O serviço de unificação deve prescindir e prescinde realmente dos conchavos e das maquinações subalternas; porque é no seio da Verdade que se dará a junção, e não no seio dos interesses inconfessáveis, dos objetivos imorais e amorais pretendidos por aqueles que tudo reduzem a simples fórmulas econômicas e maliciosas. A hora cíclico-histórica reclama renovações de base, não permuta de maquinações e de trocas cavilosas. Antes de fazerem os homens os seus entendimentos e contratos, perguntem se estão de acordo com o Plano Superior. Sou completamente insuspeito para falar em nome do BOM SENSO; estou capacitado, categorizado e autorizado a falar em nome da Lei. Por isso recordo: muito cuidado com os objetivos de toda e qualquer ação. O que não estiver com a Lei, o que não estiver com o Amor e a Revelação, não estará com o Cristo; e aquilo que é marginal ao Cristo não se recomenda. Desculpas convencem a homens, nunca porém convencerão a Deus.
Mais do que nunca, mais do que em tempo algum, cumpre se façam esforços pela melhora espiritual da Humanidade. Novos tempos são novos encargos, novas obrigações, outras extensões no âmbito das responsabilidades. Aquele que ficava bem como supersticioso, como idólatra e feitor ou cultor de simulacros, terá que avançar e formar ao lado daqueles que se aproximam da perfeição, que sabem e vivem a Doutrina do Espírito e da Verdade; daqueles, enfim, que se avizinham da DIVINA ESSÊNCIA, da LUZ FUNDAMENTAL, que é o CENTRO GERADOR ou Deus. E como a LUZ FUNDAMENTAL é simplesmente íntima, é naturalmente o PRINCÍPIO, eis que, uma vez procurada no íntimo, em base de Lei, de Amor e desabrochamentos mediúnicos, teremos o filho a brilhar, a refletir a DIVINA LUZ do Pai.
Urge, pois, que se abandonem os ronceirismos idólatras ou pagãos, em benefício da Celeste Conexão, daquela unificação de que falaram todos os Grandes Reveladores, daquele ato de consumação unitária de que Jesus tanto falou, e por quem tanto fez, pois abrir as portas das Fraternidades Iniciáticas era o máximo que poderia ter feito. Representou e representará, em qualquer circunstância, oferecer o necessário acesso a quem tenha vontade de crescer, de ser aquele grão de mostarda capaz de ser útil a quem dele quiser acercar.
Não será possível alcançar esse estado de graça, porém, sem que se faça a criatura acima de vícios idólatras. A mediocridade jamais tomará o posto da Sabedoria e do Amor. E ninguém pretende ver o Amor e a Sabedoria em situação humilhante, escravizada sob os pés ou sob as maquinações daqueles que tudo reduzem a meros problemas de bolso, de estômago e de programações aparentemente religiosas, programações que o fazem parecer ministros de Deus e autoridades em fé, quando realmente são apenas negocistas do reino deste mundo à custa da fé.
Que é um espírito desconhecedor de sua ORIGEM e FINALIDADE? Que é um coração que subordina o problema do AMOR aos salamaleques rituais inventados por homens? Que é um cérebro vazio de conhecimentos fundamentais? Tudo isso é apenas tudo aquilo de que está cheio o mundo, as religiões, aquilo que todos os dias passa para estes lados, para estas esferas, elementos que se não vão diretamente para as trevas, também delas não ficam longe. Se não chafurdam no pranto e no ranger dos dentes, nem por isso deixam de ser os eternos medíocres, predispostos a novas etapas carnais em condições e situações deficientes. Esse o roteiro que a idolatria indica. Esse o filho da corrupção. Eis aí a marca da idolatria elevada ao grau de culto religioso.
Bem vedes que não estamos falando aos coxos, aos surdos de espírito; bem vedes que estamos apelando a quem mais tem, para que mais venham a ter. Aos que ainda militam nas esferas inferiores de compreensão, aos que carecem de dobrar joelhos diante de exteriorismos pagãos, convém não reclamar outras e melhores obrigações de cultura religiosa. Estamos pedindo mais aos que mais possam dar, para que não falte ao grande número pelo menos uma certa quantia de elementos em prol, de filhos de Deus equipados de verdadeiros valores, criaturas acima de posturas simiescas, elementos capazes de melhor sintonia, instrumentos de mais afinado contato, diletos trabalhadores, empreiteiros da Verdade pela Verdade, do Amor pelo Amor, da Revelação pela Revelação, funcionários de escol, incapazes de transformar as Graças Fundamentais em objeto de industriosas maquinações utilitárias, de ronceiras e grosseiras aplicações.
