MEDIUNIDADE — Nos fundamentos é lei de relação,
cumprindo funções as mais complexas em toda a
Criação. Ela vai aos píncaros da função, nos domínios do
Espírito, ao relacionar o filho com o Pai. Como, porém, as
complexidades cármico-evolutivas envolvem as criaturas,
é infinitamente difícil aquilatar um simples caso de
mediunidade, de maneira absoluta. Servindo à Lei e à
Justiça, ela produz o gênio e o mentecapto. No dia em
que formos unos com o Pai, ela nos fará conscientes
de Sua Vontade e portadores de Suas Graças. Durante
a encarnação, muitos filhos desprezam a mediunidade,
pensando como não devem pensar, sendo que muitos
a exploram de modo simplesmente criminoso. Todavia,
feliz do filho que se faz virtuoso, que procura no Amor
e na Sabedoria a solução do problema celestial, pois
esse filho estará se propondo à melhor utilização da lei
de relações, que se manifesta como mediunidade, por
alguns chamada dom espiritual, faculdades intermediárias, etc. O certo, no entretanto, é que ela transcende
a tudo quanto possam os homens de presente século
afirmar. Ela é muito mais do que eles julgam e tem mais
o que fazer, além de vir a ser um dia, aquilo que a linguagem
humana é incapaz de expressar.
Extraído do Livro: Verdades Imortais
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É
sabido de todos os espíritas estudiosos, que os trabalhos
restauradores começaram depois de um grande conclave no mundo
espiritual, com a ordem de Jesus, de onde compareceram no plano
carnal aqueles que se chamaram Wicliff, Huss, Lutero, Joana D’Arc,
Kardec, etc. Tudo, portanto, em caráter progressivo, a contar dos
esforços preliminares, da tremenda luta contra os grandes erros que
se radicam, de caráter clérico-dogmático, impostos como se fossem
Cristianismo, como se fossem coisas de Deus e do Cristo.
As
terríveis perseguições, a sangueira que houve, isso é do
conhecimento geral. Todavia, ficou no mundo a sementeira, para que em
outros dias, outros missionários dessem continuidade ao trabalho
restaurador. Se duro foi enfrentar a chicana clerical, organizada e
oficializada, garantida pelos governos corruptos, nem por isso o
século dezenove deixou de ter o seu grande Pentecostes, a maior
eclosão mediúnica de todos os tempos.
Ao
voltar ao mundo João Huss, na personalidade de Kardec, arrastou como
determinismo cíclico-histórico-profético, o novo batismo de
Espírito, a nova ordem apostolar, repondo no lugar aquilo que
sentenciam os dois primeiros capítulos do Livro do Atos e os
capítulos doze, treze e quatorze da Primeira Carta de Paulo aos
Coríntios. O Evangelho seria, de novo, encaminhado pela Revelação,
enchendo a Terra de grandes sinais e prodígios, como nos dias
apostolares.
Após
o trabalho feito, pela equipe do século dezenove, outros deveriam
ser feitos, pelas equipes sucessoras. E como estava previsto, o
trabalho-matriz seria deslocado para as novas terras da América do
Sul. Sem particularizar elementos, o primeiro expositor do conclave
abordou o tema dos trabalhos consecutivos, a serem levados a termo
nas paragens renovadas da antiga Atlântida.
O
primeiro orador terminou o seu resumo expositivo, dizendo que os
fatos iriam completar a sua palavra informativa; Jesus ordenara, e,
assim, os emissários dariam execução ao programa, paulatinamente.
Aquele desceu da tribuna ali armada e outro a ela subiu, fazendo
cambiar as tonalidades do ambiente, a espécie de luminosidade
radiante. Porque assim foi sucedendo; isto é, aquele coreto, que
brilhara de certo modo, enquanto os clarins soaram no início, fora
mudando de tonalidades, em luzes e cores, segundo os indivíduos que
a seguir foram-no ocupando, a fim de falar à multidão que se
espraiava pela verdejante e imensa camparia.
Seguindo
ao primeiro, cujo matiz era verde-ouro, o segundo fez o coreto
colorir-se de amarelo brilhante, com pintas de azul-claro. Este falou
de modo sucinto, abordando temas básicos.
