DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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terça-feira, 30 de junho de 2015

O CÉU MARAVILHOSO - Capítulo XX

Capítulo XX




Muitíssimos foram sendo os fatos sucedidos naqueles dias, quando as verdades eternas, perfeitas e imutáveis de Deus iam sendo a nós reveladas, na proporção do plano em que habitávamos e segundo os desígnios a serem executados em breve, sempre porém observando a lei dos fatos normais, pois mistérios e milagres não somam realmente na Ordem Divina.
Certa ocasião, estando a observar a revelação da psicometria progressiva de alguns fatos em curso, e atinentes aos movimentos concernentes aos trabalhos restauradores da Excelsa Doutrina, ouvimos o instrutor salientar:
Não nos esqueçamos de como foram feitas as profecias do Velho e do Novo Testamento, pois os fatos existindo, todas as pessoas inteligentes e honestas devem perguntar sobre onde, como, quando, por quê e para quê existem. Assim sendo, irmãos, lembrem-se das grandiosas visões proféticas e perguntem-se como foram previstas e transmitidas aos encarnados. Saberão, então, do mecanismo usado pelos servidores da Sabedoria Divina, usando médiuns ou profetas com faculdades apropriadas, para os devidos desdobramentos, a dupla vista, a psicometria, etc.
Observou o semblante de cada um dos presentes e prosseguiu:
Viram o passado profético, onde os maiores profetas de Israel anteviram as longas jornadas e a vinda do Cristo Modelo, com o seu cortejo de acontecimentos e conseqüências; viram o Cristo em função na carne, da manjedoura ao calvário, com todas as Suas glórias do Céu e martírios da Terra; viram o glorioso Pentecostes, o derrame de Revelação que, começando por Israel, deveria se estender aos confins da Terra, conforme o Livro dos Atos assinala perfeitamente; viram a Roma pagã levantando-se e, para defender o seu império decadente, corromper a Excelsa Doutrina do Caminho; viram os séculos de treva e o materialismo invadindo a humanidade; viram a ordem de Jesus, no início do século quatorze, para que fossem iniciados os trabalhos restauradores, aqueles que tomaram o nome de reformadores; e viram o que já foi feito e o que resta fazer, vendo os acontecimentos da França do século dezenove, e o Brasil do século vinte e os posteriores, com os necessários trabalhos complementares.
Tornou a passar as vistas pela assembléia diminuta, como a procurar nas mentes a registração dos ensinamentos, e continuou:
Agora podem ter uma idéia geral dos símbolos do Apocalipse, aqueles que dizem respeito ao descobrimento da América, a restauração da Excelsa Doutrina, a passagem da humanidade para a segunda meia-idade ou maturidade, o dilúvio de fogo, a separação entre cabritos e ovelhas, e, conseguintemente as muitas melhoras que advirão para aqueles que forem merecendo a Terra dos futuros milênios, quando a Justiça Divina, através daquele semelhante ao Filho do homem, dirigirá com vara de ferro, isto é, com mais rigor.
Houve a seguir um silêncio geral, depois do que falou de novo o instrutor:
Lembrem-se de que tudo tem explicação; de que, se os homens não puderem dá-las, o Céu nunca deixará de poder fazê-lo.
Chamou cinco indivíduos pelos respectivos nomes, colocou-os defronte ao espelho dos quadros psicométricos e disse-lhes:
Todos vocês foram clérigos ou viveram à custa de falar em Deus, ou de fazer das coisas da Verdade um meio de vida... Deus, através de Sua Imaculada Justiça sabe discernir entre o que fizeram por ignorância dos fatos, por má-fé ou por outras circunstâncias... Nós, irmãos instrutores, não estamos aqui para julgar, mas para ensinar... Bem sabemos o quanto é difícil vencer, depois de mergulhar nas brumas carnais...
Foi aos dois protestantes e mandou-os observar o espelho, onde quadros e mais quadros se foram sucedendo, revelando vidas e mais vidas, acontecimentos e mais acontecimentos, e onde o fanatismo religiosista superou de muito o dever de respeitar a Verdade que livra.
Compreendem, irmãos, o que têm feito? – perguntou.
Sim – responderam eles.
Querem ver o que lhes resta fazer? – tornou a perguntar.
Sim – exclamaram eles.
O espelho psicométrico passou a revelar quadros de vidas e mais vidas, onde eles foram atuando, crescendo, divinizando, até chegarem aos brilhos e às glórias da autocristificação, quando no espelho apareceu Jesus, o Cristo Modelo, feito a imagem e semelhança de Deus, ou de quem atingiu esse Grau de Uno, que os esperou, abraçou e envolveu formando uma só unidade, uma só Glória Divina.
E o instrutor perguntou a todos, depois de todas aquelas demonstrações:
Sabem o que querem dizer a Origem Divina, o Processo Evolutivo e a Sagrada Finalidade a ser atingida? Compreendem que o problema não é de salvação ou absolvição, e sim de união vibratória com Deus, segundo a Divina Modelagem do Cristo Exterior? Entendem que todos fomos emanados, para virmos a ser Altas Potências Espirituais, Verbos executores da Vontade do Pai Divino? Sabem que a medida certa é realizar a Verdade Interior, abandonando para sempre os religiosismos e sectarismos idólatras e mercenários?
