DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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terça-feira, 30 de junho de 2015

O CÉU MARAVILHOSO - Capítulo XV

Capítulo XV




Estávamos, dias depois daquela gloriosa manifestação do Céu, conversando e tecendo considerações em torno de vários assuntos. Primeiro foram comentados os lugares de treva densa e terríveis sofrimentos, depois as zonas menos densas e de menos sofrimentos, depois as faixas ensombradas ou já de primeiros socorros. E como de costume, o final é reconhecer a Sabedoria Divina, que tudo dispõe e faz funcionar, para que cada um vá recebendo segundo os seus merecimentos.
Depois vieram as conversas sofríveis, porque cada um começou a fazer comparações entre as mentiras ensinadas pelas religiões e as Verdades que todos vêm a encontrar por aqui. E os dois antigos protestantes (porque aquele reverendo já estava formando na comitiva de aprendizes da Verdade sem rótulos e acima de manobrismos comercialistas terrenos) lastimavam o tempo perdido, e o tempo que milhares de outros perdiam, no mundo, ouvindo ignorâncias, erros e absurdos, como se fossem palavras de Deus e decretos eternos. Realmente, a mania de inventarem rituais e escapulários, absolvições e perdão de culpas, sacramentismos e outras tantas formalidades, e impô-las como se fossem essas artimanhas as que libertam o espírito, e através de uma única vida, é uma falsidade muito grande, vale por traição escabrosa praticada contra legiões de filhos de Deus. E o protestantismo, com as suas manias de pretender lavar os pecados no sangue de Jesus, e com isso adquirir o direito de blasfemar contra as Leis Divinas, o que representa, a não ser uma arapuca desalentadora, obrigando a viver e a desencarnar ignorante?
Porque uns e outros, errados de variantes modos, comparecem diante da vida espiritual, e no seu seio, mal informados e mal colocados, cheios de falsas esperanças e de terríveis desilusões, quando poderiam compreender a realidade, a Origem Divina, o Processo Evolutivo lento e seguro, e a Sagrada Finalidade a ser aos poucos atingida, com o espírito gozando as vantagens palmo a palmo conseguidas, pois muito antes de atingir a Unidade Crística, gloriosas alegrias celestiais se lhe fazem merecidas.
Chegou-se a nós o antigo incrédulo que aos poucos conseguia controlar seus ímpetos, e observando as fisionomias cerradas, os semblantes contritos, ficou à espera de que alguém dissesse dos motivos daquela sessão de desalento. E como a palavra veio do antigo pastor, espírito de caráter escampo, e, portanto, muito mais acessível, ele mais uma vez aproveitou a deixa para comentar:
É isso!... Na Terra sabiam mais do que Deus, e aqui vivem curtindo toda sorte de arrependimentos e torturas!
O antigo reverendo resmungou:
Pudera!... Um incrédulo!...
Ali não mais se encontrava um Celestino, para cortar pela base a contenda, e a sorte é que apareceu uma jovem, informando:
O chefe dos serviços psicométricos avisa-os para estarem alerta, porque há um convite superior a ser atendido.
Cada qual saiu à procura de companheiros para transmitir o aviso, e com isso a tertúlia rabugenta morreu no nascedouro. Mais tarde, porém, quando todos estavam reunidos na praça ajardinada, onde comumente se reuniam, o reverendo topou-o conversando com dois outros irmãos, e não retendo a vontade de revide, perguntou-lhe com ironia:
Está fazendo progressos razoáveis para o seu partido?...
O antigo incrédulo fitou-o bem, olhou para a Bíblia que o reverendo levava debaixo do braço e respondeu, com muita serenidade:
Enganou-se, prezado reverendo... Eu ia dizer aos meus dois irmãos presentes, que foi nesse livro que Deus aprendeu tudo quanto veio a saber, e do que Se valeu, para emanar os mundos e as humanidades...
Ninguém mais teve tempo de falar, porque a mensagem mental chegou, e todos nos dirigimos para o pavilhão dos serviços psicométricos. E lá chegando, soubemos de uma caravana que se formava, a fim de visitar vários departamentos de planos um pouco superiores, como fossem hospitais, berçários, estufas, reformatórios, escolas para futuros reencarnes, escolas para aprendizes socorristas, laboratórios, templos de oração, recintos de conferências, etc.
