DIVINA SIMPLICIDADE – A Lei foi entregue à consciência de cada filho de Deus, e somente a Justiça Divina o julgará, em secreto, em tempo certo. O Verbo Modelo deixou o exemplo de tudo que deriva de Deus, seja Espírito ou Matéria, e a Deus um dia retornará, como Espírito e Verdade, e ninguém com Ele poderá jamais discutir, porque Seu advogado chama-se Justiça Divina. Capítulo I DO GÊNESE AO APOCALIPSE

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sexta-feira, 14 de junho de 2019

A CAMINHO DO CÉU - Devolvido ao Trabalho



DEVOLVIDO AO TRABALHO

Fazia já bem tempo que havia deixado a Casa de Recuperação, quando numa de suas visitas, disse-me Alva:

— Mesquita devia ir, também; mas surgiram à última hora, dificuldades imprevistas. Iremos nós, como estava combinado, assistir a uma conferência, na crosta, feita por um irmão encarnado. Como já teve a oportunidade de ver, ou rever a história do homem sobre a Terra, terá agora a oportunidade de ouvir, da boca de um encarnado, uma exposição resumida da mesma história. Como já ouviu dizer, trabalhamos sob a égide de Jesus, no plano geral; mas, no quadro das ramificações obrigatórias, das funções executivas, os trabalhos obedecem à orientação de grandes oficiais, de subalternos categorizados. Assim, pois, os serviços em torno à unificação da fé, por compreensão e não por mística piegas, estão afetos a quem de direito, por outorga da própria Diretoria Planetária.

— Compreendo perfeitamente, amiga Alva, que a Terra vale, para efeito de administração, por um país maiorzinho e bem mais justamente administrado, do que os países pequeninos de nós bem conhecidos. E que assim como os países da Terra possuem seus chefes-supremos, seus ministros, seus governadores, seus secretários, seus chefes de repartições, etc. também um planeta os possui, é claro, e em bem melhores e maiores expressões.

— Muito bem. Pois iremos nós três: você, Cristina e eu. Esteja pronto à hora de costume.
E deixou-me a meditar. Mas a meditar com outro conhecimento de causa, que não aquele dos primeiros dias, quando tudo era confuso. Agora, sabia bem que tudo é por ordem, por hierarquia, por gamas vibratórias e administrativas, havendo direção para tudo, de dentro para fora e de fora para dentro. Tudo simples, natural, altamente respeitável.

Pelas seis e pouco, acompanhado de Fábio, entrou Mesquita. Entrou, devo dizer, para a casa onde então passei a habitar, residência de velho amigo. Porque, afinal, por obrigação funcional ou o quer seja, não quis e não poderia, de fato, ter ido para regiões outras, onde tivesse parentes radicados. Foi imperioso ficar em lugar propício para certo desenvolvimento de atividade. E tudo corria bem, trazendo-me o serviço em curso, a todos os momentos, oportunidades de felizes amizades e ricos aprendizados.

Sorriso largo à vista, saudou-me Mesquita:

— Boa noite, Adroaldo. E boa noite com todos os “rr” e “ss”...

Como se tivesse querido aludir às concepções de certos credos do mundo, que presumem haver e teimam que há, de fato, uma tremenda ou total separação entre tudo o que é dito da Terra e tido como do Céu, ratifiquei:

— Boa noite, com todos os “rr” e “ss”, não há dúvida alguma. Mas sabemos que os nossos “erres” e “esses” possuem encontros inimagináveis, quando se trata de nossas noites.

— Quero lhe dizer, que, apesar de tudo isto ser imensamente belo, profundamente deslumbrante, enternecidamente adorável, tenho saudades das noites de minha terra! O Ceará, com suas noites claras e seus mares bravios, parece que surgiu, de um sonho do próprio Deus!... Demais, a Terra, por si só, sem o desmazelo humano, sem a barbárie intelectualizada, apesar de suas convulsões telúricas, dos extremismos de suas erupções cataclismáticas, não deixaria jamais de ser um poema vivo, palpitante, a atrair perenemente os sentidos do homem superior, da alma capaz de sondar, na pujança dos seus arrebóis, na embaladora doçura dos seus crepúsculos, o porquê da própria vida! Não existe trecho de estrada, galho de árvore, pétala de flor, regato serpeante, que não tenha herdado, pelo menos uma só bênção das musas. A dor, o amor, a alegria, a tormenta, o dia, a noite, o riso, a lágrima, o belo, o feio, a ignorância e a sabedoria, que coisas são, em conjunto, sem ser o motivo de todas as sinfonias, a alma de todas as canções, a base de tudo o que se possa argumentar? Por causa da Terra, amigos, as inteligências mais belas, os cérebros mais atilados, os corações mais amantes, sonharam com o que de mais sublime possuem os céus! Jesus, em Sua grandeza, mandou olhar para os lírios do campo e para as aves do céu. Por que, meus amigos? Por causa da singeleza, por vias das tremendas lições que a simplicidade encerra e prodigaliza.

