá-la contrariando os preceitos normativos da LEI.

Era comum apontar, como exemplo lapidar, aquele conceito do CRISTO, sobre não haver perdão para o blasfemo do Espírito Santo. E assim fazendo, revelava o que era a REVELAÇÃO para Jesus e como deveriam estimá-la os cristãos. E nós sabíamos que ele estava simplesmente certo, apenas justo em suas apreciações, porque o Divino Modelo não só veio trazer a GRAÇA para todos, mas também deixar a marca inolvidável do mais integral e inelutável exemplo.

O discípulo aguardou a hora de ser chamado, para ouvir a última exposição. E a hora chegou, dias depois, normalmente.

Apareceu-lhe o Mensageiro, dizendo:

— Vamos ao encontro da quinta exposição.

Partiram, portanto, no rumo da região determinada. E ao chegarem ao imenso local, falou-lhe o Mensageiro:

— Fiquemos na porta de entrada, por algum tempo.

O discípulo não sabia porque, mas dentro de alguns minutos ficou sabendo: viu os que vinham sendo trazidos, alguns em melhor estado, outros em calamitosas condições e situações. Viu o moço dos ataques, que vinha constrangido e rebelado, sem consciência da grandeza que estava a repelir; viu a jovem protestante, sorridente e feliz, acompanhada de dois espíritos luminosos; e viu o jovem sírio, acompanhado de alguns espíritos amigos, cheios de alegria.

— Isto é maravilhoso! — exclamou ele, observando o que ocorria.

Inteligente, o Mensageiro aduziu:

— Nem para todos... Como pode observar, a LUZ DIVINA que se traduz pelas mais sublimes lições, converte-se em objeto de repulsa para alguns irmãos destituídos de compreensão. As obras de preparação, ou de iniciação, continuam sendo semeaduras naturais e simples, de nós para os encarnados, porém complexas dos encarnados para nós. Conforme as ordens superiores, lançamos as sementes em igualdade de condições, aguardando os respectivos resultados. E, como pode observar, elas continuam caindo em lugares diferentes, em terras boas e em terras improdutivas...

— É lastimável!... — falou o discípulo, constatando o menosprezo de muitos em relação aos programas pré-traçados no mundo espiritual, antes do reencarne.

E o Mensageiro emendou, reduzindo a questão a termos:

— Realmente. Quem vai à reencarnação e não quer pensar nas sagradas finalidades da vida, por certo não lhe honra a grandeza da oportunidade. Malbaratar uma passagem pela carne é preparar outra em muito piores condições. Todavia, quem renega a importância fundamental do AMOR e da CIÊNCIA, logo mais cederá aos imperativos deprimentes do sofrimento...

Diante de um que vinha, trazido por quatro servidores, numa padiola, por estar gravemente enfermo, disse:

— Observe esse que aí vem. É um dos aprendizes desta região e local, que desceu em ótimas condições exteriores, para intentar necessárias realizações interiores. Entretanto, mergulhado na matéria, só tem olhos para o mundo e sentidos para viver animalescamente. As extravagâncias alcoólicas e sexuais já o minaram, de forma a lhe diminuir os anos de vida, além de lhe embotarem terrivelmente as possibilidades psíquicas. Ao invés de cultivar os melhores contatos com o plano de origem, pela conduta exemplar, tudo tem feito em sentido contrário.

— É triste! — comentou o discípulo, penalizado.

Acrescentou o Mensageiro:

— Note-se que para um em boas condições, também basta um servidor para trazê-lo, enquanto que ele sozinho ocupa quatro. Observe que o CÉU cumpre o que promete, para efeito de personalidade individual. Quando voltar, e chegar a hora de compreender o motivo de tantos sofrimentos e duras provas no porvir, contra quem poderá falar? A quem poderá acusar?

O discípulo ficou a meditar, sem responder coisa alguma; o Mensageiro continuou, concluindo:

— Ninguém vai ao mundo carnal para esquecer o CÉU interior que lhe cumpre desabrochar. É por isso que Jesus encareceu a necessidade de ORAR e VIGIAR, para não ceder às tentações do mundo. E não é preciso repetir, que as tentações interiores são piores do que as exteriores. Egoísmo, orgulho e luxúria são piores do que assaltos espirituais inferiores. Inveja, falsidade, mentira e ódio conseguem mais do que falanges maldosas contra a criatura encarnada. A falsa fé, que descansa nos mancais corruptos da idolatria, da superstição, do comercialismo religioso e das aparências de culto espiritual, chafurda mais seres nos abismos do que as perseguições infernais exteriores.