Antes da partida, minutos depois, disse o chefe da comitiva, um espírito vindo de região bastante superior:
Em virtude de estar a Terra em trânsito para a maturidade, ou segunda meia-idade, grandes movimentos socorristas se estão operando, tendo por conseqüência vastos trabalhos de variada ordem e necessários efeitos. Deve saber que coincidem vários eventos, como sejam: o término dos trabalhos restauradores da Excelsa Doutrina do Caminho, a transição cíclico-histórica mais importante da história do Planeta e a separação entre cabritos e ovelhas. Estes três fatores, entretanto, somados ao reaparecimento do Continente Atlante, ou descobrimento da América, são os que marcam fundamentalmente a importância dos trabalhos conseqüentes. E como também já é do vosso conhecimento, que os trabalhos socorristas estão sob o comando de Maria, e das legiões de Marias e outros vários escalões de servidores, informo-lhes que é dela o convite para a visita que devemos fazer, e que será dividida em etapas.
Houve um murmúrio ao pronunciar ele o nome de Maria, e foi quando observou:
Ninguém, dos já postados em esferas superiores, precisa de exaltação ou de exageros quaisquer. Compreensão e amor, eis as divisas indispensáveis. E se quiserem conhecer um comportamento perfeito, lembrem-se de que Maria é o símbolo de todas as mães, devendo ser recebida, sempre, como se fosse ela a mãe de cada um de nós. Deixem os lastros religiosistas de lado, para que reconheçam nos irmãos em tudo, apenas elementos que podem estar colocados no mesmo nível, para baixo ou para cima. E quando quiserem pensar nos já Verbos Divinos, também o façam com os devidos respeitos às Leis Divinas, pois ninguém jamais foi feito especial por Deus, o nosso Pai Divino.
Fez silêncio, passou o olhar pela assembléia atenta e, como que penetrando o imo de cada um, concluiu:
Não pensem agora, como pensaram naqueles dias primevos, quando animais, árvores, o sol, a lua, o trovão, certos ídolos e alguns espíritos tornados visíveis eram tidos como se fossem o chamado Criador. Lembrem-se de que Pai só Deus o é, sendo o mais tudo Emanação, e os espíritos, inclusive os já cristificados, nada mais são do que irmãos, embora designados, pelo mesmo Único Pai Divino, para serem Altas Autoridades, Condutores de mundos e de humanidades. Respeitem o grau atingido, mas não fabriquem fanatismos e pieguismos. Tomem os maiores como irmãos instrutores, mas deixem de parte as condutas que filtram exaltações inconvenientes. Aprendam a simplicidade com os maiores, pois eles sabem que o Pai Divino é divinamente simples e que fora da simplicidade ninguém atingirá o Grau Crístico.
Era esplendente o mentor que falava, e porque dele irradiava uma celestial energia, as lágrimas foram escorrendo pelas faces dos presentes.
Depois de breve silêncio, comandou:
Liguem-se a mim mentalmente e vamos a um plano pouco mais elevado.
E lentamente a comitiva partiu, não verticalmente, mas observando certo grau de inclinação. Pelo visto, apenas centenas de metros acima do nosso plano, porém já evidenciando melhoria, uma certa porcentagem de mais Céu, diremos assim, pois tudo já era mais suave, colorido e musical.
Paramos num platô arborizado e florido, muito igual ao chão terrícola na forma, porém diferente quanto à sublimidade, que era e é evidente, pois tudo continua, aguardando a chegada de quem for merecendo. Os reinos espirituais, saibam de uma vez por todas, datam desde o tempo em que o homem começou a habitar o chão terrícola, embora as organizações, as construções e todos os matizes de utilidades à vida coletiva, tenham sido levadas a termo, conforme as necessidades, tendo em vista as comoções em geral, a vida das Raças, dos Povos e dos indivíduos, através dos tempos e dos cataclismos que fizeram mudar a configuração dos Continentes, com as respectivas migrações de corpos e de almas. Porque os cataclismos, se obrigam a mudar as feições geográficas terrestres, também obrigam e em muito, a mudar as condições dos planos espirituais mais próximos da crosta. Uma vez migrados os corpos, os centros de vida social ou de civilização, também ou em conseqüência, há mudança nos planos espirituais próximos. O cataclismo atlante, por exemplo, forçou as mudanças de profundidade, porque os planos vizinhos à crosta recebem seus impactos de variada ordem. E o descobrimento, milênios depois, não poderia significar menos obrigação de mudanças necessárias. A América ressurge e trilha caminhos novos, porém caminhos que ainda registram marcas cármicas ponderáveis. E mais tarde ou mais cedo, os homens estudiosos mais intuitivos, mesmo desprovidos de intenções iniciáticas, reconhecerão esses fatores cármico-históricos.
