O CÉU MARAVILHOSO
Capítulo V
Capítulo V
O
pavilhão é de material bonito e variado, mas como é normal, não
excede ao normal da região. Há um grau ótimo, um padrão regional,
ou aquilo que marca o merecimento dos cidadãos do local. Se fosse
mais para baixo, seria mais denso ou opaco, e se fosse mais para
cima, seria menos opaco e menos denso. E com isto se recorda o
axioma: “a matéria astral é, em cada plano, concernente ao grau
de psiquização de seus habitantes comuns”.
O
Salão dos Mapas é triangular, é majestoso, é de material
escolhido, mas não foge à regra-padrão; e os mapas, desenhos ou
diagramas, são em cores e com extensas explicações escritas, para
que os seus visitantes leiam por si mesmos, ou peçam esclarecimentos
aos trabalhadores do local. Reina silêncio, e um sentido de
reverência surte de tudo e de todos, invade a todos, mas não se
sabe, ao certo, se vem de fora ou brota do imo de tudo e de todos.
Goza-se, ali, um bem-estar que é celestial, pelo menos até certo
ponto, o concebível à região e aos seus habitantes.
O
mapa central é o máximo em síntese, pois figura o Divino Centro
Gerador, ou Deus, como Essência Divina e Total em todos os sentidos.
É um Foco Central e sai Dele tudo, a matéria começando como Luz
Divina e o espírito como pontinhos luminosos. As espirais
sucedem-se, ganham distância, e a matéria apresenta-se, ou a Luz
Divina transforma-se em energias, gases, líquidos e sólidos. É o
Cosmo, é a chamada Criação material, que serve, no Infinito, de
moradia e de instrumento aos espíritos em processo evolutivo. O
escrito explica que Deus é sempre o mesmo, no Espaço e no tempo,
mas para os espíritos a Sua Presença é mais ou menos oculta,
segundo o grau de evolução dos mesmos, ou segundo a
quintessenciação dos elementos que formam o ambiente local. Quanto
aos espíritos, a espiral mostra-os desde o começo, como pontinhos
infinitesimais de Luz, e vão crescendo em extensão e intensidade,
até atingirem o Grau Crístico, apresentando um brilho que, diz a
explicação, o mapa apenas faz referência, pois as imagens seriam
como sóis espirituais ou divinizados.
São
apenas mapas diagramáticos, mas é radical o ensino e divinizante a
impressão que deixam. E os dois mais importantes, a seguir, dizem
respeito ao espírito e ao planeta, isto é, à fisiologia ou
constituição do tríduo centelha-perispírito-corpo físico, com a
marcação saliente das coroas energéticas que fazem a ligação
básica entre os mesmos. Quanto ao planeta, a casa cósmica em que a
humanidade se movimenta, o mapa revela a parte sólida e as faixas ou
coroas astrais, que partem do interior e se estendem para muitos
quilômetros a fora.
Sobre
o espírito é de todo importante compreender bem a estrutura, porque
ninguém, pela ignorância, atingirá a finalidade sagrada que o
aguarda. Até certo ponto, tudo vai marchando sem outras necessidades
de conhecimento, mas de certo ponto em diante, faz-se mister o
conhecimento de causa. E é por isso que o mapa revela distintamente
a centelha, depois as coroas energéticas, depois o perispírito,
depois o corpo físico, e, por fim, o homem completo, o conjunto.
Qual
o objetivo disso tudo? É apenas a finalidade sagrada, que compreende
o ponto máximo da unidade vibratória com o Princípio Sagrado,
quando a centelha se encontrar, fora da carne, em plenitude de
exposição, filtrando-se pela primeira coroa, que é Luz Divina. A
isso é que se chama tragar a morte na vitória, porque significa
vencer a lei das encarnações obrigatórias. É o Grau Crístico, é
o ponto de União Real, é a participação na Divina Ubiqüidade, é
Luz e Glória como jamais palavras poderão explicar.
Quem
é que entregará o espírito a essa chegada celestial? É a
realização própria em termos de Verdade, Amor e Virtude, e jamais
por causa de manobrismos religiosistas quaisquer. Como a encarnação
é estado de exceção, porque o corpo denso é peregrino ou
passageiro, a medida está no perispírito primeiro, e, depois e
finalmente, no sistema energético, nas coroas que envolvem a
centelha.
Como
figuração, podemos imaginar uma caixa de segredos, que é feita de
muitas caixas, e que retirando umas de sobre outras, ao final revela
a jóia que se encontra no imo!
É
notável a programação toda, a chamada descida do espírito ou
centelha, a formação normal do perispírito, com os chacras e
plexos, ao atingir a espécie humana, e depois a marcha crescente, a
subida, com a rarefação ou psiquização dos elementos
constituintes do perispírito, até a eliminação das seis coroas
exteriores apresentando-se então o espírito como um Sol Divino em
pleno esplendor celestial, uma potência através da qual o Divino
Centro Gerador comanda os mundos e as humanidades em processo
evolutivo.
O
planeta é também um concentrado de sabedoria, tudo disposto para
servir, em conformidade com a necessidade de crescimento íntimo dos
espíritos. A parte sólida, que é diminuta em confronto com a parte
astral, pouco importa ser observada, porque a geografia é ciência
comum a todos. É um mundo inferior, que hospeda uma humanidade
igualmente inferior, degradada e degredada em sua maioria. As chagas
físicas do mundinho correspondem perfeitamente às chagas morais dos
seus habitantes. E os missionários da VERDADE, quando para ela forem
e sofrerem, sabem que é assim mesmo e que devem sofrer a grosseiria
do meio ambiente.
A
Terra, como planeta sólido, está no centro de sete coroas, e ao
inverso do espírito, que tem as mais brilhantes para dentro, o
planeta tem as mais brilhantes para fora, no rumo do Céu Crístico,
que seria o Oitavo Céu ou Intermundos, ou fora da influência dos
planetas. E a oposição das coroas é proposital, porque o espírito
que marcha para a divinização interior, esse é que marcha para as
coroas astrais exteriores, para os Céus mais afastados ou mais
gloriosos. E quem quiser ser inteligente, observe isto – ninguém
jamais atingirá os Céus mais gloriosos de fora do planeta, sem
marchar para dentro de si mesmo, divinizando a si mesmo, ou reduzindo
as suas coroas. E para atingir o Grau Crístico, a condição de
Verbo Divino, somente se reduzindo a uma centelha e a uma coroa, isto
é, uma partícula de Deus a se filtrar pela Luz Divina, a tomar
parte no Universo Anímico e no Universo Cósmico. E ninguém se
iluda com pretensas especialidades de Deus, favores ou desaforos,
porque disso não existe. Salvações de favor, lavagens de pecados
no sangue do Cristo Modelo, absolvições de pecados através de
escapulários ou compra de palhaçadas litúrgicas, tudo isso é obra
de ignorância ou má-fé.
Quanto
aos minerais, vegetais, reinos e espécies inferiores, os mapas
diagramáticos revelam a importância dos mesmos, que é servir de
campo de atividade para a evolução dos espíritos. De tal modo é a
coisa, que se pode afiançar assim: se não fosse para servir de
ferramenta e de meio-ambiente para os espíritos em processo
evolutivo, a matéria não precisaria existir, ou não teria motivo
para isso. E aqui fica uma advertência: infeliz daquele que pensa
ser a matéria tudo, ou a conquista da matéria o objetivo da vida.
Ela é instrumento, é ferramenta de uso, nada mais. É para ser
ocupada, jamais adorada!
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