Ninguém falou, porque a comoção era intensíssima, porém cada um baixou a cabeça, em sinal de assentimento. E o instrutor avisou:
Voltarão à carne, irmãos, com faculdades ou dons espirituais... Terão a herança, no mundo, daquele Espírito derramado por Jesus sobre toda a carne, como... lembrar que está registrado no Livro de Joel e no Livro dos Atos. Bem sabemos o quanto é difícil, no mundo, executar os planos traçados anteriormente. No entanto, a Revelação atingi-los-á, porque está escrito que assim será. Resta, de sua parte, não espezinhar os avisos, quando eles os forem ao encontro, através de circunstâncias normais da vida. Lembrem-se de Jesus, o Divino Molde, que tendo ao redor as legiões de anjos ou espíritos mensageiros, produziu o Bem e recomendou a continuação da obra. Enfim, irmãos, esta é, para vocês todos, a última lição no plano espiritual, porque terão de reencarnar o mais breve possível. De nossa parte, os preparadores desta ordem, desejamos as bênçãos do Pai Divino, que normalmente, em cada Planeta, são veiculadas pelo Seu Verbo Diretor.
Fomos embora altamente pensativos, porque as leis de Deus se cumprem, sem perguntar pelas artimanhas conceptivas do fanatismo religiosista. E, também, de minha parte, porque depois de um trabalho informativo, devia estar preparado para mergulhar na densidade do mundo físico. Como tudo se aproxima, deixo aqui esta advertência: quem quiser falar aos seus irmãos sobre as verdades de Deus, que são eternas, perfeitas e imutáveis, pergunte a si mesmo se é delas que está falando, ou se está apenas veiculando as patifarias que o clérico-farisaísmo, em todos os tempos, impôs, prejudicando imensamente a evolução dos espíritos.


O CÉU MARAVILHOSO - Capítulo XIX

Capítulo XIX




O espírito passa por três fases distintas durante o processo autocristificador: a fase de embrião, quando vive por conta dos automatismos inconscientes e dos instintos; a fase intermediária, que vai dos instintos até a fase de consciência individual precária, quando faz das superstições, das idolatrias, dos enigmas, dogmas, mistérios e panacéias ritualistas o seu programa de conduta espiritual; e a fase de superação da mediocridade, quando começa a compreender que o Pai Divino é Espírito e Verdade, e que ele, o filho, a isso deve chegar.
Enigmas, mistérios e dogmas são as armas dos infantes que se presumem adultos muito bem desenvolvidos; sem aparências enfáticas nada conseguem ser e fazer, porque essa é a fase dos rótulos e das petulâncias. Em todos os séculos anteriores a Jesus, e depois da corrupção romana da Excelsa Doutrina do Caminho, as panacéias simuladoras, os rótulos de variada ordem tomaram conta do mercado das atividades ditas religiosas. Os cenáculos iniciáticos, de portas muito fechadas ao povo, sabiam que só a Moral e o Amor vividos eram os cultos inteiramente edificantes, antes do Cristo. E mesmo eles, depois, foram cedendo ao mundanismo, aos engodos e paramentos exteriores, perdendo a Força da Moral e do Amor Praticados.
Ensinar ao discípulo que conservasse o mistério, porque se o mistério deixasse de ser, ele também perderia a sua força, é simplesmente monstruoso, e crime confesso contra a Moral e o Amor. É o comportamento do jovem que, por mera petulância, pretende ostentar a sabedoria acumulada do ancião. É, enfim, a prova de que ouviu falar em Espírito e Verdade, como Medida Certa, porém não sabe o que isso é, como é, para o que é. O passado, a tradição, o vício das manias formais lhe não permitem a libertação, e, portanto, procura substituir alguns rótulos por outros, algumas idolatrias por outras, e vive seus vazios de alma com aparências de fartura. É só casca, não tem cerne, porque é tudo enigmático e misterioso para ele. E quando a Realidade Espiritual demonstra um fato, um acontecimento mediúnico ou profético, por viver ele fora das Leis, dos Elementos e dos Fatos, qualifica de milagre, de coisa sobrenatural.
Onde e quando vamos encontrar a prova real, a prova de fato das falsas conceituações? Quando é que os enigmáticos, os misteriosos e os milagreiros caem por terra e deixam os seus crentes em situação ridícula? Essa prova surge da morte física e do comparecimento no mundo espiritual, porque as figuras de fachada por aqui não valem como medidas edificantes. Aparências de Moral e de Amor ficam bem na crosta, diante dos olhos turvos da ignorância.
Naqueles dias de grandes aprendizados, quando as comitivas eram formadas e as viagens traduziam acúmulos experimentais maravilhosos, Vicentina convidou-me para uma descida à crosta, a fim de recolher uma nossa irmã, cuja romagem carnal findava.
Será mais uma lição – disse ela – que muito irá valer algum dia, quando tiver que realizar um trabalho informativo, pois quem ajudou a corromper a Doutrina Consoladora, estribada na Lei de Deus, no Cristo Modelo e na Revelação Generalizada, terá que ajudar a repô-la no devido lugar.
Nada disse eu, porque vivia somando fatores e confiando no Céu.
E no devido tempo, fomos parar no seio de uma família, onde uma mulher de idade bem avançada estava de partida do mundo, e em condições tais de vantagem espiritual, que embora estando ainda presa ao corpo, suas radiações maravilhavam nossos olhos e ungiam nossos corações com o bálsamo celestial.
Vicentina informou-me, depois de fazer algumas apresentações, dentre elas a de um irmão desencarnado, de quem disse:
Este irmão fora seu marido e ostentara, no mapa das movimentações espirituais, alguns títulos respeitáveis... Ela, entretanto, foi uma esposa e mãe a quem não sobrou tempo para cultivar devoções tabeladas ou sistemáticas...
Naquele momento dava entrada no recinto uma comitiva esplendente e Vicentina apresentou-me à funcionária que devia cortar a ligação, para que a nobre irmã desse entrada, e muito gloriosa, no mundo onde o ranço e a ferrugem não formam, sem ser nos lugares de pranto ou ranger dos dentes, ou nas regiões inferiores, onde os dramas de consciência medram a valer, ofuscando as alegrias.