Naquela planície verdejante, fomos recebidos por um grupo de irmãs, estando à frente uma jovem muito linda e espiritualmente significante, que chefiava aquele grupo, e foi quem veio a nós, dirigindo-se ao chefe de nossa comitiva. Eram muito conhecidos e ele nos disse:
Conheçam aquela que conheceu Jesus como o Cristo de Deus, apenas tendo-o visto pela primeira vez, e que nunca mais abandonou a Ele e à Causa da Verdade, que Ele representava e representará, até à consumação evolutiva do Planeta. E as outras queridas irmãs trabalham com ela, assim como ela e muitas outras compõem a falange de Maria, para os serviços socorristas.
Enquanto a Madalena falava conosco, distribuindo a alegria imanente de sua personalidade, assim mesmo faziam as suas comandadas; mas o fato é que, de todos os lados, vinham chegando outras mulheres gloriosas, chefiando outros tantos grupos de mulheres. E dentro em pouco, a planície estava cheia de vida espiritual, revelando um colorido indizível, com o sublime acompanhamento de melodias e perfumes celestiais, sem falar nos ares cheios de lindíssimas aves. Nós sabíamos, como o sabemos fartamente, que o Reino do Céu é feito de Reinos Celestiais; que muitos e muitos Reinos existem, mais para fora do Planeta; mas, para todos nós, do plano inferior, aquelas já bastante divinizadas irmãs faziam daquele plano um Céu absorvente.
Tudo estava festivo, quando nas alturas um som profundo em todos os sentidos se fez ouvir; ele ecoou, como se viesse do Infinito e marchasse para o Infinito, tal a sua magnitude celestial. E multidões de estrelas foram se fazendo notar, e as estrelas, aos poucos, foram tomando a forma de homens brilhantes, gloriosos e comunicativos, pois descendo até nós, formaram a comunidade dos trabalhadores de Maria, ou que obedecem ao seu comando socorrista.
Mais um som divinal se fez ouvir, porém não tinha um sentido de aviso como o anterior, mas sim de sentimento maternal, como se fosse um Hino à Maternidade, um Cântico do Berço. E a estrela vinha, desde as alturas, com o rosto de Maria no centro. Entretanto, foi perdendo em brilho e foi ganhando em forma. Quando pôs os pés no gramado, era uma mulher de uns vinte e cinco anos, vestida de branco e com um manto azul, todo estrelado, porém com as estrelas restringidas em seu brilho divinal. Ela era, no meio de nós, a mãe querida e simples de todos os presentes.
Nada convidava, nela, a pensar em especialidades quaisquer, em exaltações religiosistas ou piegas, e sim forçava até, a pensar nas Leis Divinas, que traçam destinos comuns, porque divinamente comum é a origem e também a finalidade da vida. Tudo nela dizia sem falar, para que cada um compreendesse as Leis Regentes, reconhecendo que todos os postos da hierarquia espiritual são acessíveis a todos os filhos de Deus, porque Ele não é especial para ninguém, mas sim o Pai Divino de todos.
Eu queria chegar perto dela, mas tinha receio de penetrar no âmago daqueles seus mais chegados imediatos. E foi com estranho fremor em mim que recebi o seu direto olhar, acompanhado de um gesto de mão, para ir a ela. Sabia que tinha de ser como se fosse um filho seu, mas o fato, talvez, de ser um pároco de templo cuja padroeira era ela, com um dos nomes que o catolicismo lhe dá, me impunha um quê de reverência incontrolável.
Senhora!... – exclamei, quase ajoelhando-me a seus pés.
Mãe, simplesmente mãe, meu filho – disse ela, erguendo-me a cabeça com a sua nívea mão direita.
E com humana simplicidade, comentou:
Urge acabar com as exaltações que os credos terrícolas levantaram e infelizmente cultivam, para liquidar com o abismo que separa uns irmãos de outros irmãos. Somos iguais em essência, processo evolutivo e finalidade, e a diferença, entre nós, é apenas de grau na escala evolutiva. Por que, então, as exaltações e as separações que tanto prejudicam? Vamos dar-nos as mãos, vamos compreender os mútuos deveres de fraternidade, vamos trabalhar pelos que mais necessitam de nosso carinho...
