sexta-feira, 14 de junho de 2019

A CAMINHO DO CÉU - Preparando Uma Sortida



PREPARANDO UMA SORTIDA

Estareis fartos de instruções como estas, graças ao que outros já fizeram, de ordem superior, isto é, por mandato da Diretoria Planetária, segundo os canais competentes; mas, minha vida é muito para o meu universo pessoal. E quero fazer de mim aquilo que posso. Ofereceram-me oportunidade? Eu a aproveitarei.

Recebi, e Fábio também recebeu, uma cartilha. Um livrinho que versa sobre tudo um pouco, contendo ilustrações sobre a Terra e seus planos etéreos, a começar do seu centro. É fácil de ser lido, e também entendido, de modo geral. É o diagrama da Terra total.

Com a leitura desse livrinho, os pensamentos sublimaram e a restauração da saúde se processou rapidamente. Também com relação à família a coisa mudou, pois o livrinho ensina a usar o pensamento, como dínamo transmissor de ondas. Basta se pense com inteligência e amor, pois o mais é enviar mensagens, mentalizando a pessoa ou ambiente em geral. Também para a captação ou absorção dos elementos cósmicos, dos fluidos superiores, deve-se proceder do mesmo modo, ensina o livrinho. O pensar é o poder de reunir o fluxo e o refluxo, num só propósito, que relativamente ao espírito, ou para tudo o mais que entre na composição da vida, de ordem moral, mental, intelectual ou material. O ser é um centro dinâmico e o cérebro é sua estação para captar e transmitir. Como se pode saber e sentir, do melhor ao pior, assim se pode servir ou prejudicar. Apenas, ensina o livrinho, é lei da vida, antes de arruinar a outrem, quem mal sabe e mal age, a si mesmo em primeiro lugar se prejudica, revestindo-se de aura e elementos perniciosos. É certo, pois, que pelo pensar cada qual se coroa de modo próprio. E sabe-se que uma coroa infecta não será destruída assim à toa. Perdão não existe; o que por obra se fez, por obra se terá que desfazer. O resto é falso. E não se diga que a dor seja um ramalhete de flores, por isso pode ser dito por quem esteja em paz, em gozo, para efeito de retórica ou ênfase literária. A realidade é que a dor é um monstro que se levanta do crime, do erro, da corrupção, havendo só uma arma para vencê-la — o uso do bom senso! O bom senso é conhecimento e amor. Flor, ou ramalhete delas, só a paz e o gozo o podem ser; o mais é falso, a prática ensina-o muito bem. De resto, faça cada qual a sua análise, quando esteja nos abismos infernais, ou com a tremenda dor, de ordem seja qual for. Isso digo do mais profundo de mim mesmo, com a sinceridade máxima, por querer a paz e detestar a tormenta, seja de que aspecto for.

A dor, como fenômeno mecânico deve ser estudada e eliminada, pela base. Nunca poderia ser mais que conseqüência de maus feitos, de desequilíbrio. Logo, nunca será flor e nem brinde do céu. É apenas o testemunho da falta. Cumpre, pelo sintoma, ir à causa e repará-la. O bonito está no agir com inteligência, com esmero, no sentido de liquidá-la o mais pronto. Tecer-lhe elogios, levantar-lhe pedestal, cantar-lhe odes, isso nunca farei. Revivi tristes e dolorosos cometimentos, sofri os tremendos horrores. Singrei o chão lamacento e esfacelei as carnes nos pedregais infindos. Quero que aqueles de meus irmãos, que me vierem a ler, pensem da dor o que eu penso — que é um monstro que precisamos eliminar, o mais ligeiro possível, usando de todos os recursos da razão e do caráter em geral. Deus não nos quer sofrendo.

Para a glória é que somos voltados, não para o pranto e ranger de dentes. E não se diga que à dor cumpre encaminhar ao bem; vi legiões de tremendos e horripilantes seres, que, afogando-se nos limbais e pútridos abismos, nem assim ostentavam outra atitude em face da Justiça Suprema, que não fosse de ódio e rebeldia.

Antes da dor, que é famigerada filha da mazela, a quem devemos apelar são às ações nobilitantes, inteligentes, produtos das divinais virtudes despertas. Punição é para os teimosos, para os delinqüentes. Uma vez estudada a dor, em suas origens, devemos tudo fazer por liquidá-la. O resto é louvaminheira gratuita, de gente que de medo, pensa fazer-se recatada. E dirijo-me seja a quem for, porque penso e sinto assim, estribado em Jesus Cristo, que não falou em pranto e ranger dos dentes, pensando em flores ou ramalhete delas...

Usemos, pois, o poder mental, para criar liberdade e céu.

Certo dia, quando passeava por uma avenida da região, em companhia de Fábio e uma senhora convalescente, surgiu-nos Mesquita pela frente, trazendo no semblante feliz, a boa nova:

— Iremos, hoje à noite, à crosta. Estejam prontos às sete horas.
— Eu também? — quis saber a senhora.

— E por que não? — tornou Mesquita — Já está muito melhorada. Além do mais, como ireis ver, os fluidos emanados dos encarnados são revigorantes e curativos. Há casos em que, em virtude de faculdades, para efeito de cumprimento de missão, seres encarnados, oferecem elementos fluídicos maravilhosos. Valem por cadinho renovadores.

— Agradeço a oferta, senhor Mesquita — disse a senhora.

— Agradeço a Deus a oportunidade de servir, e aos amigos em geral o consentimento, para que meus planos de solidariedade se concretizem. Tenho em vista um programa de trabalhos. E sem findar um período preparatório, como encetar o complementar? Eis, portanto, que sou eu quem carece de vossa boa vontade.

— Nem sei o que pensar... nem sei o que dizer — murmurou Fábio, ante aquela torrente de fraternidade, em que Mesquita se revelava.







ÍNICIO - CAPA





































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