Alva entrou, ouviu um pouco e sorrindo lhe ciciou aos ouvidos:

— Que cheirinho de poesia anda por aqui hoje!...

— Estamos na hora? — indagou Mesquita, volvendo-se.

— O senhor também vai? — quis eu saber, pois estando presente e dizendo Alva o que disse, supus ter havido qualquer nova deliberação.

— Vou para a crosta, mas cumprir outras ordens. Vou para aquele Centro onde fomos ver aquelas operações espirituais... Lembra-se do caso do Fábio?

— Lembro-me perfeitamente.

— Temos ordens a transmitir aos guias daqueles serviços — informou.

— É interessante — considerei, imaginando no que se teria passado, desde aquela noite, quando bem má impressão tais serviços nos causaram, pelo inferiorismo em geral ali reinante.

Notando-me a curiosidade construtiva, tornou ele, em resumida explicação:

— Expus aos dirigentes o meu parecer. E a resposta levo-a, para, no caso de aceitação do alvitre superior, contribuir com elementos de melhoria em geral.

— A resposta está sendo endereçada aos guias do Centro?

— E os guias falarão aos seus imediatos, que são os trabalhadores encarnados. Não ficaria bem, em tal caso, falar diretamente aos encarnados. Afinal, se outra fosse a ordem intelecto-moral reinante, da parte dos encarnados, outra seria a ambiência do plano astral. Falaremos, pois, àqueles que são o reflexo do pensar ambiental. Como deve ter lido, somos atraídos ou repelidos, pelo modo de pensar e sentir dos que na carne se reúnem. Eles é que possuem a chave, pelo imenso poderio eletromagnético cujos pensamentos fazem intervir.

— E se não aceitarem a oferta superior?

— Continuarão como estão — respondeu, fazendo significativo gesto de ombros.

— Não seria justo impor...

Como que antecipando-se ao meu dizer, sorriu inteligentemente e salientou:

— Nada disso, pois não são de modo algum maldosos; falta-lhes superioridade; falta-lhes evolvimento em hierarquia, doutrina e técnica. E quem para lá se encaminhar, pouco mais ou menos, também estará por essas paragens de merecimentos. Em aceitando, que terão de fazer, sem ser abandonar certas práticas que a todos agradam, que são os ritualismos? E crê que aceitarão?

— Então — intervi — nem conviria aconselhar!

— Enquanto se tratar de lidar com elementos evolutíveis, precisamente por isso, convém tentar.

— Dentre os encarnados?

— De ambos os lados. A lei é melhorar ou subir sempre, avançar sempre, conquistar ao infinito as melhores expressões em performace edificante. Nunca se deve pensar que já se tem ou sabe tudo, estabelecendo o regime de círculo vicioso. Tampouco, e saliente bem isto, deve-se imaginar na obrigação de homogeneidade ambiental; a homogeneidade, para ser construtiva, só sendo de ordem relativa. De resto, precisas são as múltiplas concepções, desde que ungidas de santos objetivos. E queira ou não nossa mente admitir isso, haverá sempre um segundo modo, pelo menos um segundo modo de se entender uma primeira ou última idéia. Lá, pois, apesar do inferiorismo parecer geral, gente haverá com vontade e preparada para avançar um pouco. Essa gente, portanto, ou forçará no sentido de renovação de meios e processos, ou tomará rumos outros, indo frutificar melhor mais para a frente.

— E estamos na hora, pois havemos de ter tempo para mais prosa por lá — observou Alva, tomando o ancião pelo braço e dizendo-lhe fosse chamar Cristina, que se achava pelo interior da residência.

— Morrer, bem o sabia, não significa terminar empreitadas. Mas vejo que o problema humano, por aqui, torna-se múltiplo em detalhes e características interessantes. Sobretudo, considero um ponto de ordem ética: enquanto na carne julgamos que a morte nos separará de certas obrigações, criando uma distância, dispondo barreiras, aqui viemos encontrar uma ordem em todas as coisas e propósitos, pois a unidade nas operações firma-se de modo espetaculoso. Há, compreende-se facilmente, aumento de cuidados em geral, de base educativa, de fundo orientador, num sentido de forçamento universal e contínuo, embora ressalvando o respeito às possibilidades pessoais.