Sorriu, aquele sorriso maternal que era feito de vida gloriosa, e disse:
Preciso falar a todos e devo afastar-me um pouco, para que todos me vejam e escutem. Esperem um pouco...
Levitou e foi postar-se na elevação mais próxima, e de lá avisou a todos que estava obedecendo a um plano da Direção Planetária. Iria mostrar, durante muitos tempos, e através de muitas visitas, a subcrosta, os umbrais, a atmosfera da Terra, as faixas ensombradas, as primeiras faixas de Luz e Paz com os seus muitos e diversos serviços de socorro e hospitalização, berçários e escolas várias. Tudo, enfim, que compreende o mecanismo da Justiça Divina, pois nada existe nem funciona, sem ser para que os filhos de Deus, durante o processo evolutivo, tenham oportunidades e meios, para as devidas realizações.
No mundo espiritual, é claro, existem os altos e baixos mais intensos que possam ser considerados; os contrastes de Luz e Trevas, Paz e Tormenta, Glória e Angústia, com todos os seus matizes, com todas as suas variantes, apenas sendo absolutamente certo que se encontram nos devidos lugares, prontos a serem tragados ou vividos por aqueles que fizerem por merecê-los. É a Casa do Pai Divino, na parte referente à Terra, uma perfeição total, tendo de tudo e para todos, segundo os seus merecimentos, e merecimentos que derivam das obras e não de artimanhas religiosistas ou coloridos sectários, nobiliarquias e presunções.
Quando se trata de planos que tendem às trevas mais densas, cada vez mais os seus habitantes vão sendo constrangidos, esmagados pelo ambiente, sofridos em todos os sentidos, até chegarem às deformações perispiritais, aos mais dantescos e horripilantes desvios anatômicos. E quando são os planos que vão rumando na direção do Grau Crístico, tanto mais gradativamente vão os seus habitantes penetrando na Luz, na Glória e no Poder de Deus. Como filhos de Deus, ou emanados à Sua Imagem e Semelhança, ou Espírito e Verdade, tanto mais evoluindo, significa que tanto mais vão recuperando as Virtudes Divinas que antes estavam dormentes ou em estado latente.
E se existe um fator determinante, de dentro para fora, esse é o Amor. Quanto mais um espírito se tornar amoroso, tanto mais extenso e intenso, tanto mais penetrante nas dimensões divinais. Digo apenas divinais, não dando número, porque em Deus os algarismos do mundo perdem sentido muito facilmente. E se existe um fator exterior, um agente que facilite as tais intensidades, esse é a Luz Divina, o primeiro sentido de Deus, na direção da chamada Criação material. A matéria começa na Luz Divina e a Luz Divina penetra tudo quanto seja a chamada Criação material. Ela não respeita a hierarquia de elemento material algum, de modo algum e para efeito algum, e, portanto, o filho de Deus que se for cristificando, irá crescendo em poderes de ubiqüidade, tal como o seu crescimento lhe facilitar.
Por que, a Luz Divina tudo isso lhe facilita? Simplesmente porque o seu primeiro envoltório energético é Luz Divina individuada. Assim como do Pai Divino é a primeira manifestação no rumo da chamada Criação material, assim é no filho a primeira coroa energética, no rumo do corpo perispirital. Porque o corpo físico é transitório, não é o carro da alma fundamental, pouco adianta que se o mencione com importância. O carro da alma que deve ser muito considerado é o perispirital, porque nele se registram as marcas em geral, favoráveis e desfavoráveis. E acima dele, é o sistema de coroas energéticas que deve ser divinamente considerado, porque sem elas não haveria como ligar o perispírito à centelha.
E o espírito que cresce em Amor, automaticamente diminui as coroas ou suas densidades, pois de dentro para fora, ou a começar da centelha espiritual, elas vão adensando, ou corporificando, e mudando de coloração, até fazerem contato com os elementos mais eterizados do perispírito. Crescer em Amor é eliminar coroas, de fora para dentro, mas esse processo demanda milhares de milhares de anos, e começa com a diferenciação dos coloridos.