Em tom de grave compenetração, murmurou o discípulo:

— Grave, muito grave é o problema do CÉU interior, a ser desabrochado da criatura.

Estavam chegando os dois irmãos expositores, quando o Mensageiro rematou:

— Convém não esquecer a LEI MORAL... Aquele que foi ao mundo carnal para derramar do Espírito sobre a carne deu cumprimento à LEI MORAL. Ninguém cometerá erro, pelo fato de Lhe seguir as pegadas.

* * *
O expositor subiu à tribuna, lembrando que seria aquela a última exposição da série. Haveria sempre novas séries, para novos discípulos e aprendizes. Entretanto, lembrava a importância de não haver vantagem nas repetições.

E ressalvou a demora entre a quarta e a quinta lições, tecendo considerações em torno dos estudos que deviam ser feitos pelos aprendizes. Como estivesse de Bíblia na mão, fez breve recapitulação das quatro lições anteriores, dizendo que a chamada Sabedoria Antiga, ou Esotérica, nunca seria menos do que a introdutora do Batismo de Espírito, trazido pelo CRISTO.

— Lembrem-se, — afirmou ele, — que os antigos Grandes Mestres deixaram seus ensinos, e desencarnaram, assim ficando. Quanto ao CRISTO, somente saldou a celeste promessa do Batismo do Espírito Santo, depois de voltar como Espírito. É conveniente saber, portanto, que a Igreja Viva foi edificada sobre a REVELAÇÃO, pelo único Mestre que ultrapassou os poderes da morte, regressando como Espírito, a fim de epilogar a Sua função missionária. Buscai nas páginas gloriosas da História Religiosa, e não encontrareis fato semelhante!

O ambiente fremia, porque o expositor falava, agora, com tremendo vigor. Sua palavra parecia invadir os corpos espirituais, penetrar nas mentes e ir radicar-se nas profundezas da centelha espiritual.

Erguendo a Bíblia, com o braço direito, exclamou:

— Eis aqui um Livro, o Livro que por tantas alterações passou! Foi escrito por muitos Emissários! Foi queimado! Foi reescrito! Sofreu alterações e também conservou a alma de suas afirmações essenciais! Nele é que iremos encontrar, pura e simplesmente, qual tenha sido a função missionária do CRISTO!

Debaixo de grande expectação, começou a ler os textos proféticos do Batismo de Espírito; era a palavra do CÉU, que avisava a Humanidade, sobre Aquele que viria escancarar as portas dos Templos Iniciáticos:

“Eis aqui o meu servo, eu o amparei; o meu escolhido, nele pôs a minha alma a sua complacência; sobre ele derramei o meu Espírito e ele promulgará a justiça às nações”. (Isaías, 42-1).

“Eis que uma virgem conceberá, e dará à luz um filho, e seu nome será Emmanuel”. (Isaías, 7-14).

“E descerá sobre ele o Espírito do Senhor; Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de conselho e de fortaleza, Espírito de ciência e de piedade”. (Isaías, 11-2).

“O Espírito do Senhor repousou sobre mim, porque o Senhor me encheu da sua unção; Ele me enviou para evangelizar os mansos, para curar os contritos de coração, e pregar remissão aos cativos e soltura aos encarcerados”. (Isaías, 61-1).

E lembrou o expositor, confrontando, as palavras proferidas pelo Apóstolo Pedro, quando mais tarde teve cumprimento a celeste promessa; diante da multidão espantada, eis como falou, explicando o fenômeno:

“Assim que, exaltado pela dextra de Deus, e havendo recebido do Pai a promessa do Espírito, derramou sobre nós a este, a quem vós vedes e ouvis”. (Atos, 2-33).

Feita a observação, volveu aos textos proféticos:

“Subiste ao alto, fizeste escrava a escravidão; tomaste dons para distribuíres aos homens, ainda aos que não acreditavam estar Deus entre eles”. (Salmos, 67-19).

