DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

MORAL, AMOR E REVELAÇÃO - Capítulo 1


     O discípulo meditava, sentado debaixo da laranjeira, nas complexidades apresentadas pela Terra; no tremedal de controvérsias, na caudal de sim e não que espraia pela Humanidade. Era-lhe doloroso, por exemplo, ouvir a qualquer pessoa afirmar que Deus não existe, que a alma é invencionismo e que a responsabilidade se prende exclusivamente ao currículo humano-temporal.
Agora, dizia ele para consigo mesmo, aí está meu futuro definido, metido a estudante de medicina, a proclamar que a vida e a inteligência, a emoção e a capacidade de reação, nada mais representam do que as vibrações celulares funcionando globalmente. Ora, pensava ele, essa gente nem mesmo vê o ar que respira, ou o som que ouve,  nem o vento que sopra, tudo isso coisinhas bem materiais, quireras cá da crosta. Como se arvoram, pois, em julgadores de Deus e de Sua Chamada Criação?
Estava assim meditando, quando lhe apareceu o pequeno Mensageiro, que entrando com ele em palestra, lhe perguntou:
– Não é certo, discípulo, que o intrigam as negações humanas?
E o discípulo respondeu, em tom de mágoa profunda:
– Muito e muito, bondoso servo da Verdade! Acima de tudo, lembro que minha irmã vai casar com um rapaz que ora estuda medicina, criatura que afirma não haver Deus nem alma... É doloroso a gente ouvir semelhantes coisas!...
O pequeno Mensageiro sorriu, demonstrou ternura e falou, conselheiro:
– Tenha paciência, discípulo, que o mundo é assim mesmo. Isto é, o mundo terrícola, este mundinho onde nos encontramos, ainda está cheio de guerras, de ódios e de mentiras, de negações e de infâmias. E não se queixe tanto dos outros, discípulo, porque nós fizemos pior ainda, muito pior!...
– Por isso mesmo, – respondeu o discípulo, – é que sofro tremendamente com a negação dos outros; porque nós já encontramos a Verdade, já reconhecemos os tristes efeitos da ignorância e do mal, enquanto que esses nossos irmãos ainda vivem para alardear seus erros, e tanto piores erros, porque vão além engendrar outros negadores, outros futuros sofredores. Se ao menos cada negador restringisse sua negação ao círculo de suas cogitações íntimas, nem faria tanto mal a si mesmo, nem criaria condição para tremendos males alheios, pelos quais também terá que responder, pois quem semeia deve colher na razão direta, não é isso?
– A Terra, – comentou o Mensageiro, – ou antes, a sua Humanidade, não pode viver à margem de escândalos. Sendo um mundo de expiações, habitação de espíritos inferiores e nalguns casos tremendamente errados, deve apresentar seu enorme coeficiente de atos rebeldes a Deus e Suas leis. A vida, entretanto, fará o seu inevitável, o seu justo e inelutável trabalho de harmonização e de concerto. Como a mônada espiritual é imortal, evolutível, responsável, reencarnável, comunicável e de habitação universal, com o tempo e as contingências da vida, por certo reencontrará a Verdade e fará com ela a sua união. Quando apresentar suas desculpas, naturalmente já não serão necessárias, porque o Bom Pai desde a eternidade sabia de tudo, tinha certeza de que Seu filho, por ignorância, poderia muito bem orgulhar-se até mesmo de seus erros e de seus crimes.
Enquanto o discípulo o fitava com admiração, o Mensageiro fez breve pausa; e como nada dissesse o encarnado, o desencarnado prosseguiu:
–  É que ao estado crístico ninguém vai, sem ser pelo evolvimento lento e trabalhoso. Quando dizemos que hierarquia não se discute, no mundo espiritual, estamos dizendo que ninguém poderá ostentar gradação alguma, se no íntimo não a tenha registrado, marcado com o sinete da experiência própria. Todos começamos com as mesmas virtudes divinas em estado potencial; e ninguém jamais obterá favores ou sinecuras em face da Lei de Equilíbrio. Prevalecem, portanto, as leis de livre arbítrio, de responsabilidade e de finalidade. Ninguém poderá escapar ao círculo das leis que engendram, sustentam e determinam. E quem não aprender com as lições dos Grandes Mestres, terá que aprender com as duras lições da vida!