—
Sabeis, disse ele, — que nas regiões próximas à crosta, os
problemas da alma, em suas necessidades e obrigações, direitos e
deveres, continuam submissos às injunções do plano carnal. Muitos
de vós, ingressando no mundo astral, tendes feito pelo caminho da
inconsciência e das trevas; alguns outros, melhor preparados, menos
comprometidos vieram para os lugares da paz, porém nada melhores do
que a crosta terrestre, por isso mesmo duvidando da desencarnação.
E ainda outros, mais aquinhoados de merecimento, deram entrada em
lugares melhores, sem, no entanto, terem conhecimento da
desencarnação, e sem a menor noção de algumas leis fundamentais.
De todos os modos, por falta de preparo, tendes dado muito trabalho e
nem por isso tereis obtido melhores vantagens e oportunidades.
Observou
a mole humana, atenta e feliz, prosseguindo:
—
Dentre vós, a maioria sabe que, infelizmente, multidões de
espíritos encarnam e desencarnam, centenas e milhares de vezes
consecutivas, sem aproveitar pelo menos o mínimo, em virtude do
descaso para com a imortalidade e sua decorrências. Temos nós, que
vos dirigirmos, sob a tutela de Jesus Cristo, certeza de que a grande
culpa cabe aos falsos conceitos religiosos. Reconhecemos as lições
ruins, os maus cursos e o péssimo trabalho preparatório. Apesar de
tudo, nem toda a culpa poderá recair nos organismos religiosos
viciados, criados a fim de serem o sustento de impérios temporais e
grupos de homens egoístas e inconscientes de suas tremendas
responsabilidades. Muita culpa coube e está cabendo ao desleixo
daqueles que se afirmam religiosos, visto como têm aceito e estão
aceitando as mais errôneas concepções. Se erram aqueles que
corrompem e impõem as corrupções, também erram aqueles que, por
comodismo, por pusilanimidade, vão aceitando tudo quanto sabem estar
fora da Doutrina do Senhor.
Repassou
os olhos pela massa estendida e exclamou:
—
Se ninguém come o pão envenenado, sabendo que o é, porque sabe que
lhe fará mal, por que razão não faz o mesmo para com o pão do
espírito, que é de muito maior importância? Por que atender ao que
é material e transitório, com todas as garras da vontade, e
abandonar ao que é acima de cogitações, pelo fato de ser
espiritual e aparentemente ulterior ou tardio? Não é certo que o
pão do espírito, que é a Doutrina da Verdade, que contém o Amor e
a Ciência, merece muito mais zelo? Não foi esse, por acaso, o
Exemplo vivo deixado pelo Modelo Divino, posto pelo Criador diante de
todas as gentes da Terra?
Não
se ouvia ruído, ninguém fazia movimento algum; e o mentor
continuou, dizendo que iria tratar de assunto fundamental, porém de
maneira a deixar grandes oportunidades de meditação.
—
Trataremos, — afirmou, — de Verdades Básicas; porém, de modo a
que possais raciocinar, meditar à vontade nas horas de folga. Exijo,
mesmo, que o façais, por que isto redundará em vosso próprio
benefício, quando um dia tiverdes que retornar aos penates carnais,
dia que presto virá, pois é para isso que estais sendo preparados,
na escola do trabalho, nos contatos com a crosta.
E
passou a comentar, pouco mais ou menos assim; eu resumo aqui as
minhas lembranças, tendo certeza de que, embora ficando longe das
evidências vibratórias fornecidas por aquele alto emissário, nem
por isso deixo de focalizar os temas de maneira a deixar patente a
importância inelutável dos mesmos. Se as minhas possibilidades
objetivas forem julgadas insignificantes, tratai de fazer mais e
melhor, porque, em Verdade, gloriosas realidades aqui exponho, embora
de modo insuficiente, dado que ainda sou de bem pequena estatura
hierárquica. Eis do que ele tratou, com as luzes que eu ainda não
possuo, motivo por que me desculpo das falhas que certamente
encontrareis, falhas de visão e discernimento, nunca porém de
essência ou veracidade:
DEUS — Deus é Divina Essência, Deus é infinitamente presente e
local; Deus é Luz, é Glória, é Poder, é Lei, é Justiça, é
Amor. Não existe palavra para defini-LO, Ele que é profundamente
íntimo a tudo e a todos, de Quem somos emanação ou filhos.
Ninguém, todavia, chegará a ser em espiritualidade, glória e
poder, sem realizar, por evolução, o contato íntimo com o Pai.