“Enviarás o teu Espírito, e serão criados. E renovarás a face da terra”. (Salmos, 103-30).

“Até que sobre nós se derrame o Espírito lá do alto, e o deserto se tornará em Carmelo, e o Carmelo será reputado como um bosque”. (Isaías, 32-15).

“Porque eu derramarei água sobre a terra sequiosa, e rios sobre a seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre a tua descendência”. (Isaías, 44-3).

“E eu lhes darei um mesmo coração, e derramarei em suas entranhas um novo Espírito, e tirarei da sua carne o coração de pedra, e dar-lhes-ei um coração de carne”. (Ezequiel, 11-19).

“E porei o meu Espírito no meio de vós, e farei que vós andeis nos meus preceitos, e que guardeis as minhas ordenanças”. (Ezequiel, 36-27).

“E derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e os vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos serão instruídos por sonhos, e os vossos mancebos terão visões”. (Joel, 2-28).

Em meio ao silêncio reinante, que se fez com o estacato, rompeu a voz possante do expositor, exclamando:

— Eis aí, meus irmãos, a tarefa que cumpriria ao CRISTO! Porque alguém viria ao mundo, com a gloriosa missão de Batizar em Espírito, a fim de colocar a VERDADE ao alcance de todos!

E passou os textos do Evangelho, isto é, aqueles textos documentários que confirmam a função missionária de Jesus; eram as palavras do Precursor, daquele que, vindo na frente, apresentaria o derramador do Espírito sobre a carne:

“E eu não o conhecia, mas por isso eu vim batizar em água, para Ele ser conhecido em Israel...

Aquele sobre que tu vires descer o Espírito, e repousar sobre ele, esse é o que batiza no Espírito Santo”. (João, 1-31 a 33).

“... ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo”. (Mateus, 3-11).

“Porque a Lei foi dada por Moisés, a Graça e a Verdade foram trazidas por Jesus Cristo”. (João, 1-17).

Após a leitura do último texto, que é de João Evangelista, lembrou o expositor as palavras seguintes, do mesmo Apóstolo, para significar quanto Jesus estava empossado de função missionária:

“Porque aquele, a quem Deus enviou, esse fala palavras de Deus; porque não lhe dá Deus o Espírito por medida”. (João, 3-34).

E prosseguiu, passando adiante as palavras do próprio Jesus, sobre a missão que Lhe cumpria executar; porque a LEI já vinha de muito antes, havendo sido renovada no seio dos tempos e dos povos, conforme o comprovam antiquíssimos documentos búdicos, também sendo exato que a VERDADE, ou ensinos da REVELAÇÃO, pairavam trancafiados nos Templos Iniciáticos, dentre os quais os Essênios fulguravam, pelo recato de suas práticas.

            “Mas o Consolador, que é o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, ele vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. (João, 14-26).


“O que crê em mim, como diz a Escritura, do seu ventre correrão rios de água viva. Isto porém dizia ele, falando do Espírito que haviam de receber os que cressem nele; porque o Espírito não fora dado, por não ter sido ainda glorificado Jesus”. (João, 7-38 e 39).

“... porque se eu não for, não virá a vós o Consolador, mas se for, enviar-vo-lo-ei”. (João, 16-7).

“Quando vier porém aquele Espírito de Verdade, ele vos ensinará todas as verdades, porque ele não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e anunciar-vos-á as coisas que estão para acontecer”. (João, 16-13).

Feita a leitura das palavras de Jesus, sobre a GRAÇA da REVELAÇÃO que seria oferecida a toda a carne, passou o expositor a tecer alguns comentários a respeito das escalas espirituais, das hierarquias vigentes, através das quais as verdades de DEUS são realmente transmitidas aos encarnados.

Advertiu, também, que aos espíritos em geral é permitido comunicar, para que a realidade seja conhecida. Lembrou a necessidade perene de severa vigilância nas obras, porque é pelas obras nefandas que os homens abrem caminho aos espíritos de baixo calão, mentirosos e enganadores. Asseverou, também, que ninguém chega a ter contato com quem deseje, mas sim com quem mereça ter, segundo viva em concordância com a LEI MORAL.

Como fosse entrar para as coisas que aconteceram após a crucificação, renovou as palavras anteriores salientando que somente o CRISTO, desde todos os tempos, retornara em Espírito, a fim de executar a promessa do batismo em REVELAÇÃO.

