DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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sexta-feira, 14 de junho de 2019

A CAMINHO DO CÉU - Num Campo Florido





NUM CAMPO FLORIDO



Que sonho maravilhoso aquele! Assim digo, pois nem sei se sonho de fato o foi ou se constituiu uma saída rápida à deslumbrante região. Nunca cheguei a saber, até hoje, se em realidade existem pradarias assim floridas, espaços com músicas enlevantes, rios imensos de água azul-prateada e brilhante, perfumes e coisas impossíveis de serem relatadas. Em meio a tudo aquilo, uma criança loura de uns três anos, chamando-me pelo nome, guiando-me, numa expressão de felicidade contagiante, quando se volta, falou com a sua vozinha infantil, cheia de graça:

— Nós somos de Um Senhor, Infinito em todos os sentidos. Comportamos virtudes infinitas por desabrochar. Não devemos, portanto, miserabilizar nossas mentes e nossas consciências com as coisas e as impressões dos planos inferiores da vida. É capaz de lembrar-se disto?

— Sou... Se Deus me der as forças...

— Forças nós a temos, por no-las haver dado Deus, desde o princípio, por natureza; o que não devemos é empregá-las negativamente, sob a forma de apegos inferiores, exclusivistas, orgulhosos, racistas, animais, etc. Pense bem, senhor Adroaldo, que não se vive, sem que se seja uma força. O que existe é força, seja lá de ordem qualquer, ou por mais negativa que o seja. O certo é que venhamos a constituir uma força às direitas, no sentido harmônico, acompanhando em vibrações ao Supremo Senhor. Julga ter por acaso a ida de Jesus ao mundo dos encarnados, para tamanho exemplo de esforço direcional conveniente?

— Eu sei que Jesus foi ao mundo...

E acordei. Se foi pesadelo, santo foi ele. Também, mal acordado, eis que por mim chamam, à porta. Quando a abro, era uma jovem do grupo de socorros que vinha avisar-me de serviços por executar, em sua companhia, horas depois. Saí, portanto, em sua companhia, para a rua. Todas as ruas dessa região são amplamente ajardinadas. E creio que melhor tratamento de amor que lhe votam os habitantes não poderiam ter. Cada qual dá às flores, aos jardins, às frondosas árvores, tudo o que pode de afetos puros. E nós sabemos o que significa querer bem, contribuir desse modo pela beleza das coisas que glorificam a vida. Religião não é isso que no mundo carnal faz de conta que é, ou faz-se por ser, religião é vida plena, amante, sábia, feliz, acolhedora, científica, harmônica, altruísta; é viver para tudo e todos, vibrantemente, universalmente, amoravelmente, seja para com os mundos, as nebulosas, os espaços infindos, as pessoas, os animais, as plantas, as pedras, tudo que vive, tudo que é, seja lá o que for, desde que seja manifestação do Supremo Espírito, da Fundamental Essência.

Havendo acompanhado aquela jovem, duas horas depois fomos ter a uma casa da crosta. Devia ser gente protestante, logo calculei, pelas cantorias bonitas com que se dirigiam a Deus, a Jesus, imaginando Aquele da forma a mais antropomórfica possível. Todavia, sentiam muito o que faziam, embalsamando o ambiente de maneira feliz, com radiações vigorosas. Pediam ao Senhor a cura de uma criança, caso isso fosse do Seu Santo Desígnio. Íris, a jovem, foi levar-lhes a resposta do Senhor, resposta positiva. Foi vistoriar o caso, antes de mais nada, pois a menina tinha os intestinos em muito mal estado, fazia dias.

— Esta noite, como você irá ver, havemos de tirá-la daqui para um tratamento em nosso hospital. Faremos a cura pelo perispírito, além de virem médicos depositar elementos de nossa flora nos alimentos da irmãzinha. Ela precisa sarar, pois nasceu para certa função. O mundo carnal precisa de reformadores ou agentes de ideais reformistas; e esta menina irá fazer coisas úteis. Trouxe consigo faculdades mediúnicas vantajosas que, em seu tempo, hão de expor-se, abalando a crendice de muitos. Poderá vir a ser mal compreendida, odiada até; mas, aos servos do Senhor basta-lhes a satisfação de consciência, de mandato em exercício.