Sintonizar, pelo desenvolvimento interno, eis o problema total de
cada centelha espiritual. Os Cristos Planetários dão exemplo do que
seja o grau sintônico, e, conseqüentemente, da função de filtros
ou reflexos do Pai.
DEUS COMO CONCEITO HUMANO — Podeis imaginar o que sejam os
conceitos humanos, desde que o espírito comece a sua marcha na
espécie hominal. Adotará tudo: o Sol, a Lua, as estrelas, as
árvores, os bichos, as estátuas, os formalismos, as clerezias, os
dogmas, os rituais, os sacramentos, etc. De tudo fará objeto de
culto, menos porém, saberá amar a Deus em Espírito e Verdade. E,
por isso mesmo, cumpre que cada um desconfie de sua maneira de adorar
a Deus, pois bem pode ser que esteja apenas fazendo palhaçadas muito
bem intencionadas, palhaçadas que, embora bem intencionadas, jamais
elevarão as criaturas no templo interior, onde somente o AMOR e a
SABEDORIA hão de pontificar um dia, no dia em que o CRISTO INTERNO
tenha sido exposto.
A VERDADE — Ela é tudo, é o Criador e a Criação, com todas as
leis e todas as virtudes; é o Princípio e o Fim, é a realidade
total. Imaginai aqui, irmão, a Divina Profundidade de Deus e a
infinita complexidade do Cosmo, se puderdes fazê-lo, tereis a
Verdade ao vosso alcance conceptivo.
A VERDADE DOUTRINÁRIA — Assim se chamava a Ciência Secreta, a
Doutrina Esotérica ou Ocultismo; a Verdade como Doutrina, que
implicava no conhecimento das leis do Universo, assim como era
possível no tempo e a cada um poder assimilar. Entrar para uma
Escola Iniciática era penetrar no Templo da Verdade. Quem quiser
estudar as antigas Doutrinas Secretas, os Grandes Iniciados, saberá
o que se dizia ser a Verdade Doutrinária, o conhecimento de Deus, da
Criação e das leis regentes do Universo em geral e dos indivíduos
em particular.
A CRIAÇÃO — Sendo a Divina Essência a Fonte Geradora, o mais
tudo, Espírito e Matéria, é Criação.
A MATÉRIA — Na Criação, tudo quanto não é Espírito, é
Matéria, variando das energias ou substâncias ao sólido. E, das
substâncias aos sólidos, a Matéria é serva do Espírito e não
senhora. Deve ser bem usada, porém jamais adorada como se fosse mais
do que o Espírito. Prestemos atenção, porque a idolatria é sempre
lesiva, é sempre crime contra a supremacia do Espírito. Sem tornar
a questão complexa, diremos que a Matéria, seja na Terra ou onde
for, jamais deixa de ser subalterna. A lei regente em princípio é
uma e o fenômeno de suas manifestações pode ser infinito. Ela
poderá variar em substâncias e estados, combinada ou singelamente,
porém será, no Cosmo, sempre a mesma serva do Espírito. As teorias
complicadas, por conseguinte, nada modificam, nada resolvem. Cumpre é
conhecê-la na síntese universal e usá-la bem nas exposições
específicas.
O ESPÍRITO — Centelhas ou partículas da Essência Divina, que uma
vez exteriorizadas pela mesma Divina Essência, passam a ser o que se
chama Criação Espiritual. Contêm as Virtudes Divinas em potencial,
contendo também as leis de Causa e Efeito ou de Equilíbrio
Universal. Desenvolvendo, ou evoluindo, nada mais farão do que expor
as Virtudes Divinas de que são naturalmente herdeiras. E por serem
portadoras das leis de Causa e Efeito, em si mesmas as centelhas
trazem o Grande Juiz, a Balança da Justiça, que lhes dará a
recompensa de acordo com as obras. Jesus afirmou que cada qual tem o
Reino do Céu dentro de si mesmo e afiançou que as falhas serão
pagas até o último ceitil. Realmente, quem com ferro fere, com
ferro será ferido, sem ter que discutir com quem quer que seja,
porque dentro de cada um estão as Virtudes Divinas e as leis de
Causa e Efeito.