Feita a pausa, o discípulo comentou:
– Eu sei que no âmago da Soberana Lei, as leis menores têm existência e movimentação; eu sei que no bojo do Supremo Determinismo, o livre arbítrio relativo do homem, ou da mônada espiritual, tem o seu cabimento. Infelizmente, porém, não se sabe como evitar os males decorrentes do orgulho e da presunção. Muito raramente alguém sustenta uma inverdade perante as leis da chamada Criação, sem que esteja o orgulho na base do absurdo. Isto é que entristece muito.
– Os verdadeiros sábios e os realmente santos, que não são mais do que os melhormente intencionados da Terra, desconfiam de seus saberes e de suas santidades. Com os outros, discípulo, acontece o inverso, pois na inversão da ordem não é a montanha quem julga o  grão de areia, mas é o grão de areia que se presume capaz de julgar a montanha. É trabalho ridículo, bem o sabemos, mas disso existe e não pouco, no seio da Humanidade.
Ao terminar o Mensageiro a sua peroração, noticiou que tinha serviço marcado, havendo convidado o discípulo:
– Devo estar, dentro em pouco, junto a uma pessoa enferma; quer vir comigo e auxiliar com a contribuição de fluidos humanos eletromagnetizados?
– Quero, como não! – disse o discípulo, todo satisfeito.
E como o Mensageiro fizesse o seu esforço atrativo, passou-se o discípulo para o nosso lado, encontrando-se muito feliz, como sempre realmente maravilhado, pelo fato de merecer de Deus a graça de semelhantes trabalhos.
Foi um lapso o tempo gasto no traslado, porque o Mensageiro, funcionando com ordens superiores, usava um grau superior da gama vibratória, não se detendo em face de percalços muitas vezes comuns nos graus inferiores. Como já deveis conhecer, mesmo que seja nos abismos trevosos, ali estão, no imo das trevas, todas as gradações luminosas, todos os trilhos vibratórios do Universo Infinito, trilhos que podem ser usados por espíritos capazes, ou quando o trabalho assim permita e facilite. Assim sendo, porque ninguém havia de baixo padrão vibratório, o Mensageiro utilizou uma escala ou trilho de intensa luz, para o traslado até junto ao enfermo; e como não pode ser de menos, mais luz significa mais presteza, mais lucidez e mais eficiência.
– Aí temos Abelardo, – informou o Mensageiro, – que sofre de regressão característica, fato que lhe impõe terríveis crises de angústia, tendo como conseqüência dolorosos traumas cardíacos, traumas que deverão causar-lhe, mais tarde, lesão profunda e morte certa.
O discípulo esbugalhou os olhos, de espanto, indagando:
– Por que tudo isso?!... Que é regressão característica?...
O Mensageiro explicou, sereno e compassivo, assim como o fazem todos aqueles que de fato conhecem o mecanismo da Lei e da Justiça:
– Em primeiro lugar, discípulo, regressão característica é perder o estado anterior, a posição adrede adquirida, por graves faltas cometidas; é quando um espírito, que já foi melhor ou mais intenso, regressa na ordem vibratória, pelo fato de cometer falta perante a Lei de Equilíbrio, vindo a reencarnar em condições menos interessantes, a fim de resgatar as faltas e recuperar a antiga posição. E, em segundo lugar, assim como programou é que viverá, porque foi por ele escolhida a expiação e sancionada pelos superiores hierárquicos.
O discípulo alvitrou, ao primeiro estacato do Mensageiro:
– Faremos, então, apenas uma obra de consolo?
– Consolo e estímulo, – redargüiu o Mensageiro, – para que ele sofra com paciência e estude com entusiasmo. Olhe para aquele livro que está sobre o móvel; é uma  das três jóias que lhe deram de presente, conforme fora programado antes dele reencarnar.
O discípulo, tendo reparado, leu em voz alta o nome do livro, que era “OS GRANDES INICIADOS”. E como fosse obra muito sua conhecida, alegrou-se em extremo, por saber que o enfermo estava ingressando em seara maravilhosa, pelo fato de resumir toda a Sabedoria Antiga, a grande precursora do Cristianismo.