A turma de cantores se foi. Nós, também, nada mais tínhamos por fazer, depois de Íris impor-lhe as mãos, passando-lhes fluidos vivificantes.

A noite, por isso mesmo, estava sendo aguardada por mim com todas as honras; aprende-se muito e sempre por estas bandas da vida, no círculo de pessoas agentes do bem. Como Fábio estivesse com tempo, fiz-lhe convite, depois de indagar a Íris se isso seria possível, não prejudicial e do seu agrado. Ele quis muito e assim ficou combinado, para depois da meia-noite.

E a meia-noite chegou.

Quando saímos do instituto socorrista, um grupo de umas dez pessoas mais ou menos, guiado por Íris, foi com destino ao hospital localizado numa região abaixo, posto intermediário entre zonas trevosas e primeiros estágios de restauração e paz. Íris levava encargo no sentido de preparar o necessário para o ato a que a menina houvesse de necessidade. Chegados, pois, ao hospital em vista, deixou ela documento em mãos responsáveis, na portaria do mesmo. E partimos.

Na crosta, e casa adentro, vimos que amorosa mãe velava pelo seu rebento, sentada em cadeira de vime, pensando no Senhor; orava, no momento, desprendendo vigorosos filetes brancos, puros como o seu amor maternal.

— Ponham todos vocês as mãos sobre mim — ordenou-nos Íris.
Feito isso, ordenou de novo:

— Orem ao Sagrado Princípio do Universo, que é em nós a parte e o Todo.

E não havia que pensar em Deus longínquo, depois de tal convite. Passamos, por isso mesmo, a arrancar de nós aquilo que jamais deixou de ser depósito divinal, em poderes e sentires. Nossas almas foram como que se expandindo, tornando-se amplas; cores desconhecidas se foram apresentando, sons maviosos e embalantes se apresentaram a nossos ouvidos. O quarto podia estar escuro para os frouxos alcances do olho encarnado; para nós, porém, tudo era luz e dadivosas bênçãos.

Íris, só então, colocou sua mão direita sobre o ventre da irmãzinha, projetando-lhe eflúvios multicores, que, aos poucos, tomaram a tonalidade mais viva do dourado. Era como se um batalhão de homens bem armados valentemente penetrasse e de chofre pela caverna adentro onde ladrões se escondessem. Porque, assim como os ladrões o fariam, procurando jeito de fuga e esconderijo pelas frinchas e anfractuosidades, assim começaram a fazer, aqueles turbilhões mucosos, numa sortida desesperada.

A mãe, ante as convulsões da filhinha, levantou-se e prontificou-se à higienização. Admirou-se da quantidade de elementos expelidos e do mau cheiro. Mas, notou com satisfação, que o seu anjinho estava com outro aspecto, sorrindo mesmo, como há tempos não o poderia fazer.

Uma vez limpa a criança, colocou-a de novo no leito, acariciando-lhe a cabecinha loura.

— Coloquem vossas mãos sobre a mãe. — ordenou Íris — Vamos aproveitar suas reservas de fluido animal eletromagnetizado.

E ela mesma passou a impor diretriz aos fluidos que começaram a exteriorizar-se pelas pontas dos dedos da progenitora. Com isso, dentro em pouco a menina adormecia. E chegou a hora aguardada.

— Afastem-se um pouco — disse Íris, movendo a cabeça, a sua bela cabeça, de onde despencavam ondeados e sedosos cabelos cor do sol.