Nenhuma coroa será liquidada, de fora para dentro, sem passar por todas as fases de coloração, que vão das cores mais grosseiras até a mais sutil ou brilhante, da mesma coroa. E por isso, como todos os espíritos, até atingir o Grau Crístico, terão que apresentar colorações em um infinito número de matizes de coloridos, pode avaliar o esplendor dos conjuntos espirituais, quando isso ocorre. As cores, ou seus matizes, definem os espíritos em suas hierarquias. E quando um espírito chegou a eliminar as seis coroas exteriores, passando por todas as colorações que cada uma delas contém, e com isso está exposto pela primeira coroa, que é Luz Divina, é porque o Grau Crístico foi por ele atingido. Está Uno, é Verbo Divino, ele filtra o Pai Divino de dentro para fora. Não foi feito de favor, porque em Deus isso não existe, mas é o produto de sua própria trabalheira evolutiva. Passa a pertencer, então, ao número dos que formam a Providência Divina, os Divinos Condutores de mundos e de humanidades.
Disse isso para dizer que Maria, ao chegar ao alto da elevação para falar a toda aquela multidão, usou de seus recursos já conquistados, e falou a todos no mesmo tom de voz, sem se preocupar com quem estivesse longe ou perto. Ela e sua voz pareciam estar lá e cá, e isso foi, uma vez mais, motivo de alegria para todos os presentes, porque serviu de estímulo a todos. Toda e qualquer manifestação pura e simples, feita por espírito realmente evoluído, não é falsa humildade, não ofende nem deprime a quem quer que seja, e sim estimula e engrandece. Quem ofende é a falsa humildade ou a falsa bondade, isso de que estão cheios os homens da crosta e os habitantes de planos bem inferiores do mundo espiritual.
E ainda para mais demonstrar as grandezas e as glórias que o Pai Divino tem reservado a Seus filhos, quis ela operar um maravilhoso espetáculo visual, ou de ubiqüidade, convidando a todos para subirem com ela, e de mais alto poderem ver o que havia para baixo, inclusive dentro da crosta terrestre.
Venham! – disse ela – E façam tudo com os corações voltados ao Nosso Pai e ao Cristo Modelo, porque se Eles não quisessem, isto não poderia ser feito.
E pareceu a nós que o chão descia, em lugar de parecer que nós subíamos. Entretanto, nas fronteiras do quarto Céu, considerando as Sete Faixas principais, fizemos parada. Ali terminam todas as organizações que podem e devem ser consideradas de socorro, recuperações, reequilíbrios, renovações mentais, etc. Dali para cima ou mais para fora do Planeta, tudo vai divinizando muito mais, o pensamento vai comandando a matéria sutil, as formas não mandam mais nos espíritos. Vão sendo os Reinos Superiores, mais próximos do Céu Crístico, e o Amor se vai impondo como a Matriz das Leis Atuantes, a quem a Divina Ordem Moral ordena que seja a determinadora de todas as responsabilidades e de todos os merecimentos. Se a Lei Moral é a Raiz das Leis, o Amor é o instrumento dos instrumentos, é a ferramenta que remove todos os obstáculos, e dali para cima ele o prova cabalmente, porque vai podendo revelar-se amplamente, até chegar a ser totalmente reinante, através dos Verbos Divinos, dos habitantes daqueles Divinos Reinos.
Envolvidos por aqueles maravilhosos irmãos, tudo para nós era sublime, sem que nos sentíssemos comprimidos por aquelas vibrações muito acima de nossos méritos. E quando ela mandou formar filas ao seu redor, tudo foi feito sem que a nossa vontade interviesse. Ela comandava, e com que poder o fazia!
Uma vez todos a postos, foi ela instruindo, mandando olhar para baixo, todos querendo ver através de tudo, porém observando tudo e com o máximo de atenção. E fomos vendo que tudo se abria, como se fossem portas e nada mais, e as camadas revelavam-se, os Céus demonstravam o que continham, cada vez mais para baixo ou para dentro dos Céus, até atravessar os umbrais, aparecendo a crosta terrena e indo mais para dentro, com as faixas tenebrosas da subcrosta a revelar o que alojavam e alojam, abismos tenebrosos, legiões de espíritos monstrificados, todas as formas de degradação e de tortura.
Podem observar – avisou ela – tudo quanto quiserem, até que eu diga ser o término da demonstração global. Porque a seguir, com tempo para tudo, irão sendo instruídos particularmente. Irmãos instrutores conduzi-los-ão a todos os lugares, para ensinar-lhes o que existe, como existe e para o que existe, desta região para baixo.