– Além dessa obra, – falou-lhe o Mensageiro, – deram-lhe também um exemplar da “BÍBLIA” e um exemplar de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”. Ora, com esses três livros qualquer pessoa bem intencionada pode preparar-se para os melhores aprendizados. E é, afinal de contas, o que ele está fazendo, pois deverá voltar mais vezes ao plano carnal, a fim de ressarcir as faltas pretéritas e preparar-se para rumar na direção da Pureza e da Sabedoria. Porque, para resumir, a mônada espiritual deve tornar-se Pura e Sábia, tal e qual o Divino Modelo que foi representado por Jesus.
– Bem se vê, – interpôs o discípulo, – que Jesus viveu a Doutrina Integral, a Lição Completa!
O Mensageiro assentiu, com breve aceno de cabeça, esclarecendo:
– Jesus, o Diretor Planetário1, viveu diante dos homens a função de Cristo; e o Cristo é, para todos os efeitos, a própria Doutrina e o próprio Evangelho. Não escreveria, de forma alguma, porque mais tarde seria explicado. Letras podem ser adulteradas e livros podem ser queimados, mas o Cristo nunca poderá ser adulterado nem eliminado, por mais que se ergam os ventos da iniqüidade, por mais que se levantem os brados da contradição. O Cristo é Programa, o Cristo é Modelo e o Cristo é a Meta Final!
Com verdadeira unção, o discípulo aduziu:
– Tenho aprendido, com vocês, que o Cristo representa a mônada espiritual elevada ao grau de Pureza e de Sabedoria, por evolução; pela caminhada através dos reinos e das espécies, por isso mesmo transformando a matéria opaca do Seu corpo astral em verdadeiro foco de luz divinizada...
– Justamente, – interrompeu o Mensageiro; – quando um Cristo é apresentado à Humanidade de um Planeta, é muito anunciado anteriormente, nasce em virtude de fatos mediúnicos transcendentes, vive acontecimentos mediúnicos maravilhosos, tem um corpo físico que obedece aos imperativos do espírito e das faculdades mediúnicas desenvolvidas sem medida, e não encontra barreira na morte, porque dá exemplo vivo e vibrante de ser o Paradigma da evolução e da imortalidade. E resta, ainda, uma outra prerrogativa a ser enunciada; você sabe qual é, discípulo?
O discípulo encarou bem o Mensageiro e fez sinal de não com a cabeça, sem articular palavra; e o Mensageiro emendou, sorridente e feliz:
– É que, apesar do tiroteio da contradição, ninguém consegue escandalizá-Lo! Fica de pé, em Seu posto de honra, como Exemplo de Caminho a ser seguido e de Finalidade a ser atingida! Aqueles que O ignoram, aos poucos O irão conhecendo; aqueles que O negam, aprenderão com a vida a afirmá-Lo; e aqueles que O reconhecem como Divino Modelo, imitando Seus exemplos, vão aos poucos se aproximando da esfera crística, do chamado Oitavo Céu, que é acima de mundos e de formas, que é Universal ou Cósmico!
Premente de alegria estranha, o discípulo repetiu as palavras de Jesus, cheias de profundo sentido, tanto assim que os homens, até mesmo os mais bem intencionados, somente entenderam o modo místico:
– “EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA”! O Cristo Anímico e Cósmico!
O Mensageiro continuou, cheio de gozo espiritual:
– O Caminho, pelo fato de conter a escalada evolutiva através dos mundos, das espécies, das vidas e das formas! A Verdade, porque revela a Vontade de Deus, o processo evolutivo e a obediência total! A Vida, porque somente no grau crístico se encontra exposta, de modo a ser plena em todo o seu divino esplendor!...
E de tal modo o ambiente espiritual fez-se luminoso e brilhante, por causa daquela conversação, que dentro em pouco estava repleto de companheiros do Mensageiro. Crescendo na escala, por estarem todos envolvidos num mesmo tom da gama vibratória, foram atingidos e sentiram a poderosa atração, tendo acorrido aqueles que estavam em liberdade e em condições de atender. Pouca gente sabe, na Terra, o quanto podem as consonâncias vibratórias; e se soubessem, por certo fariam muito melhor uso da oração em conjunto e em horas combinadas, com o fito de atrair as melhores influências astrais. E se alguém quiser ter a prova do que dizemos, note o que conseguem os mais tacanhos e muitas vezes errados institutos religiosos da Terra, organizados em base de clerezias político-econômicas, funcionando como verdadeiros focos de idolatrias e fetichismos, pelo simples fato de se apoiarem em grandes massas crédulas, em poderosas usinas de força mental positiva.