O Plano Superior, para agir nas esferas inferiores do astral e na crosta, necessita de elementos capazes, de incontestável padrão psíquico; é notório que esse número deve tender ao crescimento; conseqüentemente, apela-se nesta hora de intensa transição cíclica, para aqueles que sejam capazes de sobrepor aos simulacros e aos engodos o culto de Deus em Espírito e Verdade, a mais intensa suficiência espiritual, para que surja daí a mais eficiente exemplificação social.
Apelamos, portanto, em nome do Céu, para aqueles que desejam portar-se diante do mundo como sendo capazes de severas exemplificações; o Evangelho do Cristo, o Seu Divino Exemplo, é a verdadeira Carta Magna da Humanidade. O que se procura é encontrar dignos servidores, no rol das hostes restauradoras e consoladoras; é fazer que cresça o número de verdadeiros filhos doutrinários do Evangelho, na hora em que tudo tende a voltar para trás, caindo nas garras da pagodeira comercialista e pagã, pelo fato de estarem certos vícios comprometedores reclamando honras e impondo condições.
Um simples pescador, feito por Cristo pescador de almas, deu o primeiro testemunho da Igreja Viva, edificada sobre a Revelação, no nascedouro da Revelação trazida para toda a carne; ninguém conseguirá ver mais do que isso nos dois primeiros capítulos do Livro dos Atos. É o Cristo espírito que volta, que batiza em espírito. É o pescador humilde a dar testemunho do Batismo trazido para toda a carne. Tinha começo a grande fase em que ninguém adoraria a Deus sobre amontoados de aparatos simulosos e retrógrados, mas sim em Espírito e Verdade, pelo conhecimento que a Revelação de portas escancaradas iria fornecer.
E o pescador humilde, prevendo a força do vício a carregar sobre o homem, calculando a fraqueza humana em face dos erros e das corrupções tradicionais, preveniu para que se não permitissem volver o cão ao vômito e porca lavada ao lodaçal... Velho e a findar seus dias, lavrou seu ato de severa advertência, estribado no conhecimento da Graça trazida por Jesus Cristo; sua advertência no entanto, perdeu-se na falta de consciência dos homens de dois séculos depois, na Roma decadente, pagã e faminta de dominação. Eis que transformaram o mesmo velho e humilde pescador em palanque de absurdos, atirando-lhe às costas a responsabilidade da corrupção, sabendo, embora, que foi ele o primeiro a dar testemunho do derrame de espírito sobre toda a carne; que foi ele quem melhor falou diretamente sobre a possibilidade de retornarem as gentes ao erro. Pois foi justamente ele o escolhido pela nossa inconsciência, para servir de paradigma do erro, de chefe da corrupção, com a volta do cão ao vômito e com a volta da porca lavada ao lodaçal! As Epístolas de Pedro ficarão, todavia, a clamar pela sua isenção no tremendo crime de traição à obra messiânica de Jesus Cristo. Suas Epístolas e suas palavras:
“E como eu tivesse começado a falar, desceu o Espírito Santo sobre eles, assim como também tinha descido sobre nós no princípio. E eu me lembrei então das palavras do Senhor, como ele havia dito: João na verdade batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo.
Pois se Deus deu àqueles a mesma graça que também a nós, que cremos no Senhor Jesus Cristo, quem era eu, para que me pudesse opor a Deus?” – Atos, cap. 11.
Eis o grande testemunho daquele humilde pescador, que morreu na ocasião mesma em que Paulo também fora morto, e com eles muito mais, em defesa do Batismo de Espírito, da Graça e da Verdade trazidas por Jesus Cristo. E dizer que, em benefício do Império em tremenda decadência, dois séculos e algumas dezenas de anos depois, atacamos de rijo, liquidamos com os discípulos da Revelação, vindo a transformar o humilde pescador em chefe obrigatório da mais feia corrupção religiosa de todos os tempos!
Olhando para tudo quanto de animalismo desbragado a idolatria implantou; observando em que lavras de materialismo a liquidação do Batismo de Espírito meteu a Humanidade; e temendo pela hecatombe que se mostra ameaçadora nos horizontes da hora cíclico--histórica, rogamos o favor de alguma atenção, para que se levante no mundo uma barreira, a ser construída de espíritos conscientes, de gente superior aos engodos tradicionais. Porque sempre houve quem se entregasse às corrupções, em seguida aos renovos enviados pelo Céu. Sobre o cadáver do Grande Revelador, apareceram os urubus do comercialismo religioso, prontos a fazer das grandes verdades os maiores engenhos de maquinação capciosa. E quando erram aqueles que se dizem ministros de Deus, que mais esperar do grande número que apenas obedece inconscientemente?