“Aos quais se manifestou a si mesmo vivo, com muitas provas depois da sua paixão, aparecendo-lhes por quarenta dias, e falando-lhes do Reino de Deus.

E comendo com eles, ordenou-lhes que não saíssem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que ouvistes da minha boca, disse ele. Porque João na verdade batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, não muito depois destes dias”. (Atos, 1-3 a 5).

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e ser-me-eis testemunhas em Jerusalém, e em toda a Judéia, a Samaria, e até às extremidades da terra”. (Atos, 1-8).

Sobre o Pentecostes, ou início da Igreja Viva de Jesus Cristo, disse o expositor:

—Ouvistes, nas quatro primeiras exposições, quanto foram esotéricas as primeiras Grandes Revelações; e tivestes ensejo de ouvir que um dia viria alguém, a fim de abrir as portas da VERDADE a toda carne. Eis que estamos defronte ao Pentecostes, a obra que fundiu todas as Revelações, que englobou todos os verdadeiros Grandes Mestres em um só DIVINO MESTRE! Eis que a iniciação tornada franca, ampla, começou com os Apóstolos e mais algumas dezenas de pessoas, a fim de ir aos poucos envolvendo a Terra, ganhando a Humanidade para a VERDADE!

E fez a leitura dos textos esclarecedores:

“E quando se completavam os dias de Pentecostes, estavam todos juntos num mesmo lugar.

E de repente veio do céu um estrondo, como do vento que assoprava com ímpeto, e encheu toda a casa onde estavam assentados.

E lhes apareceram repartidas umas como línguas de fogo, que repousaram sobre cada um deles.

E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar em várias línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (Atos 2-1 a 4).

“Assim que, exaltado pela dextra de Deus, e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito, derramou sobre nós a este, a quem vedes e ouvis”. (Atos, 2-33).

“Fazei penitência, e cada um de nós seja batizado em nome de Jesus Cristo, e recebereis o dom do Espírito Santo. Porque para vós é a promessa, e para vossos filhos, e para todos os que estão longe, quantos chamar a si o Senhor nosso Deus”. (Atos, 2-38 e 39).

Estava cumprida a promessa, — disse-lhes o expositor; — estavam abertas as portas da iniciação a todos os povos da terra! O véu do templo se rasgara de alto a baixo! Desaparecera o chamado Véu de Ísis, que significava a necessidade de manter a VERDADE sob a reserva esotérica. A Graça e a Verdade, vindas para todos por meio de Jesus Cristo, estavam entregues à Humanidade.

Continuando a leitura, evidenciou os efeitos da REVELAÇÃO; porque ela marchava com os seguidores do CRISTO, continuando a fazer Apóstolos e prosélitos:

“Estando Pedro ainda proferindo estas palavras, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra”. (Atos, 10-44).

“E como eu tivesse começado a falar, desceu o Espírito Santo sobre eles, assim como também tinha descido sobre nós no princípio”. (Atos, 11-15).

“E havendo-lhes Paulo imposto as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falaram em diversas línguas, e profetizaram”. (Atos, 19-6).

“A caridade de Deus está derramada em nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Romanos, 5-5).

“Por eficácia de sinais e prodígios, em virtude de Espírito Santo, de maneira que, desde Jerusalém e terras comarcãs ao Ilírico, tenho enchido tudo do Evangelho de Cristo”. (Romanos, 15-19).

“Para que a benção de Abraão fosse comunicada aos gentios em Jesus Cristo, a fim de que, pela fé, recebamos a promessa do Espírito”. (Gálatas, 3-14).

“O qual em outras gerações não foi conhecido dos filhos dos homens, assim como agora tem sido revelado aos santos apóstolos e profetas pelo Espírito: que os gentios são cordeiros, e incorporados, e juntamente participantes de sua promessa em Jesus Cristo, pelo Evangelho”. (Efésios, 3-5 e 6).

Diante destas últimas afirmativas, de que pelo Batismo de Espírito foram eliminados os conceitos de pagão e gentio, o expositor fez preciosa observação, encarecendo a obra maravilhosa de Jesus Cristo, envolvendo num Divino Amplexo toda a Humanidade.

“Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai porém tudo, e abraçai o que é bom”. (I Tessalon., 5-19 a 21).

“Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo, que habita em nós outros”. (II Timóteo, 1-14).

“Confirmando-a ao mesmo tempo Deus com sinais e maravilhas, e com virtudes diversas, e com dons do Espírito Santo, que repartiu segundo a sua vontade”. (Hebreus, 2-4).

“Porque em nenhum tempo foi dada a profecia pela vontade dos homens; mas os homens santos de Deus é que falaram, inspirados pelo Espírito Santo”. (II Pedro, 2-21).

“Ora, o que guarda os seus mandamentos está em Deus, e Deus nele, e nisto sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu”. (I João, 3-24).

“Caríssimos, não creais a todo o Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus, porque são muitos os falsos profetas que se hão levantado no mundo”. (I João, 4-1).

“Aquele que tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas (reuniões de crentes): o que sair vencedor, ficará ileso da segunda morte”. (Apocalipse, 2-11).

O expositor, depois de alinhar tão grande número de textos comprovativos da verdadeira Igreja de Jesus Cristo, edificada sobre a REVELAÇÃO, teceu comentários sobre as nove faculdades fundamentais, segundo Paulo entendeu e pregou. Passaremos adiante o texto bíblico, para que cada qual analise e tire o melhor proveito.

“E sobre os dons espirituais, não quero, irmãos, que vivais em ignorância. Sabeis que, quando éreis gentios, concorríeis aos simulacros mudos, conforme éreis levados.

Portanto faço-vos saber que ninguém, que fala pelo Espírito de Deus, diz anátema a Jesus. E ninguém pode dizer, Senhor Jesus, senão pelo Espírito Santo.

Há pois repartição de graças, mas um mesmo é o Espírito. E os ministérios são diversos, mas um mesmo é o Senhor.

Também as operações são diversas, mas um mesmo Deus é o que obra tudo em todos.

E a cada um é dada a manifestação do Espírito para proveito.

Porque a um,pelo Espírito, é dada a palavra de sabedoria; a outro porém é dada a palavra de ciência, segundo o mesmo Espírito.

A outro a fé, pelo mesmo Espírito; a outro a graça de curar as doenças, em um mesmo Espírito.

A outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o discernimento dos Espíritos; a outro a variedade de línguas e a outro a interpretação das palavras.

Mas todas estas coisas obra só um, e o mesmo Espírito, repartindo a cada um como quer”. (I Coríntios, 12-1 a 11).

Não se esqueceu o expositor, de encarecer o devido discernimento, pois não se deve confundir a UNIDADE DOUTRINÁRIA do Batismo de Espírito, com as diversas manifestações mediúnicas e os variantes graus e matizes da escala hierárquica espiritual. Um é o Fundamento da IGREJA, edificada sobre a REVELAÇÃO, quando muitas são as variantes mediúnicas e infinitas as gradações da escala espiritual.

Devemos lembrar, de nossa parte, que sempre é bom situar o expositor na época histórica, e no seu alcance discernitivo, fazendo o melhor possível dentro dos limites de suas possibilidades interpretativas. Convém lembrar aquelas palavras de Jesus, sobre serem muitas as verdades ainda não ensinadas, por causa do pouco entendimento das gentes.

O expositor leu, a seguir, o texto que deveria ser o penhor de conduta de todos os crentes em Jesus Cristo; porque é impossível ser cristão, sendo inimigo da REVELAÇÃO.

Comentou ele a conversão de Paulo, através de um grandioso fenômeno revelacionista, afirmando ter sido, dali em diante, o maior pregador e pugnador da IGREJA VIVA do CRISTO, quer fosse pela sua cultura e compreensão, quer fosse pela sua indômita coragem diante dos mortais perigos que teve de enfrentar.

Depois da reunião do Pentecostes, que ficou sendo o modelo das reuniões, Paulo foi o verdadeiro arauto de seus prolongamentos pelo mundo; onde quer que fosse, em meio a quaisquer perigos, ensinava e dava exemplos sobre a Graça e a Verdade trazidas por Jesus Cristo. As reuniões espiritualitas, ensinadas pelo Apóstolo dos Gentios, foram simples e livres de quaisquer aparatos; a importância estava na inteligência sadia e nos mais nobres sentimentos esposados. Eis como ele ensinou a fazer uso do Batismo de Espírito:

“Se, pois, toda a igreja se congregar em um corpo, e todos falarem línguas diversas, e entrarem então idiotas, ou infiéis, não dirão porventura que estais loucos?