Se a mônada, ainda inconsciente, habitando a pedra, o vegetal ou o animal inferior, pelo fato de ser vida impõe condições, faz a matéria tomar forma e sustentar estado de apresentação forçada, quanto mais não conseguirá dominar, desde que saiba conhecer e aplicar a sua poderosa capacidade vibratória? Se ela, sem ter conhecimento daquilo que é, agindo como partícula viva sem vontade própria e sem objetivo inteligente, faz tudo quanto sabemos que faz, nos planos inferiores da vida, quanto mais não fará, desde que sabendo aplicar o poder mental, ele que é o moto acionante de todas as demais energias do Cosmo?
– Que graças andaram por aqui?! – indagou o primeiro a chegar, atraído por aquela subida vertiginosa na escala das vibrações.
O Mensageiro explicou-lhe:
– Estávamos falando de Jesus, quando foi pelo Pai Divino apresentado como Divino Modelo ou Cristo. Falei sobre a Origem, sobre o Processo Evolutivo e sobre a Sagrada Finalidade, tudo aquilo que o Cristo representa, tendo havido intensificação no campo magnético, de onde surtiu a diferença vibratória que vos atingiu, pelo fato de estarmos irmanados por várias razões, inclusive a ligação simpática, um dos fatores mais importantes de atração que nos é dado conhecer.
O tal companheiro compreendeu e sentiu a grandeza da questão, tendo pronunciado algumas palavras de estímulo:
– Em Deus temos a Origem e as faculdades que devemos desenvolver! Na Lei de Equilíbrio temos a Justiça que nos fará reconhecer o caminho certo, sempre que dele nos afastarmos! No Cristo temos o Modelo a igualar, o Ponto de Referência a ser atingido. Aquela mônada que Se elevou por evolução à divinização, pairando por isso mesmo acima de injunções planetárias, acima de mundos e de formas, constituindo, portanto, para nós, Aquilo que devemos procurar ser. Não admira que, ao se tratar do Cristo, com conhecimento de causa e boas intenções, já se faça estremecer o ambiente magnético ao derredor. E para quantos desejem conhecer e pôr em prática, este fenômeno basta para provar até onde pode um espírito empregar a força moto-mental, com a sua carga imensa de ação sobre a vastidão das energias cósmicas!
Como tivesse feito silêncio, aproveitou o discípulo a oportunidade, fazendo a seguinte pergunta:
– Por isso mesmo, então, é que os Cenáculos Esotéricos não permitiam a qualquer um o conhecimento das leis espirituais e cósmicas?
O tal companheiro apontou o livro que estava sobre o móvel, explicando:
– Sim, por isso mesmo, para que eventualmente não fizessem mau uso de leis e de recursos que merecem todo o respeito. Esse livro que aí está diz muito bem, embora de modo resumido, o que foram as Escolas Iniciáticas antigas. Porém, tendo vindo o Cristo, para significar a Finalidade da centelha ou mônada espiritual, e para tornar a Revelação de alcance generalizado, cada qual deve se armar de senso de responsabilidade, a fim de conhecer e saber usar de tudo, de si próprio e das leis que venha a conhecer. Porque é imprescindível, note bem, que o espírito evolua e entre na esfera das responsabilidades superiores.
O Mensageiro olhou bem para o discípulo, repetindo a palavra do companheiro:
– Note bem, é imprescindível que cada mônada espiritual, por evolvimento se vá tornando suficiente em matéria de conhecimentos e de aplicações.
E o tal companheiro concluiu, antes de partir:
– Até a vinda do Cristo, a Ciência dos Mistérios, como se chamava o Conhecimento da Verdade, devia ser conhecida e falada somente dentro dos Cenáculos Iniciáticos. Com o Cristo, veio o derrame de Revelação sobre toda a carne, devendo essa Graça merecer de todos o máximo respeito. Como o Cristo vive a Lei de Deus, e a Lei de Deus contém três sentidos – a Moral, o Amor e a Revelação, que os cristãos façam questão de corresponder à Graça e à Verdade. Ou julga você, discípulo, que é favor o fato de um filho de Deus cumprir a Lei?