Uma vez que viceja fragrante, estuante de esplendor espiritual a reposição do Caminho do Senhor, faça-se tudo para que não surjam mercenarismos traiçoeiros. O comércio das coisas materiais, das utilidades, esse deve obedecer às normas ditadas pelo respeito humano de fraternidade. Comércio sem decência não é comércio, é roubo que deve ser punido por quem de direito e de dever. Acima de tudo, porém, haja quem seja capaz de não transacionar com as manobras da inferioridade espiritual, de onde surtem imperiosos os desvios doutrinários. Quem se estribar na Lei e no Amor, saberá como cultivar a Revelação. E na hora de atender a certos convites, pretextando uniões, unificações, confraternizações, saiba cada qual ficar com o Cristo, que preferiu ser crucificado a bem da Verdade, para não crucificar a Verdade!...
Em nome da Lei, os criminosos sempre se dispuseram a defender suas prerrogativas.
Em nome do Amor, todas as arbitrariedades tiveram as sanções do mundo, mormente das organizações pretensamente religiosas.
Em nome da Revelação, muitos espíritos mentirosos e ignaros transformaram até criaturas honestas em falsos profetas.
Compete, portanto, saber que a Terra não melhorará à custa de conchavismos humanos, principalmente aqueles que visam a manutenção das organizações corruptoras ou avessas à Doutrina de Deus, trazida pelo Seu Verbo ou Cristo. Não aceitar, portanto, tudo quanto é feito em nome do Senhor, pois muitos que andaram clamando Senhor! Senhor! ainda palmilham os tredos abismos, sendo que outros se arrastam pelo chão terrícola, miseráveis e monstruosos, penando as culpas adquiridas.
A simplicidade não exclui a prudência, assim como a prudência não exclui a simplicidade. Se houver realmente prudência, certamente haverá verdadeira simplicidade. As próprias bases da Excelsa Doutrina ensinam como agir, ensinam a separar o joio do trigo.
A Lei testemunha a Revelação, não determinando cultos formais, antes proibindo-os, e reclamando decência de conduta social. Se religiões existem, e muitas já foram as que nasceram e morreram, a Lei delas não cogita, porque ela reclama apenas respeito pela Verdade Básica.
O Amor exemplificado pelo Cristo, alcança o seu máximo esplendor na doação do Cristo em face do martírio. Amar tanto a ponto de entregar-se pela Verdade. Nunca, porém a ponto de ceder aos Tibérios, aos Herodes, aos Pilatos, aos Caifaz de variantes graus e matizes.
A Revelação tem na própria Lei o seu tratado de conduta. Jesus, que veio para viver a Lei na presença da Humanidade, exercitou o Amor e a Revelação de modo harmonioso, sem deixar resquício de dúvida. Outros narradores já disseram o suficiente, não havendo motivo para me estender neste particular. Demais, o mediunismo incipiente de hoje, terá que crescer e tornar-se o intercâmbio glorioso do porvir. A questão é forçar no sentido correto. Por isso mesmo, pedimos para que sejam evitadas as idolatrias. E como seria estultícia pedir a todos, falamos aos elementos vanguardeiros, aqueles que sempre terão mais para dar, pois que se acham preparados naturalmente para receber. Os meninos, como já foi dito, farão coisas de meninos... Que adultos façam aquilo que lhes é da obrigação, sustentando diante do mundo aquela conduta que represente a melhor consciência da Verdade, o modelo humano da Sabedoria e do Amor.
É básico que a Humanidade se constitui de elementos heterogêneos em gradação evolutiva; que a escala se completa de zero a cem por cento. Portanto, que em cada um prevaleça, da melhor forma, a consciência da justa posição. Como seria impossível ao menos evolvido semelhante conduta, concita-se ao mais evolvido que faça o quanto possível, que mantenha alto o seu nível de conhecimento e ação. Nunca se poderá prescindir de fatores hierárquicos, na crosta ou nos planos espirituais. Logo, que a consciência de tal realidade não feneça naqueles que, por evolução, trazem consigo tais obrigações.
Em pureza religiosa, a obrigação é ambivalente: não cometer idolatrias e não dar mau emprego ao culto da Revelação. Quanto ao uso de simulacros, ou formas, a Lei é absoluta em seus preceitos. Quanto ao culto mediúnico, a Lei e o Amor determinam a seleção a ser feita. Podemos garantir, todavia, que em se evitando as práticas idólatras, também se estará eliminando superstições e outras influências inferiores, pois é próprio dos espíritos medíocres apelar para tais recursos. A finalidade é conhecer Deus em Espírito e Verdade, para chegar a agir como Espírito e como Verdade. Quem se escraviza a dogmas, ídolos, rituais, simulacros, etc., por certo não está trabalhando pela evolução, nem própria e nem da Humanidade.
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