E minutos depois, as mãos autorizadas da funcionária se impunham e a irmã era suspensa num como dossel feito de luzes e melodias suaves. A consternação dos encarnados contrastava com as alegrias do nosso plano, porque um espírito, um filho de Deus, que não teve tempo para gastar com as lantejoulas do religiosismo, subia aos planos superiores guindado pelas forças da Moral e do Amor que aplicara nos dias de romagem carnal.
Venha ver – convidou-me Vicentina.
E fomos ver a farta biblioteca do esposo, daquele espírito que, frente à esposa, parecia uma vela diante do sol, tal a disparidade vibratória.
Olhe para o pergaminho – apontou Vicentina, logo mais.
E lá estava um título honorífico pomposo, muito ricamente emoldurado, enquanto o seu dono se encontrava, infelizmente, muito pobremente iluminado. Bem se via que, entre o Olho Divino que dá segundo as obras, e o olho humano que recomenda e encarece as aparências, a diferença é muito grande.
Pois é! – fez minha irmã, olhando bem para mim.
Pois é o quê? – perguntei, sequioso de sua opinião simples e direta.
Jesus, o Divino Molde, não trocou todos os rótulos pelo simples dar dignos frutos pelo exemplo?
Calei-me, porque um sentimento profundo me impôs derramar duas lágrimas.
Está disposto a observar – convidou ela – mais uma demonstração de como as coisas se passam de modo diferente, entre os visos de Deus e os visos humanos?
Refeito, respondi que muito tinha para agradecer a Deus, e que muito mais ainda tinha vontade de agradecer pelos ensinos que com profundo respeito receberia. Dito isso, minha irmã comentou:
Lembre-se de que nós vemos de fora da carne para dentro dela, e que os encarnados muito mal vêem de dentro para fora da carne; lembre-se de que a encarnação é limitação imposta, para que o espírito prove, pelo emprego do seu livre arbítrio, que é capaz de vencer e galgar melhores postos na hierarquia espiritual.
Mas – ponderei – tendo o encarnado por instrumentos de uso a Lei de Deus, a Modelagem do Cristo e a Revelação Generalizada, com suas advertências, ilustrações e consolações. Ora, Vicentina, isso tudo é quase o Céu aberto ao dispor de um encarnado inteligente e honesto.
Sim – retorquiu ela – para quem assim entender; mas o que fez você, um homem culto, depois de conhecer o Espiritismo, a Doutrina do Caminho restaurada?
Para mim – respondi – fui uma vítima do comodismo religiosista e do juramento à igreja romana.
Por que, meu irmão, não compreendeu que a Verdade, o Amor e a Virtude, representam mais do que comodismos e juramentos para com tabelinhas inventadas por homens?
Talvez o passado, a imposição do carma... – fui dizendo.
Ela me interrompeu, para afirmar:
Vamos compreender, Bento, que passados e carmas envolvem a todos os filhos de Deus ainda em processo evolutivo, e que todas as medidas de precaução podem falhar, desde que orgulhos, ciúmes e vaidades fiquem de fora. E como tudo nos é fácil observar e entender, por aqui, contando com as oportunidades que o Pai Divino nos concede, vamos tratar de aprender o quanto possível, para dar os melhores exemplos. Quanto ao mais, como tem observado, cada um que volta da viagem carnal, é alguém que teve de enfrentar seus testes, e que nem sempre passou bem por eles, o que constitui responsabilidade própria, em face do que mereceu ou deixou de merecer, com vistas ao Grau Crístico, pois o problema do espírito é ser cristificado e não apenas ser cristão.
Eis aí – disse eu – uma verdade que todos deveriam compreender de uma vez para sempre: não ser apenas cristão, mas sim atingir a cristificação. Uma vez compreendido que Jesus foi apresentado, pelo Emanador, como Divino Molde, o dever de cada qual é procurar a imitação, não através de panacéias litúrgicas ou discursozinhos histéricos, e sim através de obras.
Sim, Jesus mandou dar dignos frutos pelo exemplo, e o capítulo final do Apocalipse resume toda a Moral de todas as Bíblias já transmitidas à humanidade. Mas você ainda terá muito para ver, a fim de compreender o quanto é difícil ao espírito vencer o orgulho, o ciúme e a vaidade, pelo fato de fracassar na luta contra o famigerado egoísmo.
Fez um sinal, convidando-me a segui-la, e volitamos até outra cidade terrena, bem para dentro de uma casa espírita, onde se movimentavam muitíssimos irmãos encarnados e desencarnados.
Lembre-se bem – advertiu ela – de duas verdades básicas: uma, que estamos no seio da Excelsa Doutrina do Caminho reposta no lugar, com as pessoas tendo, por isso mesmo, assumido mais responsabilidade; duas, que cumpre não confundir a Doutrina com as pessoas, pois enquanto a Doutrina deriva de Deus, a conduta humana deriva dos seres humanos, cada qual com o seu grau evolutivo e os seus altos e baixos.
Muito bem! – respondi.
Então – retomou ela a conversa – vá observando as pessoas em particular, mas faça-o com o máximo de sua capacidade de penetração, para ver além da carne, indo até o histórico da pessoa, que está gravado, sempre, na própria pessoa.
Apelei para o máximo de minhas possibilidades e observei que o todo se foi dividindo, cada qual se revelando na intimidade, distinguindo maravilhosamente a personalidade construída através do processo evolutivo. O todo humano, ali exposto, tornou-se uma exposição de características cármicas individuais, revelando as diferenças evolutivas, as tendências e tudo o mais, até aos mínimos detalhes.
E então? – perguntou minha irmã, depois de um bom tempo.
É maravilhoso!... Mas quanta porcaria ainda temos conosco!...
Minha irmã sorriu, satisfeita, para repetir:
Quanta porcaria ainda lastreamos, não é verdade?
Sim, minha querida irmã, ainda estamos longe do Grau Crístico!
