OS REVELADORES
“Nunca
veio ao mundo, em tempo qualquer, informante algum, sem ser, em
função de autoridade. E quando o funcionário tenha mais ou menos
firmado pé nos princípios básicos, ou tenha escorregado pelos
ínvios becos do mistifório idólatra, é porque fez de si mesmo
questão de vencer ou fracassar, por atender de fato ao crivo
superior, ou entregar-se frouxamente às injunções inferiores do
meio, quer do meio encarnado, quer do ambiente astral inferior.
Porque, seja quem for o agente missionário, venha da altura
hierárquica que vier, nunca deixará de estar em gozo de direitos
pessoais, jamais deixaria de contar com o sagrado direito de
livre-arbítrio. A simbiose, liberdade e obrigação, nunca deixará
de ser um fato. Tereis em Jesus, por exemplo, um grande ensino, ao
dizer aos Apóstolos que a eles agradecia, por terem estado com Ele,
nas Suas tentações ou provações. Ninguém vem ao mundo, para
vencê-lo em sua inferioridade, que também não venha, para em si
mesmo vencer-se, naquilo onde tenha de vencer. A lei dos ciclos
apanha a tudo e a todos, a verdade cármica alcança a todos os
seres, cada um segundo a sua estatura evolutiva. Quem veio revelar a
Verdade muito ou pouco, porque toda Ela ninguém revelou jamais e nem
sozinho revelará, teve de enfrentar agruras e dificuldades
múltiplas. A tradição, a poesia, a lenda, o misticismo, a bazófia
sectária, o fanatismo, o exclusivismo, e outros corruptores da
realidade levantaram concepções, interpretações e místicas tais,
em torno de certos ou quase todos os grandes vultos reveladores, que
não representam a verdade realmente vivida por eles. Alguns
foram roubados, outros foram acrescidos. Deram a uns demais, tiraram
o justo a outros. De qualquer forma, porém, uma linha mestra ficou.
E em torno de todas as revelações básicas, explorações e
comodismos se levantaram. Todo e qualquer trigal, por melhor cuidado
que seja, oferece brecha para o radicamento do joio...”
“Muito longe estavam os dias, no
orçamento dos tempos e das eras em que um Espírito Consolador
pudesse tornar-se de culto ostensivo sobre a carne toda. Sabemos o
quanto o ignorantismo humano retarda o avanço libertador das
consciências. Mas, os Vedas, os Budas, Crisna, Rama, Hermes,
Zoroastro, Apolônio; os Filósofos Espiritualistas; os Grandes
Hierofantes; os Patriarcas Hebreus; os Grandes eram, quem mais e quem
menos, esforços conscientes ou inconscientes, a fim de que um dia
pudesse o Batismo do Espírito tornar-se de conhecimento e culto
generalizado. Tomemos a Jesus por síntese, que o é de fato, para de
Suas palavras extrair a essência verdadeira:”
“Mas
eu vos digo a verdade: a vós convém que eu vá;
porque se eu não for, não virá
a vós o Consolador;
mas,
se eu for, enviar-vo-lo-ei. E ele, quando vier,
argüirá o
mundo do pecado, e da justiça, e do juízo”.
“Quando
vier porém aquele Espírito da Verdade,
ele vos ensinará todas as
verdades...”
(João, cap. 16)
“Não foi Jesus, portanto, apenas
mais um trabalhador em favor do advento da era do Consolador; foi,
isso sim, por determinação Suprema, o seu agente máximo, o selado
para o grande desempenho, em virtude de ser o Chefe Planetário. Não
se passa, nas esferas superiores, o que julgam muitas correntes
ocultistas, sobre ser cada espírito livre para o que quiser, podendo
tomar a iniciativa que bem entender. O que existe, pelo contrário, é
uma ordem reinante que vem das Supremas Chefias, dos Diretores de
Galáxias, sendo os Chefes Planetários, executantes dessas ordens.
Há ordem para tudo, no que é de Deus. Até mesmo nos abismos
pútridos, nas inferiores zonas de um planeta, existe certa forma de
ordem — é o poder de mando de algumas entidades. E, nas zonas
planetárias de expiação, onde a vida se desenvolve normalmente,
mas sob tristes condições ambientais, veremos a autoridade sendo
desempenhada, truculentamente, por seres de relativa compreensão. A
ordem, pois, está disseminada por toda parte, de alto a baixo e
vice-versa.”
“E a vinda de Jesus ao mundo mais
corpóreo foi motivada pelo determinismo cíclico, pela movimentação
de ordem geral; houve, no tempo, como há de tempos em tempos,
movimentações que vão além dos mundos isoladamente. Tudo se move
e varia, de inferior para superior, no âmbito das Galáxias. É que
ao homem terrícola, todo enfronhado nas coisas chãs dos seus
apetites menos elegantes, estas verdades passam desapercebidas.”
“Os períodos de transição,
porém, observam em cada mundo, uma intensidade e tonalidade à
altura hierárquica do próprio mundo. Em Marte ou Saturno, por
exemplo, tomaria o fenômeno transitivo a violência que toma em
nossa casa cósmica, inferior como é, ainda, o seu habitante máximo
em evolução?”
O que eu achava interessante é que
do jovem partiam, segundo a ordem das idéias, ou da concentração
mental que nelas punha, diferentes jatos de luz. Ora uma tonalidade
de cor prevalecia sobre outra, ora o ambiente se via preso de
claridades furta-cores, ora faíscas alvíssimas pareciam partir,
tinindo, a caminho não sei de que paragens. A flutuação era
intensa em colorações, tonalidades, formas e direção. E os cinco
mentores, agora, haviam-no deixado livre; estavam a uns três metros
de distância, juntamente com outros seres. E o jovem prosseguia:
“A
Jesus, pois, como Chefe Planetário, coube a missão sublime de ser
ofertante da Revelação em grande escala. Prometeu-a para dias
depois de Sua morte. E o Dia de Pentecostes foi teatro de um fenômeno
esplendoroso.”
ÍNICIO - CAPA
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