O discípulo não perdeu tempo e respondeu:
– Não é favor algum, pois o resultado da Harmonia é Paz, Luz e Poder! Entretanto, bem vejo que os homens, cá da Terra, e até mesmo alguns dos mais bem intencionados, encaram o Cristo pelo avesso, tomam-No apenas como figura de fachada, a fim de transformarem-No em defesa de suas maquinações mundanas. Lembro que o Cristo, sendo o Exemplo da Lei vivida, para muita gente não passa de um simples derrogador da mesma Lei! Porque essa gente transgride a Lei e faz questão de dizer que o Cristo de tudo Se faz pleno responsável.
O tal companheiro se foi, porque tinha o que fazer, mas antes de  ir disse ao Mensageiro:
– Diga a ele o que ouvimos, da boca do próprio Jesus, quando de uma de Suas manifestações.
De fato, o Mensageiro disse ao discípulo:
– De tempos a tempos, discípulo, o Mestre comparece a alguma grande reunião, a fim de deixar patente a Sua dedicação a todos os tutelandos. E numa delas, por causa de certo discurso, feito por um antigo clérigo, discurso cheio de unção, porém falho de conhecimento de causa, disse o Mestre o seguinte, falando de muito longe, ou parecendo ser de muito longe, para nós que ainda somos tão inferiores na escala evolutiva e não O podemos encarar de perto; assim disse Ele, falando a todos os presentes e com aquela doçura que o caracteriza:
“Fui humilde transmissor e vivedor da Doutrina do Pai, assim como espero que sejais também os seus vivedores. Deixei a Seara e a liberdade, ficando cada qual responsável pelas suas obras. Não sou o responsável pelas vossas liberdades individuais”.
O discípulo comentou, satisfeito:
– Maravilhoso, porque todo Lei e todo Verdade.
O Mensageiro acrescentou, comovido:
– A essência da função crística, pois a Luz Divina jamais poderia ser adquirida de terceiros. A um Cristo cumpre esclarecer sobre a Origem, cumpre ensinar sobre o Processo Evolutivo e cumpre dar mostra da Sagrada Finalidade, retornando como Espírito Emancipado, soberano dominador das leis planetárias, ostentando o carro da alma, aquela matéria fluídica que começou opaca, em estado de luz e de esplendor divinos. Se, porém, fosse dado a alguém suprimir as responsabilidades individuais, toda a Ordem Universal estaria sendo posta de pernas para o ar, toda a Lei e toda a Justiça estariam sendo escandalizadas pelo próprio Deus.
– Todavia, – interveio o discípulo, – o mundo terrícola está cheio de donos de religiões, e de pobres infelizes que lhes dão crédito, que nada entendem de semelhante realidade, incidindo em tremendas faltas, cometendo idolatrias e fetichismos, praticando traições à guisa de atos de fé. Nada mais fazem do que atirar Deus contra Deus, a Lei contra a Lei, a Justiça contra a Justiça, enquanto se julgam bons religiosos, dignos filhos de Deus.
O Mensageiro apontou para o enfermo, que gemia no seu leito, exclamando:
– Eis aí uma prova do que diz. Porque os erros humanos jamais convencerão Deus, a Lei e a Justiça em contrário. Este nosso irmão cometeu três espécies de erro em algumas vidas: primeiro, depois de estar bem harmonizado com a Lei, foi um guerreiro cruzado, um terrível vândalo em nome de Deus e do Cristo; depois, ao reencarnar ainda na Europa, foi um nobre despótico, articulando-se com a Igreja Romana para realizar obras de rapina, através de perseguições e mortes; a seguir, para cúmulo de sua desdita, reencarnou na Espanha e foi grande perseguidor das obras consoladoras, tomando parte na queima de Bíblias, Evangelhos e livros espíritas. Como Deus não é particularista, como a Lei não é religiosa e como a Justiça não tem parentes nem protegidos, primeiro desceu ele aos rincões trevosos, onde sofreu horrores inenarráveis, depois reencarnou para isso... Isto é, começou nesta encarnação um ciclo de duras provas e expiações, para chegar a obter, algum dia, o necessário reequilíbrio.