Tornou a sorrir, apontou a todos e perguntou de novo:
Entretanto, observe, todos para lá estão marchando... Uns mais adiantados, outros mais atrasados, mas a chegada é o Grau Crístico!
Reparei que o mundo espiritual descia, que o ambiente se enchia de multidões de irmãos destes lados, porém carecidos de amparo, mal ajambrados, aleijados e sofridos de variada ordem. Vinham trazidos pelos trabalhadores de diferentes postos de socorro, que os colocavam em seus devidos lugares, tudo obedecendo a uma celestial disciplina.
Está na hora de começar a sessão de passes e irradiações, a mais preciosa para nós, os que trabalhamos juntos aos desencarnados desajustados de variada ordem. É por isso que os comandados de Maria os trazem... Desprezaram o sagrado banco escolar que é a encarnação e, por isso, voltam para junto dos encarnados e com eles aprendem e curam-se... É uma lição de Deus, que ensina através de fatos...
Encantado com a perspectiva de rever a Mãe querida, esqueci de tudo; e Vicentina, olhando-me com ternura, falou-me que ela viria, pois onde se encontram os necessitados de amparo e os que realmente querem ajudar os seus irmãos sofridos de diferentes males, ali estão a Vontade de Deus, o Cristo Modelo e todos os trabalhadores do Bem.
O presidente fez soar a campainha e anunciou que era chegada a hora dos passes individuais, o que motivou grande deslocamento de irmãos de ambos os lados. Cada médium passista foi para o seu lugar e atrás dele foi ter um servidor deste plano. As pessoas sentavam, recebiam um jorro de elementos fluido-eletromagnéticos e tornavam ao seu lugar na assistência.
Quando todos haviam recebido a imposição de mãos conforme as práticas ensinadas por Jesus, o presidente leu e comentou um trecho do Evangelho, por uns vinte minutos, se a tanto chegou. E com isso o ambiente psíquico subiu muito no teor vibratório.
Foi então que o presidente anunciou o trabalho médico do mundo espiritual, lembrando a personalidade de Bezerra de Menezes, a última encarnação do Apóstolo médico que fora Lucas, no comando dos mesmos serviços médicos. E o trabalho foi de portentosos efeitos perispiritais. Como o momento era propício, tudo se ampliou e vimos, então, os corpos dos encarnados mostrarem tudo, inclusive os porquês cármicos, e os médicos e enfermeiros do mundo espiritual fazerem o que era permitido pela Justiça Divina.
Seguindo, disse o presidente que era a hora dos desencarnados precisantes. Foi um deslumbramento, um Céu a se derramar sobre multidões escalonadas. Havia distribuição por ordem de males e de merecimentos, com legiões de servidores a trabalhar, e nas alturas pairava glorioso o Cristo Modelo, transformado numa Divina Fonte de Luz, que descia e se desdobrava, passando por Maria e seus comandados, e indo atingir os precisados, mas tudo muito filtrado, distribuído com uma técnica de causar pasmo.
Quando aquela parte findou, o presidente lembrou os hospitais da carne, os doentes em geral, e a trabalheira mudou de rumo. Encarnados e desencarnados formaram um centro de energias e luzes, e verdadeiros canais estenderam-se, indo parar nas mais distantes casas de dor e de recuperação. Vimos o quanto vale a oração, e o que por seu intermédio fazem os socorristas espirituais, aplicando sabedorias e técnicas que os encarnados estão muito longe de compreender. Entretanto, a oração dos encarnados auxiliava de modo celestial, para que tudo aquilo fosse feito.
Ao término da oração de encerramento, subimos ao nosso plano, satisfeitos de ter auxiliado um pouco, porém muito mais ainda, pelo quanto aprendemos. Realmente, é só dando que se recebe e só amando que se é amado.
Já em nosso campo normal de vida e movimentações, porque naqueles dias de aprendizados tudo era questão de acumular conhecimentos, porém sem a menor sujeição a programações rigorosas, fiquei de ter contato com minha mãe assim que ela pudesse me atender, com bastante tempo ao dispor, para trocar idéias à vontade. É que, nestes planos da vida, tanto quanto as Verdades Matrizes oferecem oportunidades infindas de sondagem, por causa das profundidades inerentes, também os pormenores, as particularidades, crescem imensamente, para todos os lados, toda vez que um fato ocorra, contendo em seu bojo elementos de contato com a crosta ou com os planos superiores.
Para cima vamos no rumo da Síntese Geral, da Verdade que se concentra cada vez mais, onde a Moral e o Amor comandam tudo, pois sem esses dois fatores essenciais ninguém jamais atingirá o Grau Crístico; e para baixo vamos no rumo da diversidade de leis, elementos e fatos, onde a Moral e o Amor diminuem de intensidade, precisamente para que o espírito, procurando conhecer e lutando para vencer, revele o Cristo Interno o mais breve possível. Quem, partindo de planos superiores, mergulha na crosta, para entrar em contato com os encarnados, tem que se limitar, é obrigado a se restringir ou perder muito em suas virtudes expansionais. Quanto ao encarnado, sujeito às leis de meio, goza das mesmas e está plenamente no seu elemento. Se não sofrer dor e não for constrangido moralmente, a vida carnal é para ele uma dádiva celestial, por usufruir dos bens do mundo e por constituir o mundo a ferramenta ideal de progresso.
E todos poderão, com um mínimo de inteligência, compreender a diferença que os dois planos oferecem, quando seus elementos penetram o campo contrário. Nós sofremos restrições por causa da materialidade do vosso meio e vós por aqui sofreis restrições por causa do aumento do teor vibratório. E quanto mais penetrarem os elementos pelo campo contrário, tanto mais as limitações se irão acentuando. Para nós atrapalha o aumento de densidade, para vós o aumento de luz vibrante.