Porém, se profetizarem todos, e entrar ali um infiel, ou um idiota, de todos é convencido, de todos é julgado.

As coisas ocultas do seu coração fazem-se manifestas, e, assim, prostrado com a face em terra, adorará a Deus, declarando que Deus verdadeiramente está entre nós.

Pois que haveis de proceder, irmãos? Quando vos reunirdes, se cada um de vós tem o dom de compor salmos, tem o de doutrina, tem o de revelação, tem o de línguas, tem o de as interpretar, faça-se tudo isto para edificação.

Ou se alguns têm o dom de línguas, não falem senão dois, ou quando muito três, e um depois do outro, e haja algum que interprete o que eles disserem.

E se não houver intérprete, estejam calados na igreja, e não falem senão consigo, e com Deus.

Pelo que toca porém aos profetas, falem também só dois, ou três, e os mais julguem o que ouvirem.

E se neste tempo for feita qualquer revelação a algum outro, dos que se acham assentados, cale-se o que falava primeiro...”. (I Coríntios, 14-23 a 30).

Terminada a leitura do último texto, o expositor olhou para a vastidão do ambiente, com o seu mais indagador olhar, perguntando:

— Sabeis agora, meus irmãos, quais foram a Graça e a Verdade que Jesus foi levar ao mundo carnal? Entendeis que coisa significa ter aberto as portas dos Templos Iniciáticos, entregando a REVELAÇÃO a toda carne?

Um vozerio tremendo se fez, porque muitos milhares de irmãos responderam que sim.

Continuando a olhar, com seu penetrante olhar, tornou a perguntar:

— Sabeis agora, irmãos, que espécie de Igreja Viva deixou CRISTO no mundo? Compreendeis o fundamento e a finalidade da função missionária do CRISTO?

Outra vez o ruído tonitroante prorrompeu, enchendo o vastíssimo salão. E o expositor volveu a perguntar:

— Sabeis, agora, que sistema de reunir tiveram os Apóstolos e seus continuadores, para manter contato com o mundo espiritual? Compreendestes, enfim, que era uma Igreja Viva, sem cleros e sem formalismos, sem vestes fingidas e sem rituais, sem idolatrias e sem fetichismos? Tendes concluído, então, que a questão espiritual é essencialmente uma questão de AMOR e de SABEDORIA, e que, portanto, jamais deixará de ser uma questão de consciência?

Grandiosa foi a resposta, que reboou pelo imenso e lotadíssimo salão.

Tornando a passar os olhos pela assembléia, com voz branda anunciou:

— Para vocês está finda a série de lições. Tereis no mundo, agora, os ensinos de vossos instrutores, de vossos guias e amigos espirituais. Lamento que muitos de vós estejais entregues ao poder do mundo, aos vícios e aos embotamentos psíquicos... Porém, alegro-me com as graças de DEUS, porque as lições foram dadas a todos, sem exceção. Estão sendo cumpridas, portanto, as promessas do CRISTO! Ide, irmãos, porque os trabalhos vos esperam, e, para aqueles que se fizerem dignos, grandes colheitas haverá no Celeiro de Jesus Cristo!

Debaixo de profunda emoção é que a imensa assistência deixou o salão.

Enquanto o discípulo enxugava a sua lágrima de gratidão ao pé do leito, sobre o qual o seu corpo jazia, falou-lhe o Mensageiro, com olhar magnânimo:

— Rende graças a Deus, adquire conhecimentos e trabalha, que a Fonte Divina é pródiga ao infinito. Todavia, não te esqueças, ama ao teu próximo, faze pela sua evolução o quanto possas; enxuga suas lágrimas, conforta os corações aflitos...

E o discípulo sentiu-se acordado, consciente de tudo quanto ocorrera.

Extraído do livro: LEI, GRAÇA E VERDADE







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PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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UNIÃO DIVINISTA - Rua Pedro Doll, 549

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UM DEUS, UMA VERDADE, UMA DOUTRINA!
"TODA FAMÍLIA É SAGRADA!"