E com o nosso afastamento, foi retirado o ser vivente daquele veículo de matéria organizada e sabiamente disposta. A menina estava linda, muito linda, como o seu feliz sorriso, sorriso esse que repercutia no corpinho que dormia. Íris, num jogo de fluidos, vestiu-a como quis, toda de branco, mas um branco radiante, vivo, assim como se falasse, assim como se vivesse. E com seu semblante feliz, sem falar, acenou para a saída imediata. E foi só querer, pois ali todas as vontades eram sua vontade. A mulher, para certas coisas e disposições, é sempre mãe e objeto de superiores cuidados.

Não sei o lapso de tempo gasto na travessia; mas foi como estar ao mesmo tempo nos dois lugares, tal a precisão do acontecimento. Não levamos a menina para a nossa região-moradia, para a nossa zona astral; fomos aportar em rincão de mim não conhecido, zona relativamente inferior, céu eivado de penumbra; mas havia organização hospitalar à altura das necessidades, direi próprias, julgando aqui de modo muito condicional, pois me parece que o ponto forte, sempre, é merecer. Verdadeiramente, merecendo, havendo cabimento executável, o que se não pode dar? O que seria impossível?

Introduzida a menina num recinto apropriado, ei-la entregue a gente do mais apurado metier. Deitaram-na sobre um leito alvo, puseram-na sem roupa, focalizaram-na sem e com aparelhamentos vários, apetrechos técnicos e observações em geral. Em seguida, depois de repicar de um palavreado técnico, para mim sem importância, pois o que me punha extremamente curioso não era isso, que é bem da Terra, houve quem dissesse:

— Só mesmo convocando Eliel. O caso reclama outras intervenções...

Alguém, do círculo, interveio:

— Pois que vá Íris ao encalço de Eliel!

Íris não se fez de rogar; sumiu de diante de nós, mesmo que me pareça tê-la visto sair por uma das portas. E minutos depois, nem cinco deles, creio, ei-la de volta, em companhia de um senhor muito alto, louro, fisionomia alegre e olhar mais bondoso que inteligente. Com a chegada de Eliel, todos o saudaram, com carinhoso afeto. E ele, simples, encaminhou-se para a menina, que sorria feliz, penso eu que, sob a influência dos fluidos de Íris, para acariciá-la, dizer-lhe palavras, que, decerto, a menina não compreendia. Havia, porém, uma qualquer coisa nesse homem simples, cujo olhar radiava extrema bondade.

— Que acha? — indagou um dos do hospital, que devia ser médico.

— Que devemos intervir — respondeu o homem simples, automaticamente.

— Com os projetores? — indagou o homem do hospital.

— Com ambas as projeções... A mecânica e a psíquica.

Com isso dito, mais gente foi convocada, gente que veio formar em torno do leito. Quando todos estavam a postos, o homem simples avisou:

— Todos nós, como sabeis, estamos fundamentados em Deus, na Essência Básica ou Divina do Universo; devemos, pela educação em geral, saber ir a Ela e colher o necessário, para nós e para quem o queria. É o que iremos fazer, mais uma vez, a bem desta nossa irmãzinha. Busquemos, pois, o Sagrado Princípio do Universo, dentro de nós mesmos. Pelo que viermos a luzir, naturalmente saberemos do alcance atingido. Sabendo não ser alheio a nós, Deus, deixemos o resultado a cargo de Sua Soberana Justiça. Oremos, converse com o Pai Comum de tudo e de todos.

Se cada um pensa como pode, certo é que cada qual ora como pode, também. E ninguém foi convidado a dizer isto ou aquilo. Porque, para falar com Deus no templo interno, não há que gritar, nem falar alto, nem murmurar. Há que fazer profundo silêncio. E isso foi acontecendo. Dentro em pouco, parecia ter-se o ruído transformado em nada. O simples zunido, forma em que se apresenta o ruído distante, pareceu desaparecer. Ou ele sumiu de nós ou nós o deixamos, por razão qualquer ou lei atinente.