Por exemplo, na hora em que o presidente pediu para os encarnados presentes, o jorro de Luz Divina que partia do Cristo, pois Ele era a Fonte Divina, ou quem filtrava o que Deus mandava aos necessitados, vimos que, atravessando Maria e suas legiões imediatas, passava por outras escamas ou ordens vibratórias, e descia sobre os encarnados como Luz Divina materializada, diminuída, ofuscada, e com bem acentuadas diferenças de indivíduo para indivíduo.
O mesmo ocorreu quando as atenções se voltaram para as legiões de espíritos sofredores, pois os escalões estavam distintamente dispostos e cada um recebeu o jorro de Luz Divina de modo diferente, ou segundo como seus perispíritos podiam assimilar. Tudo, enfim, vinha de Deus pelo Cristo Planetário, atravessava gamas vibratórias descendentes e atingia os precisados segundo as suas possibilidades de assimilação.
Quando eu, Vicentina e a nossa mãe, longe da cidade conversávamos sobre o assunto, disse-nos ela que não pode ser de outro modo, porque se a caminhada do espírito é para cima, e só com muita luta conquista o galardão crístico, ao ter que enfrentar um espírito o mundo material, tem que respeitar a mesma lei. E assim é nos planos espirituais, pois visitar os de mais baixo nível vibratório impõe uma espécie de restrições, enquanto visitar os mais de cima obriga a adquirir as ajudas vibratórias indispensáveis.
E com isso, meus filhos – disse minha mãe – temos a prova simples de como o nosso Pai Divino legislou, desde sempre, para que cada um chegue a ter o que em si mesmo fez por merecer. E que o conquistado, por esforço próprio, é distinto, ninguém poderá jamais tirar ou discutir, sem ser o próprio indivíduo, cujo direito de livre arbítrio é eternamente assegurado pelo mesmo Pai Divino.
Tudo demonstra – interveio Vicentina – que as grandes conquistas são as que se revelam de dentro para fora, e não as que se consegue de fora para dentro, como falsamente fazem crer os mercantilismos religiosistas e os fanatismos piegas que o protestantismo esparrama pelos seus prosélitos. O espírito deve crescer e vir a ser uma Potência Divina, e não alguém salvo apenas, conforme o tacanhismo das escolas sectárias do mundo.
Naquele momento, olhando pela colina abaixo, vimos que três mulheres vinham subindo, e que pareciam três camponesas, vestidas com trajes muito lindos e características de diferentes locais da Terra. Ao chegarem a nós, embora os trajes e as aparências apresentadas fizessem-nas diminuídas, bem se via que eram habitantes de planos muito superiores. Seus olhos continham muito do Reino de Deus, para que se não visse prontamente de onde teriam vindo. E minha mãe, que penetrava muito mais do que Vicentina e eu, primeiro fitou-as com atenção e depois fez uma reverência em que se notava, a um tempo, profundo amor e respeito hierárquico.
E a conversa tomou conta de todos nós, fazendo-se notar o fato de que elas sabiam tudo sobre nós e nossas vidas e problemas. Quando cheguei a dizer que tinha em mente algo que deveria vir a fazer, uma delas prontamente asseverou que tudo estava programado, e que contasse com o auxílio devido, pois minhas faltas estavam diretamente ligadas aos assuntos centrais da Excelsa Doutrina transmitida por Jesus, e que, depois de muitos séculos e por haver já resgatado muito, iria ter oportunidades várias, que constituiriam testes e meios de firmar posição, a fim de constituir, tudo isso, tentos a contar com vistas às próximas encarnações.
Então – comentei – devo agradecer o Céu, por me envolver assim com tão apreciáveis cuidados, com graças que, tenho certeza, não mereço.
Abigail tem o seu roteiro pronto – continuou ela – e pode estar certo de que em tudo entram alguns merecimentos e algumas graças... Nosso Pai é pródigo, sempre que em Seus filhos aflore, de fato, a vontade de trabalhar pelo bem das coletividades. No seu caso, tudo converge para a documentação doutrinária. E como estamos na hora cíclico-histórica das grandes movimentações transitivas, importa que tenha oportunidade de trabalho na Seara do Caminho.
Olhando para as três detidamente, tive vontade de perguntar muito mais, ou de esvaziar a alma de tanto perguntar; mas a terceira, que nada havia dito ainda a respeito de meus futuros trabalhos, aconselhou e com um carinho maternal por demais evidente:
Filho querido, confia no Pai, no Cristo e em todos nós... Lembra-te sempre do querido Apóstolo Amado, porque em suas mãos está a direção do Espírito da Verdade, que agora designamos chamar Mensageiria Divina.
Tangido por forte emoção, mal pude responder:
Eu sei o quanto merecem confiança... Eu desconfio é de mim...
É um bom sinal – aduziu ela – pois quem não cuida bem da autocrítica é capaz de cometer erros tremendos. Entretanto, se procurar sempre estar embasado na Lei, no Cristo e no cultivo sadio da Revelação, tudo terá em mãos para sair bem.
Aquela em cujos olhos havia mais Céu, ou que revelava mais elevação, envolveu minha mãe pela cintura, com o braço direito, e convidou:
Vamos para o seu gabinete de trabalho, que devo entregar-lhe um recado.
Minha mãe beijou-lhe a face linda e murmurou:
Senhora Eleita, seja sempre como tu quiseres.
Eu tinha certeza de que ali estavam Maria, a Madalena e Abigail, e quando elas se foram, subindo, depois de tudo quanto foi feito e dito, suas vestes mudaram, fizeram-se estrelas cintilantes. Bem do alto, quando suas luzes divinas contrastavam com o azul puríssimo, enviaram palavras carinhosas e irmãs, dizendo que estariam sempre conosco, porque em evolução éramos diferentes, mas em Origem e Finalidade éramos iguais.