O CRISTO - Os Cristos que mandam nas meta-galáxias e nos sistema
planetários, ou nos planetas, são espíritos ou almas que se
elevaram acima das injunções materiais e animais. Os Cristos dão
exemplo de unificação, de sintonia com a Divina Essência ou Deus,
vindo a ser reflexos ou filtros de Sua Vontade. Todos os espíritos
devem crescer em si mesmos, desenvolver, superar a Matéria,
ultrapassar os limites de tudo quanto seja restrição. Pouco importa
que falem da Terra ou dos infindos mundos, pois uma é a lei e um o
grande problema — superar, por evolução, a tudo quanto restrinja
o Espírito.
LEI E JUSTIÇA — Entre o Pai e os filhos está a Lei de Equilíbrio,
a Força que impõe a Vontade de Deus. Os nomes podem variar, mas a
essência é aquela. A Justiça é a reação da Lei de Equilíbrio,
é a imposição da sanção cominativa, e, por menos que pareça,
vem de dentro, vem do imo. As organizações diretoras do mundo
espiritual, mais não fazem do que obedecer ao imperativo do que
brada e proclama no íntimo de cada espírito. Quem comete faltas se
enche de marcas, de registrações, e, portanto, fica na obrigação
de repará-las, através das ações, no Espaço, no Tempo e nas
vidas. Não existe redentor de fora para os registros criminosos de
dentro.
A LEI DE DEUS — Os Dez Mandamentos são o reflexivo intelectual da
Lei de Equilíbrio ou de Causa e Efeito. Para derrogar os Dez
Mandamentos seria necessário dar fim ao Equilíbrio Universal. O
Divino Exemplo de Jesus, o Cristo Planetário, serve de escola. Ele
não veio para derrogar a Lei e sim para testemunhá-la. E para
derrogá-la, seria mais do que Deus, o que seria ridículo pretender
ser. Afinal, irmãos, aos filhos o que cumpre é respeitar as leis do
Pai. Quem contraria a Lei de Deus, naturalmente registra em si
agravos, perante a Lei de Causa e Efeito, ficando na obrigação de
algum dia reparar as falhas, ressarcir os débitos. Os conceitos
humanos podem variar, mas ninguém jamais conseguirá discutir com a
Lei e liquidar com a Justiça.
O AMOR E A SABEDORIA — Tais são os caminhos da unificação, da
sintonia com o Pai ou Essência Divina. Os Cristos são espíritos
que lavraram em si, por envolvimento íntimo, a união com a Sagrada
Origem. Tornam-se, aqueles que a tais postos hierárquicos se
elevaram, os reflexos ou filtros da Divindade. Sem Amor não há Paz
e sem Sabedoria não há Autoridade. Ninguém pretende conquistar o
Amor e a Sabedoria à custa de patacoadas clericais, idolatrias,
superstições, simulações e sacramentismo, inventados por homens.
Os problemas do Conhecimento e do Amor devem ser resolvidos no imo, à
custa de viver a vida com o máximo de utilidade ao próximo, pois no
modo de tratar ao próximo, conhece-se o respeito da criatura pelo
Criador. Clerezias, formalismos e idolatrias, revelam os homens que
são como túmulos, pintados de branco por fora e podres e fedorentos
por dentro. Deus não quer aparências, quer filhos decentes.
LEIS CONSEQÜENTES — As Leis conseqüentes são todas aquelas que
derivam das leis fundamentais. Por exemplo, para resumir, devemos
lembrar as seguintes: imortalidade, evolução, responsabilidade,
reencarnação, comunicação e habitação universal.
IMORTALIDADE — A imortalidade comporta todas as regalias e todos os
deveres, porque encerra a ORIGEM, o PLANO EVOLUTIVO e a SAGRADA
FINALIDADE.
EVOLUÇÃO — Pode-se dizer o processo de movimentação íntima que
tem por finalidade desenvolver e patentear as Virtudes Divinas do
filho de Deus. Por Evolução virá a ser uno, isto é, será
brilhante, glorioso e poderoso; será filtro ou reflexo da Divina
Autoridade.
RESPONSABILIDADE — Sem responsabilidade não haveria como ter
merecimentos. As leis regentes explicam as responsabilidades. Os
conceitos humanos poderão variar, mas as leis jamais serão
derrogadas, e, conseqüentemente, as criaturas nunca deixarão de ser
responsáveis perante as leis do Pai. Sem deveres não haverá jamais
direitos.