Fez breve silêncio e detalhou, a seguir:
– Observe que ele não tem más companhias, como quase sempre acontece; mas o seu corpo astral é quase uma nuvem negra! Realmente, seu perispírito está minado pela mancha negra e fosca que os seus criminosos pensares e agires criaram. E embora os médicos julguem ser esta ou aquela outra a causa da doença, embora se apliquem com todo o rigor para sará-lo, a verdade é que ele é um doente de alma, um lesado de espírito, e, por conseguinte, seu grande e real medicamento está no sofrimento, está em compreender as causas e por elas tratar dos efeitos.
– Que lástima! – bramiu um dos companheiros.
E o Mensageiro ressaltou:
– O pior, entendam, é que dores, provas e expiações não constituem aquisição de valores hierárquicos, pelo simples fato de serem dores, provas e expiações. O sofrimento, quando obra de abnegação, de renúncia ou devotamento, pode elevar o espírito imensamente; quando, porém, se sofre por causa de crimes cometidos, o sofrimento é apenas de efeito disciplinar, pode trazer o reequilíbrio, mas nunca será aquisição nos domínios do Amor e da Ciência, a menos que, de permeio, converta o sofredor as provas e expiações em campos de estudo, em oportunidades de sérias observações e aquisições experimentais.
– Poucos sabem discernir assim, – interpôs o discípulo. – No plano carnal, a maioria pensa que sofrimento é, pelo simples fato de ser sofrimento, aquisição de valores hierárquicos. Ora, como pode ser que Deus, sendo em tudo PERFEIÇÃO, venha a distribuir dores e trevas, tormentas e expiações, sem ser por causa de transgressões, de rebeldia contra a Lei de Harmonia Universal? Não está escrito no Velho Testamento, e Jesus o trasladou para o Novo, que Deus quer caridade e não sacrifício?
Feito o seu discurso, o discípulo fitou o Mensageiro com ar indagador e o Mensageiro comentou:
– Dizem os nossos mentores, e a razão o consagra integralmente, que a NECESSIDADE tange o espírito, a mônada espiritual, desde que ela existe; e que vai ela tomando conhecimento disso, ou das leis de meio e necessidade, assim que se vai tornando consciente da Origem, do Processo Evolutivo e da Sagrada Finalidade. É um erro, portanto, confundir entre DOR e NECESSIDADE, somente porque elas quase sempre marcham paralelas na vida do espírito. A necessidade, para se transformar em dor, carece de ser elevada ao máximo grau, precisa de ser desprezada e aviltada. Em condições normais de vida e de movimentação evolutiva, a necessidade obriga a procurar o melhor, por meio do trabalho até mesmo agradável, sem tomar aspecto de sofrimento. E se alguém quiser levar a sério esta verdade, que se não esqueça da Lei de Deus e nem dos ensinos Daquele que a exemplificou; porque onde estiverem a Harmonia e o Amor, jamais a necessidade se elevará à condição de dor.
Como fosse chegada a hora de o Mensageiro ter outro serviço na pauta, uma vez terminada a sua peroração, convidou:
– O tempo que temos ao dispor é agora escasso; vamos transferir para este pobre irmão alguns recursos fluídico-magnéticos. Sintamos por ele verdadeira piedade, para que nossos fluidos se carreguem de elementos amorosos, obrigando-o a meditar profundamente nas coisas do Céu. Porque se ele, da parte da Lei de Equilíbrio, está merecendo obrigações de reequilíbrio, de nossa parte, irmãos em tudo, está merecendo cooperação nos propósitos em que se acha envolvido. Recordemos que ao culpado basta, para ser atormentado e obrigado a ressarcir, o peso de suas próprias culpas, não sendo necessário que outros irmãos, também agravados perante a Lei, venham a carregar ainda mais o pesado fardo. Piedade, muita piedade por todos os sofredores, principalmente por aqueles que se tornam penitentes.
Entramos todos a orar, vindo o ambiente a se transformar em azulino brilhante por causa da preponderância do discípulo, cujos fluidos de encarnado, que sendo muito mais densos, passam a predominar no ambiente. Pouco depois, entregando ao corpo do discípulo o seu agente espiritual, demos por terminado aquele trabalho.

Extraído do Livro:  MORAL, AMOR E REVELAÇÃO ebook adobe




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A SAGRADA E ETERNA SÍNTESE

PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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