E o programa foi cumprido em parte, e em parte será ainda, porque em breve estarei na carne, cumprindo uma tarefa que, com a ajuda dos maiorais da espiritualidade, saindo vitorioso, muito significará para mim. Cada um de nós é um Cristo em elaboração, é uma consciência em processo de expansão divinal, e para bem se servir, importa que sirva os seus irmãos. Quem ajuda a cristificação dos irmãos, a si mesmo se ajuda, no mesmo sentido. E quem prejudica o processo de cristificação de seus irmãos, a si mesmo se prejudica.
Parem de dizer que Jesus disse isto e mais aquilo, e vivam a Moral e o Amor que Jesus viveu, durante o Seu processo evolutivo, até chegar a ser o que é. Porque Divino Molde o é, e deve ser igualado por evolução, nunca porém exaltado através de ritualismos e de discursozinhos piegas. Amor, muito amor nas obras, eis a medida que cristifica, pois o Reino de Deus, como Jesus bem advertiu, não virá com mostras exteriores. Na Terra ou em outros mundos, antes ou depois, sofrendo severas punições se for necessário, mas o Reino de Deus, que cada um tem dentro de si mesmo, pelos seus esforços terá que ser evidenciado.
Em nenhuma parte e em tempo qualquer deixarão de ser indispensáveis a Lei de Deus, a Divina Modelagem de um filho Verbo e o Ministério da Revelação que adverte, ilustra e consola. Se derem a esse triângulo as devidas atenções, em obras, muito facilitarão o despertar do Cristo Interno, consoante a Divina Modelagem do Cristo Externo. Caso contrário, chorem sobre seus mesmos erros, porque de agora em diante se cumprirão as profecias que estão no Apocalipse, do capítulo quatorze em diante, quando marca a entrada na fase de maturidade, o que motivará a separação entre cabritos e ovelhas.
Discernir entre o Bem e o Mal é a chave da sabedoria cristificadora. Se de Jesus rezava e reza o Velho Testamento, que comeria leite e mel até saber discernir entre o Bem e o Mal, como de fato aconteceu, isso também é normal na vida de todos os filhos de Deus, observando-se, é justo, as proporções evolutivas e funcionais. Se para Jesus o meio de discernir era viver a Lei de Deus, pois ela manda fazer todo o Bem e jamais fazer o Mal, também assim o é para os filhos de Deus em geral. O espírito da tese está na sentença vivida, não apenas falada, por Jesus, aquela que manda não fazer a outrem o que não gostaríamos que nos fizessem.
De todo e qualquer modo, sabendo o que diz a caudal de literatura mediúnica ou não, pois o mundo enche-se de muitas e muitas palavras, o fato é que o homem está postado entre o Bem e o Mal, é obrigado a viver lutando, e ninguém veio jamais para lhe tirar a responsabilidade das obras praticadas nem virá. Perante a Justiça Divina é que vive o homem sobre a Terra, sendo obrigado a ser social, a ter contato com os seus semelhantes, contato que lhe facilitará, queira ou não queira, a exercitar o Bem ou o Mal, ficando diretamente responsável pelo que fizer.
O excesso de palavrórios, escritos e falados, por certo avassala a humanidade. Milhares contam-se, como bem vemos por todas as partes, que procuram mensagens e mais mensagens, para se encherem apenas de literaturas superficiais, porque nenhuma mensagem, em tempo algum e em mundo qualquer, vem a ser maior do que a Lei de Deus e a Divina Modelagem do Cristo Planetário. A Lei representa a Vontade de Deus e o Cristo Modelo representa o Caminho a Seguir. A Revelação é o instrumento que lembra e confirma as duas testemunhas, além de fazer compreender os pormenores da Lei e do Cristo.
Ai daquele que, por se esquecer da Lei de Deus e do Cristo Caminho, perder a noção de contenda entre o Bem e o Mal, e se fizer um mau exemplificador entre os seus irmãos. Porque a Justiça Divina jamais aceitará pretextos religiosistas ou sectários, como medidas desculposas. Aí no mundo podem pensar segundo as escravizações religiosistas, mas aqui tudo se passa de modo totalmente diferente. Quem não amou em obras, acima de preconceitos humanos quaisquer, terá que sofrer nos lugares de pranto e ranger dos dentes, até resgatar o último ceitil, para depois continuar a caminhada em busca da Verdade, do Amor e da Virtude.
A Lei de Deus e o Cristo ensinam!
A Justiça Divina obriga a respeitar, através de Fatos, no Espaço e no Tempo!

A Revelação Generalizada por Jesus, corrompida pela Roma pagã e restaurada pelo Profeta Elias, com o nome de Espiritismo, nada mais faz do que advertir, ilustrar e consolar. Portanto, aos sôfregos buscadores de mensagens superficiais, dizemos que se voltem para dentro de si mesmos, onde está o Reino de Deus que não virá com mostras exteriores, e à custa de viver de modo decente, procurem despertá-lo. Porque, sem ser assim, jamais o terão!


O CÉU MARAVILHOSO - Capítulo XVIII

Capítulo XVIII




Os verdadeiristas são, conseqüentemente, fundamentalistas; eles não formam ao lado daqueles que levantam cultos em torno de, ou sobre ritualismos e simulacros, nem por interesses vaidosos, de pseudo mestres de Doutrina, nem por atender à mais deslavada ignorância, que obriga o seu portador a se tornar representante da famigerada ordem dos mistérios, dos enigmas e dos milagres, de tudo isso que é blasfêmia, porque facilita acobertar todas as formas de engodos, ludíbrios e hipocrisias.