Em ouvindo Fábio assim falar, quis saber mais de perto se qualquer coisa de ordem íntima o ressentia, qualquer coisa toda pessoal. Explicou-me:

— Você também é marinheiro de primeira viagem. Não sente em si uma opressão do meio, uma como que coerção fantástica, principalmente no sentido intelectual da vida? Não lhe parece que nos estão a reclamar alguma coisa?

— Fábio, você bem sabe que eu era católico, e que um católico é apenas um crente empírico, tudo ignorando sobre o realismo da vida de extratumba. Como poderia eu, crente na errônea concepção de uma só vida, na salvação por encomendas ritualísticas, no realismo dos conceitos de céu, inferno e purgatório como territórios, como poderia eu, agora, portanto, não me encontrar em perene encantamento? Estou no céu, estou bem, é o que lhe devo dizer. Nada me oprime, tudo me enleva. Sinto-me uno com Deus, assim como diz no catecismo que logo de entrada nos deram para ler. E quereria eu mais do que isso? Quero é certo, pois assim determina a lei; mas, por ora sinto-me no céu.

Fábio ficou meio desconcertado, cismático, a observar-me bem. Coisas enuviantes deviam estar a lhe entravar o ingresso em melhor estado de estar. Mas, que poderia eu fazer, ou dizer, se vultos de outro coturno silenciavam a seu respeito, a respeito do seu estado de alma? Fiz-lhe ver, em palavras, enquanto Mesquita, Alva e outros haviam ido buscar Cristina, que bom seria falasse claramente com algum chefe. Havia um porquê qualquer, sem dúvida, por resolver, sendo que os elementos e meios não deviam estar longe. Ele, então, falou-me assentindo; iria, assim lhe calhasse de oportuno, escancarar a alma. Para mim, sabia que qualquer deles estava a par de tudo; mas que a iniciativa devia ser dele, por ser dessas coisas cuja ordem pertence à deliberação individual.

Quando vieram do interior da casa aqueles que haviam ido à cata de Cristina, Fábio esboçava leve sorriso, coisa em si ainda bem rara.

— São sete e trinta — avisou Alva.

Com algumas recomendações de Mesquita, partimos deixando-o a sós com Fábio. Isto é, partimos em cinco pessoas, inclusive Alva e Cristina. Com minhas poucas probabilidades de êxito, fazia força mental no propósito de que Fábio, uma vez a sós com Mesquita, dissesse do que lhe ia pelo mundo interno. Talvez por simples questão de fraternidade, quem sabe por razões históricas de mim não lembradas, o certo é que aquela contínua tristeza de Fábio me atormentava.








ÍNICIO - CAPA




































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A SAGRADA E ETERNA SÍNTESE

PRINCÍPIO OU DEUS – Essência Divina Onipresente, Onisciente e Onipotente, que tudo origina, sustenta e destina, e cujo destino é a Reintegração Total. O Espírito e a Matéria, os Mundos e as Humanidades, e as Leis Relativas, retornarão à Unidade Essencial, ou Espírito e Verdade. Se deixasse de Emanar, Manifestar ou Criar, nada haveria sem ser Ele, Princípio Onipresente. Como o Princípio é Integral, não crescendo nem diminuindo, tudo gira em torno de ser Manifestador e Manifestação, tudo Manifestando e tudo Reintegrando. Eis o Divino Monismo.

ESPÍRITO FILHO – As centelhas emanadas, não criadas, contêm TODAS AS VIRTUDES DIVINAS EM POTENCIAL, devendo desabrochá-las no seio dos Mundos, das encarnações e desencarnações, até retornarem ao Seio Divino, como Unas ou Espírito e Verdade. Ninguém será eternamente filho de Deus, tudo voltará a ser Deus em Deus. Esta sabedoria foi ensinada por Hermes, Crisna e Pitágoras. Jesus viveu o Personagem Inconfundível de VERBO EXEMPLAR, de tudo que deriva do UM ESSENCIAL e a Ele retorna como UNO TOTAL. O Túmulo Vazio é mais do que a Manjedoura. (Entendam bem).

CARRO DA ALMA OU PERISPÍRITO – Ele se forma para o espírito filho ter meios de agir no Cosmos, ou Matéria. Com a autodivinização do espírito, ao atingir a União Divina, ou Reintegração, finda a tarefa do perispírito. Lentíssima é a autodivinização, isto é, o desabrochamento das Latentes Virtudes Divinas. Tudo vai aumentando em Luz e Glória, até vir a ser Divindade Total, União Total, isto é, perdendo em RELATIVIDADE, para ganhar em DIVINDADE.

MATÉRIA OU COSMO – A Matéria é Essência Divina, Luz Divina, Energia, Éter, Substância, Gás, Vapor, Líquido, Sólido. Em qualquer nível de apresentação é ferramenta do espírito filho de Deus. (É muito infeliz quem não procura entender isso).

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