Cada qual focalizou lugares diferentes, bem sabemos, conforme o seu grau de atenção para certos acontecimentos e inclinações, ou interesses pessoais, ligados a suas famílias, etc. De minha parte, apesar de tudo, tinha sido um funcionário das coisas do espírito, ainda que não devidamente fiel, e, por isso, procurei focalizar o centro genético e diretor do catolicismo romano. Digo romano, porque o Catolicismo da Excelsa Doutrina está fundamentado no Batismo de Espírito, na generalização da Revelação, a imortal obra de Jesus Cristo, como o Livro dos Atos demonstra totalmente, enquanto o romano é obra de Constantino, que assim agiu em função do Império, que se esboroava. E quando meus olhos começaram a notar as diferenças existentes entre os galardões do mundo e as trevas espirituais reinantes, senti um cálido envolvimento e ouvi, ao lado, uma voz suave e doce, amiga e confortadora. Era a doce Mãe que ao meu lado falava, dizendo:
Eis a cidade dos sete montes, de que trata o Apocalipse, onde devia surgir e surgiu a corrupção da Excelsa Doutrina do Caminho da Verdade que Livra, que se embasa no triângulo assim formado:
1 – Observância dos Dez Mandamentos, porque eles transmitem a fala de Deus, ordenando viver ligado a Ele e, por isso mesmo, praticando a Bondade entre irmãos, pois sem Bondade não pode haver Amor aplicado. E como a Lei foi transmitida pela Revelação, que ninguém jamais se esqueça, de que blasfemar contra ela é a máxima blasfêmia;
2 – Observar o Divino Exemplo de Jesus, o Modelo Divino, a Paz e a Bondade em forma de homem, por ser o vivedor da Lei. Lembrar que tinha as legiões espirituais com Ele, e que em Revelação batizou, para que a Doutrina fosse viva, como viva ficou, assim como testemunham o Livro dos Atos e as Epístolas;
3 – Considerar que o Batismo de Espírito deve ser cultivado segundo a Lei e a Modelagem de Jesus Cristo, para que não facilite a ingerência de espíritos não santos ou sem Paz e sem Bondade, ou capazes de encaminhar aos lugares de pranto e ranger dos dentes.
Horripilado com o que vi, toda aquela ligação de Roma com a subcrosta, com aqueles derivados de guerras, de sórdidas políticas, de espoliações sangrentas, de inquisições e mil e um martírios, além de quadros medonhos de imoralidades, volvi o rosto e muito de perto me embebi no semblante divinamente meigo de Maria.
Que erros tremendos!... Que crimes, ó Mãe, perpetrados em nome de Deus, da Verdade, do Cristo e de todos os santos seguidores do Cristo!...
Com lágrimas brilhantes a escorrer pelas faces, Maria comentou:
É bom que se arrependa, filho querido, pois em muito auxiliou o levantamento da corrupção, naqueles dias. Como deve saber, o Planeta marcha para outros níveis vibratórios e importa merecê-lo, para os dias melhores do porvir. Temos de avisar os encarnados, temos de trabalhar o bom trabalho profético e vocês, os que contribuíram para a corrupção, poderão resgatar muito, fazendo o inverso, ensinando agora segundo os ditames da Lei, do Cristo e da Revelação consoladora.
Dito isso, afastou-se ela e colocou-se no centro de todos, onde passou a olhar ao redor, até que volveu os olhos para fora ou para cima, proferindo palavras invocativas. Verdadeiramente, as palavras transformaram-se em filetes de luz cristalina, que foram parar, para o meu entendimento, no Infinito. E do Infinito uma resposta veio, em forma de outros filetes, muito mais brilhantes ainda. E assim que ela os recebeu, comandou no sentido de parar com aquelas observações, porque o mais tudo devia ser feito em termos analíticos.

Conseguintemente, voltamos ao nosso plano, certos de que os tempos futuros nos levariam a conhecer o vastíssimo mecanismo socorrista do Planeta. E com ele, está visto, tudo quanto havia, como há, de planos e subplanos, comandos e subcomandos numa capacidade de ordem que maravilha a todos quantos possam conhecê-los.



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A SAGRADA E ETERNA SÍNTESE

PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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