O verdadeirista é, como o vemos por aqui (e pairam os seus representantes nas altas regiões e exercitam as altas funções), aquele que sabe ser tudo em Deus questão de Leis, Elementos e Fatos, e, portanto, quando já sabe afirma, quando não sabe diz abertamente que não sabe, porém não busca desculpas para encobrir o que ignora nem maquinações sórdidas para explorar a própria ignorância e a dos semelhantes iguais a ele. Quanto mais se sobe na escala dos planos espirituais, e mais se vai ao encontro dos grandes em Espírito e Verdade, tanto mais se compreende a repulsa pelos termos, mistério, milagre, enigma e correspondentes.
Por assim ser, isto é, porque a Verdade, o Amor e a Virtude tudo encerram e fornecem, ninguém irá parar no Grau Crístico tomando a condução que a ignorância, a covardia e a hipocrisia possam oferecer. E iremos encontrar, por isso mesmo, nas trevas e nos planos inferiores do mundo espiritual, os donos de religiões e credos, os que se acreditam guardas da Verdade Revelada e todos os que se julgam nascidos para serem juízes e fiscais de seus irmãos, em matéria de verdades espirituais. Ainda na carne já se encontram nas trevas e lugares inferiores, porque as marcas são lavradas, no corpo perispirital, na ocasião dos delitos, e, ao exteriorizar as duplicatas etéricas, também estas revelam as marcas infelizes.
O que ninguém irá encontrar, nas trevas e nos lugares inferiores, são aqueles que exemplificaram a Lei de Deus, que imitaram o Cristo Modelo o quanto possível e os que fizeram da Revelação o instrumento de advertência, ilustração e consolo, em termos de pura irmandade, fora de manias mandonistas, etc.
O Jesus que mandou Pedro ser chefe dos outros discípulos não existiu, foi o Jesus forjado no século quatro, por ordem de Constantino, a fim de transformar Roma e seus homens em donos de consciências e corpos, sob ferro e fogo. A Doutrina do Caminho da Verdade que Livra é fundamentada em Moral, Amor, Revelação, Sabedoria e Virtude, e não tem ninguém, nem na crosta nem no mundo espiritual, que seja capaz de tirar de cada um, quando encarnado, a responsabilidade e o direito de endereçar sua Mente na direção que puder, sobre as verdades espirituais. Deus é o Senhor Total e conferiu liberdades mentais e emocionais, e depois de voltar ao plano espiritual ou de partida, o Seu filho responderá pelo uso que das mesmas quis fazer.
O Jesus que realmente existiu mandou a cada um tomar a cruz dos seus deveres e segui-Lo na observância das leis fundamentais, como Ele estava exemplificando.
O Jesus que realmente existiu mandou todos se portarem com simplicidade, como irmãos, porque a Lei já era conhecida. Ele mesmo era o Divino Molde que ficaria e o Batismo de Espírito, a Revelação Generalizada, ficaria como condutora de toda a humanidade. Os príncipes, disse Ele, seriam os das coisas do reino do mundo, o que de modo algum haveria entre os irmãos, sobre a Doutrina da Verdade.
Quando alguém chega daí, e procura saber dos proprietários de religiões e de sectarismos, na certa sofrerá abalos mentais e emotivos, e em muitos casos sentirá horrores, porque as medidas aqui se invertem, os que se julgavam primeiros virão mesmo a ser os últimos. E não apenas os últimos, porém com acréscimos de dor e de amargos programas para os dias vindouros.
O ideal é a exemplificação individual, para qualquer efeito e em todos os sentidos de aplicação da vida, porque a Lei de Deus não mudará para ninguém, de modo algum e em tempo qualquer, vindo até, pelo contrário, a pesar mais sobre os que fizeram das coisas do espírito um mercado de nobiliarquias e comércios idólatras, de aparatos físicos e de aparências de autoridade.
Os Cristos administram as humanidades, mas a Lei e a Justiça emanam de Deus, o Divino Centro Gerador, que Emana, Sustenta e Determina através de leis eternas, perfeitas e imutáveis. E quando a Suprema Ordem determina, o Poder dos Cristos é de Lei e de Justiça, porque nenhuma Autoridade o é, fora da Divina Autoridade do Emanador Único.
Portanto, uma vez mais afirmamos, no sentido de abandonarem a mania de fazer coisas erradas em nome de Deus, da Verdade e do Cristo, a fim de tratarem de realizar coisas dignas, o que só é possível estando em Harmonia com a Vontade de Deus.
Todos dizem que Jesus deplorou, várias vezes, o fato de ser grande a Seara e de serem poucos os trabalhadores; e nós perguntamos se os trabalhadores a que se referiu eram os sacerdotes levitas, os clérigos quaisquer, os escribas e fariseus hipócritas, de que o mundo estava cheio, está cheio e por muito tempo ainda estará, enquanto a ignorância das gentes for a alavanca das cogitações espirituais. Porque, quando a noção da Doutrina Verdadeirista, fundamentada na Lei de Deus, no Cristo Modelo e na Revelação Generalizada se generalizar, ganhar os extremos da Terra, como Jesus anunciou no primeiro capítulo do Livro dos Atos, tudo mudará na Terra, nenhuma simulação tomará o lugar do respeito absoluto que se deve a Deus e dos atos de fraternidade que se deve aos irmãos.
A Doutrina Espírita ou verdadeirista, por ser a restauração da Excelsa Doutrina do Caminho, que Jesus deixou a funcionar do Pentecostes em diante, é muito mais do que Ciência, Filosofia e Religião, porque é Verdade, Amor e Virtude. Não é de fabricação humana e, portanto, não é de conceitos escolásticos terrenos, mas sim de Base Absolutamente Divina. Sua essência pertence a Deus e, conseguintemente, seus efeitos constituem a união do espírito filho com o Espírito Pai. É a Suma Verdade quem manda, não são os distantes coloridos periféricos.
A teologia espírita é, por força de sua mesma essencialidade, o programa de trabalho que conduzirá o filho de Deus ao Seio Divino de onde partiu, e dois fatores dela ressaltam: Pureza e Sabedoria nas obras!