REENCARNAÇÃO — Esta é a verdadeira válvula evolutiva e
redentora do espírito. Por isso mesmo, todos os Grandes Reveladores
foram categóricos em afirmar a lei de reencarnação. Jesus, tendo
vindo para batizar em Revelação, forneceu a toda a carne o
instrumento de advertência, ilustração e consolo. Quem cultiva a
Revelação de tudo ficará ciente.
COMUNICAÇÃO — Antes do Cristo vir, com Seu batismo de Espírito
ou Revelação, as Escolas Esotéricas mantinham o lume das
informações. Depois do Cristo, não há motivo para segredos, desde
que se conheça, de fato, o Cristianismo. Sendo LEI, AMOR e
REVELAÇÃO, contém tudo para ilustrar e consolar.
HABITAÇÃO UNIVERSAL — Os mundos são as muitas casas do Pai,
segundo a expressão de Jesus. O problema cinge-se ao da Matéria,
que é para servir ao Espírito. Portanto, não encerra o problema
nada de especial ou de admirar. Os espíritos infantis fazem de tudo
mundos e fundos, mas a realidade é simples. Da Terra são vistos ao
longe outros mundos e dos outros mundos a Terra é vista; e o
Infinito contém aquilo que é Criação ou Manifestação de Deus, o
nosso Pai Comum. Os homens inventarão teorias, sistemas, etc. No
entanto, a grande questão é ser bom, é descobrir o AMOR e a
SABEDORIA no íntimo, para revelar o Poder Divino, a Glória do Pai.
Os tolos olham muito para fora, criam dificuldades, inventam mil e
uma hipóteses, enquanto os espertos procuram realizar o Reino de
Deus no próprio imo. Estes é que vencem as leis menores, as
restritivas, pelo fato de sintonizarem, no imo, com a Grande Lei de
Harmonia Universal.
MEDIUNIDADE — Nos fundamentos é lei de relação, cumprindo
funções as mais complexas em toda a Criação. Ela vai aos píncaros
da função, nos domínios do Espírito, ao relacionar o filho com o
Pai. Como, porém, as complexidades cármico-evolutivas envolvem as
criaturas, é infinitamente difícil aquilatar um simples caso de
mediunidade, de maneira absoluta. Servindo à Lei e à Justiça, ela
produz o gênio e o mentecapto. No dia em que formos unos com o Pai,
ela nos fará conscientes de Sua Vontade e portadores de Suas Graças.
Durante a encarnação, muitos filhos desprezam a mediunidade,
pensando como não devem pensar, sendo que muitos a exploram de modo
simplesmente criminoso. Todavia, feliz do filho que se faz virtuoso,
que procura no Amor e na Sabedoria a solução do problema celestial,
pois esse filho estará se propondo à melhor utilização da lei de
relações, que se manifesta como mediunidade, por alguns chamada dom
espiritual, faculdades intermediárias, etc. O certo, no entretanto,
é que ela transcende a tudo quanto possam os homens de presente
século afirmar. Ela é muito mais do que eles julgam e tem mais o
que fazer, além de vir a ser um dia, aquilo que a linguagem humana é
incapaz de expressar.
O GRANDE PROBLEMA — O grande problema reside no seguinte — saber
que cada qual tem em si mesmo o Reino do Céu, porque é filho de
Deus; saber que o Reino não virá com mostras exteriores, porque no
imo de cada filho estão as Virtudes Divinas a serem desabrochadas e
as leis de Causa e Efeito, que obrigarão a cada um receber segundo
as suas realizações íntimas. O Infinito está representado no
finito, quer material, quer espiritual-mente. Os corpos valem pelos
mundos e os espíritos representam as partículas de Deus; e aquele
filho que procura o Pai em si mesmo, fazendo uso perfeito do seu
corpo, é como aquele que sabe para que existem os mundos espalhados
pelo Infinito. Sem vencer a Matéria, sem ultrapassá-la, nenhum
espírito chegará a ser UNO COM O PAI. A lei da reencarnação, que
relaciona com os corpos materiais, bem assim como os mundos
materiais, deverão ser eliminados pela lei de superação psíquica.
Eis porque, irmãos, singela é a lei evolutiva, em suas linhas
gerais; tanto faz que seja na Terra como em qualquer outro mundo,
desde que o espírito tenha que superar a própria inferioridade;
psíquica é a luta, íntima é a obrigação, individual é o
programa.