E, coisa curiosa para mim, de tremenda significação, foi que passei a ver com os olhos cerrados. E data desse dia, essa faculdade de que muito tenho feito valia, em meus trabalhos de espírito socorrista. O que mal vejo de olhos abertos, melhor enxergo com eles fechados. A nitidez é outra, outro é o alcance rumo ao infinitesimal.

Via, pois, com precisão, tudo o que ia pelos intestinos da menina. Se não tenho alcance para dizer de órgãos e acidentes, posso ao menos dizer que vi coisas que estão muito longe do alcance científico, e mesmo de imaginação, de muitos ditos sábios do mundo carnal. Quando Deus quer, direi, tudo será insignificante, quase inexistente, na ordem relativa, ou das coisas ditas da Criação, daquilo que é de acento material, seja da alçada que for, em densidade ou intensidade. Porque o quarto passou a brilhar, e numa intensidade tal, que me vi na contingência de apelar por auxílio, por meio de um gemido surdo, indefinível, transportante.

— Mantenha-se calmo o mais possível — disse o homem simples, num tom de voz que parecia vir das profundezas de si mesmo, lá onde devia estar conversando com o Supremo Todo, ele que devia já poder fazer isso, pelas suas conquistas internas.

— Sim... sim... — foi o que me lembro ter dito.

Ao cabo de minutos, que pareceram séculos, tanto se viveu em tão pouco, gradativamente tudo foi volvendo ao natural. Eu chorava sem saber bem por que, sentindo em mim torrentes de glória e eternidade me rondarem a alma enternecida; e os outros, mais experimentados do que eu, por que chorariam?...

Tudo era natural, diz o homem simples:

— Se for preciso, volveremos... Mas, tenho certeza de que não o será. Graças do Supremo Princípio verteram das profundezas de todos os presentes. Eu vos agradeço, amigos, por tanta dedicação ao próximo. Deus vos pague. E não vos esqueçais, de que estarei sempre ao vosso dispor, para estas subidas de espírito, nas alturas divinais de nós mesmos. Adeus, amigos, que me chamam para outros deveres.

Quando ele devia estar bem longe, perguntei a Íris:

— De que círculos do mundo veio esse irmão?

— Não se iluda, que não alcançou isso com meia dúzia de encarnações. Vem, portanto, de ciclos e ciclos, de eras e eras, num crescendo contínuo, como é natural para todos.

Pauseou e logo prosseguiu, fazendo um trejeitozinho gracioso, todo seu:

— Mas, na última encarnação, para libertar-se de certas quejandinhas de uma vida remota, quis ter e Deus abençoou o seu querer, a vida trabalhosa de um médium de cura, pobre e sem letras, escravo do dever. Findou os seus dias num abrigo, desconhecido de todos, onde fazia questão de servir no que lhe estivesse ao alcance, isto é, ao alcance de um corpo encarquilhado, curvo aos anos e debitado ao laboratório comum. Não ostentou títulos, não teve preferências exteriorísticas, não lhe fizeram discursos encomendatórios na hora do enterramento dos restos, a quem tanto trabalho deu, de quem muito extraiu vantagens.

Enquanto Íris terminava seu breve comentário, trabalhadores da casa dispunham a menina de modo a poder ser recambiada ao corpozinho distante. Assim a jeito, é Íris quem convida a partir. E partimos. Tudo rápido, sem rodeios; entre um piscar de olhos, eis-nos de novo na crosta com a serva a depositar o espírito no seu invólucro temporário. Passou-lhe as níveas e brilhantes mãos da cabeça aos pés, por várias vezes, comprimindo elementos etéricos e astrais no sentido que desejava, que sabia necessários.

— Com esta sobrecarga de elementos intensíssimos em saúde, o corpo somático cederá. As bactérias já foram eliminadas e os tecidos estão em franca restauração. Aguardemos um pouco, até que a mãe lhe prepare o que comer, para que Davi ministre o necessário no alimento.