É bem fácil reconhecer quais os trabalhadores que Jesus disse serem poucos, em virtude de ser vasta a Seara da Verdade que Livra. De clérigos, fazedores de discursos histéricos e praticantes de ignorâncias, covardias e hipocrisias, o mundo estava cheio, como ainda o está. Não foi essa a Nova Ordem que Jesus veio deixar no mundo, mas sim para acabar com ela, transmitiu a Doutrina do Pai ou da Verdade, fundamentada na Lei de Deus, na Sua Modelagem e na Generalização da Revelação, aquele ministério dos Santos Espíritos, que Moisés desejara para toda a carne, para tirar dela a orfandade, a ignorância das Leis Divinas.
E tão Magna é a Sabedoria Divina, em Leis, Elementos e Fatos, que Jesus pretendeu matar pela raiz, o dogmatismo criminoso, quando disse que muitas coisas ficariam por serem ditas, e que só o seriam, veiculadas pela Revelação Ostensiva, pelo trabalho dos espíritos comunicantes, por aqueles mesmos anjos, espíritos ou almas, que Ele proclamou que subiam e desciam sobre Ele, para que toda aquela pletora mediúnica tivesse curso, e não apenas através d’Ele, mas pelos séculos a fora, até a consumação evolutiva da humanidade.
Quem lê o Livro dos Atos compreende o porquê de dizer o Apocalipse, que o testemunho de Jesus é o Espírito de Profecia. Compreende o porquê de ordenar Jesus através do Anjo Relator do Apocalipse, para que os Seus seguidores ouçam o que diz o Espírito às igrejas ou reuniões de discípulos da Verdade.
A comitiva de aprendizes observou, ao redor da Terra, por um tempo que na crosta valeu por vinte e cinco dias, a todos os cultos ditos religiosos, e na grandíssima parte, ficou estarrecida com a falta de espiritualidade dos mesmos. Muito ou quase tudo de formal, de periférico, de comercialismo idólatra, com a ingerência de legiões de errados destes lados, de verdadeiros duendes das trevas. Vimos uma sociedade formada de encarnados e desencarnados, falhos em conhecimentos e obras, por serem falhos em Lei de Deus, em Modelagem Cristã e em cultivos mediúnicos sadios, prolongando sobre a Terra aquelas porcarias religiosistas que Jesus veio combater, e combater com tamanha veemência, em palavras e atos, que os representantes da porcaria passaram a vida a persegui-Lo, culminando em assassiná-Lo.
Porém, como a Mensagem Crística era e é do Céu e não da Terra, do Espírito e não da matéria, o Cristo Espírito voltou ao convívio humano, disse do Batismo de Revelação ou Espírito que deixaria a seguir, e, dando tempo, o tempo de alguns dias, deixou um Pentecostes Vivo, uma Doutrina que é Viva na própria comunicabilidade dos homens que passam as divisas tumulares, que vão ser iguais aos anjos, como Ele ensinou, porque Deus é de vivos e não de mortos, é do espírito que continua a escalada cristificadora e não do corpo que volta ao laboratório da Natureza.
A humanidade está distribuída pelos diferentes fanatismos sectários, fanatismos que se filtram por homens e livros. E se há um processo de conduta que possa atrapalhar a evolução do espírito, esse é o ideal. Cada fanático, com o seu homem na mente estreita e o seu livro na mão, vale por um soldado da mediocridade em luta perene contra a sua mesma autocristificação. Ele não pensa e não sente as verdades que resta conhecer, porque é um doente, é um mórbido, é um viciado mental.
Corre por aqui, nos planos superiores, o ditado que diz ser a Verdade, por natureza, de Deus, e por herança, dos filhos de Deus. Mas essa Divina Herança, vamos considerar, deve aos poucos ser herdada, por constituir uma fundamental realização íntima, e não como medida de graça ou de precedentes da Justiça Divina. E o dogmatismo religiosista é o maior entrave a essa realização interior.
Numa igreja ou reunião de calvinistas, vimos um pastor esgoelar-se para dizer aos seus ouvintes que o sangue de Jesus, aceito como tal, tinha o poder de lavar os pecados milagrosamente. Entretanto, ele estava sendo coagido por um seu colega desencarnado, muito mal encarado e em estado de ignorância do estado, que a ele se ligara por afinidade. Bem se via que o mal não derivava do modo de entender a Escritura, mas sim de outras faltas por ele cometidas. Todavia, mesmo que estivesse bem e consciente, aquilo representaria tudo quanto tinha ele para conseguir, em espiritualidade? De onde vinha? Onde se encontrava, na escala hierárquica? Que outros níveis tinha para atingir? Entretanto, ignorava tudo e negava as Leis Divinas, por ser escravo de seu fanatismo sectário.
O antigo incrédulo, sempre a pingar o seu preventivo tradicional, comentou:
Esse deve ter sido quem ensinou o Emanador a fazer tudo quanto fez!... Essa é a gente que libertará o mundo da ignorância e do pecado!... Esses é que são os inspirados pelo Espírito Santo!...

Como antigo clérigo, fiquei envergonhado, porque aquelas palavras saíam de um antigo incrédulo. Nós não éramos melhores do que ele, embora ele não fosse melhor do que nós. Entretanto, nós tínhamos praticado muitos erros em nome de Deus, e ele tinha praticado boas obras com as graças de Deus, sem saber e sem esperar pelas recompensas futuras! Nossas ginásticas religiosistas de nada nos valeram, e as boas obras, dele e nossas, garantiram o pouco de Céu que chegamos a ter. E quando irão os donos de religiões entender a Lição que a Lei de Deus ensina, que o Cristo testemunhara e testemunha, e que a Revelação continua a passar adiante?

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A SAGRADA E ETERNA SÍNTESE

PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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