Eu nem pensava em Davi, um amigo da região, mas que desempenhava função em zona inferior, chefiando um laboratório. Naturalmente, alguém devia ter-lhe passado informe. E para Íris, fácil lhe seria avisar, dispondo, como dispunha, de imenso cabedal psíquico; querer locomover-se, para um espírito de tamanha capacidade em mutação perispiritual, é pensar e fazer. Quando quer densificar o seu corpo, pensa e faz; quando quer furtar-se à densificação, e ingressar em gamas vibratórias que lhe facilitam a invisibilidade e a ligeireza do pensamento, também o faz, também o executa, simplesmente desejando com firmeza.

Quando, pois a menina iniciou um chorozinho e a progenitora, acordando, veio pressurosa atendê-la, Íris nos avisou:

— Fiquem aí, que voltarei num minuto. E sumiu diante de nós, como se fosse uma coisa que sendo, num repente deixasse de sê-lo. Também, para voltar, foi como se tivesse sumido e reaparecido; o jogo da vontade, portanto, operado com o máximo de eficiência e precisão. Veio acompanhada de Davi, que trazia a sua mala forra. E para quem queira pensar na vida, ou processo de vida para além do túmulo, sabendo-o duplicata apenas mais tênue da vida na crosta, ou na carne mais densa, compreenderá muito bem que tudo é natural e certo, sendo como o é, por ser seguimento lento, progressivo, sem a violência de algum salto misterioso ou miraculoso, rumo ao desconhecido. Não, que esse não seja o processo da Sabedoria Suprema. A violência não parte das leis puras do Senhor, serão filhas, apenas, dos desmandos do homem desconhecedor.

Com o levantar da progenitora, e o fato de ter encontrado completa ausência de febre, uma imensa alegria invadiu-lhe o ser. Enviou graças ao Senhor, que se foram éter afora, sob a forma de cristalinos filetes. Assim, porém, que se deu a preparar a alimentação da menina. Davi entrou para o exercício do seu ministério, aplicando dose, acompanhando o desenvolvimento dos elementos, no campo etérico, numa zona da vida que foge ao alcance da vista humana, fugindo, também, das inferiores e humanas vistas destas bandas. Pois tudo é simplesmente comum, aí como aqui, cada qual podendo o que pode, pura e simplesmente. E, para avançar um pouco, seja no sentido que for, faz-se preciso a ajuda de alguém que possa mais; e essa ajuda, esse auxílio, quando muito atinge o ponto máximo de flexão pessoal. Nunca ultrapassa o limite demarcado pela evolução do beneficiário.

Quando a mãe da menina começou a ministrar-lhe o alimento, nós partimos. Estava pronta a nossa tarefa. Hoje, a menina está com uns quinze anos; à custa de suas faculdades, Íris fala continuamente a muitos encarnados e muita gente sabe um pouco mais de Cristianismo do que sabia antes, quando pensava que ser da Doutrina do Cristo é apenas questão de ler textos, entendê-los fanaticamente; cantar hinos; sustentar ideais sectários; desconhecer o problema da morte; furtar-se ao culto da Revelação; pensar que é escolhido, quando é apenas ignorante das imensas leis de Deus. Tudo, pois, em tão pouco tempo, saiu como fora de mais alto determinado. Porque, acima dos conhecimentos humanos das quejandinhas dos homens e dos cleros em geral, paira uma orientação inteligente, organizada, que faz com que tomem as coisas e os seres o rumo justo, segundo os merecimentos, sempre de acordo com a lei de causa e efeito. Porque assim é; de conformidade com a direção dada ao esforço, rumo ao bem ou ao mal, à paz ou à tormenta, assim se terá. Da parte dos guias, dos serviçais do bem, tudo é questão de atender, quando a criatura o mereça, ou de abandonar, quando faça por isso. O certo é que ninguém fica sem acompanhamento astral; de alguém será companhia, far-se-á acompanhante, sendo certo que serão de igual para igual, pois assim o força a lei de afinidades.


Extraído do Livro:  A Caminho do Céu


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A SAGRADA E ETERNA SÍNTESE

PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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